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Lentibulariaceae na Estrada Parque do Pantanal, Estado de Mato Grosso do Sul, Brasil: Revisão da Lista das Espécies Pantaneiras, incluindo novos registros

Lentibulariaceae on Estrada Parque do Pantanal, Mato Grosso do Sul State, Brazil: Review of the List of Pantanal Species, including new records

RESUMO

O Pantanal é uma das maiores planícies alagáveis do mundo, encontrando-se no centro da América do Sul, representando um importante centro de biodiversidade. No Estado de Mato Grosso do Sul, Brasil, encontramos a Estrada Parque do Pantanal (EPP), uma área de interesse turístico que corta quatro sub-regiões do Pantanal, apresentando uma variedade de ambientes. Entre as famílias botânicas presentes no Pantanal, encontramos Lentibulariaceae, uma família de plantas carnívoras aquáticas. Nosso objetivo foi realizar a descrição de Lentibulariaceae na Estrada Parque do Pantanal no Estado de Mato Grosso do Sul e compilar as espécies da família presentes no Pantanal. Realizamos expedições e reunimos dados de coletas a partir de banco de dados virtuais e disponíveis na literatura. Na EPP encontramos quatro espécies pertencentes ao gênero Utricularia e listamos para o Pantanal 22 espécies em dois gêneros de Lentibulariaceae, com três novos registros de ocorrência.

Palavras-chave:
checklist; Genlisea ; macrófitas aquáticas; taxonomia; Utricularia

ABSTRACT

The Pantanal is one of the largest floodplains in the world, located in the center of South America, representing an important center of biodiversity. In the State of Mato Grosso do Sul, Brazil, we find the Estrada Parque do Pantanal (EPP), an area of touristic interest that crosses four sub-regions of the Pantanal, presenting a variety of environments. Among the botanical families present in the Pantanal, we find Lentibulariaceae, a family of aquatic carnivorous plants. Our objective was to describe Lentibulariaceae on Estrada Parque do Pantanal in Mato Grosso do Sul State and compile the species of the family present in the Pantanal. We carried out expeditions and gathered collection data from virtual databases available in the literature. In EPP we found four species belonging to the genus Utricularia and we list 22 species in two genera of Lentibulariaceae for the Pantanal, with three new occurrence record.

Keywords:
aquatic macrophytes; checklist; Genlisea ; taxonomy; Utricularia

Introdução

O Pantanal é uma das maiores planícies alagáveis do globo e a maior do continente sul-americano, abrangendo o Paraguai, a Bolívia e o Brasil, compondo parte da Bacia do Alto Paraguai. No Brasil, o Pantanal abrange os Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, em uma área de aproximadamente 139 mil km2 (Silva & Abdon 1998Silva, J.S.V. & Abdon, M.M. 1998. Delimitação do Pantanal brasileiro e suas sub-regiões. Pesquisa Agropecuária Brasileira 33: 1703-1711.), com cerca de 2/3 da área do Pantanal no Estado de Mato Grosso do Sul (Damasceno-Junior & Pott 2021Damasceno-Junior, G.A. & Pott, A. (Eds.). 2021. Flora and vegetation of the Pantanal wetland. Springer, Berlim.). A delimitação do Pantanal, ao norte, pela Floresta Amazônica e, ao leste, pelo Cerrado no platô central, torna-o um grande centro de biodiversidade (Pereira et al. 2012Pereira, G., Chávez, E.S. & Silva, M.E.S. 2012. O estudo das unidades de paisagem do bioma Pantanal. AmbiAgua 7 (1): 89-103.).

Os aspectos de inundação, tipo de solo, vegetação e relevo possibilitam a divisão do Pantanal em 11 microrregiões, sendo essas Abobral, Aquidauana, Barão do Melgaço, Cáceres, Miranda, Nabileque, Nhecolândia, Paiaguás, Paraguai, Poconé e Porto Murtinho (Silva & Abdon 1998Silva, J.S.V. & Abdon, M.M. 1998. Delimitação do Pantanal brasileiro e suas sub-regiões. Pesquisa Agropecuária Brasileira 33: 1703-1711.).

De acordo com a Flora e Funga do Brasil (2023)Flora e Funga do Brasil. 2023. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br (acesso em 10-XI-2023).
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, o domínio fitogeográfico do Pantanal apresenta um total de 1858 espécies em 196 famílias de plantas, fungos e algas, entre as quais 57 famílias e 255 espécies são correspondentes à vegetação aquática. Pott e Pott (1997)Pott, V.J. & Pott, A. 1997. Checklist das macrófitas aquáticas do Pantanal, Brasil. Acta Botânica Brasilica 11(2): 215-227. apresentaram uma lista de 242 espécies de macrófitas aquáticas para o Pantanal e, entre elas, Lentibulariaceae Rich. figura entre as dez maiores famílias de plantas aquáticas nesse domínio.

Lentibulariaceae é uma família de ervas aquáticas e terrestres com capacidade de atrair, capturar e digerir pequenos animais e protozoários, sendo, portanto, consideradas carnívoras (Juniper et al. 1989Juniper, B.E., Robins, R.J. & Joel, D.M. 1989. The carnivorous plants. Academic Press, London.). É a maior família de plantas carnívoras em diversidade de espécies, contando com mais de 400 espécies divididas em três gêneros: Pinguicula L., Genlisea A. St.-Hil. e Utricularia L. (Bánki et al. 2022Bánki, O. et al. 2022. Lentibulariaceae In: Catalogue of Life Checklist (Y. Roskov, Ed.; Version 2022-05-20). Catalogue of Life. Disponível em https://www.catalogueoflife.org/data/taxon/BVK (acesso em 18-VI-2022).
https://www.catalogueoflife.org/data/tax...
).

Lentibulariaceae tem distribuição cosmopolita, presente em todos os continentes, com exceção da Antártica e, no Brasil é representada por dois gêneros, Genlisea e Utricularia e 90 espécies, dentre as quais, 33 são endêmicas (Guedes et al. 2023Guedes, F.M., Gonella, P.M., Domínguez, Y., Moreira, A.D.R., Silva, S.R., Fleischmann, A., Díaz, Y.C.A., Menezes, C.G., Rivadavia, F. & Miranda, V.F.O. 2023. Lentibulariaceae in Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB146 (acesso em 18-VI-2023).
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).

No final do século XIX, Marechal Cândido Rondon traçou a “Estrada Boiadeira” ou “Estrada da Manga”, iniciando a delimitação da Estrada Parque do Pantanal (EPP). Sua criação ocorreu através do Decreto 7.122/93 de 17 de março de 1993. A EPP apresenta uma área total de 6.700 km2, passando pelos municípios de Corumbá, o qual compreende a maior parte de sua área, e Ladário no Estado de Mato Grosso do Sul (MS), tendo início na rodovia BR-262, na localidade chamada de Buraco das Piranhas, se estendendo por 120 quilômetros (Oliveira & Marques 2016Oliveira, M. S. & Marques, H. R. 2016. Estrada Parque Pantanal: comunidades, solidariedade e desenvolvimento. Revista Semioses 6: 29–38.).

A EPP diferencia-se de uma estrada convencional por fatores econômicos, visando o ecoturismo; sociais, em razão das diversas comunidades locais (Oliveira & Marques 2016Oliveira, M. S. & Marques, H. R. 2016. Estrada Parque Pantanal: comunidades, solidariedade e desenvolvimento. Revista Semioses 6: 29–38.); e ambientais, pois atravessa quatro sub-regiões do Pantanal: Nabileque, Abobral, Nhecolândia e Paraguai (Silva & Abdon 1998Silva, J.S.V. & Abdon, M.M. 1998. Delimitação do Pantanal brasileiro e suas sub-regiões. Pesquisa Agropecuária Brasileira 33: 1703-1711.), apresentando diversos ambientes, como capões, florestas, campos, baías e corixos.

Material e métodos

O levantamento das espécies de Lentibulariaceae na EPP foi realizado a partir de expedições de coleta, visita a herbários e cultivo de material.

Área de estudo - Com cerca de 120 km de extensão, a EPP passa pelas cidades de Corumbá e Ladário, englobando trechos das rodovias MS-228 e MS-184, com variações de elevação que vão de 80 a 407 m (Heimbach-Campos & Farinaccio, 2021Heimbach-Campos, S. & Farinaccio, M.A. 2021. Sinopse das Apocynaceae da Estrada Parque do Pantanal de Mato Grosso do Sul, Brasil. Heringeriana 15(1): 178–191.). De acordo com Heimbach-Campos & Farinaccio (2021)Heimbach-Campos, S. & Farinaccio, M.A. 2021. Sinopse das Apocynaceae da Estrada Parque do Pantanal de Mato Grosso do Sul, Brasil. Heringeriana 15(1): 178–191., a EPP pode ser dividida em três trechos (figura 1).

Figura 1.
Mapa da Estrada Parque do Pantanal do Estado de Mato Grosso do Sul, Brasil. (Adaptado de HeimbachCampos & Farinaccio 2021Heimbach-Campos, S. & Farinaccio, M.A. 2021. Sinopse das Apocynaceae da Estrada Parque do Pantanal de Mato Grosso do Sul, Brasil. Heringeriana 15(1): 178–191.).
Figure 1.
Map of the Estrada Parque do Pantanal in Mato Grosso do Sul State, Brazil. (Adapted from HeimbachCampos & Farinaccio 2021Heimbach-Campos, S. & Farinaccio, M.A. 2021. Sinopse das Apocynaceae da Estrada Parque do Pantanal de Mato Grosso do Sul, Brasil. Heringeriana 15(1): 178–191.).

O trecho 1 começa na BR-262 (19° 5’16.35”S, 57°37’18.11”O), próximo ao início do perímetro urbano de Corumbá e Ladário, percorre a MS-228 e termina no Porto da Manga, na margem oeste do Rio Paraguai (19°15’29.44”S, 57°14’6.37”O), totalizando cerca de 50 km, passando pela sub-região do Paraguai (Heimbach-Campos & Farinaccio 2021Heimbach-Campos, S. & Farinaccio, M.A. 2021. Sinopse das Apocynaceae da Estrada Parque do Pantanal de Mato Grosso do Sul, Brasil. Heringeriana 15(1): 178–191.).

O trecho 2 apresenta cerca de 63 km de extensão, passa pelas sub-regiões do Abobral e Nabileque, com início na margem leste do Rio Paraguai (19°15’36,43”S, 57°13’59,46”O), descendo a Curva do Leque, pela MS-184, e terminando no Posto de Fiscalização Buraco das Piranhas (19°38’51,64”S, 57°01’39,82”W), na BR-262 (Heimbach-Campos & Farinaccio 2021Heimbach-Campos, S. & Farinaccio, M.A. 2021. Sinopse das Apocynaceae da Estrada Parque do Pantanal de Mato Grosso do Sul, Brasil. Heringeriana 15(1): 178–191.).

Por fim, o trecho 3 inicia-se na Curva do Leque (19°15’07,31”S, 27°03’40,93”O), estendendo-se por cerca de 47 km na sub-região da Nhecolândia (19°04’08,57”S; 56°42’14,53”O) (Heimbach-Campos & Farinaccio 2021Heimbach-Campos, S. & Farinaccio, M.A. 2021. Sinopse das Apocynaceae da Estrada Parque do Pantanal de Mato Grosso do Sul, Brasil. Heringeriana 15(1): 178–191.).

De acordo com a Classificação Climática de Köppen-Geiger, dada sua localização, a EPP possui clima tropical com estação seca de inverno (Aw), seguindo o regime pluviométrico do Pantanal, com estação chuvosa entre os meses de outubro e março, e estação seca perdurando de abril a setembro (Pereira et al. 2012Pereira, G., Chávez, E.S. & Silva, M.E.S. 2012. O estudo das unidades de paisagem do bioma Pantanal. AmbiAgua 7 (1): 89-103.).

As fitofisionomias da EPP variam entre Florestas Estacionais Semideciduais e Deciduais, compiladas por Mendes et al. (2022)Mendes, D.M, Heiden, G. & Farinaccio, M. 2022. Sinopse da família Asteraceae na Estrada Parque do Pantanal de Mato Grosso do Sul, Brasil. Heringeriana 16: 1-27. em Floresta Estacional Decidual, Floresta Estacional Semidecidual e Floresta Estacional Semidecidual Aluvial (figura 2). Ademais, parte da EPP sofre influência da cheia do Pantanal, de modo que encontramos corixos, lagoas permanentes, lagoas temporárias e brejos (Oliveira & Marques 2016Oliveira, M. S. & Marques, H. R. 2016. Estrada Parque Pantanal: comunidades, solidariedade e desenvolvimento. Revista Semioses 6: 29–38.).

Figura 2.
Ambientes e Fitofisionomias da Estrada Parque do Pantanal do Estado de Mato Grosso do Sul, Brasil. a. Corixo. b. Campo inundado. c. Floresta Estacional Semidecidual. d. Estrada na sub-região da Nhecolândia. e. Lagoa permanente. f. Floresta Estacional Decidual. g. Floresta Estacional Semidecidual Aluvial. (Fotografias por: a-f: M. A. Farinaccio. g: M.V.S Urquiza).
Figure 2.
Environments and Phytophysiognomies of the Estrada Parque do Pantanal in Mato Grosso do Sul State, Brazil. a. Stream channel. b. Flooded field. c. Semideciduous Seasonal Forest. d. Road in the Nhecolândia sub-region. e. Permanent lagoon. f. Deciduous Seasonal Forest. g. Alluvial Semideciduous Seasonal Forest. (Photographs by: a-f: M. A. Farinaccio. g: M.V.S Urquiza).

Expedições de coleta - As expedições de coleta ocorreram entre os meses de novembro de 2021 e junho de 2023. As coletas seguiram o método de caminhamento (Filgueiras et al. 1994Filgueiras, T.S., Nogueira, P.E., Brochado, A.L. & Guala Ii, G.F. 1994. Caminhamento: um método expedito para levantamentos florísticos qualitativos. Cadernos de Geociências 12: 39-43.), e o material coletado foi herborizado e processado sob a forma de exsicatas, parte conservado em etanol 70%, seguindo as recomendações de Fidalgo & Bononi (1989)Fidalgo, O. & Bononi, V.L.R. 1989. Técnicas de coleta, preservação e herborização de material botânico. Instituto de Botânica, São Paulo.. Parte do material também foi cultivado em laboratório. Todo material foi fotografado e georreferenciado. O material herborizado foi incluído no Herbário COR e as duplicatas serão enviadas para herbários parceiros (CGMS, SPF, R, HURB).

Análise e descrição dos materiais coletados - As descrições da família e do gênero são gerais, baseadas em literatura específica para a família (Taylor 1989Taylor, P. 1989. The genus Utricularia: a taxonomic monograph. HMSO, London., Fischer et al. 2004Fischer, E., Barthlott, W., Seine, R. & Theisen, I. 2004. Lentibulariaceae. In: Kadereit, J.W (Eds.). The families and genera of vascular plants. Springer-Verlag Berlin Heidelberg, New York, pp. 276-282.), enquanto as espécies foram descritas baseadas em materiais coletados na área de estudo e identificação seguiu Taylor (1989)Taylor, P. 1989. The genus Utricularia: a taxonomic monograph. HMSO, London. e Flora e Funga do Brasil (2023)Flora e Funga do Brasil. 2023. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br (acesso em 10-XI-2023).
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. Os comentários taxonômicos basearam-se em Taylor (1989)Taylor, P. 1989. The genus Utricularia: a taxonomic monograph. HMSO, London., Pott & Pott (2000)Pott, V.J. & Pott, A. 2000. Plantas aquáticas do Pantanal. Embrapa, Brasília. e Flora e Funga do Brasil (2023)Flora e Funga do Brasil. 2023. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br (acesso em 10-XI-2023).
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. Os termos morfológicos seguem Radford et al. (1986)Radford, A.E., Dickison, W.C., Massey, J. R. & Bell, C.R. 1974. Vascular Plant Systematics. Harper and Row, New York. e Gonçalves & Lorenzi (2011)Gonçalves, E.G. & Lorenzi. H. 2011. Morfologia vegetal: organografia e dicionário ilustrado de morfologia das plantas vasculares. 2 ed. Instituto Plantarum de Estudos da Flora, São Paulo.. Quando necessário, foram utilizados materiais complementares coletados em outras áreas e esses foram sinalizados ao longo do texto.

Lentibulariaceae no Pantanal do Estado de Mato Grosso do Sul - Para esse levantamento foram consultados banco de dados virtuais, e.g. specieslink, Herbário Virtual Reflora, C. V. Starr Virtual Herbarium e Jabot, além da consulta de materiais depositados nos Herbários COR e CGMS.

Resultados e discussões

Lentibulariaceae na Estrada Parque Pantanal do Estado de Mato Grosso do Sul - Na EPP encontramos como representantes de Lentibulariaceae: Utricularia breviscapa C.Wright ex Griseb., Utricularia foliosa L., Utricularia gibba L. e Utricularia hydrocarpa Vahl. Todas as espécies coletadas são aquáticas, estando presentes nas áreas que sofrem influência do período de inundação do Pantanal. Utricularia breviscapa foi registrada nos trechos dois e três da EPP, enquanto U. foliosa e U. gibba foram registradas em todos os trechos da EPP e U. hydrocarpa só foi encontrada no trecho dois.

Lentibulariaceae Rich., in Point. & Turpin, Fl. Paris 1: 26. 1808.

Ervas anuais ou perenes, aquáticas, terrestres ou epífitas. Raízes ausentes, presentes em Pinguicula, usualmente com rizóides em Utricularia. Estolões frequentemente presentes. Folhas alternas, opostas, rosuladas ou verticiladas, laminares ou capilares, aéreas ou submersas, frequentemente heterófilas. Armadilhas adesivas (Pinguicula), rizofilos (Genlisea) ou utrículos (Utricularia), terrestres, subterrâneas ou submersas. Inflorescência racemosa, flores pediceladas, zigomorfas, bissexuadas. Escapo glabro, piloso ou glandular, por vezes inflado. Cálice 2-5-mero, dialissépalo ou gamossépalo. Corola 5-mera, gamopétala, bilabiada, lábio inferior por vezes giboso (Genlisea e Utricularia), calcarado. Estames 2, epipétalos, anteras rimosas. Ovário súpero, globoso, bicarpelar, unilocular, placentação central-livre, pluriovulado; estilete curto, estigma bilabiado, geralmente lábio superior reduzido em relação ao inferior. Cápsula deiscente, loculicida, circuncisa ou de deiscência irregular, ou raramente indeiscente. Sementes 1-numerosas.

Utricularia L., Sp. Pl. 1-18. 1753.

Ervas anuais ou perenes, aquáticas, terrestres, reófitas ou epífitas. Raízes ausentes, usualmente com rizóides. Partes vegetativas geralmente indiferenciáveis, com caule usualmente filiforme ou cilíndrico. Folhas alternas, opostas ou verticiladas, lâmina inteira circular a peltada, séssil a peciolada, ou lâmina dividida em diversos segmentos, dimorfismo foliar frequente. Folhas modificadas em utrículos. Inflorescência racemosa, às vezes com estruturas flutuantes na base, flores pediceladas. Cálice 2-lobado, lobos iguais ou desiguais. Corola 2-labiada, labelo superior usualmente menor em relação ao labelo inferior, presença de calcar menor, maior ou de mesmo comprimento do labelo inferior. Cápsula ovoide ou globosa, deiscente ou indeiscente. Sementes numerosas.

Utricularia é o maior gênero em diversidade de espécies da família, com mais de 250 spp. Esse gênero possui distribuição cosmopolita, possuindo centros de diversidade em regiões tropicais, entre os quais o Brasil.

Chave de identificação para Lentibulariaceae na Estrada Parque do Pantanal do Estado de Mato Grosso do Sul

  • 1. Flores rosa claro ou roxas, com mancha amarela Utricularia hydrocarpa

  • 1. Flores amarelas, sem mancha

    • 2. Labelo inferior da corola trilobado, presença de flutuadores na base do escapo floral, folhas modificadas divididas em três segmentos primários, que se dividem subsequentemente em grupos de três segmentos Utricularia breviscapa

    • 2. Labelo inferior da corola unilobado, flutuadores ausentes, folhas modificadas multipinadas ou pouco ramificadas

  • 3. Folhas pouco ramificadas; escapo floral não inflado; labelo superior da corola mais largo (3-8,5 mm) em relação ao labelo inferior (1,8-5,5 mm) Utricularia gibba

  • 3. Folhas multipinadas; escapo floral inflado; labelo superior da corola mais estreito (3,3-5,6 mm) em relação ao labelo inferior (5,8-14,1 mm) Utricularia foliosa

Utricularia breviscapa C. Wright ex Griseb., Cat. Pl. Cub. 161–162. 1866.

Figura 3 a b c

Figura 3.
Espécies de Utricularia da Estrada Parque do Pantanal do Estado de Mato Grosso do Sul, Brasil. a-c Utricularia breviscapa C. Wright ex Griseb. a: Inflorescência. b: Ovário fecundado e parte de flutuador sob lupa (aumento 10x). c: Sementes sob lupa (aumento 55x); d-f Utricularia foliosa L. d: Inflorescência. e: Fruto. f: Armadilhas sob lupa (aumento 20x). (Fotografias por: a: M. A. Farinaccio. b, c, f: R. Garcia-Silva. d, e: S. Heimbach-Campos).
Figure 3.
Species of Utricularia from Estrada Parque do Pantanal in Mato Grosso do Sul State, Brazil. a-c Utricularia breviscapa C. Wright ex Griseb. a: Inflorescence. b: Fertilized ovary and part of the float under magnifying glass (10x magnification). c: Seeds under magnifying glass (55x magnification). d-f Utricularia foliosa L. d: Inflorescence. e: Fruit. f: Traps under magnifying glass (20x magnification). (Photographs by: M. A. Farinaccio. b, c, f: R. Garcia-Silva. d, e: S. Heimbach-Campos).

Ervas anuais ou perenes, de pequeno porte, aquáticas. Rizoides ausentes. Estolões muitos, capilares, vários cm compr., entrenós 1,7–13,1 mm compr., curtos, verdes ou vermelho-amarronzados. Folhas emersas ausentes. Folhas submersas modificadas fasciculadas, divididas em três segmentos primários, os quais se dividem subsequentemente em grupos de três segmentos, podendo um dos segmentos ser reduzido a uma armadilha, glabras. Utrículos 0,40–1,75 x 0,4–1,6 mm, numerosos, sobre as folhas, com dois apêndices com o ápice bífido, tricomas glandulares ausentes. Racemos 1,53–4,52 cm compr., marrons, simples, eretos, delgados, glabros, flutuadores 3–5 na base do escapo, 5,2–21,1 mm compr., verdes ou marrons, esponjosos, às vezes com utrículos. Escamas ausentes. Brácteas 0,7–1,0 x 0,45–0,90 mm, basifixas, amplexicaules, ovais, ápice agudo a acuminado, glabras. Bractéolas ausentes. Flores 1–5. Pedicelos 0,2–4,7 mm, marrons-avermelhados, ascendentes, inseridos a uma distância de 0,8–6,3 mm entre eles, glabros. Cálice 2,75–4,25 mm compr., com lobos iguais 1,2–2,5 x 1,35–1,75 mm, convexos, ovais, ápice agudo, margens involutas, coriáceas. Corola 3,4–14,11 mm compr., amarela, com estrias marrom-avermelhadas na giba, adaxialmente; labelo superior 4,0–7,7 mm x 5,1–6,8 mm, oval, ápice emarginado; labelo inferior 5,1–6,7 mm x ca. 4,9 mm, transversalmente oblongo, giba bilobada na base, 3-lobado, lobo central ca. 6,8 x ca. 3,6 mm, largamente oblongo, ápice obtuso, lobos laterais ca. 6,3 x ca. 3,5 mm, oval, ápice redondo; calcar ca. 3,2 mm, menor em relação ao labelo inferior, cilíndrico, ápice redondo, mancha marrom no ápice, tricomas glandulares ausentes. Estames 2, 0,72–1,26 mm compr., filetes retos. Ovário 0,2–0,5 mm diâm., ovoide, estilete 0,5–1,0 mm compr., longo. Cápsula globosa imatura 1,7–3,0 mm diâm., circuncisa. Sementes 0,31–1,03 mm, lenticulares, margens fimbriadas, testa reticulada, marrons.

Material examinado: BRASIL. MATO GROSSO DO SUL: Corumbá, Estrada Parque do Pantanal, Fazenda São Bento, 19-V-1995 (fl.), Scremin-Dias, E. 227 (CGMS); 01-VIII-2007 (fl.), Oliveira, A.P. 44 (CGMS); Fazenda São Bento, 28-VI-2011 (fl.), Soares, V. C. 46 (CGMS); Rodovia MS-184, Vazante 31, 05-IX-2014 (fl.), Pott, V. J. 11679 (COR); Fazenda São Bento, MS-184, 28-VI-2023 (fl.), Garcia-Silva, R. 10 (COR).

Material complementar: BRASIL. MATO GROSSO: Barra do Garças, Rodovia BR-158, km 752, 07-VI-2007 (fl.), Pott, V.J. 9299 (COR). Mato Grosso do Sul: Corumbá, Pantanal da Nhecolândia, Fazenda Nhumirim, Baía do Oito, 10-VIII-1986 (fl.), Almeida Rego 787 (COR).

Utricularia breviscapa distingue-se das outras espécies encontradas na EPP por possuir labelo inferior da corola trilobado. Além disso, é facilmente reconhecível pela presença de flutuadores na base do escapo floral, dispostos em forma de estrela. Seu escapo apresenta coloração marrom avermelhada, característica que também pode ajudar a distingui-la das outras espécies da EPP.

De acordo com Pott & Pott (2000)Pott, V.J. & Pott, A. 2000. Plantas aquáticas do Pantanal. Embrapa, Brasília., ocorre em lagoas e vazantes na América Central (Cuba) e América do Sul (Venezuela, Colômbia, Equador, Brasil, Bolívia, Paraguai e Argentina). No Brasil, ocorre nos Estado do Amazonas, Pará, Roraima, Tocantins, Bahia, Piauí, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais e São Paulo (Flora e Funga do Brasil 2023Flora e Funga do Brasil. 2023. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br (acesso em 10-XI-2023).
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). O estado de conservação dessa espécie é Pouco Preocupante na listagem da IUCN (Clarke 2018aClarke, C.M. 2018a. Utricularia breviscapa In: The IUCN Red Listo f Threatened Species. Disponível em https://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2018-1.RLTS.T107250104A144002179.en (acesso em 27-XI-2023).
https://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2018-...
).

Na EPP, foi encontrada em meio a brejos e em lagoa temporária, crescendo em meio a U. gibba. Foi coletada com flores em maio, junho, agosto e setembro, período de vazante das águas do Pantanal. Notoriamente, foi registrada nos trechos dois e três da EPP.

Utricularia foliosa L., Sp. Pl. 1: 18. 1753.

Figura 3 d e f

Ervas anuais ou perenes, de grande porte, aquáticas. Rizoides ausentes. Estolões muitos, robustos, esponjosos, mucilaginosos, vários cm compr., verdes ou vermelhos, entrenós 25,0–85,5 mm, longos. Folhas emersas ausentes. Folhas submersas modificadas alternas, multipinadas, dimórficas, muito ramificadas com poucas armadilhas, ou pouco ramificadas com muitas armadilhas, mucilaginosas, glabras. Utrículos 0,60–2,15 x 0,60–1,98 mm, numerosos, sobre as folhas, com dois apêndices ramificados, tricomas glandulares ausentes. Racemos 1,52–17,60 cm, verdes, simples, eretos, robustos, por vezes esponjosos, glabros. Escamas ausentes, ou quando presentes 1–2, 2,9–4,2 x 1,9–2,3 mm, semiamplexicaules, largamente obovada, ápice obtuso, glabras. Brácteas 2,5–5,0 x 1,5–2,8 mm, basifixas, oblonga a obovada, ápice acuminado a arredondado, glabras. Bractéolas ausentes. Flores 1–16. Pedicelos 5,1–15,6 mm, ascendentes, quando em frutificação deflexos, inseridos a uma distância de 0,1–11,8 mm entre eles, mucilaginosos. Cálice 2,9–6,6 mm compr., com lobos desiguais, convexos, lobo superior 1,4–4,0 x 1,1–4,0 mm, oval a circular, ápice acuminado a arredondado, sem margem hialina, lobo inferior 1,3–3,0 x 1,6–3,7 mm, oval a circular, ápice agudo a arredondado, sem margem hialina, glabro. Corola 12,1–13,9 mm compr., amarela, laranja na giba, estrias marrom-avermelhadas no ápice da giba e nas pétalas do labelo superior, adaxialmente; labelo superior 4,9–7,5 x 3,3–5,6 mm, largamente oval, ápice arredondado; labelo inferior 6,0–8,3 x 5,8–14,1 mm, depresso-obovado, ápice truncado, glabro, giba bilobada na base, lobos laterais ausentes; calcar 5,0–7,3 mm, menor ou de mesmo tamanho do labelo inferior, cilíndrico, ápice agudo, por vezes bífido, estrias marrons na face adaxial, tricomas glandulares ausentes. Estames 2, 0,75–2,00 mm compr., filetes retos a levemente encurvados. Ovário 1,00–1,65 mm diâm., globoso, estilete 0,50–0,75 mm compr., longo. Cápsula globosa 4,2–6,6 mm diâm., indeiscente. Sementes 1,4–2,0 mm, lenticulares, margens inteiras, testa reticulada, marrons ou amarelas com manchas verdes.

Material examinado: BRASIL. MATO GROSSO DO SUL: Corumbá, Porto da Manga, MS-228, 30-XI-2002 (fl.), Porfírio, G.E.O. 12 (COR); Beira da Estrada Parque Pantanal, 25-VII-2006 (fl.), Garcia, J.S. 16 (COR); Estrada Parque do Pantanal de Mato Grosso do Sul, 2º Ponte, sentido Corumbá-Porto da Manga, 24-V-2023 (fl.), Garcia-Silva, R. 6 (COR); próximo a fazenda, sentido Corumbá-Porto da Manga, 24-V-2023 (fl.), Garcia-Silva, R. 7 (COR); Fazenda São Bento, MS-184, 25-V-2023 (fl.), Garcia-Silva, R. 14 (COR); 30-VI-2023 (fr.), Garcia-Silva, R. 12 (COR).

Material complementar: BRASIL. MATO GROSSO, Poconé, Vazante Pirici, Fazenda Ipiranga, Estrada Transpantaneira, MT-060, km. 10, 03-VIII-1992 (fl.), Bueno, N.C. 382 (COR); MATO GROSSO DO SUL: Aquidauana, Fazenda Salina, 16-VIII-2005 (fl.), Pott. V.J. 7911 (COR). Corumbá, Pantanal da Nhecolândia, Fazenda Nhumirim, Baía do Jacaré, 10-IX-1988 (fl.), Pott, V.J. 578 (COR); Rio Verde, Estrada Forte Coimbra, próximo à Fazenda Coqueiro, 02-VI-1989 (fr.), Bueno, N.C. 17 (COR); Lagoa próxima à Base de Pesquisas/UFMS, 10-V-1993 (fl.), Resende, U.M. 819 (COR); Baía Vermelha, Rio Paraguai, 02-VI-2006 (fl.), Carvalho, F.S. 321 (COR); 02-VI-2009 (fl.), Rodrigues, L.S. 28b (COR); Corixo do Amolar ao longo do Rio Paraguai, 05-VI-2009 (fr.), Pott, V.J. 10540 (COR). Ladário, Próximo ao porto Vitória Régia; margem do rio Paraguai, 31-V-1994 (fr.), Sanchos, A.L. 21 (COR). Porto Murtinho, Corixo Crandazal, próximo ao Rio Paraguai, 8 km de Furte Olimpo (Paraguai), 11-VII-2013 (fl.), Pott, V.J. 11609 (COR); Fecho dos morros, Rio Paraguai, Pantanal, 12-VII-2012 (fl.), Barros, M.F. 38 (COR).

Utricularia foliosa distingue-se das demais espécies encontradas na Estrada Parque do Pantanal do Estado de Mato Grosso do Sul pelo tamanho da flor, sendo maior (12,1–13,9 mm compr.) e mais vistosa em relação às demais. É possível reconhecê-la sem flor pelo dimorfismo de suas folhas, que é ausente nas demais espécies.

Tem distribuição Pantropical (Taylor 1989Taylor, P. 1989. The genus Utricularia: a taxonomic monograph. HMSO, London.), ocorrendo de Norte a Sul no Brasil, em todos os biomas (Flora e Funga do Brasil 2023Flora e Funga do Brasil. 2023. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br (acesso em 10-XI-2023).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br...
). Habita em rios de águas lentas, lagos e pântanos, de pouca a grande profundidade (Taylor 1989Taylor, P. 1989. The genus Utricularia: a taxonomic monograph. HMSO, London.). A IUCN avalia o estado de conservação dessa espécie como Pouco Preocupante (Clarke 2018bClarke, C.M. 2018b. Utricularia foliosa In: The IUCN Red Listo f Threatened Species. Disponível em https://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2018-1.RLTS.T99442744A143998658.en (acesso em 27-XI-2023).
https://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2018-...
).

Na EPP, foi encontrada em meio a brejos; caixa de empréstimo, que é um termo utilizado para descrever intervenções humanas que resultam no acúmulo de água, incluindo diques, canais, poços para gado e áreas destinadas ao cultivo de arroz (Pott & Pott 2000Pott, V.J. & Pott, A. 2000. Plantas aquáticas do Pantanal. Embrapa, Brasília.); campo inundado e em lagoa temporária, crescendo em meio a U. gibba e Nymphaeaceae Salisb. Foi encontrada com flores em abril, maio, junho, julho, agosto, setembro, novembro e dezembro, período de vazante do Pantanal. Em cultivo, frutificou durante o mês de agosto.

Utricularia gibba L., Sp. Pl. 1: 18. 1753.

Figura 4 a b c

Figura 4.
Utricularia da Estrada Parque do Pantanal do Estado de Mato Grosso do Sul, Brasil. a-c Utricularia gibba L. a: Inflorescência. b: Folhas com armadilhas. c: Frutos. d-f Utricularia hydrocarpa Vahl. d: Inflorescência. e: Folhas. armadilhas e flor. f: Ambiente. (Fotografias por: a, d, e: M. A. Farinaccio. b, c, f: R. Garcia- Silva).
Figure 4:
Utricularia from Estrada Parque do Pantanal in Mato Grosso do Sul State, Brazil. a-c Utricularia gibba L. a: Inflorescence. b: Leaves with traps. c: Fruits. d-f Utricularia hydrocarpa Vahl. d: Inflorescence. e: Leaves. traps and flower. f: Environment. (Photographs by: a, d, e: M. A. Farinaccio. b, c, f: R. Garcia-Silva).

Ervas anuais ou perenes, de pequeno porte, aquáticas. Rizoides ausentes. Estolões muitos, capilares, vários cm compr., verdes, entrenós 3,7–16,7 mm, curtos. Folhas emersas ausentes. Folhas submersas modificadas alternas, pouco ramificadas, divididas em dois segmentos primários, com uma armadilha entre eles. Utrículos 0,7–1,8 x 0,4–1,3 mm, numerosos, sobre as folhas, com dois apêndices ramificados, tricomas glandulares ausentes. Racemos 3,4–15,0 cm, verdes, simples, eretos, delgados, glabros. Escama 1, 0,60–0,85 x 0,4–1,0 mm, basifixa, depresso-obovada, ápice redondo, glabra. Brácteas 0,5–1,2 x 0,5–1,2 mm, basifixas, semiamplexicaules, ovais a oblongas, ápice truncado a arredondado, glabras. Bractéolas ausentes. Flores 1-4. Pedicelos 8,5–10,6 mm, ascendentes na flor e no fruto, inseridos a uma distância de 3,3–32,0 mm entre eles, glabros. Cálice 3,5–4,8 mm compr., com lobos desiguais, convexos, lobo superior 1,9–2,8 x 1,5–2,6 mm, oval, ápice arredondado, sem margem hialina, lobo inferior 1,7–2,3 x 1,3–1,9 mm, circular a oblongo, ápice arredondado, sem margem hialina, glabro. Corola 4–12 mm compr., amarela, marrom-avermelhada no ápice da giba, adaxialmente; labelo superior 2,9–6,9 mm x 3,0–8,5 mm, largamente oval, ápice 3-lobado; labelo inferior 3,8–8,7 x 1,8–5,5 mm, oblongo a oboval, ápice redondo, pubescente, giba bilobada na base, inteiro, lobos laterais ausentes; calcar 3,0–8,5 mm, de igual tamanho ou mais longo que o labelo inferior, projetado para frente, cilíndrico, ápice agudo, estrias marrom-avermelhadas na face abaxial, tricomas glandulares ausentes. Estames 2, 0,95–1,50 mm compr., filetes encurvados. Ovário 0,76–0,85 mm diâm., globoso, estilete 0,30–0,43 mm compr., curto. Cápsula globosa 1,9–2,5 mm diâm., 2-valvar, abertura dorsiventral. Sementes 0,5–1,1 mm, lenticulares, margens inteiras, testa reticulada, marrons.

Material examinado: BRASIL. MATO GROSSO DO SUL: Corumbá, Estrada Parque do Pantanal de Mato Grosso do Sul, 27-VII-2022 (fr.), Farinaccio, M.A. 1035 (COR); 30-VII-2022 (fl.), Farinaccio, M. A. 1063 (COR); 2º ponte seguindo o sentido de Corumbá a Porto da Manga, 26-I-2023 (fl.), Garcia-Silva, R. 1 (COR); Pantanal de Miranda, 4º ponte sentido Curva do Leque, MS-184, 02-II-2023 (fl.), GarciaSilva, R. 4 (COR); 24-V-2023 (fl.), Garcia-Silva, R. 6 (COR); 24-V-2023 (fl.), Garcia-Silva, R. 7 (COR); lago temporário, 28-VI-2023 (fl.), Garcia-Silva, R. 8 (COR); 28-VI-2023 (fl.), Garcia-Silva, R. 9 (COR).

Material complementar: BRASIL. MATO GROSSO DO SUL: Campo Grande, UFMS, 07-V-2022, GarciaSilva, R. 3 (COR). Corumbá, Paraguai Mirim, 08-II-2023 (fr.), Garcia-Silva, R. 5 (COR).

Utricularia gibba distingue-se das demais espécies encontradas na Estrada Parque do Pantanal do Estado de Mato Grosso do Sul por apresentar o labelo superior da corola trilobado e mais largo em relação ao labelo inferior, característica também destacada por Taylor (1989)Taylor, P. 1989. The genus Utricularia: a taxonomic monograph. HMSO, London.. No entanto, em campo, pode ser confundida com U. breviscapa pela coloração amarela exibida por suas diminutas flores, diferenciando-se pela presença de flutuadores no escapo floral de U. breviscapa (ausentes em U. gibba) e pelo labelo inferior da flor 3-lobado em U. breviscapa versus inteiro em U. gibba.

Tem distribuição Pantropical (Taylor 1989Taylor, P. 1989. The genus Utricularia: a taxonomic monograph. HMSO, London.), ocorrendo de Norte a Sul no Brasil, em todos os biomas (Flora e Funga do Brasil 2023Flora e Funga do Brasil. 2023. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br (acesso em 10-XI-2023).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br...
). Habita em rios de águas lentas, lagos e pântanos, preferindo locais de pouca profundidade, apresentando-se, por vezes, como epífita, crescendo sobre outras macrófitas aquáticas (Taylor 1989Taylor, P. 1989. The genus Utricularia: a taxonomic monograph. HMSO, London.). A IUCN avalia o estado de conservação dessa espécie como Pouco Preocupante (Lansdown 2019Lansdown, R.V. 2019. Utricularia gibba. The IUCN Red List of Threatened Species Disponível em https://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2019-2.RLTS.T164362A65920094.en (acesso em 27-XI-2023).
https://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2019-...
).

Na EPP, foi encontrada em lagos, brejos e em baceiros (ilhas formadas por diferentes plantas aquáticas que flutuam ao longo dos rios); crescendo como epífitas sobre as raízes de Salvinia Ség., Pontederiaceae Kunth. e Alismataceae Vent. Floresce o ano todo, no entanto, notou-se um pico de floração nos meses de junho e julho, período de vazante no Pantanal, corroborando com Pott & Pott (2000)Pott, V.J. & Pott, A. 2000. Plantas aquáticas do Pantanal. Embrapa, Brasília..

Utricularia hydrocarpa Vahl, Enum. Pl. 1: 200. 1804.

Figura 4 d e f

Ervas anuais ou perenes, de pequeno porte, aquáticas. Rizoides ausentes. Estolões muitos, capilares, vários cm compr., verdes, entrenós 6,1–14,3 mm. Folhas emersas ausentes. Folhas submersas modificadas alternas, divididas em dois segmentos primários, os quais se dividem continuamente em dois segmentos, glabras. Utrículos 0,5–2,3 x 0,7–2,3 mm, numerosos, sobre as folhas, com dois apêndices ramificados em três filamentos, tricomas glandulares ausentes. Racemos 1,97–6,97 cm, róseos, simples, eretos, delgados, glabros. Escama ausente. Brácteas 1,5–2,5 x 1,0–1,5 mm, basifixas, amplexicaule, oval, ápice agudo, glabras. Bractéolas ausentes. Flores 1–6. Pedicelos 5,1–16,7 mm, ascendentes, por vezes curvos, inseridos a uma distância de 2,3–15,0 mm entre eles, glabros. Cálice 2,31–3,75 mm compr., com lobos desiguais, convexos, lobo superior 1,3–2,0 x 0,9–2,0 mm, oval, ápice agudo, sem margem hialina, lobo inferior 1,0–1,75 x 1,3–1,5 mm, largamente obovado, ápice truncado a emarginado, sem margem hialina, glabro. Corola 6,80–9,13 mm compr., rosa claro a roxo, mancha amarela e estrias marrom-avermelhadas no ápice da giba, adaxialmente; labelo superior 3,90–5,42 mm x 2,4–3,2mm, estrias roxas na face adaxial, oval, ápice truncado a emarginado, labelo inferior 4,0–6,6 mm x 4,8–10,9 mm, depresso-ovado, ápice 2-lobado, pubescente, giba bilobada na base, lobos laterais ausentes; calcar 2,5–4,1 mm, menor em relação ao labelo inferior, cilíndrico, ápice agudo, tricomas glandulares ausentes. Estames 2, 0,45–1,15 mm compr., filetes retos. Ovário 0,72–1,32 mm diâm., ovoide, estilete 0,4–1 mm compr., longo. Fruto não visto.

Material examinado: BRASIL. MATO GROSSO DO SUL: Corumbá, Fazenda São Bento, 19-V-1995 (fl.), Scremin-Dias, E. 234 (CGMS); Estrada Parque do Pantanal, Fazenda São Bento, MS-184, 25-V-2023 (fl.), Garcia-Silva, R. 15 (COR); 28-VI-2023 (fl.), Garcia-Silva, R. 11 (COR).

Material complementar: BRASIL. MATO GROSSO DO SUL: Coxim, Estrada Pantaneira, km 39, 25-II-1996, Pott, V.J. 2949 (COR).

Dentre as espécies encontradas na EPP, U. hydrocarpa é a única a apresentar corola rosa, facilitando seu reconhecimento. Sem as flores, sua parte vegetativa pode ser confundida com Utricularia poconensis Fromm, a qual, até o momento, não foi encontrada na EPP.

Utricularia hydrocarpa distribui-se pela América tropical, do México ao Paraguai (Pott & Pott 2000Pott, V.J. & Pott, A. 2000. Plantas aquáticas do Pantanal. Embrapa, Brasília.). No Brasil, ocorre na região Centro-Oeste, no Norte (Amazonas, Amapá, Pará e Roraima), no Nordeste, no Sudeste (exceto no Espírito Santo) e em Santa Catarina (Flora e Funga do Brasil 2023Flora e Funga do Brasil. 2023. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br (acesso em 10-XI-2023).
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). O estado de conservação dessa espécie é Pouco Preocupante na listagem da IUCN (Clarke 2018cClarke, C.M. 2018c. Utricularia hydrocarpa In: The IUCN Red Listo f Threatened Species. Disponível em https://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2018-1.RLTS.T107412669A144005466.en (acesso em 27-XI-2023).
https://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2018-...
).

Na EPP, foi encontrada em locais perturbados, lagos, brejos e em baceiros, crescendo juntamente com U. breviscapa e U. gibba. Foi coletada com flores em maio e junho, ampliando o seu período de floração para o Pantanal, quando comparamos com os dados apresentados por Pott & Pott (2000)Pott, V.J. & Pott, A. 2000. Plantas aquáticas do Pantanal. Embrapa, Brasília..

As informações sobre a biodiversidade de Lentibulariaceae no Pantanal estão dispersas em diferentes obras, com a compilação dessas informações, nós verificamos que a família está representada por dois gêneros e 22 espécies, conforme Tabela 1.

Tabela 1.
Listas de espécies no Pantanal dos Estados de Mato Grosso (MT) e Mato Grosso do Sul (MS), Brasil.
Table 1.
Species lists in the Pantanal States of Mato Grosso (MT) and Mato Grosso do Sul (MS), Brazil.

Na listagem da Flora e Funga do Brasil (2023)Flora e Funga do Brasil. 2023. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br (acesso em 10-XI-2023).
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, são apontadas nove espécies; em Pott & Pott (2000)Pott, V.J. & Pott, A. 2000. Plantas aquáticas do Pantanal. Embrapa, Brasília., nove espécies e, em Pott & Pott (2021)Pott, V.J & Pott, A. 2021. Aquatic plants. In: Damasceno-Junior, G.A. & Pott, A. (Eds.). Flora and vegetation of the Pantanal wetland. Springer, Berlin, pp. 229-288., 20 espécies, esses mesmos autores apresentaram, pela primeira vez, Genlisea repens, ainda não referenciada na Flora e Funga do Brasil (2023)Flora e Funga do Brasil. 2023. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br (acesso em 10-XI-2023).
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, vale ressaltar que sua ocorrência também foi confirmada neste trabalho por meio de uma única coleta, proveniente do Pantanal do Estado de Mato Grosso do Sul.

Entre as espécies listadas (tabela 1), três ocorrem somente no Pantanal do Estado de Mato Grosso (MT) e onze, somente foram registradas no Pantanal do Estado de Mato Grosso do Sul (MS). Destacamos Genlisea filiformis, Utricularia costata e U. olivacea, citadas aqui pela primeira vez, indicando três novas ocorrências para o Pantanal. O registro de U. costata foi feito na região de Coxim, no limite entre o Pantanal e o Cerrado sul-mato-grossense; G. filiformis em Rio Verde, e U. olivacea em Poconé.

De acordo com os nossos resultados, oito espécies ocorrem tanto no Pantanal de MT quanto de MS. Pott & Pott (2021)Pott, V.J & Pott, A. 2021. Aquatic plants. In: Damasceno-Junior, G.A. & Pott, A. (Eds.). Flora and vegetation of the Pantanal wetland. Springer, Berlin, pp. 229-288. citam U. nana e U. nigrescens para o Pantanal, mas não foi possível encontrar os registros de coleta dessas espécies nos bancos de dados consultados, nem nos herbários visitados.

Material testemunho das novas ocorrências no Pantanal

Genlisea filiformis A.St.-Hill., Voy. Distr. Diam. 2: 430-431. 1833.

Material citado: BRASIL. MATO GROSSO DO SUL: Rio Verde de Mato Grosso, Fazenda Paraíso, 04-XI-2012, Cabral, F.N. 633 (UEC).

Genlisea repens Benj., Fl. Bras. 10: 254. 1847.

Material citado: BRASIL. MATO GROSSO DO SUL: Corguinho, Serra de Maracaju, borda leste do Pantanal, Distrito de Taboco, Fazenda Colorado, 01-X-2013, Ferraro, A. 112 (CGMS).

Utricularia costata P. Taylor, Kew Bull. 41: 7. 1986.

Material citado: BRASIL. MATO GROSSO DO SUL: Coxim, V-1911, Hoehne, F.C. 3325 (R).

Utricularia olivacea C. Wright ex Griseb., Cat. Pl. Cub.: 161. 1866.

Material citado: BRASIL. MATO GROSSO: Poconé, Rodovia MT-370, 21 km de Poconé, 12-VI-2007, Pott, V.J. 9377 (CGMS).

Agradecimentos

O presente trabalho foi realizado com apoio da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Os autores agradecem ao MsC. Marcus Santiago Urquiza, pela sua contribuição nas expedições de coleta e pelas fotografias concedidas; ao Samuel Heimbach-Campos, pelas fotografias concedidas; ao Herbário R, pelo envio das imagens e informações da exsicata solicitada; e aos revisores do manuscrito pelas valiosas contribuições. Ranielly Garcia-Silva agradece ao PIBIC/CNPq 2021 e 2022, pelas bolsas concedidas. Maria Ana Farinaccio agradece à FUNDECT/SECTEI 26/16, Processo 59/300.097/2027, pelos recursos concedidos.

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Editado por

Editor Associado: Otávio Luiz Marques da Silva

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    02 Ago 2024
  • Data do Fascículo
    2024

Histórico

  • Recebido
    16 Dez 2023
  • Aceito
    17 Abr 2024
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