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Enquete do Jornal Vascular Brasileiro

EDITORIAL

Editor-chefe do Jornal Vascular Brasileiro

O Jornal Vascular Brasileiro vem enfrentando dificuldades de pontualidade por falta de artigos de nossos associados e por conta de alguns revisores pouco comprometidos com o mesmo. Sabemos que somente 6,3% dos 400-600 temas livres apresentados em nossos Congressos oficiais dão origem a artigos em revistas indexadas1,2. Em outras palavras, temos em nossa Sociedade a geração de muitos trabalhos, mas poucos são finalizados em termos de artigos para o J Vasc Bras, por exemplo. Revistas de Sociedades cirúrgicas similares, com 1/3 dos nossos sócios, recebem mais de 200 artigos por ano, enquanto que a nossa não passa de 100. Isto cria uma dificuldade operacional imensa para nossa revista. Por conta disso, as solicitações de indexação no Medline e ISI ficam comprometidas e atravancam o crescimento da mesma. Através desta breve enquete, o editor-chefe do J Vasc Bras e a Diretoria de Publicações da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV) receberam de associados sugestões para solução destes problemas apontados e contribuições para a melhora do mesmo. Agradecemos antecipadamente a contribuição de cada associado e, conforme prometido, publicamos neste editorial os resultados desta pesquisa.

Métodos

Desde outubro de 2010, foi colocado on-line na página do J Vasc Bras e da SBACV um questionário com várias perguntas pertinentes às dificuldades dos sócios para escreverem artigos para ao jornal e secundariamente sobre a importância do jornal para cada um, sua apresentação, bem como a possibilidade de participarem mais ativamente das edições. Os dados foram compilados em planilha Excel e os cálculos de frequências feitos em programa de computador Epi-Info.

Resultados

Dentre 2.950 sócios da SBACV, 537 responderam esta enquete (18,2%) entre outubro de 2010 e junho de 2011. As frequências das respostas são apresentadas a seguir.

1. Categoria dos sócios:

Responderam sócios aspirantes (26,9%), efetivos (51,9%), e titulares (18,4%). Somente 17,1% não tinha nenhum título de especialista. Perto de 35% tinha título universitário (pós-graduação senso estrito) e 30% gostaria de ser revisor do jornal.

2. Leitores do JVB e orientação de conduta:

Leem o J Vasc Bras rotineiramente 82,7% dos sócios e 55,5% acreditam que os artigos orientam suas condutas e 38,6%, às vezes.

3. Apresentação do J Vasc Bras:

Cerca de metade dos sócios que responderam querem o jornal em inglês e outra metade em português. A nova capa agradou 79,5% e 67,3% opinaram que o nome do jornal não deveria ser mudado. Cerca de 70% deu nota entre 7 e 10 para o J Vasc Bras.

4. Apresentação de temas livres e publicações:

Apresentaram temas livres em congressos 82,4% dos sócios e 62,6% nunca publicou nada em revistas.

5. Motivos de pouca publicação:

Os motivos mais frequentes para não publicar foram: falta de tempo (22,5%), falta de assessoria de redação e estatística (11,0%), falta de experiência (7,6%), falta de incentivo (2,2%), processo editorial do J Vasc Bras demorado (2,2%) e falta de acesso às referencias (2,0 %).

Conclusões

Cerca de 50% dos que responderam alegaram algum tipo de motivo para não publicar sua produção científica. Para que este quadro fosse revertido, várias sugestões foram levantadas. As sugestões para publicações no J Vasc Bras foram: contratação de assessoria de redação e estatística; prêmios; descontos e pontos para os que publicam no jornal; acesso ao portal da Capes; temas correlatos nos congressos nacionais com texto integral; obrigatoriedade de publicação para revisores, comissão científica, e residências credenciadas; renovação do corpo editorial; e valorização e pontuação para título de especialista para autores do J Vasc Bras. A falta de tempo constituiu-se em fator importante (22,5%), mas devemos considerar que outras sociedades científicas cirúrgicas nacionais recebem mais de 200 artigos por ano com muito menos sócios. De qualquer forma a alegação é válida e constitui-se empecilho importante para termos mais artigos submetidos. Porém, haveria espaço para aumentar nossa produção atendendo a uma série de sugestões pertinentes levantadas pelos sócios. Como algumas envolvem investimentos da SBACV, caberia à Diretoria da SBACV averiguar a possibilidade de atendimento. Por outro lado, concordamos que pelo menos os membros de Comitês Científicos da SBACV e os revisores da revista deveriam dar o exemplo e manter o nível mínimo de publicações anuais no J Vasc Bras. Cabe também enfatizar que seria estimulante para os sócios que publicações no nosso jornal pudessem ser mais valorizadas em termos curriculares, para efeito de progressão na titulação dentro da SBACV e para revalidação do título de especialista. Residências médicas credenciadas pela SBACV deveriam também manter um fluxo contínuo de publicações para revalidação do credenciamento.

A enquete permanecerá aberta para os sócios e havendo aporte significativo de novas opiniões, os resultados serão publicados.

  • 1. Yoshida, WB. Temas livres versus publicação. J Vasc Bras. 2005; 4(4):319-320.
  • 2. Yoshida, WB, Holmo NF, Corregliano GT, Baldon KM, Souza e Silva N. Publicações indexadas geradas a partir de resumos de congressos de angiologia e cirurgia vascular no Brasil. J Vasc Bras. 2008;7(4):293-297.
  • Enquete do Jornal Vascular Brasileiro

    Winston Bonetti Yoshida
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      13 Abr 2012
    • Data do Fascículo
      Set 2011
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