Open-access ANÁLISIS DE LA PRODUCCIÓN DE CONOCIMIENTO REFERENTE A LA EDUCACIÓN FÍSICA EN EL ÁMBITO DE LA EDUCACIÓN INFANTIL

mov Movimento Movimento 0104-754X 1982-8918 Universidade Federal do Rio Grande do Sul Resumen La Educación Infantil, primera etapa de la Educación Básica, ha pasado por diversos cambios en las últimas décadas. Impulsadas por la sociedad, leyes educativas han sido modificadas, lo que ha tenido reflejo directo sobre la Educación Física, que ahora debe atender también a la Educación Infantil. En este marco, este estudio tiene el objetivo de analizar la producción académica sobre la Educación Física en la Educación Infantil en los programas de posgrado en Educación Física y Educación disponibles online, en el catálogo de Tesis y Tesinas de la CAPES. Como recurso metodológico se adoptó la revisión integrativa. Los resultados mostraron un incremento de total de tesinas y de tesis referentes a la Educación Física en la Educación Infantil, tanto en los programas de Educación Física como en los de Educación. Los temas abordados incluyen las prácticas pedagógicas, la inserción y valorización del componente, la formación y trayectoria de vida, los currículos y leyes específicas, además de las dificultades enfrentadas para actuar en la Educación Infantil. 1 INTRODUÇÃO A Educação Infantil (EI), primeira etapa da Educação Básica, passou por diversas mudanças nas últimas décadas. A urbanização e principalmente a participação das mulheres no mercado de trabalho forçaram alterações em leis e fizeram com que os governos voltassem seus olhares para atender as crianças de 0 a 3 anos nas creches e de 4 a 5 anos nas pré-escolas (BRASIL, 1996, 1998; SAYÃO, 1996). Dentre as legislações, a Lei 9394/96, que dispõe sobre as Diretrizes e Base da Educação (LDB), trouxe uma importante modificação para a Educação Física (EF), que deixou de ser uma atividade para se tornar um componente curricular obrigatório na Educação Básica, composta pela Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, além de integrar o projeto político pedagógico da unidade escolar (BRASIL, 1996). Porém, tais avanços também trouxeram um problema para os(as) professores(as) do componente curricular, pois agora, com base em lei, eles(as) devem atender a EI. Historicamente, a formação inicial em EF não tem dado conta de forma profissional para atender as crianças pequenas, já que os conteúdos, os tempos e os espaços, muitas vezes, fogem da lógica de atendimento das demais etapas da Educação Básica (SAYÃO, 1999, 2002; GOMES, 2012). Elucidando esta reflexão, Oliveira (2005) enfatiza que nas primeiras décadas do século XX a EF deveria auxiliar no desenvolvimento dos aspectos cognitivos das crianças. Na década de 1930 a formação higiênica foi a contribuição da EF e a partir de 1970 a psicomotricidade se torna o recurso pedagógico para dar conta da EI, principalmente com o discurso do desenvolvimento motor e da aprendizagem motora. Assim, mesmo se tratando de décadas anteriores, podemos perceber, ainda hoje, a presença de tais aspectos como possibilidade em algumas práticas pedagógicas da EF na EI (ARANDA, 2018). Na realidade brasileira, os currículos para a EI têm flutuado entre uma pedagogia espontaneísta, que considera a criança no foco do processo e elas brincam livremente, colocando os(as) professores(as) como meros observadores(as), e uma pedagogia próxima da estrutura disciplinar, que prepara as crianças para o primeiro ano do fundamental. Neste segundo modelo, recai a ideia de fragmentação do conhecimento, colocando cada área em uma caixa que vai atender a um momento durante a rotina das crianças da EI. É exatamente neste ponto que a questão da disciplinarização da EI pode sofrer críticas. Tal realidade deve ser observada levando em consideração as demandas mercadológicas impostas pelo sistema econômico, pois a EI, principalmente a partir da década de 1970, foi inundada por diversas especificidades como balé, artes marciais, inglês, entre outras, principalmente no contexto das escolas particulares, forçando mudanças nos currículos (SAYÃO, 1999). Sayão (1999, p. 226) ressalta ainda que “[…] apesar da precária formação dos cursos de licenciatura quanto ao trabalho com crianças pequenas e, em face do novo mercado de trabalho emergente, os/as docentes aprendiam sobre o fazer pedagógico por intermédio de suas próprias práticas”. Ou seja, os(as) professores(as) de EF têm aprendido a atuar na EI no dia a dia da prática pedagógica. Outro desafio está em entender as crianças da EI como seres sociais e históricos, que sentem, pensam e aprendem com o mundo de uma forma muito própria. Estão a todo o momento influenciando e sendo influenciadas pelas interações sociais, culturais e principalmente pelo seio familiar (BRASIL, 1998). Nesse contexto, Sayão (2002) salienta ainda que: Cabe, portanto, aos/as profissionais elaborarem pressupostos teórico-metodológicos que dêem conta de garantir o trabalho pedagógico da Educação Física à luz da Pedagogia da Educação Infantil. Neste caso, é preciso superar a concepção disciplinar de Educação Física fortemente enraizada na formação docente e partir para a ideia de complementaridade de ações pedagógicas que englobam diferentes profissionais, de diferentes áreas de formação que pensam, planejam e desenvolvem planos de trabalho tendo as crianças como centro irradiador das interações e não, o conhecimento determinado a priori pelos adultos (SAYÃO, 2002, p. 2). Martins (2018) traz uma reflexão muito importante com base na análise de três documentos oficiais que balizam as ações pedagógicas que são: Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil - RCNEI (BRASIL, 1998), as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil - DCNEI (BRASIL, 2013) e a Base Nacional Comum Curricular - BNCC (BRASIL, 2018). Esses documentos apontam que a EI não deve ser organizada pela lógica disciplinar e suscitam a ideia do trabalho entrelaçado entre áreas, enaltecendo o processo histórico e social construído pelas crianças. Contudo, temos a percepção de que não é só por imperativo legal que se vai garantir a inserção da EF automaticamente na EI, como ressalta Martins (2018). Nesse contexto, engendram tensões, dissensões e disputas com relação à efetiva constituição da EF como um componente curricular obrigatório nessa etapa da escolarização. Diante desse breve panorama, que coloca para a EF grandes desafios, principalmente para a prática pedagógica na EI, impulsionados pelas intensas modificações legais e da própria sociedade, surge a problemática deste estudo: será que os programas de mestrado e doutorado da EF e de Educação têm olhado para esse nível de ensino da Educação Básica? Picelli (2002), em sua dissertação de mestrado, buscou investigar, por meio de um estudo de revisão bibliográfica em programas de pós-graduação stricto sensu em EF, se a temática da EI vinha sendo objeto de pesquisa, adotando como recorte temporal os estudos do período de 1979 a 2000. Em tal pesquisa a autora identificou 28 dissertações e três teses que envolviam a temática da EI, em um universo de 1088 dissertações e 100 teses, mostrando a baixa produção de conhecimento que envolvia essa área de conhecimento. O predomínio das temáticas desses estudos habitava a área pedagógica, psicológica e sócio-histórico-filosófica. Sayão (1999) já afirmava que os estudos sobre a EF na EI eram recentes e ressalta a importância de se estudar a EF no âmbito da EI para avançar na sua constituição como campo de conhecimento e evidenciar aspectos do dia a dia das creches e pré-escolas. Mais recentemente, Gomes (2012), em sua tese que versou sobre a formação de professores voltada à EI, corrobora os estudos anteriores, reforçando a carência de pesquisas e a falta de interesse da comunidade acadêmica em estudar a EF na EI, salienta a escassez de estudos que contribuam com a área e que fujam dos mesmos pressupostos que colocam as dificuldades encontradas para atuar na EI nas formações iniciais para professores(as). Tais dados também vão ao encontro do estudo de Silva (2009). Com isso, o presente estudo tem o objetivo de analisar a produção sobre a EF na EI nos programas de pós-graduação em EF e Educação disponibilizados online no Catálogo de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). 2 METODOLOGIA Esta pesquisa constitui-se de uma revisão integrativa que, de acordo com Garzon, Silva e Marques (2018), objetiva sintetizar os conhecimentos disponíveis de certa temática. Os autores atribuem as seguintes etapas para a realização de uma revisão integrativa: a elaboração da questão norteadora e do objetivo da pesquisa; a elaboração dos critérios de inclusão e exclusão dos estudos; busca e seleção dos estudos nas bases de dados; a análise sistemática dos dados; e a discussão e interpretação dos resultados de forma sintética. Assim, a partir do questionamento sobre o que vem sendo produzido sobre a EF na EI, ampliamos nossa busca considerando ser importante analisar tanto os estudos da área de EF como também da Educação, uma vez que sabemos que diversos(as) pesquisadores(as) da EF têm migrado para programas de Educação. Tal afirmação vem ao encontro da recente Carta de Porto Alegre (2018) publicada pelo Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte (CBCE) colocando como principal motivo dessas saídas os critérios de avaliação da área 21: “Não sem motivos, um número expressivo de bons pesquisadores da Educação Física busca melhores condições de desenvolver seus trabalhos fora da sua área” (CARTA DE PORTO ALEGRE, 2018, p. 1). Optamos pelo Catálogo de Teses e Dissertações da Capes por ser o lugar para onde todos os programas do país devem enviar suas publicações. E ainda, como ressalta Silva (2009, p. 30), “o banco de Teses da Capes constitui-se como um meio relevante da pesquisa da produção científica brasileira”. O catálogo passou por uma atualização em julho de 2002, e a base contém estudos defendidos desde 1987. Para a seleção dos termos para a consulta utilizamos a ferramenta Thesaurus da base Education Resources Information Center (ERIC), onde estabelecemos os termos e os boleanos “Educação Física” AND “Educação Infantil”. Referente aos filtros do catálogo Capes, situamos que os termos poderiam aparecer em qualquer parte do estudo, não colocamos restrição de anos e os demais filtros foram ajustados para buscar todos os trabalhos das áreas de EF e Educação. A busca foi realizada por dois pesquisadores, chegando ao total de 224 estudos. Após a atualização da plataforma Capes, percebemos que só estão disponíveis online as teses e dissertações a partir de 2013, fato que nos fez buscar os estudos em outros três sites: Portal Domínio Público - Biblioteca digital desenvolvida em software livre1; Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD)2; e o Centro Esportivo Virtual3. Esses locais foram fonte somente para adquirir os arquivos dos estudos para início das análises. Ainda, quando não encontrados os estudos nessas bases, recorremos à plataforma Lattes para envio de e-mail aos autores. A busca e análises foram realizadas de 1º setembro ao dia 5 de dezembro de 2018. Como critério de inclusão, consideramos todas as produções que problematizavam, de algum modo, a EF na EI. Foram excluídos todos os trabalhos que tratavam somente de outro nível da Educação Básica. Para a análise, assim como realizado por Picelli (2002), fizemos uma leitura parcial das dissertações e teses, avaliamos títulos, resumos, objetivos, métodos e conclusões, com o intuito de analisar os seguintes itens: a distribuição dos estudos entre mestrados e doutorados; as universidades que se destacam nos estudos referentes à EF na EI; a distribuição dos estudos por programa; as temáticas que os(as) pesquisadores(as) vêm desenvolvendo quando o assunto é EF na EI; os tipos de estudo, os métodos e os instrumentos utilizados; e a distribuição na escala temporal dessas pesquisas. Pudemos, assim, mapear o que vem sendo discutido nas teses e dissertações que envolvem a EF na EI. Para a categorização das temáticas, dos tipos de estudos, dos métodos e dos instrumentos de pesquisa, nos pautamos em Bardin (2011), cujas orientações sugerem que a classificação em categorias permite agrupar elementos que têm aspectos em comum. 3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS A partir da década de 1970, com a abertura política no país, pesquisas em Educação nos cursos de pós-graduação ganham campo, favorecendo o surgimento de novos temas, métodos e análises para a produção de pesquisa. Inicia-se também um movimento de estudos preocupados com o cotidiano escolar e com a realidade da sala de aula (SILVA, 2009). De acordo com Martins et al. (2018b), os estudos que se relacionam a EF e a EI ganham terreno principalmente pela exigência de duas leis, a LDB e a lei de Piso Salarial do Magistério (Lei nº 11.733/2008), favorecendo a inserção de professores(as) de outras áreas de conhecimento como Artes e EF na EI. Gráfico 1 Distribuição geral dos resultados. Fonte: Os autores e autoras Encontramos 224 estudos, dos quais 200 (89,29%) representaram os mestrados em EF e Educação e 24 (10,71%) de doutorados. Retratar a produção de conhecimento que versa sobre EF na EI também foi alvo de algumas pesquisas, como as de Picelli (2002) e Martins (2015), porém, cada uma delas com seu foco. Por exemplo, Martins (2015) fez um levantamento do que vem sendo produzido com relação ao PIBID para a EF na EI. O autor destacou que quando o assunto é EF na EI o número de estudos é sensivelmente baixo, e quando trata da EI os trabalhos não são exclusivamente desse nível de ensino. Assim como apontado por Picelli (2002), a baixa produção de conhecimento sobre EF na EI também foi diagnosticada em seu estudo. Contudo, existe aparentemente um aumento no número de estudos nos programas de pós-graduação stricto sensu, tanto da EF, quando comparado ao estudo de Picelli (2002), que encontrou 31 pesquisas. Como também nos programas de Educação, que vêm se dedicando a estudar a EI. Quando comparamos os números desses estudos com os resultados da nossa pesquisa, percebemos determinado avanço no que se refere ao tema investigado. Gráfico 2 Distribuição dos estudos que tratam da EF na EI. Fonte: Os autores e autoras O Gráfico 2 representa a distribuição dos estudos após aplicação dos critérios de inclusão, ou seja, todos aqueles trabalhos que discutiram a EF na EI. Dos 224 estudos, 147 (65,6%) atenderam aos critérios de inclusão. Foram considerados excluídos 46 (20,5%) estudos que não tinham relação com a EI e 31 (13,8%) que não estavam disponíveis de forma online. A partir de então, as discussões que seguirão estão tomando como base os 147 estudos que trataram da EF na EI em diversos âmbitos desse nível da Educação Básica. Com base no Gráfico 3, fica evidente que, após a alteração da LDB, os estudos tiveram um aumento considerável, sendo notório que após dez anos dessa lei, exatamente em 2005 e 2006 os trabalhos começaram a crescer, atingindo seu pico em 2015, com 17 estudos. Mesmo com todas as dificuldades já apontadas neste trabalho, percebemos que a área de EF tem conquistado espaço na EI e em suas pesquisas. Gráfico 3 Distribuição na escala temporal. Fonte: Os autores e autoras Fazendo uma relação entre os gráficos 3 e 4, podemos inferir que o aumento no número de dissertações e teses que versam sobre a EF na EI tem uma íntima relação com as publicações das universidades, principalmente pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), que lidera essa lista com o maior número de trabalhos. Assis (2015), em sua dissertação, revela que a Ufes, por meio do seu Programa de Pós-Graduação em EF, tem se destacado pelo fato da Universidade estabelecer diálogo com diversas Secretarias de Educação dos municípios do Espírito Santo, potencializando uma rede de formações, fóruns e congressos. Essa proximidade possibilita o acesso nas instituições de Educação e acaba favorecendo que os pesquisadores, muitas vezes, tenham o ambiente educacional como locus de trabalho e investigação das ações e práticas pedagógicas na EI, principalmente por via do Núcleo de Aprendizagem com as Infâncias e seus Fazeres (NAIF) que produz e tem um grande acervo teórico sobre a EI (MARTINS, 2018). Ressalta-se ainda o fato de Vitória/ES contar professores e professoras de EF desde 1992 atuando na EI (VITÓRIA, 2006), indicando que sua trajetória potencializa um território investigativo importante para a produção acadêmica sobre essa temática. O Gráfico 4 representa a distribuição de número de estudos das 12 principais universidades que têm discutido a EF na EI. Ressaltamos que foram encontradas na busca 61 universidades, sendo que 46 trataram especificamente por meio de seus pesquisadores das discussões sobre esse tema. Como destaque, podemos verificar que a Universidade Federal do Espírito Santo, a Universidade Federal de Santa Catarina, a Universidade Estadual de Campinas e a Universidade Metodista de Piracicaba têm se dedicado aos estudos sobre a EI. Gráfico 4 Número de estudos sobre a EF na EI nas principais universidades. Fonte: Os autores e autoras. Podemos associar a presença da Universidade Federal de Santa Catarina no segundo lugar em número de estudos que se dedicam à EF na EI pelo fato de possuir tanto um Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Infância, Educação e Escola (GEPIEE), como uma linha de Pesquisa em Educação e Infância em seu programa de Educação, criado em 2001 (SILVA, 2009). Além disso, a Rede Pública Municipal de Florianópolis desde 1982 tem o profissional de EF atuando em creches e Núcleos de Educação Infantil (NEIs), e ainda, o Grupo de Estudos Independente da EF na EI (GEIEFEI) administrado pelos próprios profissionais da Rede (GASPAR; RICHTE; VAZ, 2015). Quadro 1 Distribuição dos estudos por programa. Mestrados nº % Mestrado em Educação Física 77 52,38 Mestrado em Educação 43 29,25 Mestrado em Ciências do Movimento Humano 8 5,442 Mestrado Profissional em Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Regional 1 0,680 Mestrado em Formação Docente Interdisciplinar Instiuição de Ensino 1 0,680 Mestrado Profissional em Docência para o Ensino Básico 1 0,680 Doutorados nº % Doutorado em Educação 12 8,163 Doutorado em Educação Física 2 1,361 Doutorado em Ciências da Motricidade 1 0,680 Doutorado em Ciências do Movimento Humano 1 0,680 Fonte: Os autores e autoras. Quanto à distribuição dos estudos por programa, o Quadro 1 demonstra que as pesquisas no âmbito da EI nos programas de mestrado em EF produziram 77 estudos, uma vez que Picelli (2002) encontrou 28 dissertações em seu levantamento, mesmo seu foco estando nos programas de EF. Assim, nossa análise demonstra um aumento de mais de 50% de estudos da EF na EI, fato que pode estar associado às mudanças na LDB (BRASIL, 1996), estabelecendo a obrigatoriedade do componente curricular nessa etapa da escolarização. Ressaltamos ainda que os estudos nos programas de Educação sobre a EF na EI têm sido significativos, sendo 43 em programas de mestrado e 12 em doutorados, inclusive superando os programas de doutorado em EF. Aqui encontramos outro dado positivo que representa o crescimento de pesquisas da EF na EI, ou seja, são 16 doutorados que efetivamente trataram do componente em suas discussões acadêmicas. Existem diferenças do nosso estudo para o levantamento realizado por Picelli (2002), já que os dados da autora foram obtidos com base em dez universidades que tinham programas de mestrado e doutorado recomendados pela Capes no final do ano 2000; junto às secretarias dos programas e também pela busca na antiga base NUTESES/UFU, sendo específico na área de EF; além, de não ter realizado a busca por palavras-chave, e sim por temática voltada para a EI. 3.1 TEMAS DOS ESTUDOS SOBRE EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL Ao analisar os dados coletados, criamos quatro categorias que refletem as temáticas que estão sendo estudadas sobre a EF na EI, sendo elas: Práticas Pedagógicas; Formação e Trajetória de Vida; Processo de inserção e valorização da EF na EI; Currículo, Propostas Pedagógicas e Legislação, expostas no Quadro 2 abaixo. Quadro 2 Distribuição das Dissertações e Teses por categoria de análise. Categorias nº % Temáticas dos estudos Práticas Pedagógicas 84 57,14 Manifestações da cultura corporal (capoeira, jogos, brincadeiras, danças, atividades rítmidas, circo e ginásticas); Educação Física na perspectivada cultura; Teorias Críticas; Brinquedoteca; Construção de brinquedos; Ludicidade; Desenvolvimento motor e psicomotor; Desenvolvimento afetivo; Nível de aptidão física; Obesidade; Gênero; Cultura negra; Lazer; Conhecimento do corpo; Inclusão de alunos com deficiência; Interdisciplinaridade; Práticas avaliativas; Indústria cultural; Materiais didáticos; Transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental; Auto-eficácia; Ambiente de aprendizagem; Professores iniciantes; Análise da prática pedagógica; Reflexão sobre a prática. Professo de inserção e valorização da EF na EI 27 18,37 A inserção da Educação Física na Educação Infantil; Produção sobre Educação Física na Educação Ambiental; A importância do professor de Educação Física na Educação Infantil; Discussão sobre corpo e Gênero; Processo histórico; Fundamentos do brincar; Cultura Corporal e suas Manifestações; Representação do professor de Educação Física; Contribuições da abordagem Crítico-Superadora; Saberes docentes iniciantes; Dificuldades para atuar na Educação Infantil; Preocupações dos Professores. Formação e trajetória de vida 23 15,65 Identidade docente; Formação (Inicial e Continuada); PIBID e Educação infantil; Perfil; Trajetória de Vida; A criatividade do professor de Educação Física; O movimento e linguagem corporal; Concepções do movimento do corpo. Currículo, Propostas Pedagógicas e Legislação 13 8,84 Propostas pedagógicas; Análise de propostas; Currículo da Educação Infantil; Documentos oficiais; Desafios curriculares; Aspectos da educação do corpo no currículo de formação inicial; Currículo transdisciplinar; Currículo multicultural crítico; Concepções de infância no currículo. Fonte: Os autores e autoras. Na categoria Prática pedagógica reunimos os estudos que tratavam diretamente de intervenções em aulas de EF, sejam de qualquer perspectiva pedagógica adotada. O que pudemos notar é que os estudos que versam aspectos do desenvolvimento motor, aprendizagem motora, testes de aptidão física, nível de atividade física, análise psicomotora e validação de testes têm ocupado um número significativo de dissertações e teses. Esse achado já foi encontrado no levantamento de Picelli (2002) e é reforçado no trabalho de Assis (2015), nos quais as atuações da EF na EI têm um predomínio voltado para as perspectivas psicomotoras, baseados no desenvolvimento adequado por faixas etárias das crianças, e muitas vezes vêm relacionadas à alfabetização. Nesse tipo de perspectiva, o entendimento de sujeito que se constitui como ser social, histórico e cultural é desconsiderado (ASSIS, 2015). Martins et al. (2018b) salientam que as práticas docentes da EF na EI têm ganhado seu espaço pelo Brasil, porém, ainda pautadas em propostas que muitas vezes têm desconsiderado a especificidade da EI. Mello et al. (2016), em estudo documental-bibliográfico utilizando as fontes Base Nacional Comum Curricular (BNCC), Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) e Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI), concluíram que tais documentos apresentam mudanças paradigmáticas, sendo que o RCNEI apresenta ancoragem na psicologia do desenvolvimento com origem nos autores Jean Piaget, Lev Vygotsky e Henri Wallon e, nessa lógica, a preocupação está centrada nas questões internas das crianças, mesmo que exista uma influência social. E as DCNEI e a BNCC se fundamentam na sociologia da infância, principalmente baseadas nos autores Manuel Jacinto Sarmento, Régine Sirota e William Alberto Corsaro, que concebem as crianças como atores sociais que têm suas potencialidades criativas, rompendo com visão “adultocêntrica”. Por outro lado, identificamos que pesquisadores(as) têm superado as temáticas tradicionais e vêm trazendo para o debate acadêmico temas como a capoeira, a coeducação e o gênero, práticas dialógicas/críticas, as possibilidades dos textos televisivos, a EF e a educação ambiental, a cultura de colaboração interdisciplinar, ou seja, mostrando sinais de mudanças. Na categoria Processo de inserção e valorização da EF na EI agrupamos os trabalhos que tratavam da inserção e da valorização da área e do profissional de EF na EI. Diante das dezenas de trabalhos que encontramos, destacamos a pesquisa da autora Gonzaga (2011), que verificou, diante do processo de inserção da EF na EI, que somente nos últimos 20 anos as pesquisas que se interessam por essa temática tiveram aumento, motivadas pelas áreas de História, Antropologia e Ciências Sociais. A autora salienta que a educação corporal sempre esteve presente na EI e que a inserção do(a) professor(a) de EF trouxe avanços para a área no sentido de entender como os profissionais podem atuar. Gonzaga (2011) desenvolveu seu estudo na rede Municipal de Goiânia, e, em resposta, essa rede de ensino revelou que a inserção da EF nesse nível da Educação Básica ocasionou fragmentação das ações pedagógicas, atribuindo essa dificuldade à falta de formação específica desse(a) profissional para atuar com a EI. Tal fato pode estar atrelado ao que a autora Sayão (1999) já ressaltou em seu trabalho, que mesmo diante de uma formação inicial insuficiente para atuar na EI, os(as) professores(as) têm aprendido, na prática, a lidar no contexto da EI. Quaranta (2015) apontou que os(as) docentes participantes da sua pesquisa indicaram que não foram preparados(as) na formação inicial para atuar na EI, que sua formação continuada não deu conta de tratar de temas específicos da EI, que suas condições de trabalho para atuar não são favoráveis. Em contrapartida, Rodrigues (2015) retrata o crescimento da atuação do(a) professor(a) de EF na EI no estado do Espírito Santo, principalmente nos municípios que possuem instituições de Ensino Superior, ocasionando uma maior oferta de formação inicial e de pesquisas sobre a EF na EI. O(a) professor(a) de EF deve lutar por uma educação de qualidade voltada para as crianças da EI, não abrindo mão de seus conhecimentos, de sua ação pedagógica, e superar seu isolamento pedagógico nas instituições educacionais, perseguindo uma articulação didática que leve em consideração as necessidades das crianças, o seu direito de brincar. Nessa direção, o jogo, o brincar, o movimento e a interação ganham status de ação pedagógica (RODRIGUES, 2015). Os 27 estudos encontrados, representando 18,37% do total de dissertações e teses, podem apontar caminhos que auxiliem tanto as licenciaturas em EF como também os(as) professores(as) que estão nas realidades escolares pelo país com dificuldade de entender o que de fato devem promover na EI. Na categoria Formação e trajetória de vida, reunimos os estudos que apresentavam relação com a formação inicial, continuada e PIBID. É possível perceber que os cursos de formação inicial têm encontrado muita dificuldade para lidar com esse nível da Educação Básica. Sayão (1999), Ayoub (2001) e Martins et al. (2018a) têm apontado que as instituições não têm se preocupado em discutir com os(as) futuros(as) docentes a EI de forma mais ampla, com suas possíveis dificuldades, ressaltando que diversos currículos de formação inicial não têm se alinhado a recentes documentos que balizam a EI como as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Básica (DCNEB) (BRASIL, 2013) e a Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2018), limitando-se a oferecer somente um rol de atividades para serem reproduzidas quando esses(as) professores(as) forem efetivamente lecionar. A categoria Currículo, Propostas Pedagógicas e Legislação reuniu 13 pesquisas, representando 8,84% dos estudados analisados. Os pesquisadores e pesquisadoras se dedicaram a realizar análises específicas de currículos, propostas pedagógicas e de legislações. No estudo de Pinto (2001) o objetivo esteve pautado em analisar as propostas da EF para EI. Abrão (2011) se dedicou a compreender políticas públicas para o ensino de nove anos, focalizando a EI. Guimarães (2018) investigou, por meio de práticas pedagógicas, as tensões, desafios, aproximações e distanciamentos que a dinâmica curricular impõe à EF em uma instituição de EI. Portanto, em nossa análise, nos atentamos ao fato de que existem muitos trabalhos trazendo discussões que envolvem as manifestações da cultura corporal. Apresentamos no Quadro 3 algumas pesquisas que consideramos fruto desse movimento de ampliação das discussões da EF na EI. Quadro 3 Estudos que têm ampliado as discussões da EF na EI. Categoria Autor (ano) Títulos dos trabalhos Discussões que envolveram o trabalho pedagógico inter e multidisciplinar SAYÃO, Deborah Thomé (1996) Educação Física na pré-escola: da especialização disciplinar à possibilidade de trabalho pedagógico integrado Discussões que envolveram as atividades rítmicas e danças BRAIT, Lilian Ferreira Rodrigues (2006) Atividades rítmicas e linguagem corporal na educação infantil LIMA, Elaine Cristina Pereira (2009) Que dança faz dançar a criança? Investigando as possibilidades da dança-improvisação na educação infantil Discussões que envolvem a questão de Gênero MARIANO, Marina (2010) A educalção física na educação infantil e as relações de gêneros: educando crianas ou meninos e meninas SANTOS, Narciso Mauricio dos (2010) Educação física escolar e as práticas educativas: estereótipos masculinos/femininos TOMAZELLI, Lorrene Pontes (2013) Coeducação e gênero: relações por meio das brincadeiras e do lúdico MARTINS, Marcelo Salvador (2014) As relações de gênero entre crianças nas brincadeiras Discussões sobre o se-movimentar SOUZA, Cicera Andreia de (2015) O “brincar e se-movimentar” como expressão fundamental para a curiosidade da criança SILVA, Eliane Gomes da (2007) Educação (física) infantil: se-movimentar e significação STAVISKI, Gilmar (2010) Sem tempo de ser criança: reflexões sobre o tempo no brincar e se-movimentar de crianças Discussões sobre Emancipação, Perspectiva cultural, Multiculturalismo crítico e Currículo Transdisciplinar MACEDO, Elina Elias de (2010) Educação física na perspectiva cultural: análise de uma experiência na creche CASELLI, Alvaro José (2012) A educação física articulada ao currículo transdisciplinar SOUZA, Marília Menezes Nascimento (2012) “Minha história conto eu”: multiculturalismo crítico e cultura corporal no currículo da educação infantil SANTOS, Luciana Mara Espíndola (2008) Educação física: perspectivas teórico-metodológicas para a educação emancipatória na primeira infância SOARES, Daniela Bento (2015) O diálogo na educação infantil: o movimento, a interdisciplinaridade e a educação física SCOTTA, Bianca Andreatta (2018) A valorização das produções culturais das crianças nas mediações pedagógicas do professor de educação física na educação infantil TEIXEIRA, David Romão (2018) A educação física na pré-escola: contribuições da abordagem crítico-superadora Discussões que envolveram as questões circenses SILVA, Daiane Oliveira Pereira (2015) Desenvolvendo um cenário imaginativo circense pelo brincaresemovimentar da criança Discussões que envolveram as questsões da capoeira SILVA, Lucas Contador Dourado da (2013) Proposta pedagógica da capoeira na educação infantil Discussões que envolveram o brincar BURCKRDT, Eduarda Virginia (2017) O brincar e a indústria cultural: é possível salvar a criança? BARBOSA, Raquel Firmino Magalhães (2018) Hibridismo brincante: um estudo sobre as brincadeiras lúdico-agressivas na educação infantil Discussões que envolveram o jogo SANTANA, Geisa Mara Laguna (2008) Oficinas do jogo: o desenvolvimento da imaginação na educação física da educação infantil ARAÚJO, Kelly Cristina Alves de (2018) Jogos tradicionais e percepção ecológica das cores nas aulas de educação física BERNARDI, Veridiana Desordi (2017) Jogos tradicionais nas aulas de educação física infantil: possibilidades pedagógicas Discussões que envolveram as crianças com deficiência CARVALHO, Alexandre Freitas de (2015) Professores do ensino infantil, práticas corporais e a inclusão de crianças com necessidades especiais em um Município do Estado de Tocantins Fonte: Os autores e autoras 3.2 MÉTODOS DE PESQUISA UTILIZADOS NOS ESTUDOS SOBRE EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL Ao analisar os métodos das dissertações e teses identificamos que 124 (84%) representam estudos qualitativos, 19 (13%) são estudos quantitativos e quatro (3%) são quali/quanti. Utilizamos como referência para classificar as perspectivas metodológicas das dissertações e teses o trabalho de Gamboa (2014). O autor faz uma divisão dos estudos em três tipos: fenomenológico-hermenêuticas, empírico-analíticas e crítico-dialéticas. Gráfico 5 Classificação dos métodos dos estudos com Base em Gamboa (2014). Fonte: Os autores e autoras O Gráfico 5 mostra um predomínio da abordagem fenomenológico-hermenêutica com 57 (38,78%) trabalhos e equilíbrio no uso da perspectiva crítico-dialéticas com 34 (23,13%) e empírico-analíticas com 32 (21,77%). Uma vez que Gamboa não faz uma classificação documental-bibliográfica para os estudos, consideramos importante expor que existe uma quantidade considerável de dissertações e teses que utilizam esse viés metodológico, sendo 24 (16,33%) pesquisas. Ou seja, as metodologias têm sido utilizadas de forma bem variadas pelos(as) pesquisadores(as). Na classificação de Gamboa (2014), os estudos que habitam o campo empírico-analítico fazem uso marcante do tratamento quantitativo, utilizam instrumentos estruturados para coletar das informações como testes, questionários e observações padronizadas, e em sua grande maioria utilizam análises estatísticas, gráficos e quadros que possibilitem correlações. Já a tipologia fenomenológico-hermenêutica se efetiva por meio de técnicas não quantitativas nas quais aparecem os relatos de experiência, as entrevistas não estruturadas, estudos de caso e relatos de vida. Na crítico-dialética as técnicas se assemelham a fenomenológico-hermenêutica, mais as estratégias de investigação-ação, investigação-participante e historiografias são utilizadas, alterando a visão epistemológica dos autores sobre um determinado fenômeno. Associados a esta análise dos métodos, os instrumentos mais utilizados nas dissertações e teses têm sido as entrevistas (72 estudos) e a observação (55 trabalhos). A categoria “Análises psicomotoras” reúne principalmente testes motores, análises motoras, antropométricas e psicomotoras, com 44 pesquisas, como apresentado no Gráfico 6. Gráfico 6 Instrumentos utilizados nas pesquisas. Fonte: Os autores e autoras Ressaltamos que Almeida, Bracht e Vaz (2012) realizaram um estudo em que questionam essa classificação proposta por Gamboa (2014) por não levar em conta a complexidade das diversas matrizes teóricas e políticas atuais. As discussões dos autores mergulham nas questões epistemológicas tensionadas pelas políticas que permeiam o campo da pesquisa. Além disso, vão apontar que tanto a classificação empírico-analítica, fenomenológico-hermenêutica e crítico-dialética como a outra que trata da produção do conhecimento entre modernos e pós-modernos apresentam fragilidades. Cientes dos possíveis reducionismos que podemos causar por utilizar tal classificação, assim como apontado por Almeida, Bracht e Vaz (2012), também reconhecemos que tal forma de enquadrar os estudos pode de fato não representar toda sua complexidade, porém, ela também pode contribuir para um melhor entendimento e classificação por parte do leitor e da leitora. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Consideramos que a EF na EI vive um momento ímpar, ou seja, a partir da análise temporal, o número de pesquisas que vêm abordando essa temática cresceu consideravelmente nas últimas décadas, sendo ainda possível notar estudos que vêm tratando de outras temáticas que vão além do ensino dos aspectos motores e da aptidão física nessa etapa da Educação Básica. A partir dos dados do catálogo de Teses e Dissertações da Capes podemos responder ao questionamento feito no início deste estudo, ou seja, os programas de mestrado e doutorado da EF e da Educação têm sim se dedicado a estudar a EI. A distribuição dos estudos tem sido maior em mestrados, mesmo assim, levando em consideração o tempo para a conclusão dos doutorados, que em média é de quatro anos, é possível notar a presença da temática nas teses. As duas universidades que se destacam na produção de pesquisas sobre a EF na EI são a Universidade Federal de Vitória e a Universidade Federal de Santa Catarina. Na distribuição dos estudos pelos programas, se evidenciam os mestrados em EF, seguidos pelos mestrados em Educação. Quando se trata de doutorados, os programas em Educação têm predominado em número de publicações que versam sobre a EF na EI. As temáticas dessas pesquisas permeiam as práticas pedagógicas da EF na EI; a formação e a trajetória de vida dos(as) professores(as) que atuam nesse nível de ensino; os processos de inserção e valorização da EF na EI; e o currículo, as propostas pedagógicas e as legislações sobre a EF na EI. Os tipos de estudos que vêm sendo utilizados em pesquisas da EF na EI têm envolvido a abordagem fenomenológico-hermenêutica, depois a crítico-dialética, seguida pela empírico-analítica. Ressaltando que os estudos documentais e bibliográficos também se destacam. Diante desses métodos, têm se utilizado com mais frequência os seguintes instrumentos: as entrevistas; a observação; as análises psicomotoras (os testes motores, validação de protocolos, análises motoras); as análises documentais e bibliográficas. A complexidade do contexto escolar e, principalmente, a inserção da EF na EI tem se mostrado um grande desafio para os(as) professores(as) do componente, além da dificuldade de efetivar práticas pedagógicas que voltem seus olhares para os aspectos culturais e da sociologia bem como considerem as crianças da EI como seres históricos e sociais. Aqui apresentamos algumas lacunas sinalizadas pelo panorama encontrado que necessitam de mais investigações, dentre elas, a necessidade de superarmos os estudos que desenham diagnósticos da realidade escolar, mas não dão ciência ao locus da pesquisa. Embora tenhamos encontrado trabalhos que avançam nesse sentido, entendemos que ainda é necessário materializar em formato científico mais estudos que nos mostrem como os(as) professores(as) de EF vêm propondo tais ações pedagógicas na realidade da EI. REFERÊNCIAS ABRÃO, Ruhena Kelber. O espaço e o tempo da infância no período de transição da educação infantil para os anos iniciais. 2011. Dissertação (Mestrado). Escola Superior de Educação Física. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2011. ABRÃO Ruhena Kelber O espaço e o tempo da infância no período de transição da educação infantil para os anos iniciais 2011 Mestrado Escola Superior de Educação Física. Universidade Federal de Pelotas Pelotas ALMEIDA, Felipe Quintão; BRACHT, Valter; VAZ, Alexandre. Classificação epistemológica na Educação Física: redescrições... Movimento, v. 18, n. 4, p. 241-263, out./dez. 2012. ALMEIDA Felipe Quintão BRACHT Valter VAZ Alexandre Classificação epistemológica na Educação Física: redescrições Movimento 18 4 241 263 2012 ARANDA, Eduardo Henrique. Atividades psicomotoras como possibilidades de práticas pedagógicas na Educação Infantil para crianças de cinco e seis anos. 2018. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-graduação em Processos de Ensino, Gestão e Inovação. Universidade de Araraquara, São Paulo, 2018. ARANDA Eduardo Henrique Atividades psicomotoras como possibilidades de práticas pedagógicas na Educação Infantil para crianças de cinco e seis anos 2018 Mestrado Programa de Pós-graduação em Processos de Ensino, Gestão e Inovação. Universidade de Araraquara São Paulo ASSIS, Lívia Carvalho de. Por uma Perspectiva Pedagógica para Intervenção da Educação Física com a Educação Infantil. 2015. Dissertação (Mestrado). Centro de Educação Física e Desporto. Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 2015. ASSIS Lívia Carvalho de Por uma Perspectiva Pedagógica para Intervenção da Educação Física com a Educação Infantil 2015 Mestrado Centro de Educação Física e Desporto. Universidade Federal do Espírito Santo Vitória AYOUB, Eliana. Reflexões sobre a educação física na educação infantil. Revista Paulista de Educação Física, supl.4, p. 53-60, 2001. AYOUB Eliana Reflexões sobre a educação física na educação infantil Revista Paulista de Educação Física 53 60 2001 BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011. BARDIN Laurence Análise de conteúdo São Paulo Edições 70 2011 BRASIL. Lei nº 9394 de 20 de dezembro de 1996. Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. 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