Open-access Efeitos do PROMOVE-Professores para as Práticas Educativas e Comportamentos Infantis

Effects of the PROMOVE-Professors Program on Educational Practices and Children’s Behaviors

Efectos del Programa PROMOVE-Profesores sobre las Prácticas Educativas y los Comportamientos de los Niños

Resumo:

Estudos no contexto educacional sinalizaram a relação entre as práticas educativas do professor, incluindo as Habilidades Sociais Educativas (HSE), para a competência acadêmica e habilidades sociais infantis, no entanto ainda são escassas as intervenções com professores que incluam essa temática. Este estudo buscou descrever os efeitos de um Programa de Intervenção em HSE, denominado PROMOVE-Professores, com professores do Ensino Fundamental I, de uma rede pública municipal de educação. Os efeitos foram analisados quanto às práticas educativas (com vistas à promoção de práticas positivas/HSE e redução de práticas negativas) e à generalização para os comportamentos infantis (promoção de habilidades sociais infantis e redução de problemas de comportamento na perspectiva de professores e pais e/ou responsáveis legais). Integraram a amostra oito professores (sete do sexo feminino e um do sexo masculino) e 13 pais e/ou responsáveis pelas crianças selecionadas para avaliação pelos docentes participantes da pesquisa. O critério para a inclusão das crianças foi a seleção dos professores quanto aos alunos com indicadores de problemas de comportamento externalizantes e/ou internalizantes, além do consentimento de pais/mães/responsáveis. O delineamento foi experimental, sendo o Grupo Experimental (GE) e Grupo Controle (GC) aleatoriamente distribuídos, com três fases de avaliação para GE (pré-teste, pós-teste e seguimento) e duas fases para GC (avaliação 1 e avaliação 2). Os instrumentos utilizados com professores foram: Inventário dos Comportamentos de Crianças e Adolescentes entre 6 e 18 anos, relatório para professores (TRF-Pr) e Questionário de Capacidades e Dificuldades (SDQ-Pr) e com os pais, o Questionário de Respostas Socialmente Habilidosas para Pais (QRSH-Pais). Os dados dos instrumentos padronizados foram corrigidos considerando as normas estabelecidas pelos manuais e tratados com análises não paramétricas pela não normalidade da amostra. Os escores de cada instrumento nas medidas pré e pós-teste e seguimento (grupo experimental), e avaliações 1 e 2 (grupo controle), foram analisados nas comparações entre GE e GC e nas comparações dos mesmos grupos (Teste Wilcoxon para amostras relacionadas). Os resultados mostraram aumento no repertório de habilidades sociais educativas dos professores e diminuição nas práticas negativas, além da redução nos problemas de comportamento infantil nas crianças indicadas pelo GE, na perspectiva de professores e pais. Tais achados indicam os resultados positivos do PROMOVE-Professores e visam colaborar para a sistematização de políticas públicas que envolvam ações voltadas as práticas educativas e HSE.

Palavras-chaves:
Habilidades Sociais Educativas; Práticas Positivas; Professores; Problemas de comportamento infantil; Intervenção em Grupo

Abstract:

Studies in the educational context have highlighted the relationship between teachers’ educational practices, including educational social skills (ESS), for academic competence and children’s social skills. However, few interventions with teachers include this theme. This study sought to describe the effects of an ESS intervention program (called PROMOVE-Teachers) with primary education teachers in the municipal public education network. Effects were analyzed for educational practices (to promote positive/HSE practices and reduce negative practices) and the generalization to children’s behaviors (promoting children’s social skills and reducing behavior problems from the perspective of teachers and parents and/or legal guardians). The sample included eight teachers (seven women and one man) and 13 parents and/or guardians of the children selected for evaluation by the teachers participating in this research. The criterion to include children refers to teachers’ indication, and indicators of externalizing and/or internalizing behavior problems, and the consent of their parents/guardians. The experimental design randomly distributed participants in an experimental (EG) and control group (CG), with three evaluation phases for EG (pre-test, post-test, and follow-up) and two phases for CG (evaluation 1 and evaluation 2). The instruments used with teachers were the Inventory of Behaviors of Children and Adolescents aged from six to 18 years, report for teachers and Strengths and Difficulties Questionnaire, and the Socially Skilled Responses Questionnaire for Parents. The data from the standardized instruments were corrected considering the standards established by the manuals and treated with non-parametric analyzes due to the non-normality of the sample. The scores of each instrument in the pre- and post-test and follow-up measurements (experimental group) and assessments 1 and 2 (control group) were analyzed in comparisons between EG and CG and in comparisons within groups (Wilcoxon test for related samples). Results showed an increase in teachers’ repertoire of educational social skills, a decrease in negative practices, and a reduction in child behavior problems in children recommended by the GE based on the perspective of teachers and parents. These findings indicate the positive results of PROMOVE-Professores and aim to contribute to sistematizing public policies that involve actions aimed at educational practices and ESS.

Keywords:
Educational Social Skills; Positive Practices; Teachers; Child behavior problems; Group Intervention

Resumen:

Los estudios en el contexto educativo han destacado la relación entre las prácticas educativas del docente, incluidas las Habilidades Sociales Educativas (HSE), para la competencia académica y las habilidades sociales de los niños. Sin embargo, aún son pocas las intervenciones con docentes que incluyan esta temática. El presente estudio describe los efectos de un Programa de Intervención en HSE, denominado PROMOVE-Profesores, con docentes de la Escuela Primaria I de una red de educación pública municipal. Los efectos se analizaron en términos de prácticas educativas (con miras a promover prácticas positivas/HSE y reducir las prácticas negativas) y de generalización a los comportamientos de los niños (promover las habilidades sociales y reducir los problemas de conducta desde la perspectiva de los maestros y padres y/o tutores legales). La muestra estuvo compuesta por ocho docentes (siete mujeres y un hombre) y 13 padres y/o tutores de los niños seleccionados para la evaluación por los docentes participantes. El criterio para la inclusión de los niños fue la indicación por parte de los docentes de estudiantes con indicadores de problemas de conducta externalizantes y/o internalizantes, además del consentimiento de sus padres/tutores. El diseño fue experimental, con el Grupo Experimental (GE) y el Grupo Control (GC) distribuidos aleatoriamente, con tres fases de evaluación para el GE (pretest, postest y seguimiento) y dos fases para el GC (evaluación 1 y evaluación 2). Los instrumentos utilizados con los docentes fueron: el inventario de comportamientos de niños y adolescentes entre 6 y 18 años, el informe para docentes y el cuestionario de fortalezas y dificultades; y con los padres, el cuestionario de respuestas socialmente habilidosas para padres. Los datos de los instrumentos estandarizados fueron corregidos considerando los estándares establecidos por los manuales y tratados con análisis no paramétricos debido a la no normalidad de la muestra. Las puntuaciones de cada instrumento en las mediciones pre y postest y de seguimiento (grupo experimental), y en las evaluaciones 1 y 2 (grupo control), se analizaron en comparaciones entre GE y GC y en comparaciones de los mismos grupos (Wilcoxon prueba para muestras relacionadas). Los resultados mostraron un aumento en el repertorio de habilidades sociales educativas de los docentes y una disminución de las prácticas negativas, además de una reducción de los problemas de conducta infantil recomendados por el GE, desde la perspectiva de docentes y padres. Estos hallazgos indican los resultados positivos de PROMOVE-Profesores y tienen como objetivo contribuir a la sistematización de políticas públicas que involucren acciones dirigidas a las prácticas educativas y HSE.

Palabras clave:
Habilidades Sociales Educativas; Prácticas Positivas; Docentes; Problemas de comportamiento infantil; Intervención Grupal

Introdução

A análise das finalidades atribuídas à Educação propostas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996) conduz à compreensão de que, além de atuarem enquanto transmissoras de conhecimentos, as instituições educacionais devem, com igual importância, vincular sua formação à inserção social dos educandos; como figura relevante à prática dos objetivos apresentados está a do professor. Para que este possa atuar de forma a contemplar a função social inerente à educação, são necessárias estratégias que considerem a qualidade de aspectos técnicos relacionados a sua prática profissional, como também o ensino de habilidades que aprimorem a interação estabelecida entre professor e aluno (Pavaneli & Purificação, 2021).

A dinâmica dos cursos de formação de professores utilizada pelas instituições de ensino está entre os fatores que interferem na atuação docente enquanto promotora do desenvolvimento técnico e social dos educandos. Pesquisas indicaram que a competência acadêmica de estudantes está associada à utilização de práticas docentes que estimulem suas competências sociais (Bradshaw, Waasdorp, & Leaf, 2012), logo, formações generalistas e descontinuadas reforçam a desconexão entre teoria e aplicabilidade na atuação profissional, reduzindo a efetividade das práticas educativas utilizadas em sala de aula (Barreto, 2015).

Práticas educativas que colaboram para o desenvolvimento de comportamentos socialmente habilidosos nos educandos são classificadas como positivas (como demonstrar afeto e atenção aos estudantes, estabelecer limites de maneira positiva etc.); as negativas relacionam-se a condutas utilizadas pelos professores que favorecem o surgimento de problemas de comportamento infantil, dentre estas, o estabelecimento de punições aos educandos, como a perda dos intervalos para o lanche, a expulsão dos estudantes da sala de aula e a exposição pública de seus problemas de comportamento (Mariano & Bolsoni-Silva, 2016).

Como discutido por Bolsoni-Silva, Loureiro e Marturano (2018), as práticas educativas positivas integram um repertório socialmente habilidoso apresentado pelo professor na interação com o educando, o qual pode ser classificado a partir de três eixos principais: comunicação, afeto e estabelecimento de limites. Comportamentos que indiquem a demonstração de interesse, solicitação de mudança de comportamento e escuta atenta às demandas dos alunos são exemplos de condutas presentes nas categorias de Habilidades Sociais Educativas (HSE).

Estudos de intervenção (Barker, 2015; Lessa, Felicio, & Almeida, 2017; Carneiro, 2018; Casali, 2019) indicaram os benefícios do desenvolvimento de HSE no contexto educacional. Ainda que descritas as limitações, como a não utilização de instrumentos específicos para a mensuração das habilidades avaliadas (Barker, 2015; Lessa, Felicio, & Almeida, 2017), ausência de grupo controle (Carneiro, 2018) e delineamento quase-experimental (Casali, 2019), os resultados sugeriram efeitos positivos do treino de HSE no repertório dos professores participantes. Entre os quais: a) aquisição de práticas educativas positivas pelos professores (Casali, 2019; Lessa et al., 2017; Barker, 2015); b) aumento de habilidades sociais infantis (Casali, 2019); c) relação entre a aquisição de práticas positivas; e d) melhora da competência acadêmica e de habilidades sociais infantis (Casali, 2019).

Na mesma direção, estudos de caracterização (Broekhuizen, Mokrova, Burchinal, & Garrett-Peters, 2016; Kourmousi & Alexopoulos, 2016; Gilani & Motaghi, 2018; Mariano & Bolsoni-Silva, 2018) mostraram que quanto mais o professor comporta-se habilidosamente, maior será o repertório de habilidades sociais de seu aluno. Da mesma forma, quanto mais habilidades sociais os estudantes apresentarem, maior a chance de os professores responderem de maneira socialmente competente, sugerindo a bidirecionalidade das interações sociais.

Em contrapartida, a utilização de práticas negativas pelo docente está associada ao aumento de problemas de comportamento nos alunos (Gilani & Motaghi, 2018; Broekhuizen et al., 2016), tanto internalizantes (como a preocupação em excesso, inseguranças e tristeza) como externalizantes (agressividade, desobediência e agitação). De modo geral, os estudos indicam o impacto das práticas utilizadas pelos professores na promoção de habilidades sociais dos estudantes (quando as práticas educativas utilizadas são positivas) ou no aumento de problemas de comportamentos (quando as práticas são negativas).

A análise dos estudos na área sustenta como relevante ao contexto escolar o treino de HSE com professores. Ao estabelecer relações que possibilitem a proximidade com os alunos, o atentar-se às práticas educativas positivas em sala de aula, oferecer feedback eficaz e consequências contingentes e adequadas aos comportamentos emitidos pelos estudantes, os professores favorecem a aprendizagem acadêmica e social (Fornazari, Kienen, Vila, Nantes, & Proença, 2014; Heatly & Votruba-Drzal, 2017; Costa & Fleith, 2019).

Ainda que a revisão não sistematizada da literatura nacional e internacional tenha apontado o impacto da qualidade da relação professor-aluno para a generalização de comportamentos habilidosos nos estudantes, algumas lacunas foram observadas. No cenário nacional: a) o método e/ou delineamento utilizados foram o de estudo de caso (Rosin-Pinola, 2009) ou delineamento quase-experimental (Molina, 2007; Bolsoni-Silva et al., 2013; Casali, 2019); e b) ausência de instrumentos diagnósticos na comparação de grupos experimentais e controle (Lessa et al., 2017). No contexto internacional, foram observadas a ausência de instrumentos direcionados à avaliação de generalização para outras populações relacionadas aos participantes (professores) treinados (Webster-Stratton, Reid, & Stoolmiller, 2008; Barker, 2015).

Diante do exposto, o presente estudo buscou descrever os efeitos de um Programa de Intervenção em Habilidades Sociais Educativas, denominado PROMOVE-Professores, com professores do Ensino Fundamental I, de uma escola pública situada em um município no interior do Estado de São Paulo. Os efeitos foram analisados quanto às práticas educativas, com vistas à promoção de práticas positivas/HSE e redução de práticas negativas; e à generalização para os comportamentos infantis, para promoção de habilidades sociais infantis e redução de problemas de comportamento na perspectiva de professores, pais e/ou responsáveis legais.

Método

O presente estudo foi respaldado pela Resolução n°466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), sendo parte de um projeto aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) sob Parecer n° 800.962, CAAE: 34642314.4.0000.5398.

Participaram deste estudo oito professores, sendo sete do sexo feminino e um do sexo masculino (ME = 42 anos), atuantes no Ensino Fundamental I de uma escola da rede pública municipal situada no interior paulista, além de 13 pais e/ou responsáveis, sendo 10 do sexo feminino e 3 do sexo masculino (ME = 40 anos), pelas crianças indicadas para avaliação pelos docentes participantes da pesquisa. Cada professor indicou duas crianças com possíveis problemas de comportamento para análise quanto aos resultados diante do processo de intervenção. Os resultados apresentados por meio do instrumento TRF-Pr (Achenbach & Rescorla, 2001), utilizado nesta pesquisa, não foram utilizados como critério para a seleção das crianças, no entanto, todas as indicadas foram classificadas como clínicas em pelo menos uma das escalas de avaliação. Desta forma, o estudo contou com a avaliação por professores, pais e/ou responsáveis de 16 crianças, sendo cinco do sexo feminino e 11 do sexo masculino (ME = 10 anos), atuantes no 4° ou 5° ano do Ensino Fundamental I.

Os professores, bem como as crianças e seus familiares, foram divididos aleatoriamente em dois grupos de pesquisa: Grupo Experimental (quatro professores, oito crianças e sete pais e/ou responsáveis) e Grupo Controle (quatro professores, oito crianças e seis pais e/ou responsáveis).

O repertório de entrada dos participantes por grupo de pesquisa (GE e GC) foi analisado a partir do Teste de Mann-Whitney, utilizando a comparação de ambos os grupos por meio dos instrumentos respondidos por professores e pais. A análise dos dados estatísticos indicou a semelhança no repertório de entrada dos participantes, exceto para o repertório de respostas socialmente habilidosas das crianças, avaliado pelo instrumento QRSH-Pais (p = 0,022), indicando maior repertório socialmente habilidoso nas crianças do Grupo Controle, com média 26,00 (DP = 2,42) em comparação ao Grupo Experimental, com média 22,14 (DP = 3,18), no ambiente familiar. Em todas as medidas de repertório dos professores e alunos, no ambiente escolar, os grupos (experimental e controle) foram equivalentes e, portanto, comparáveis.

Instrumentos utilizados na pesquisa

Apresenta-se em seguida os instrumentos e/ou recursos utilizados para coleta nas fases pré-intervenção, intervenção, pós-intervenção e seguimento (para grupo experimental) e nas fases avaliação 1 e avaliação 2 (para grupo controle). Os dados estão categorizados por fases de aplicação e participantes-alvos (professores e/ou pais).

Instrumentos utilizados na fase pré-intervenção (GE) e Avaliação 1 (GC)

Com professores:

Questionário Sociodemográfico: formulário com questões objetivas elaborado para a caracterização do perfil sociodemográfico dos professores participantes da pesquisa.

Questionário de Capacidades e Dificuldades – SDQ-Pr (Goodman et al., 2005): instrumento de avaliação de capacidades e dificuldades da criança, composto por 25 itens divididos em cinco escalas: escala de sintomas emocionais, escala de problemas de conduta, escala de hiperatividade, escala de problemas de relacionamento com os colegas e escala de comportamento pró-social. Os resultados são classificados em Normal, Limítrofe ou Anormal. Estudos indicaram propriedades psicométricas satisfatórias sobre a validade e fidedignidade do SDQ no Brasil (Woerner et al., 2004; Janssens & Deboutte, 2010).

Inventário dos Comportamentos de Crianças e Adolescentes entre 06 e 18 anos, relatório para professores – TRF-Pr (Achenbach & Rescorla, 2001): composto por 113 perguntas referentes à análise do professor sobre os comportamentos problemas do aluno avaliado. Por meio da avaliação e combinação dos fatores, os comportamentos podem ser classificados em Problemas de Comportamento Internalizantes, Externalizantes e Totais. O instrumento foi validado com índice de consistência geral de 0,92 (Bordin et al., 2013).

Com pais/mães/responsáveis:

1) Questionário de Respostas Socialmente Habilidosas para Pais – QRSH-Pais (Bolsoni-Silva, Marturano, & Loureiro, 2011; revisado por Bolsoni-Silva & Loureiro, 2020): contempla 18 questões que visam investigar comportamentos indicativos de habilidades sociais nas crianças, por meio da perspectiva de pais. Além da pontuação total, o instrumento permite a classificação dos itens em quatro fatores: Disponibilidade Social; Enfrentamento; Expressão de Sentimentos e Cooperação. A avaliação das propriedades psicométricas do questionário indicou consistência interna satisfatória.

Recursos utilizados durante a intervenção (GE):

Com professores:

1) Gravação sessão a sessão de intervenção do PROMOVE-Professores, objetivando-se a categorização, por meio da observação e identificação dos pesquisadores, dos relatos dos professores do GE quanto às práticas educativas e possíveis HSE apresentadas na interação com as crianças indicadas.

Instrumentos utilizados nas fases pós-intervenção (GE) e Avaliação 2 (GC) e seguimento (GE):

Com professores:

Questionário de Capacidades e Dificuldades – SDQ-Pr.

Inventário dos Comportamentos de Crianças e Adolescentes entre 06 e 18 anos, relatório para professores – TRF-Pr.

(Achenbach & Rescorla, 2001)

Com pais/mães/responsáveis:

a) Questionário de Respostas Socialmente Habilidosas para Pais – QRSH-Pais.

Procedimentos

Coleta de dados

Depois de assentidas as autorizações das instituições envolvidas no estudo e consentidas as participações dos professores, foi solicitado a cada professor a seleção de duas crianças (a partir de sua sala de aula) com indicativos de comportamentos externalizantes (como indisciplinaridade, agressividade, dificuldade em seguir regras) e/ou internalizantes (alunos mais tímidos, retraídos, com dificuldades na expressão de necessidades ou realização de perguntas). Foi sinalizado aos professores participantes a não indicação de alunos com diagnóstico prévio de ordem física, sensorial ou intelectual. O critério para inclusão das crianças foi a indicação dos professores, a partir das orientações realizadas e o consentimento dos pais/mães/responsáveis para a avaliação pelos docentes. Depois das indicações, os professores responderam ao Questionário Sociodemográfico para a caracterização do perfil.

Os professores também responderam aos instrumentos de pesquisa SDQ-Pr e TRF-Pr. As respostas ao TRF foram tabuladas e todas as crianças indicadas para avaliação foram confirmadas pelo instrumento (apresentaram nível clínico ou limítrofe para problemas de comportamento externalizantes ou internalizantes, e total). Os professores foram distribuídos aleatoriamente (método aleatório de amostragem) entre o Grupo Experimental (GE) e o Grupo Controle (GC). Os pais ou responsáveis pelas crianças indicadas responderam ao instrumento QRSH-Pais, já no início do programa de intervenção com os professores.

Os instrumentos apresentados foram aplicados nos grupos experimental e controle, respectivamente, nas etapas: GE: pré-intervenção (após seleção dos participantes e assinatura aos termos éticos), pós-intervenção (depois de realizados os encontros para aplicação do programa PROMOVE-Professores com os docentes), e seguimento (5 meses após realizada a intervenção); GC: avaliação 1 (após seleção dos participantes e assinatura aos termos éticos) e avaliação 2 (depois de realizados os encontros para aplicação do programa PROMOVE-Professores com os docentes do GE).

Tratamentos dos dados

Os dados dos instrumentos padronizados foram corrigidos considerando as normas estabelecidas pelos manuais. Os escores de cada instrumento nas medidas pré e pós-teste e seguimento (GE), e avaliações 1 e 2 (GC), foram analisados nas comparações entre GE e GC e nas comparações dos mesmos grupos (Teste Wilcoxon para amostras relacionadas). Foram considerados como significativos os resultados de p menor ou igual a 0,05. Utilizou-se análises não paramétricas pela não normalização da amostra.

Além da análise dos instrumentos padronizados, foi realizada a avaliação qualitativa e quantitativa dos relatos dos participantes do GE nas sessões de intervenção, considerando-se as tarefas realizadas durante a semana (referentes a cada temática treinada no PROMOVE-Professores) e as interações estabelecidas com as crianças indicadas na pesquisa. Para a identificação e categorização dos relatos, foram utilizados alguns itens apresentados no instrumento Roteiro de Entrevista de Habilidades Sociais Educativas para Professores – RE-HSE-Pr (Bolsoni-Silva, Loureiro, & Marturano, 2018) e no Protocolo de análise de vídeo: especificações das categorias comportamentais na interação professor(a)-aluno(a), sistematizado por Medeiros e Bolsoni-Silva (2020). A partir desses materiais, foi elaborado um protocolo de análise de vídeo para esta investigação, de forma a descrever a ocorrência de relato sobre práticas educativas positivas e negativas, considerando as tarefas de casa realizadas e compartilhadas em sessão, bem como os relatos nos demais momentos do programa de intervenção. Os vídeos foram assistidos pela pesquisadora e, então, computados os relatos de práticas positivas (HSE-Pr) e negativas de cada professor(a), para cada encontro. Tais dados foram organizados na forma de figuras.

Os itens utilizados nas análises das gravações, das sessões de intervenção, foram agrupados em Habilidades Sociais Educativas e Práticas Educativas Negativas. Na Tabela 1 estão discriminados os itens considerados em cada categoria de análise.

Tabela 1
Itens de HSE e Práticas Negativas utilizados para a classificação dos relatos dos professores nas sessões de intervenção.

Descrição da intervenção PROMOVE-Professores

O programa PROMOVE-Professores (Cognetti & Bolsoni-Silva, 2019) foi sistematizado por meio de um estudo piloto, realizado no ano de 2017, em uma instituição privada de Ensino Fundamental I, cujos resultados possibilitaram ajustes para a coleta definitiva, que é reportada neste estudo. Analisados os resultados, alguns aspectos da estrutura do treino foram alterados, como a redução na utilização de slides e o emprego de mais atividades grupais, relacionadas à temática trabalhada, e espaço aos relatos de experiência.

Para a elaboração do programa, também foram realizadas: a) revisão do Programa de Habilidades Sociais, proposto por Bolsoni-Silva, Marturano e Silveira (2006); b) análise não sistematizada da literatura nacional e internacional quanto aos resultados e conclusões de pesquisas que objetivaram avaliar os benefícios de programas de capacitação e desenvolvimento docente (Hydon, Wong, Langlev, Stein, & Kataoka, 2015; Kourmousi & Alexopoulos, 2016); e c) o impacto da qualidade na relação professor-aluno para a generalização de comportamentos habilidosos nos estudantes (Broekhuizen et al., 2016; Mariano & Bolsoni-Silva, 2018).

Neste estudo, as sessões de intervenção foram divididas em oito encontros, cada qual com temas centrais, com duração de 60 a 90 minutos: a) Comunicação, iniciar e manter conversação; b) Expressão de sentimentos positivos; c) Direitos humanos básicos; d) Expressar e ouvir opiniões; e) Comportamento habilidoso e não habilidoso; f) Expressão de sentimentos negativos; g) Estabelecimento de regras e limites; e h) Questões importantes na prática das HSE. Os encontros foram conduzidos pela pesquisadora responsável pelo estudo, com formação em Psicologia e seis anos de experiência, na ocasião da coleta.

A estrutura de cada sessão do PROMOVE-Professores se deu por meio de: a) Acolhida dos profissionais (cada sessão era iniciada pela retomada dos objetivos do programa de intervenção, além da ênfase no comprometimento e participação dos docentes nos encontros; b) Relato de experiência (os professores eram incentivados a relatarem experiências da semana relacionadas à última temática trabalhada, reconhecendo sentimentos e emoções presentes nas tarefas de casa); c) Feedback das tarefas de casa (nesta etapa, a coordenadora do programa realizava uma devolutiva oral sobre os relatos apresentados e a relação destes com as práticas educativas positivas); d) Apresentação da HSE (discussão dialogada da temática prevista no encontro, a partir de questionamentos de situações práticas. Como exemplo, na apresentação da temática sobre comportamento habilidoso e não habilidoso, foi perguntado aos participantes como estes lidavam com situações em que precisavam expor sentimentos, ouvir o outro e manifestar sua opinião, além de discordar de situações e opiniões, tendo o objetivo de discutir os temas contingentes às demandas e dificuldades dos professores no dia a dia com as crianças e de problematizar, junto com o grupo, soluções para os problemas); f) Prática do dia (a partir da HSE discutida, os profissionais realizavam atividades práticas visando analisar a função e ensinar comportamentos para melhorar as interações com os alunos); g) Atividade da Semana (os docentes recebiam uma ficha com orientações sobre quais comportamentos relativos à temática trabalhada deveriam observar nas interações com as crianças, analisando a situação em que ocorreram, como estes se comportaram e como as crianças reagiram, as quais eram registradas); e h) Avaliação do Encontro: ao final da sessão, os professores (sem que se identificassem) preenchiam uma ficha de avaliação do encontro, quanto ao conteúdo ministrado, atividades realizadas na sessão, possibilidades de aplicação, adequação da carga horária e satisfação pessoal.

Como material norteador das discussões, utilizou-se a Cartilha Informativa Habilidades Sociais Educativas para Professores (Cognetti & Bolsoni-Silva, 2019), disponibilizada a cada docente participante; a cartilha contemplava a discussão de cada temática, dialogando com o docente a partir de situações práticas nas interações com os alunos. O material tinha como objetivo principal o de ser utilizado como biblioterapia, para além do ambiente de intervenção, enquanto nos encontros presenciais poderia ser consultada mediante interesse ou necessidade do participante.

O programa PROMOVE-Professores ocorreu em espaço cedido pela própria instituição escolar (sala de aula), semanalmente, no ano de 2018, durante o período aproximado de nove meses, sendo: dois meses para a seleção dos participantes, composição dos grupos de pesquisa e aplicação dos instrumentos pré-intervenção; três meses para os encontros interventivos realizados; e quatro meses para as fases de testagem pós-intervenção. Para a adaptação à realidade situacional-cultural dos participantes, os instrumentos respondidos na fase pré-intervenção foram corrigidos e as respostas apresentadas foram consideradas na formatação das discussões e treino.

Resultados e Discussão

A Figura 1 descreve os dados referentes às HSE e às práticas negativas apresentadas pelos participantes do GE, sessão a sessão do PROMOVE-Professores.

As medidas de relato dos professores do GE, coletadas por meio das gravações das sessões de intervenção, indicaram diferenças nas HSE e práticas negativas, apresentadas por todos os professores que participaram da intervenção, nas interações com as crianças indicadas, especialmente quando comparadas as medidas de entrada (sessão 1) e saída (sessão 8), uma vez que as HSE aumentaram em frequência no relato dos professores e as práticas negativas reduziram em ocorrência. Tais achados sugerem, considerando os relatos, os efeitos positivos do PROMOVE-Professores na competência interpessoal dos professores do GE, ao longo do processo interventivo. Os resultados estão de acordo com outros estudos que objetivaram o treino de habilidades sociais em professores, observando-se a aquisição de práticas educativas relevantes aos processos de ensino e aprendizagem (Lessa et al., 2017; Carneiro, 2018; Silva, Aznar-Farias, & Silvares, 2009; Rosin-Pinola, 2009). No entanto, para maiores conclusões é preciso analisar se o relato em sessão corresponde às ações em sala de aula, o que poderá ser objeto de estudos futuros. Demais estudos também apresentaram discussões semelhantes quanto aos benefícios da utilização de práticas educativas positivas na relação com alunos com dificuldades no processo de aprendizagem (Fernandes, Leme, Elias, & Soares, 2018).

Figura 1
HSE e Práticas Educativas Negativas dos participantes do GE, identificadas e classificadas nas filmagens sessão a sessão do PROMOVE-Professores.

Outros fatores a serem considerados quanto aos efeitos do PROMOVE-Professores na aquisição de práticas positivas e redução de práticas negativas referem-se à estrutura de treino grupal, utilizada na intervenção. Ainda que em número limitado de participantes, os relatos apresentados pelos professores participantes da intervenção indicaram que as sessões em grupo oportunizaram interações e discussões sobre práticas alternativas a serem empregadas diante das dificuldades da atuação escolar, pelos professores do GE. Santos et al. (2016) ressaltaram os benefícios de estratégias grupais com professores, uma vez que favorecem aspectos subjetivos e intersubjetivos que permeiam a atividade profissional, efetivando o processo de aprendizagem dos conteúdos trabalhados.

Além dos encontros realizados dentro do próprio espaço escolar, as temáticas em HSE do PROMOVE-Professores foram desenvolvidas a partir de estudos voltados às demandas apresentadas por professores e profissionais da educação (Hydon, Wong, Langlev, Stein, & Kataoka, 2015; Kourmousi & Alexopoulos, 2016; Broekhuizen et al., 2016; Mariano & Bolsoni-Silva, 2018), e também das vivências cotidianas compartilhadas pelos participantes do GE, durante as respostas aos instrumentos pré-intervenção bem como as trocas e reflexões em cada sessão. Tais características atenderam às demandas apontadas em pesquisas como imperativas à formação continuada de profissionais da educação (Freitas & Pacífico, 2020). A vinculação entre a teoria e a prática, a valorização do conhecimento docente somada as discussões sobre novas maneiras de se pensar a atuação profissional foram fatores objetivados pelo PROMOVE-Professores na tentativa de ofertar significado as atividades trabalhadas com o grupo. Para Freitas e Pacífico (2020), a formação continuada dentro do espaço escolar efetiva-se apenas quando o processo é construído coletivamente.

Na Tabela 2, estão as classificações de cada criança indicada pelos participantes do GE e GC, quanto a clínico (C), não clínico (NC) e limítrofe (L), nas escalas Problemas de Comportamento do instrumento TRF-Pr e Total de Dificuldades do SDQ-Pr, bem como o total de itens classificados como HSE e práticas negativas, avaliados a partir das gravações da primeira e última sessões de intervenção.

Tabela 2
Classificações das crianças indicadas pelo GE e GC nas escalas Problemas de Comportamento (TRF-Pr) e Total de Dificuldades (SDQ-Pr), além do total de HSE e práticas negativas do GE na primeira e última sessões de intervenção.

A análise dos dados apresentados na Tabela 2 indicou que todas as crianças avaliadas pelos professores do GE apresentaram melhora em uma ou mais escalas de avaliação, quando analisadas as fases de pré e pós teste e seguimento, em comparação aos resultados observados nas crianças avaliadas pelo GC.

Das crianças avaliadas pelo GE, C3 e C8 permaneceram clínicas para problemas de comportamento externalizantes, e C7 para problemas de comportamento internalizantes, na fase de seguimento. As demais, que apresentaram classificação Clínica na fase pré-intervenção, apresentaram-se como Não Clínicas ou Limítrofes no seguimento. No Total de Dificuldades, avaliado pelo instrumento SDQ-Pr, as cinco crianças classificadas como Clínicas na fase pré-intervenção foram avaliadas como Não Clínicas no Seguimento. No GC, C6 apresentou classificação Clínica para Externalizantes e Total, na fase de Avaliação 1, e classificação Limítrofe e Não Clínica para Externalizantes e Total, na fase de Avaliação 2. C7 permaneceu clínica para internalizantes nas três fases de avaliação. No instrumento SDQ-Pr, todas as crianças classificadas como Clínicas ou Limítrofes no Total de Dificuldades na Avaliação 1 mantiveram as classificações na Avaliação 2.

Ademais, a comparação no aumento das HSE e na redução das práticas negativas, apresentadas pelo GE nas sessões 1 e 8 do PROMOVE-Professores, com as classificações dos alunos indicados para avaliação pelos mesmos participantes, sugere que a mudança nas práticas educativas colaborou com a redução nos problemas de comportamento de todas as crianças indicadas, em pelo menos uma das escalas analisadas (a partir dos instrumentos TRF-Pr e SDQ-Pr), comparadas as fases pré e pós-teste e seguimento. Estudos (Carneiro, 2018; Barker, 2015; Webster-Stratton et al., 2008) sugeriram o impacto das práticas positivas utilizadas por professores na redução dos problemas de comportamento infantil. Pesquisas no campo sinalizaram a relação inversamente proporcional entre as HSE e os problemas de comportamento das crianças no contexto escolar (Casali, 2019), bem como a correspondência entre o maior número de práticas negativas e os comportamentos problemas nos alunos (Bolsoni-Silva & Mariano, 2014).

Pesquisas realizadas no cenário internacional também discutiram os benefícios de programas de treinamento em habilidades sociais no contexto escolar para as interações estabelecidas entre professores e alunos. Webster-Stratton et al. (2008) avaliaram os resultados de professores participantes do programa “Anos Incríveis” com relação às práticas educativas positivas e a comunicação estabelecida com os alunos. Os autores discutiram os efeitos protetivos de programas que contemplam o desenvolvimento de práticas de ensino positivas, como a promoção de diálogos com os alunos, uma vez que favorecem a competência social dos professores e colaboram para práticas educativas mais efetivas diante das demandas apresentadas pelos estudantes.

Vale articular os efeitos do PROMOVE-Professores quanto às práticas positivas do GE, com as propostas para o ensino destacadas por documentos normativos da educação no Brasil; entre estes, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996, 1996) e a Base Nacional Comum Curricular (Ministério da Educação, 2017). Ambos discutem os conhecimentos técnicos conceituais e as habilidades sociais como relevantes à formação integral do educando. Ao utilizar práticas educativas positivas, os professores colaboram para a qualidade da interação estabelecida com seus alunos, além da diminuição de problemas de comportamento das crianças no contexto escolar (Barker, 2015).

Os resultados deste estudo também foram organizados e avaliados a partir dos instrumentos utilizados com professores, pais ou responsáveis legais pelas crianças. As Tabelas 3 e 4 apresentam, respectivamente, a média, desvio padrão e valores de p do GE em comparação ao GC nas escalas do instrumento TRF-Pr (Tabela 3), e a média, desvio padrão e valores de p do GE em comparação ao GC nas escalas do instrumento SDQ-Pr (Tabela 4).

Tabela 3
Média, desvio padrão e valores de p do GE em comparação ao GC nas escalas do instrumento TRF-Pr (Teste Wilcoxon).

Na Tabela 3, foram apresentadas as escalas do instrumento TRF-Pr, bem como as variáveis que as compõem. A análise estatística dos resultados do GE indicou aumento nos níveis de Felicidade e Funcionamento total, e aumento marginalmente significativo nas variáveis Desempenho Acadêmico e Comportamento, na escala Funcionamento Adaptativo. Também foi observada redução nas variáveis que indicaram problemas de comportamento nas escalas Síndrome (Ansiedade/depressão, Isolamento/depressão, Problemas sociais, Problemas de pensamento, Problemas de atenção, Quebra de regras e Comportamento agressivo) e Problemas de Comportamento Total (Internalizante e Externalizante). Já a análise dos dados do GC, sinalizou aumento nos níveis para a variável “Internalizante” da Escala de Problemas de Comportamento. Tais resultados sinalizam a melhora em indicadores comportamentais positivos (como Felicidade e Funcionamento total, e Desempenho Acadêmico) das crianças avaliadas pelos professores participantes do GE, além da redução em indicadores associados a problemas de comportamento. Em contrapartida, a análise dos dados sinalizou aumento em indicadores relacionados a problemas de comportamento para as crianças avaliadas pelos professores do GC.

Os dados reforçam os benefícios do treino de HSE com os professores nas interações estabelecidas com os alunos e, consequentemente, no desenvolvimento acadêmico e social destes (Costa & Fleith, 2019; Heatly & Votruba-Drzal, 2017). Na mesma direção, estudos como de Maleki et al. (2017) sinalizaram a eficácia de relações positivas na aprendizagem e desenvolvimento da competência social.

Ainda com relação aos resultados obtidos por meio do TRF-Pr, foram observadas reduções significativas nas fases de testagem pós-intervenção nas diferentes categorias da Escala do DSM, apenas para as crianças indicadas pelo GE. Este achado parece sugerir os benefícios do programa PROMOVE-Professores na redução de comportamentos que competem com o cumprimento de tarefas evolutivas requeridas pela escola e constituem-se como fatores de risco à adaptação psicossocial na adolescência e vida adulta (Pesce, 2009). As reflexões propostas por Gomes e Pereira (2014) concordam com a análise e sinalizam os ganhos da promoção de habilidades sociais infantis na prevenção de comportamentos inadequados em jovens e adultos.

A análise dos resultados apresentados nas escalas do instrumento SDQ-Pr (Tabela 4), para o GE, revelou melhora estatisticamente significativa nas Escalas Sintomas Emocionais, Problemas de Conduta, Hiperatividade e Problemas de Relacionamento com os colegas, além de redução do total de dificuldades. Também foi observada melhora com significância estatística na Escala de Comportamento Pró-Social para GE (nas fases pós-intervenção e seguimento) e GC (na segunda fase de avaliação). Os resultados apresentados via instrumento SDQ-Pr para as crianças indicadas pelo GE convergiram com os dados observados nas escalas avaliadas pelo TRF-Pr, uma vez que ambos apontaram a redução nos problemas de comportamento infantil.

A análise dos dados apontou não apenas para a redução de problemas que competem com os processos de ensino e aprendizagem, como os de comportamento, mas também os ganhos do PROMOVE-Professores diante de aspectos que favoreçam o desenvolvimento infantil, como o aumento estatisticamente significativo nas variáveis Felicidade e Funcionamento Total (dados observados no TRF-Pr). Na mesma direção, estão os resultados coletados por meio do instrumento SDQ-Pr, em que foi avaliada melhora no comportamento pró-social, tanto para as crianças do GE quanto para as crianças analisadas pelo GC. Os dados podem sugerir que, ainda que sem intervenção direta, mas compartilhando do mesmo ambiente escolar, pode ser observada melhora (maior para as crianças de professores que participaram diretamente da intervenção). O estudo de Berry e O’Connor (2010) sinalizou os resultados da interação positiva entre professor-aluno nos comportamentos que favoreceram os processos de ensino e aprendizagem.

Na sequência de análise, a Tabela 5 apresenta os resultados coletados com os pais ou responsáveis legais, categorizados em média, desvio padrão e valores de p do GE em comparação ao GC nos fatores do instrumento QRSH-Pais.

Tabela 4
Média, desvio padrão e valores de pdo GE em comparação ao GC nas escalas do instrumento SDQ-Pr (Teste Wilcoxon).

Tabela 5
Média, desvio padrão e valores de pdo GE em comparação ao GC nos fatores do instrumento QRSH-Pais (Teste Wilcoxon).

Os efeitos do PROMOVE-Professores quanto à generalização para os comportamentos infantis também foram analisados a partir dos resultados dos instrumentos aplicados nos pais e/ou responsáveis legais pelas crianças. Por meio do QRSH-Pais, foram observadas mudanças estatísticas nos fatores 1 (Disponibilidade Social) e total, apenas nas crianças do GE, indicando a percepção de melhora no repertório de HS infantil, pelos cuidadores.

Tais achados demonstraram a relevância do contexto escolar como ambiente propício para intervenções em HSE com professores, uma vez que estas parecem colaborar para o aumento de práticas positivas e redução de práticas negativas (Lessa et al., 2017; Rosin-Pinola, Marturano, Elias, & Del Prette, 2017; Casali, 2019), além de aprimorarem a qualidade da relação professor-aluno e a generalização de comportamentos habilidosos nos estudantes (Silva, Aznar-Farias, & Silvares, 2009; Bradshaw, Waasdorp, & Leaf, 2012; Bolsoni-Silva et al., 2013; Broekhuizen et al., 2016; Kourmousi & Alexopoulos, 2016).

Considerações Finais

Esta pesquisa descreveu os efeitos de um Programa de Intervenção em Habilidades Sociais Educativas denominado PROMOVE-Professores, com professores do Ensino Fundamental I de uma instituição pública.

A análise dos resultados indicou aumento nas práticas educativas positivas (HSE-Pr) utilizadas pelos professores ao longo do processo de intervenção, bem como redução das práticas negativas empregadas na interação com as crianças indicadas. Além dos efeitos ante às práticas educativas, observou-se diminuição significativa de problemas de comportamento infantil das crianças avaliadas pelo grupo experimental (GE). Tais achados não foram verificados no grupo controle (GC).

Os dados apresentados podem vir a colaborar na sistematização de políticas públicas que envolvam ações voltadas às práticas educativas e habilidades sociais utilizadas pelos professores em suas atividades acadêmicas, de forma a prevenir problemas comportamentais e promover competências sócio emocionais das crianças. A estrutura da intervenção utilizada, somada às vivências coletivas oportunizadas no próprio espaço escolar, está em consonância com as práticas apontadas pela literatura como relevantes ao processo de formação continuada. Entende-se que tais medidas podem favorecer programas que vão além da visão reducionista acerca dos fatores que interferem nos processos de ensino e aprendizagem (como a patologização da criança).

Como pontos fortes, pode-se citar o delineamento experimental utilizado no estudo, e os múltiplos instrumentos, de relato e de observação, empregados para a análise dos efeitos da intervenção. Ainda que tenha temas estabelecidos a partir do preconizado pela literatura, o programa incluiu em sua execução ajustes necessários para atender a cada pessoa participante, garantindo assim a flexibilidade exigida para suprir as necessidades individuais e coletivas dos participantes. Mesmo que os resultados tenham indicado efeitos positivos nas práticas educativas, habilidades sociais e problemas de comportamento infantil, cabe destacar que a amostra foi reduzida, em apenas uma localidade, sem medida de observação da interação em sala de aula, e foram respondentes dos instrumentos apenas os professores e pais/mães/responsáveis.

Para futuras pesquisas, sugere-se a aplicação de instrumentos para análise da perspectiva das crianças referentes às práticas educativas dos professores e outras medidas de relato (como análise de filmagens) acerca da interação estabelecida pela díade citada, bem como de ampliação da amostra e aplicação em larga escala.

Referências

  • Achenbach, T. M., & Rescorla, L. A. (2001). Manual for the ASEBA School-Age Forms & Profiles. University of Vermont, Research Center for Children, Youth, & Families.
  • Barker, E. S. (2015). Promoting Positive Teacher-Child Interactions Through Implementation of a Social Emotional Learning Curriculum with Performance Feedback [Doctoral dissertation, University of Massachusetts].
  • Barreto, E. S. S. (2015). Políticas de formação docente para a Educação Básica no Brasil: embates contemporâneos. Revista Brasileira de Educação, 20(62), 679-701. https://doi.org/10.1590/S1413-24782015206207
    » https://doi.org/10.1590/S1413-24782015206207
  • Berry, D. & O’Connor, E. (2010). Behavioral risk, teacher-child relationships, and social skill development across middle childhood: A child-by-environment analysis of change. Journal of Applied Developmental Psychology, 31(1), 1-14. https://doi.org/10.1016/j.appdev.2009.05.001
    » https://doi.org/10.1016/j.appdev.2009.05.001
  • Bolsoni-Silva, A. T., & Loureiro, S. R. (2020). Evidence of validity for Socially Skillful Responses Questionnaires – SSRQ-Teachers and SSRQ-Parents. Psico-USF, 25(1), 155-170. https://doi.org/10.1590/1413-82712020250113
    » https://doi.org/10.1590/1413-82712020250113
  • Bolsoni-Silva, A. T., Loureiro, S. R., & Marturano, E. M. (2018). Roteiro de Entrevista de Habilidades Sociais Educativas de Professores – Manual Técnico – RE-HSE-Pr. Cetepp, Hogrefe.
  • Bolsoni-Silva, A. T., & Mariano, M. L. (2014). Práticas educativas de professores e comportamentos infantis, na transição ao primeiro ano do Ensino Fundamental. Estudos e Pesquisas em Psicologia, 14(3), 814-833.
  • Bolsoni-Silva, A. T., Mariano, M. L, & Loureiro, S. R. (2011). Estudos de confiabilidade e validade do questionário de respostas socialmente habilidosas versão para pais - QRSH-Pais. Psicologia: Reflexão e Crítica, 24(2), 227-235. https://www.scielo.br/j/prc/a/FVWwDYSrzBRy3zPJbZtXqcd/?lang=pt
    » https://www.scielo.br/j/prc/a/FVWwDYSrzBRy3zPJbZtXqcd/?lang=pt
  • Bolsoni-Silva, A. T., Marturano, E. M., & Silveira, F. F. (2006). Cartilha Informativa: orientação para pais e mães. Suprema Gráfica, Eireli.
  • Bolsoni-Silva, A. T., Verdu, A. C. M. A., Carrara, K., Melchiori, L. E., Leite, L. P., & Calais, S. L. (2013). Ampliando Comportamentos Pró-Éticos dos Alunos: Relato de Pesquisa e Intervenção com Educadores do Ensino Fundamental. Temas em Psicologia, 21(2), 347-359. http://dx.doi.org/10.9788/TP2013.2-04
    » https://doi.org/10.9788/TP2013.2-04
  • Bordin, I. A., Rocha, M. M., Paula, C. S., Teixeira, M. C. T. V., Achenbach, T. M., Rescorla, L. A., & Silvares, E. F. M. (2013). Child Behavior Checklist (CBCL), Youth Self-Report (YSR) and Teacher’s Report Form (TRF): an overview of the development of the original and Brazilian versions. Cadernos de Saúde Pública, 29(1), 13-28.
  • Bradshaw, C. P., Waasdorp, T. E., & Leaf, P. J. (2012). Effects of School-Wide Positive Behavioral Interventions and Supports on Child Behavior Problem. Journal of the American Academy of Pediatrics, 130(5), 1136-1145. https://doi.org/10.1542/peds.2012-0243
    » https://doi.org/10.1542/peds.2012-0243
  • Broekhuizen, M. L., Mokrova, I. L., Burchinal, M. R., & Garrett-Peters, P. T. (2016). Classroom Quality at Pre-Kindergarten and Kindergarten and Children’s Social Skills and Behavior Problems. Early Childhood Research Quarterly, 36, 212-222. https://doi.org/10.1016/j.ecresq.2016.01.005
    » https://doi.org/10.1016/j.ecresq.2016.01.005
  • Carneiro, S. T. S. (2018). Explorando algumas habilidades sociais em professores do Ensino Médio: uma intervenção em um projeto de formação continuada [Dissertação de Mestrado, Universidade Católica de Brasília]. Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Católica de Brasília. https://bdtd.ucb.br:8443/jspui/handle/tede/2523
    » https://bdtd.ucb.br:8443/jspui/handle/tede/2523
  • Casali, I. G. (2019). Programa de Habilidades Sociais com pais e professores: efeitos sobre educadores e crianças escolares [Tese de Doutorado, Universidade Federal de São Carlos]. Repositório Institucional UFSCar. https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/11554
    » https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/11554
  • Cognetti, N. P., & Bolsoni-Silva, A. T. (2019). Habilidades sociais educativas para professores. Suprema Gráfica, Eireli.
  • Costa, B. C. G., & Fleith, D. S. (2019). Prediction of Academic Achievement by Cognitive and Socio-emotional Variables: A Systematic Review of Literature. Trends in Psychology, 27(4), 977-991. http://dx.doi.org/10.9788/tp2019.4-11
    » https://doi.org/10.9788/tp2019.4-11
  • Fernandes, L. M., Leme, V. B. R., Elias, L. C. S., & Soares, A. B. (2018). Preditores do Desempenho Escolar ao final do Ensino Fundamental: Histórico de Reprovação, Habilidades Sociais e Apoio Social. Trends in Psychology, 26(1), 215-228. https://doi.org/10.9788/TP2018.1-09Pt
    » https://doi.org/10.9788/TP2018.1-09Pt
  • Fornazari, S. A., Kienen, N., Vila, E. M., Nantes, F. O., & Proença, M. R. (2014). Programa informatizado para capacitar professores em habilidades sociais: contribuições para a inclusão. Psicologia da Educação, (38), 17-34.
  • Freitas, S. L., & Pacífico, J. M. (2020). Formação continuada: um estudo colaborativo com professores do Ensino Médio de Rondônia. Interações, 21(1), 141-153. https://doi.org/10.20435/inter.v21i1.1953
    » https://doi.org/10.20435/inter.v21i1.1953
  • Gilani, R., & Motaghi, M. (2018). The relationship between social skills and misconduct with their teachers in high school students in the City Aligudarz 2018. International Journal of Adolescent Medicine and Health, 33(5). https://doi.org/10.1515/ijamh-2018-0242
    » https://doi.org/10.1515/ijamh-2018-0242
  • Gomes, R. M. S., & Pereira, A. S. (2014). Influence of age and gender in acquiring social skills in Portuguese preschool education. Psychology, 5(2), 99-103. http://dx.doi.org/10.4236/psych.2014.52015
    » https://doi.org/10.4236/psych.2014.52015
  • Goodman, R., Santos, D. N., Nunes, A. P. R., Miranda, D. P., Fleitlich-Bilyk, B., & Almeida Filho, N. (2005). The Ilha de Maré study: a survey of child mental health problems in a predominantly African-Brazilian rural Community. Social Psychiatry and Psychiatric Epidemiology, 40(1),11-17. https://doi.org/10.1007/s00127-005-0851-z
    » https://doi.org/10.1007/s00127-005-0851-z
  • Heatly, M. C., & Votruba-Drzal, E. (2017). Parent- and teacher-child relationships and engagement at school entry: Mediating, interactive, and transactional associations across contexts. Developmental Psychology, 53(6), 1042-1062. https://doi.org/10.1037/dev0000310
    » https://doi.org/10.1037/dev0000310
  • Hydon, S., Wong, M., Langlev, A. K., Stein, B. D., & Kataoka, S. H. (2015). Preventing Secondary Traumatic Stress in Educators. Child & Adolescent Psychiatric Clinics, 24(2), 319-333. https://doi.org/10.1016/j.chc.2014.11.003
    » https://doi.org/10.1016/j.chc.2014.11.003
  • Janssens, A., & Deboutte, D. (2010). Screening for psychopathology in child welfare: the Strengths and Difficulties Questionnaire (SDQ) compared with the Achenbach System of Empirically Based Assessment (ASEBA). European Child & Adolescent Psychiatry, 19(1), 691–700. http://dx.doi.org/10.1007/s00787-009-0071-2
    » https://doi.org/10.1007/s00787-009-0071-2
  • Kourmousi, N., & Alexopoulos, E. C. (2016). Stress Sources and Manifestations in a Nationwide Sample of Pre-Primary, Primary, and Secondary Educators in Greece. Front. Public Health, 4(73). https://doi.org/10.3389/fpubh.2016.00073
    » https://doi.org/10.3389/fpubh.2016.00073
  • Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996. (1996, 20 de dezembro). Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Presidência da República. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm
    » https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm
  • Lessa, T. C. R., Felicio, N. C., & Almeida, M. A. (2017). Práticas Pedagógicas e Habilidades Sociais: Possibilidade de Pesquisa de Intervenção com Professores. Psicologia Escolar e Educaional, 21(2), 167-174. https://doi.org/10.1590/2175-3539201702121096
    » https://doi.org/10.1590/2175-3539201702121096
  • Maleki, F., Talaei, M. H., Moghadam, S. R. M., Shadigo, S., Taghinejad, H., & Mirzaei, A. (2017). Investigating the Influence of Teachers’ Characteristics on the Teacher-Student Relations from Students’ Perspective at Ilam University of Medical Sciences. Journal of Clinical & Diagnostic Research, 11(6), 4-8. https://doi.org/10.7860%2FJCDR%2F2017%2F20109.10018
  • Mariano, M., & Bolsoni-Silva, A. T. (2016). Comparações entre práticas educativas de professores, habilidades sociais e problemas de comportamento de alunos. Estudos e Pesquisas em Psicologia, 16(1), 140-160.
  • Mariano, M., & Bolsoni-Silva, A. T. (2018). Social Interactions between Teachers and Students: A Study Addressing Associations and Predictions. Paidéia (Ribeirão Preto), 28, e2816. https://doi.org/10.1590/1982-4327e2816
    » https://doi.org/10.1590/1982-4327e2816
  • Medeiros, F. S., & Bolsoni-Silva, A. T. (2020). Práticas educativas, problemas de comportamento e habilidades sociais: um estudo multi-métodos e com diferentes informantes [Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita]. Repositório Institucional Unesp. http://hdl.handle.net/11449/194378
    » http://hdl.handle.net/11449/194378
  • Ministério da Educação. (2017). Base Nacional Comum Curricular. http://basenacionalcomum.mec.gov.br/
    » http://basenacionalcomum.mec.gov.br/
  • Molina, R. C. M. (2007). Avaliação de programas de treinamento de professores para promover habilidades sociais de crianças com dificuldades de aprendizagem [Tese de Doutorado, Universidade Federal de São Carlos]. Repositório Institucional UFSCar. https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/2839
    » https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/2839
  • Pavaneli, K. F., & Purificação, M. M. (2021). As constantes mudanças nos contextos da formação de professores no Brasil. RCNCD-Plurais, 2(1), 56-67. http://dx.doi.org/10.4322/2675-4177.2021.006
    » https://doi.org/10.4322/2675-4177.2021.006
  • Pesce, R. P. (2009). Problemas de comportamento externalizantes na infância. A violência em foco [Tese de Doutorado, Escola Nacional de Sáude Pública]. Arca Fiocruz. https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/2592
    » https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/2592
  • Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012 (2012, 12 de novembro). Diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Ministério da Saúde. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2013/res0466_12_12_2012.html
    » https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2013/res0466_12_12_2012.html
  • Rosin-Pinola, A. R. (2009). Programa de Habilidades Sociais Educativas: Impacto sobre o repertório de professores e de alunos com necessidades educacionais especiais [Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo]. ReP USP. https://repositorio.usp.br/item/001807480
    » https://repositorio.usp.br/item/001807480
  • Rosin-Pinola, A. R.; Marturano, E. M.; Elias, L. C. S.; Del Prette, Z. A. P. (2017). Ensinando habilidades sociais educativas para professores no contexto da inclusão escolar. Revista Educação Especial, 30(59), 737-750. https://doi.org/10.5902/1984686X28430
    » https://doi.org/10.5902/1984686X28430
  • Santos, M. A., Scatena, L., Dias, M. G. R. O., Pillon, S. C., Miasso, A. I., Souza, J., Petean, E. B. L., & Zanetti, M. L. (2016). Grupo operativo com professores do ensino fundamental: integrando o pensar, o sentir e o agir. Rev. SPAGESP, 17(1), 39-50.
  • Silva, D. A., Aznar-Farias, M., & Silvares, E. F. M. (2009). Influência do Treino em Habilidades Sociais na relação professor-aluno: uma contribuição psicopedagógica para professores. Revista Acolhendo a Alfabetização nos Países de Língua portuguesa, 3(5), 68-89. https://doi.org/10.11606/issn.1980-7686.v3i5p68-90
    » https://doi.org/10.11606/issn.1980-7686.v3i5p68-90
  • Webster-Stratton, C., Reid, M. J., & Stoolmiller, M. (2008). Preventing conduct problems and improving school readiness: evaluation of the Incredible Years Teacher and Child Training Programs in high-risk schools. Journal of Child Psychology and Psychiatry, 49(5), 471-488. https://doi.org/10.1111/j.1469-7610.2007.01861.x
    » https://doi.org/10.1111/j.1469-7610.2007.01861.x
  • Woerner, W., Fleitlich-Bilyk, B., Martinussen, R., Fletcher, J., Cucchiaro, G., Dalgalarrondo, P, Lui, M., & Tannock, R. (2004). The Strengths and Difficulties Questionnaire overseas: evaluations and applications of the SDQ beyond Europe. European Child & Adolescent Psychiatry, 13, 47-54. https://doi.org/10.1007/s00787-004-2008-0
    » https://doi.org/10.1007/s00787-004-2008-0
  • Como citar:
    Cognetti, N. P., & Bolsoni-Silva, A. T. (2025). Efeitos do PROMOVE-Professores para as Práticas Educativas e Comportamentos Infantis. Psicologia: Ciência e Profissão , 45 , 1-. https://doi.org/10.1590/1982-3703003276394
  • How to cite:
    Cognetti, N. P., & Bolsoni-Silva, A. T. (2025). Effects of the PROMOVE-Professors Program on Educational Practices and Children’s Behaviors. Psicologia: Ciência e Profissão , 45 , 1-. https://doi.org/10.1590/1982-3703003276394
  • Cómo citar:
    Cognetti, N. P., & Bolsoni-Silva, A. T. (2025). Efectos del Programa PROMOVE-Profesores sobre las Prácticas Educativas y los Comportamientos de los Niños. Psicologia: Ciência e Profissão , 45 , 1-. https://doi.org/10.1590/1982-3703003276394

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    17 Mar 2025
  • Data do Fascículo
    2025

Histórico

  • Recebido
    07 Jul 2023
  • Aceito
    03 Jul 2024
location_on
Conselho Federal de Psicologia SAF/SUL, Quadra 2, Bloco B, Edifício Via Office, térreo sala 105, 70070-600 Brasília - DF - Brasil, Tel.: (55 61) 2109-0100 - Brasília - DF - Brazil
E-mail: revista@cfp.org.br
rss_feed Acompanhe os números deste periódico no seu leitor de RSS
Acessibilidade / Reportar erro