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Editorial

EDITORIAL

EDITORIAL

O Número 3 da Revista Brasileira de Educação Especial apresenta 10 relatos de pesquisa, sendo dois deles de autores internacionais.

O primeiro artigo apresenta um relato de pesquisa que comparou, por meio de um instrumento específico, diferentes grupos de professores de educação física: os que tiveram oportunidade de manter contato com alunos com deficiência e os que não tiveram essa oportunidade, quer por meio de programação fornecido por universidades ou por meio de experiência de acampamento para esse fim. Os dados demonstram que a experiência influencia positivamente a intenção para trabalhar com população com necessidades especiais.

O segundo estudo teve como objetivo verificar indicadores comportamentais de habilidades nas áreas social, escolar e de realização de atividades de um grupo de crianças e adolescentes com Síndrome de Williams. Participaram 22 crianças e adolescentes. Foram utilizadas escalas para medição de inteligência e inventário. Segundo os autores, foram verificados prejuízos graves nas habilidades e competências de desempenho escolar do grupo, diferentemente dos resultados positivos obtidos nas escalas de socialização e prática de esportes.

O terceiro relato de pesquisa teve como objetivo investigar o papel do Tradutor-Intérprete de Língua de Sinais no espaço de escolarização com estudantes surdos incluídos. Foram realizadas entrevistas com 13 intérpretes e feitas observações de suas atuações, durante três meses, em cinco escolas. Os dados obtidos indicaram que ainda existe confusão em torno de papel desse profissional.

O quarto estudo teve o objetivo de analisar os indícios das possibilidades de desenvolvimento e aprendizagem de um aluno com deficiência intelectual. Foram realizadas filmagens desse aluno em situação escolar. Os dados indicaram que as relações concretas de aprendizagem ocorrem quando se estabelecem relações de ensino significativas que devem ser compreendidas considerando-se as possibilidades de mediação instauradas nas relações entre os sujeitos.

O quinto estudo teve como objetivo foi identificar as necessidades especiais de escolares com diabetes Mellitus Tipo 1. Participaram 37 familiares de escolares em tratamento ambulatorial de uma faculdade paulista. Os dados foram coletados por meio de entrevista semiestruturada. Os resultados indicaram que: 1) todos comunicaram à escola a respeito da doença do filho; 2) 29,7% relataram dificuldade de inclusão ou acesso à escola, 3) existe desconhecimento do professor para o controle do diabetes; 4) a merenda escolar era inadequada, 5) existia preconceito dos colegas, diretora e vergonha por parte do aluno.

O sexto estudo apresenta o EDUQUITO, que é uma ferramenta desenvolvida por equipe de pesquisadores do NIEE/UFRGS e busca apoiar processos de inclusão sociodigital. O desenvolvimento da plataforma digital/virtual acessível e os resultados da utilização por pessoas com deficiências são discutidos

O sétimo estudo teve como objetivo investigar as concepções que mães de jovens com deficiência intelectual têm sobre a sexualidade dos filhos. Foram entrevistadas 20 mães de adolescentes entre 12 a 18 anos, de ambos os sexos, com diagnóstico de deficiência intelectual. Os resultados indicaram, de forma geral, que as mães não reconhecem uma identidade sexual em seus filhos e, por conseguinte, não forneceram educação sexual.

O oitavo estudo teve como objetivo analisar a percepção dos professores sobre a importância da Sala de Recursos Multifuncionais. Foram entrevistados quatro professores. Os resultados ressaltam a importância da sala de recursos no processo inclusivo. Contudo, revela que o trabalho nela desenvolvido não deve e não pode ser confundido com reforço escolar ou repetição de conteúdos curriculares da classe regular.

O penúltimo estudo teve como objetivo apresentar o desenvolvimento geral e o desenvolvimento em áreas específicas de uma criança cega que recebeu estimulação constante e especializada com outra criança cega que recebeu apenas estimulação assistemática. Os resultados indicaram diferenças quanto comparados os níveis de desenvolvimento.

O último texto apresenta uma pesquisa desenvolvida em Portugal e teve como objetivo estudar as representações sociais dos educadores de infância e a inclusão de alunos com necessidades educativas especiais. A coleta de dados ocorreu por meio de questionários.

Os dados indicaram, que de forma geral, a representação social dos educatores é favorável quanto o assunto é o processo de inclusão, apesar de haver ainda discriminação das crianças com necessidades educativas relacionadas à falta de informação, de educação e de regras sociais, à classe social e nível econômico, dentre outros.

Comitê editorial

Eduardo José Manzini

Maria Cristina Marquezine

Leila Regina d'Oliveira de Paula Nunes

Nerli Nonato Ribeiro Mori

Rita de Cássia BarbosaPaiva Magalhães

Eliza Dieko OshiroTanaka

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    30 Nov 2012
  • Data do Fascículo
    Set 2012
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