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Tradução e adaptação transcultural do questionário SOSG-OQ 2.0 para o português brasileiro* * Trabalho realizado no Instituto de Patologia da Coluna, São Paulo, SP, Brasil.

Resumo

Objetivo:

Realizar a adaptação transcultural e a tradução para o português brasileiro da versão 2.0 do Questionário de Desfechos do Spine Oncology Study Group (Spine Oncology Study Group – Outcomes Questionnaire 2.0, SOSG-OQ 2.0, em inglês) para viabilizar sua aplicação em pacientes brasileiros e permitir a utilização deste questionário que está em voga na literatura científica por pesquisadores brasileiros.

Materiais e Métodos:

Trata-se de uma pesquisa básica, não randomizada, não comparativa. As etapas de tradução foram realizadas conforme propostas por Reichenheime e Moraes, principalmente as sessões de equivalência semântica e equivalência de mensuração, e também foram seguidas as recomendações de Coster e Mancini, principalmente na etapa de tradução. As etapas foram as seguintes: primeira – tradução do questionário para o português brasileiro; segunda – retroversão; terceira – comparação semântica; e quarta – validação final do constructo.

Resultados:

As traduções do SOSG-OQ 2.0 feitas por três tradutores apresentaram grande similaridade na maioria das questões. Todos os títulos e subtítulos de perguntas foram mantidos pelos tradutores, assim como as ordens interna e externa das perguntas. A retroversão da tradução conciliada foi realizada por dois tradutores juramentados, com fluência nativa na língua inglesa. Ambas as retroversões foram bastante similares, as divergências foram sanadas por consenso entre o autor principal e os tradutores juramentados, e a versão traduzida foi considerada a versão final.

Conclusão:

Neste estudo, apresenta-se uma versão traduzida do SOSG-OQ 2.0 que tem validade semântica com a versão original publicada em inglês, o que permite a sua aplicação na população brasileira, e acrescenta mais uma ferramenta para que os cirurgiões de coluna possam acompanhar de forma melhor este complexo grupo de pacientes.

Palavras-chave
coluna vertebral/ cirurgia; pesquisas e questionários; metástase neoplásica; qualidade de vida; traduções

Abstract

Objective:

To perform the cross-cultural adaptation and translation into Brazilian Portuguese of the Spine Oncology Study Group – Outcomes Questionnaire 2.0 (SOSG-OQ 2.0) to enable its application to Brazilian patients and to allow Brazilian researchers to use a questionnaire that is on trend in the scientific literature.

Materials and Methods:

The present is a basic, non-randomized, non-comparative study. The translation followed the proposal by Reichenheime and Moraes, mainly for the semantic equivalence and measurement equivalence sessions, as well as the recommendations by Coster and Mancini mainly in the translation stage. The stages were as follows: first – translation into Brazilian Portuguese; second – back-translation; third – semantic comparison; fourth – validation of the final construct.

Results:

The translations of the SOSG-OQ 2.0 made by three translators presented a high degree of similarity for most questions. The translators kept all question titles and subtitles, as well as their internal and external orders. Two sworn translators, with native proficiency in English, performed the back-translation of the amalgamated text. Both back-translations were quite similar, and any differences were solved through consensus between the main author and the sworn translators, and the translated text was considered the final version.

Conclusion:

The present study shows a translated version of the SOSG-OQ 2.0 with semantic validity with the original version published in English. As such, researchers can apply the questionnaire to the Brazilian population, adding another tool for spine surgeons to improve the monitoring of this complex group of patients.

Keywords
spine/surgery; surveys and questionnaires; neoplasm metastasis; quality of life; translations

Introdução

No Brasil, desde o ano 2000, o câncer é a segunda maior causa de mortalidade, atrás apenas das doenças cardíacas.11 Murray CJL, Vos T, Lozano R, et al. Disability-adjusted life years (DALYs) for 291 diseases and injuries in 21 regions, 1990-2010: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2010. Lancet 2012;380(9859):2197–2223 Além disso, os tumores metastáticos da coluna vertebral têm alta prevalência se comparada à dos tumores primários da coluna vertebral.22 Wai EK, Finkelstein JA, Tangente RP, et al. Quality of life in surgical treatment of metastatic spine disease. Spine 2003;28(05): 508–512,33 Boing AF, Vargas SAL, Boing AC. [The burden of neoplasm in Brazil: mortality and hospital morbidity from 2002 to 2004]. Rev Assoc Med Bras 2007;53(04):317–322 A doença metastática da coluna vertebral é responsável pelo aumento da morbidade relacionada à patologia primária, e tem impacto direto na qualidade de vida do paciente.22 Wai EK, Finkelstein JA, Tangente RP, et al. Quality of life in surgical treatment of metastatic spine disease. Spine 2003;28(05): 508–512,44 Choi D, Bilsky M, Fehlings M, Fisher C, Gokaslan Z. Spine Oncology-Metastatic Spine Tumors. Neurosurgery 2017;80 (3S):S131–S137,55 Morgen SS, Engelholm SA, Larsen CF, Søgaard R, Dahl B. Healthrelated quality of life in patients with metastatic spinal cord compression. Orthop Surg 2016;8(03):309–315

Não é incomum que os pacientes acometidos pela doença metastática apresentem disfunções que envolvem vários sistemas do organismo humano, e eles podem ser submetidos a diversos tratamentos, como quimioterapia e/ou radioterapia.66 Barzilai O, Fisher CG, Bilsky MH. State of the art treatment of spinal metastatic disease. Neurosurgery 2018;82(06):757–769 A cirurgia da coluna vertebral às vezes requer procedimentos para preservar ou recuperar a função neurológica, manuter a estabilidade segmentar vertebral e controlar de dor.66 Barzilai O, Fisher CG, Bilsky MH. State of the art treatment of spinal metastatic disease. Neurosurgery 2018;82(06):757–769,77 Barzilai O, McLaughlin L, Lis E, Yamada Y, Bilsky MH, Laufer I. Outcome analysis of surgery for symptomatic spinal metastases in long-term cancer survivors. J Neurosurg Spine 2019;31(02):1–6,88 Barcena A, Lobato RD, Rivas JJ, et al. Spinal metastatic disease: analysis of factors determining functional prognosis and the choice of treatment. Neurosurgery 1984;15(06):820–827

Atualmente há múltiplas ferramentas disponíveis para se estudar os desfechos clínicos de pacientes com tumor metastático da coluna; elas são inespecíficas e, em grande parte, utilizadas para a análise de uma única variável,99 Street J, Berven S, Fisher C, Ryken T. Health related quality of life assessment in metastatic disease of the spine: a systematic review. Spine 2009;34(22, Suppl)S128–S134 como as avaliações protocoladas pela escala de Frankel ou pela Escala de Deficiência da American Spinal Injury Association (ASIA), por exemplo, queobjetivam quantificar (classificar) ograu de lesão neurológica do paciente.1010 Frankel HL, Hancock DO, Hyslop G, et al. The value of postural reduction in the initial management of closed injuries of the spine with paraplegia and tetraplegia. I. Paraplegia 1969;7(03):179–192,1111 El Masry WS, Tsubo M, Katoh S, El Miligui YHS, Khan A. Validation of the American Spinal Injury Association (ASIA) motor score and the National Acute Spinal Cord Injury Study (NASCIS) motor score. Spine 1996;21(05):614–619 Adicionalmente, existem os questionários de qualidade de vida preenchidos pelos pacientes, que buscam quantificar como o paciente avalia sua qualidade de vida/estado de saúde, e permitem a identificação do impactode umprocedimento ou patologia.1212 Karimi M, Brazier J. Health, Health-Related Quality of Life, and Quality of Life: What is the Difference? PharmacoEconomics 2016;34(07):645–649,1313 Haraldstad K, Wahl A, Andenæs R, et al; LIVSFORSK network. A systematic review of quality of life research in medicine and health sciences. Qual Life Res 2019;28(10):2641–2650 Os questionários mais utilizados na prática da cirurgia da coluna vertebral são o Índice de Incapacidade de Oswestry1414 Fairbank JCT, Pynsent PB. The oswestry disability index. Spine 2000;25(22):2940–2952, discussion 2952 e o Índice de Incapacidade Cervical,1515 Cook C, Richardson JK, Braga L, et al. Cross-cultural adaptation and validation of the Brazilian Portuguese version of the Neck Disability Index and Neck Pain and Disability Scale. Spine 2006;31 (14):1621–1627 que foram desenvolvidos especificamente para quantificar o impacto da patologia, nas regiões da coluna lombar e da coluna cervical, respectivamente, sobre a qualidade de vida percebida pleos próprios pacientes. Ademais, existem questionários mais amplos, como o de Cinco Dimensões do EuroQoL (EuroQoL Five Dimensions, EQ-5D) ou a Pesquisa de Formulário Curto de 36 Itens (36-Item Short Form Survey, SF-36), cujo objetivo é quantificar a qualidade de vida dos pacientes de maneira mais abrangente, sem se ater a uma patologia ou região específicas, o que permite a comparação de pacientes com diferentes históricos de doença ou tratamento em uma mesma escala.1616 McHorney CA, Ware JE Jr, Lu JF, Sherbourne CD. The MOS 36-item Short-Form Health Survey (SF-36): III. Tests of data quality, scaling assumptions, and reliability across diverse patient groups. Med Care 1994;32(01):40–66,1717 Rabin R, de Charro F. EQ-5D: a measure of health status from the EuroQol Group. Ann Med 2001;33(05):337–343 Por fim, existem também as escalas de impacto na qualidade de vida, que são avaliadas pelos médicos e/ou cirurgião responsável pelo caso, como a escala do Eastern Cooperative Oncology Group (ECOG), que visa classificar o impacto do tumor nas atividades do paciente, sendo o valor 0 igual à qualidade de vida normal, e 5, equivalente à morte.1818 Young J, Badgery-Parker T, Dobbins T, et al. Comparison of ECOG/WHO performance status and ASA score as a measure of functional status. J Pain Symptom Manage 2015;49(02):258–264

Apesar de validados e úteis para o acompanhamento e avaliação de pacientes com tumores metastáticos, nenhum desses questionários se centra especificamente em pacientes com tumor de coluna vertebral, o que faz com que a literatura apresente divergências sobre qual seria a melhor combinação de questionários para realizar o acompanhamento de pacientes com tumores metastáticos da coluna. Street et al.,99 Street J, Berven S, Fisher C, Ryken T. Health related quality of life assessment in metastatic disease of the spine: a systematic review. Spine 2009;34(22, Suppl)S128–S134 por exemplo, recomendam o uso da escala do ECOG e do SF-36, ao passo que Choi et al.1919 Choi D, Morris S, Crockard A, et al. Assessment of quality of life after surgery for spinal metastases: position statement of the Global Spine Tumour Study Group. World Neurosurg 2013;80 (06):e175–e179 recomendam a utilização do EQ-5D.

Em decorrência da ausência de questionários que objetivam a avaliação específica para do tumor metastático da coluna vertebral, o Spine Oncologic Study Group (SOSG) desenvolveu um questionário de desfechos (SOSG – Outcomes Questionnaire, SOG-OQ) para análise de qualida de de vida dos pacientes portadores dessa patologia, .2020 Street J, Lenehan B, Berven S, Fisher C. Introducing a new health-related quality of life outcome tool for metastatic disease of the spine: content validation using the International Classification of Functioning, Disability, and Health; on behalf of the Spine Oncology Study Group. Spine 2010;35(14):1377–1386 Ademais, um estudo2121 Janssen SJ, Teunis T, van Dijk E, et al. Validation of the Spine Oncology Study Group-Outcomes Questionnaire to assess quality of life in patients with metastatic spine disease. Spine J 2017;17 (06):768–776 demonstrou que o SOSG-OQ é superior à versão de 3 níveis do EQ-5D (3-Level Version, EQ-5D-3L) em pacientes com metástase, linfoma ou mieloma. Além disso, o SOSG-OQ se mostrou mais eficaz do que o Sistema de Informações de Medidas de Desfecho Relatadas pelos Pacientes (Patient-Reported Outcomes Measurement Information System, PROMIS)2222 Cella D, Yount S, RothrockN, etal; PROMIS CooperativeGroup.The Patient-Reported Outcomes Measurement Information System (PROMIS): progress of an NIH Roadmap cooperative group during its first two years. Med Care 2007;45(5, Suppl 1)S3–S11 para analisar a qualidade de vida de pacientes com metástase de coluna, apesar de o PROMIS se apresentar mais eficaz na avaliação de função física e dor, segundo o estudo de Paulino Pereira et al.2323 Paulino Pereira NR, Janssen SJ, Raskin KA, et al. Most efficient questionnaires to measure quality of life, physical function, and pain in patients with metastatic spine disease: a cross-sectional prospective survey study. Spine J 2017;17(07):953–961

Apesarde pensado para abranger especificamente pacientes com metástases na coluna, o SOSG-OQ ainda tinha algumas inconsistências internas que faziam com que os itens de alguns de seus subdomínios não apresentassem correlação muito eficaz.2121 Janssen SJ, Teunis T, van Dijk E, et al. Validation of the Spine Oncology Study Group-Outcomes Questionnaire to assess quality of life in patients with metastatic spine disease. Spine J 2017;17 (06):768–776 ,2424 Versteeg AL,Sahgal A, Rhines LD,et al;AOSpine Knowledge Forum Tumor. Psychometric evaluation and adaptation of the Spine Oncology Study Group Outcomes Questionnaire to evaluate health-related quality of life in patients with spinal metastases. Cancer 2018;124(08):1828–1838

Deste modo, em 2018, Veersteg et al.2424 Versteeg AL,Sahgal A, Rhines LD,et al;AOSpine Knowledge Forum Tumor. Psychometric evaluation and adaptation of the Spine Oncology Study Group Outcomes Questionnaire to evaluate health-related quality of life in patients with spinal metastases. Cancer 2018;124(08):1828–1838 realizaram um estudo psicométrico sobre o SOSG-OQ, no qual foi desenvolvida uma versão atualizada do questionário. Para solucionar as discrepâncias da primeira versão, os autores dividiram a questão 8 do formulário original (sobre a função do intestino e da bexiga), em 2 questões distintas, para facilitar o preenchimento, tendo em vista que, muitas vezes, apenas um dos órgãos, o intestino ou a bexiga, apresentam disfunção. Ademais, as questões 7 (sobre auxílio para caminhar) e 20 (sobre sair da casa) foram transferidas para o domínio de função física, e a questão 16 foi movida para o domínio de dor, ao passo que a questão 15 (sobre o nível de energia) foi excluída, por não apresentar associação com nenhum domínio e não render informação significativa o suficiente para o resultado.2424 Versteeg AL,Sahgal A, Rhines LD,et al;AOSpine Knowledge Forum Tumor. Psychometric evaluation and adaptation of the Spine Oncology Study Group Outcomes Questionnaire to evaluate health-related quality of life in patients with spinal metastases. Cancer 2018;124(08):1828–1838 Por fim, a segunda versão do questionário, o constructo SOSG-OQ 2.0, foi comparada comaEscala Numéricade Avaliação (Numeric Rating Scale, NRS) da dor e com SF-36 em pacientes com metástase da coluna vertebral, e demonstrou-se forte correlação entre os questionários.2424 Versteeg AL,Sahgal A, Rhines LD,et al;AOSpine Knowledge Forum Tumor. Psychometric evaluation and adaptation of the Spine Oncology Study Group Outcomes Questionnaire to evaluate health-related quality of life in patients with spinal metastases. Cancer 2018;124(08):1828–1838

Deste modo, o objetivo deste trabalho foi realizar a adaptação transcultural e a tradução para o português brasileiro do SOSG-OQ 2.0, para viabilizar a aplicação do questionário em pacientes brasileiros.

Materiais e Métodos

Pesquisa básica, não randomizada, não comparativa.

Processo de tradução e adaptação transcultural

O processo de tradução e adaptação transcultural de um instrumento envolve múltiplas etapas para garantir que o constructo traduzido seja não só válido e equivalente como também faça sentido para o público-alvo.2525 Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Guidelines for the process of cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine 2000;25(24):3186–3191 O processo se inicia com a realização múltiplas traduções do questionário original, que são então sintetizadas para que se obtenha uma versão traduzida conciliada. Após o consenso na tradução, um grupo de tradutores (com fluência nativa na língua original) faz retroversões (RVs) do documento, que são sintetizadas para se obter a RV final. Então, a RVé comparada à versão original por um comitê de especialistas, que irá verificar se há discrepâncias entre as duas; caso haja poucas ou nenhuma discrepância, o constructo pode ser testado na população-alvo para avaliações psicométricas e de validade.2525 Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Guidelines for the process of cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine 2000;25(24):3186–3191,2626 Reichenheim ME, Moraes CL. Operacionalização de adaptação transcultural de instrumentos de aferição usados em epidemiologia. Rev Saude Publica 2007;41(04):665–673

As etapas de tradução foram realizadas conforme proposto por Reichenheime e Moraes,2626 Reichenheim ME, Moraes CL. Operacionalização de adaptação transcultural de instrumentos de aferição usados em epidemiologia. Rev Saude Publica 2007;41(04):665–673 principalmente as sessões de equivalência semântica e equivalência de mensuração, e também seguiram as recomendações feitas por Coster e Mancini,2727 Coster WJ, Mancini MC. Recommendations for translation and cross-cultural adaptation of instruments for occupational therapy research and practice. Rev Ter Ocup Univ Sao Paulo 2015;26 (01):50–57 principalmente na etapa de tradução (►Fig. 1).

Fig. 1
Diagrama de fluxo da tradução do SOSG-OQ até obtenção da versão final.

Passo 1: tradução do questionário SOSG-OQ 2.0 para o português brasileiro, feita individualmente por 3 pesquisadores brasileiros. As três traduções foram comparadas para se elaborar uma versão unificada por consenso entre os pesquisadores, chamada de tradução conciliada. Durante a etapa de tradução, pediu-se aos revisores que, caso julgassem necessário, realizassem alterações em elementos das perguntas que não fossem muito familiares para a população brasileira.

Passo 2: a tradução conciliada foi enviada para dois revisores, especialistas em letras certificados com proficiência na língua inglesa. A conciliação destes questionários foi chamada de RV conciliada.

Passo 3 e 4: Por fim, um outro tradutor (chamado de tradutor final), que não esteve envolvido em nenhuma das traduções e RVs, comparou a RV conciliada e a versão original para dar seu parecer sobre a similaridade dos questionários em aspectos denotativos econotativos,e podia avaliar asquestões como inalteradas, pouco alteradas, ou muito alteradas.

SOSG-OQ 2.0

Elaborado em 2018 como uma adaptação do original, o SOSG-OQ 2.0, tem o intuito de melhorar a validade interna de seus domínios e a sua correlação com outros constructos já validados.2424 Versteeg AL,Sahgal A, Rhines LD,et al;AOSpine Knowledge Forum Tumor. Psychometric evaluation and adaptation of the Spine Oncology Study Group Outcomes Questionnaire to evaluate health-related quality of life in patients with spinal metastases. Cancer 2018;124(08):1828–1838 Os valores de confiabilidade do questionário nas avaliações de tese-reteste variaram de 0,58 a 0,92 entre os domínios, e o instrumento apresentou excelente correlação com o SF-36. O constructo é composto por 27 questões, 20 pré-operatórias e 7 pós-operatórias, e as pré-operatórias estão divididas em 5 domínios: função física (6 questões); função neurológica (4 questões); dor (5 questões); funções mentais (2 questões); efunçõessociais (3 questões). Todas as questões têm 5itens compontuaçãode 1a 5e,para se obter a pontuação total do SOSG-OQ, é preciso inverter a pontuação dos itens, ou seja, 1 = 5, 2 = 4, e assim por diante. Quanto maior a pontuação, pior a qualidade de vidado paciente. Para as sete questões pós-operatórias, a pontuação do questionário se dá por uma porcentagem dos pontos máximos possíveis (regra de três).2121 Janssen SJ, Teunis T, van Dijk E, et al. Validation of the Spine Oncology Study Group-Outcomes Questionnaire to assess quality of life in patients with metastatic spine disease. Spine J 2017;17 (06):768–776

Resultados

As traduções do SOSG-OQ feitas pelos três tradutores apresentaram grande similaridade na maioria das questões. Todos os títulos e subtítulos de perguntas foram mantidos, assim como as ordens interna e externa das perguntas.

Quanto à tradução das perguntas propriamente ditas, houve pouca discrepância entre os revisores, e só houve divergências significativas com relação a duas perguntas (►Tabela 1). Ademais, houve discordâncias também na elaboração da tradução das alternativas (►Tabela 2). Sanadas as divergências, a tradução conciliada foi elaborada.

Tabela 1
Discrepâncias ocorridas na tradução das perguntas
Tabela 2
Exemplos de discrepâncias entre as traduções nos itens de respostas

Retroversão e Obtenção de versão final

As RVs foram feitas por dois tradutores juramentados com fluência nativa na língua inglesa. Ambas foram bastante similares, e as divergências foram sanadas por consenso entre o autor principal e os tradutores juramentados (►Tabela 3).

Tabela 3
Exemplos de discrepâncias e consenso entre as duas retroversões

Ademais, nenhuma das questões ou alternativas apresentou-se como “ muito alterada” em comparação com a versão original do questionário, de modo que a tradução conciliada foi considerada como a versão final do questionário (►Tabela 4).

Tabela 4
Tradução conciliada e versão final

Discussão

Os tumores metastáticos da coluna vertebral podem gerar manifestações clínicas diversas e impactar consideravelmente a qualidade de vida dos pacientes, que não se restringem somente ao segmento da coluna acometido, devido à sua característica sistêmica.44 Choi D, Bilsky M, Fehlings M, Fisher C, Gokaslan Z. Spine Oncology-Metastatic Spine Tumors. Neurosurgery 2017;80 (3S):S131–S137,2828 White AP, Kwon BK, Lindskog DM, Friedlaender GE, Grauer JN. Metastatic disease of the spine. J Am Acad Orthop Surg 2006;14 (11):587–598,2929 Gerszten PC. Spine metastases: from radiotherapy, surgery, to radiosurgery. Neurosurgery 2014;61(Suppl 1):16–25 Além disso, os questionários existentes para estudo dos desfechos clínicos de pacientes com tumor metastático da coluna vertebral eram inespecíficos e não envolviam todas as variáveis.99 Street J, Berven S, Fisher C, Ryken T. Health related quality of life assessment in metastatic disease of the spine: a systematic review. Spine 2009;34(22, Suppl)S128–S134,2020 Street J, Lenehan B, Berven S, Fisher C. Introducing a new health-related quality of life outcome tool for metastatic disease of the spine: content validation using the International Classification of Functioning, Disability, and Health; on behalf of the Spine Oncology Study Group. Spine 2010;35(14):1377–1386 Deste modo,oSOSG-OQ 2.0 foi elaborado para tentar quantificar o impacto dessa doença na qualidade de vida dos pacientes.2424 Versteeg AL,Sahgal A, Rhines LD,et al;AOSpine Knowledge Forum Tumor. Psychometric evaluation and adaptation of the Spine Oncology Study Group Outcomes Questionnaire to evaluate health-related quality of life in patients with spinal metastases. Cancer 2018;124(08):1828–1838 No entanto, até agora, nenhuma versão do questionário em português brasileiro havia sido publicada.

No presente estudo, realizou-se a tradução para o português brasileiro e a adaptação transcultural do SOSG-OQ 2.0. Apesar de ter havido algumas discrepâncias entre as traduções iniciais, principalmente com relação aos advérbios de intensidade (muito, bastante, pouco etc.) a obtenção de consenso entre os tradutores foi simples. Do mesmo modo, quanto à adaptação transcultural, quase nenhuma alteração foi necessária (como trocar uso de hashis por uso de talheres, por exemplo), tendo em vista que o questionário original foi elaborado em conjunto por pesquisadores americanos e europeus, cujos hábitos, de maneira mais generalizada, são bem similares aos dos brasileiros. De maneira similar, em trabalho realizado pelo Brazilian Spine Study Group em conjunto com outros cirurgiões brasileiros, traduziu-se o Índice de Fragilidade (Frailty Index),3030 Miller EK, Vila-Casademunt A, Neuman BJ, et al; European Spine Study Group International Spine Study Group. External validation of the adult spinal deformity (ASD) frailty index (ASD-FI). Eur Spine J 2018;27(09):2331–2338 e, apesar da ocorrência discrepâncias entre alguns itens, poucas adaptações culturais foram necessárias.3131 Pratali RR, Romerio CFWE, Daher MT, et al. Adaptation of the frailty index for brazilian portuguese in adult spine deformity surgery. Coluna/Columna 2020;19(03):168–171

O SOSG-OQécomposto por27questões, sendo20baseadas nos sintomas e impactos da doença na qualidade de vida, e sete questões sobre como o paciente se sente em relação ao procedimento cirúrgico.2020 Street J, Lenehan B, Berven S, Fisher C. Introducing a new health-related quality of life outcome tool for metastatic disease of the spine: content validation using the International Classification of Functioning, Disability, and Health; on behalf of the Spine Oncology Study Group. Spine 2010;35(14):1377–1386,2121 Janssen SJ, Teunis T, van Dijk E, et al. Validation of the Spine Oncology Study Group-Outcomes Questionnaire to assess quality of life in patients with metastatic spine disease. Spine J 2017;17 (06):768–776 Em estudos de avaliação psicométrica e de consistência,2121 Janssen SJ, Teunis T, van Dijk E, et al. Validation of the Spine Oncology Study Group-Outcomes Questionnaire to assess quality of life in patients with metastatic spine disease. Spine J 2017;17 (06):768–776,2424 Versteeg AL,Sahgal A, Rhines LD,et al;AOSpine Knowledge Forum Tumor. Psychometric evaluation and adaptation of the Spine Oncology Study Group Outcomes Questionnaire to evaluate health-related quality of life in patients with spinal metastases. Cancer 2018;124(08):1828–1838 o SOSG-OQ se mostrou fortemente correlacionado com a pontuação de qualidade de vida obtida no EQ-5D e no SF-36, e os seus subgrupos apresentaram forte consistência interna.

Devido ao possível benefício de melhorar o acompanhamento e a avaliação do impacto das neoplasias na coluna fornecido pelo SOSG-OQ, diversos autores passaram a traduzi-lo para suas línguas nativas. Luksanapruksa et al.3232 Luksanapruksa P, Phikunsri P, Trathitephun W, et al. Validity and reliability of the Thai version of the Spine Oncology Study Group Outcomes Questionnaire version 2.0 to assess Quality of Life in Patients with Spinal Metastasis. Spine J 2021;21(11): 1920–1924 realizaram a tradução e adaptação transcultural para o tailandês, e demonstraram que os domínios da versão traduzida mantiveram uma alta consistência interna (alphade Cronbach > 0.7), e que o questionário manteve forte correlação com as pontuaçõesobtidasnaversãode5níveisdoEQ-5D(EQ-5D-5L). Da mesma forma, Brodano et al.,3333 Brodano GB, Pesce E, Griffoni C, et al. Adaptation and Validation of the Spine Oncology Study Group Outcomes Questionnaire in Italian Language. Global Spine J 2022;2022(00):219256822 21083913 demostraram avalidade da versão italiana tanto em relação aos domínios internos quanto à sua correlação com os subdomínios do SF-36, além da alta consistência entre os itens do questionário.

Yinetal.3434 Yin M, Sun Z, Ding X, et al. Cross-cultural adaptation and validation of simplified Chinese version of the Spine Oncology Study Group Outcomes Questionnaire (SOSGOQ) 2.0 with its assessment in clinical setting. Spine J 2022;22(12): 2024–2032demonstraram queaversão chinesa simplificada demonstrou forte correlação tanto com o EQ-5D-5L quanto com o SF-36, além de apresentar excelente consistência interna entre seus subgrupos e bom resultado intraobservador. Por fim, um grupo de pesquisadores3535 Richardson MA, Bernstein DN, Kulp A, Mesfin A. Patient Reported Outcomes in Metastatic Spine Disease: Concurrent Validity of PROMIS with the Spine Oncology Study Group Outcome Questionnaire. Spine 2022;47(08):591–596 demonstrou recentemente que os domínios de função física, de interferência da dor e de depressão PROMIS tinham forte correlação com as pontuações obtidas no SOSG-OQ.

Em relação ao impacto do SOSG-OQ na tomada de decisões, um estudo de 2020,3636 Feghali J, Pennington Z,Ehresman J,etal. Predicting postoperative quality-of-life outcomes in patients with metastatic spine disease: who benefits? J Neurosurg Spine 2020;34(03):1–7 sobre os benefícios da possibilidade de previsão de pontuações em instrumentos de avaliação de qualidade de vida relativa à saúde (QVRS) no pós-operatório de cirurgias de neoplasias da coluna, apontou que os 2 questionários cuja capacidade de previsão de valores pós-operatórios poderiam trazer mais benefícios seriam o EQ-5D e o SOSG-OQ. Além disso, em artigo publicado em 2021,3737 Pahuta MA, Fisk F, Versteeg AL, et al; AO Spine Knowledge Forum Tumor. CalculatingUtilities From the Spine Oncology StudyGroup Outcomes Questionnaire: A Necessity for Economic and Decision Analysis. Spine 2021;46(17):1165–1171 foi proposta uma maneira de se fazer uma versão resumida do SOSG-OQ, especialmente centrada na obtenção das unidades utilitárias, o que permitiria a sua utilização em análises de decisões, como a de converter essas unidades utilitárias em anos de vida ajustados pela qualidade (AVAQ).

Este estudo apresenta limitações, sendo a principal a não validação da versão para o português brasileiro do instrumento, devido às dificuldades de se obter dados suficientes para realizá-la. No entanto, servirá como base para a realização de uma validação em um momento futuro, pois acreditamos que estudos de validação da versão em português brasileiro do SOSG-OQ são necessários para a consistência interna de seus constructos e a sua correlação com questionários já estabelecidos, como o EQ-5D.

Conclusão

Este estudo apresenta uma versão traduzida para o português brasileiro do SOSG-OQ que apresenta validade semântica com a versão original em inglês, o que permite a sua aplicação na população brasileira, e acrescenta mais uma ferramenta para que os cirurgiões de coluna possam acompanhar este complexo grupo de pacientes.

  • Suporte Financeiro
    Os autores declaram que não receberam apoio financeiro de fontes públicas, privadas, ou sem fins lucrativos para a realização deste estudo.
  • *
    Trabalho realizado no Instituto de Patologia da Coluna, São Paulo, SP, Brasil.

References

  • 1
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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    24 Abr 2024
  • Data do Fascículo
    Jan-Feb 2024

Histórico

  • Recebido
    26 Dez 2022
  • Aceito
    27 Fev 2023
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