Resumos
Intervenções voltadas para a educação e o autogerenciamento da artrite reumatoide (AR) pelo paciente aumentam a adesão e a eficácia da abordagem precoce. A combinação de tratamento medicamentoso e tratamento de reabilitação visa a potencializar as possibilidades de intervenção, retardar o aparecimento de novos sintomas, reduzir incapacidades, minimizar sequelas e reduzir o impacto dos sintomas sobre a funcionalidade do paciente. A terapia ocupacional é uma profissão da área da saúde que objetiva a melhoria do desempenho de atividades pelo paciente e fornece meios para a prevenção de limitações funcionais, adaptação a modificações no cotidiano e manutenção ou melhoria de seu estado emocional e participação social. Devido ao caráter sistêmico da AR o acompanhamento multidisciplinar é necessário para o adequado manejo do impacto da doença sobre os mais diversos aspetos da vida do paciente. Como membro da equipe de saúde, o terapeuta ocupacional objetiva a melhoria e manutenção da capacidade funcional do paciente, prevenir o agravamento de deformidades, auxiliar o processo de compreensão e enfrentamento da doença, fornecer meios para as atividades necessárias para o engajamento do indivíduo em ocupações significativas, favorecer sua autonomia e independência em atividades de autocuidado, laborais, educacionais, sociais e de lazer. O objetivo desta revisão é familiarizar o reumatologista com as ferramentas de avaliação e intervenção usadas na terapia ocupacional, com enfoque na aplicação desses princípios para o tratamento de pacientes com diagnóstico de AR.
Artrite reumatoide; Reabilitação; Atividades cotidianas; Terapia ocupacional
Interventions focusing on education and self-management of rheumatoid arthritis (RA) by the patient improves adherence and effectiveness of early treatment. The combination of pharmacologic and rehabilitation treatment aims to maximize the possibilities of intervention, delaying the appearance of new symptoms, reducing disability and minimizing sequelae, decreasing the impact of symptoms on patient's functionality. Occupational therapy is a health profession that aims to improve the performance of daily activities by the patient, providing means for the prevention of functional limitations, adaptation to lifestyle changes and maintenance or improvement of psychosocial health. Due to the systemic nature of RA, multidisciplinary follow-up is necessary for the proper management of the impact of the disease on various aspects of life. As a member of the health team, occupational therapists objective to improve and maintaining functional capacity of the patient, preventing the progression of deformities, assisting the process of understanding and coping with the disease and providing means for carrying out the activities required for the engagement of the individual in meaningful occupations, favoring autonomy and independence in self-care activities, employment, educational, social and leisure. The objective of this review is to familiarize the rheumatologist with the tools used for assessment and intervention in occupational therapy, focusing on the application of these principles to the treatment of patients with RA.
Rheumatoid arthritis; Rehabilitation; Activities of daily living; Occupational therapy
Introdução
A artrite reumatoide (AR) é uma doença sistêmica, autoimune, caracterizada pelo acometimento de articulações periféricas, sobretudo dos pés e das mãos.11 Mota LMH, Cruz BA, Brenol CV, Pereira IA, Rezende-Fronza LS, Bertolo MB, et al. Consenso 2012 da Sociedade Brasileira de Reumatologia para o tratamento da artrite reumatoide. Revista Brasileira de Reumatologia. 2012;52:152-74. Observa-se prevalência até três vezes maior entre mulheres e incidência crescente a partir dos 25 anos, com maior acometimento de populações entre 35 e 55 anos.22 Lipsky PE. Rheumatoid arthritis. In: Fauci AS, Langford CA, editors. Harrison's Rheumatology. 2 nd ed. McGraw-Hill Professional; 2010. p. 82-99.
Embora não exista consenso sobre a etiologia da AR, observa-se que a combinação entre a inflamação e hipertrofia sinovial favorece a destruição de cartilagens e ossos, promove dano e instabilidade articular33 Pitzalis C, Kelly S, Humby F. New learnings on the pathophysiology of RA from synovial biopsies. Curr Opin Rheumatol. 2013;25(3):334-4. PubMed PMID: 23492740. Epub 2013/03/16. eng. e afeta predominantemente as articulações do punho, metacarpofalangeanas e interfalangeana proximais nos membros superiores.44 Beasley J. Osteoarthritis and rheumatoid arthritis: conservative therapeutic management. J Hand Ther. 2012;25(2):163-71, quiz 72. PubMed PMID: 22326361. Epub 2012/02/14. eng. Por essas razões, o tratamento de pacientes diagnosticados com AR deve ser iniciado o mais brevemente possível, com o objetivo de reduzir a atividade inflamatória da doença e até mesmo a remissão dos sintomas.55 Mota LMHd, Laurindo IMM, Santos Neto LLd. Artrite reumatoide inicial: conceitos. Revista da Associacäo Médica Brasileira. 2010;56:227-9.
Apesar dos avanços no tratamento farmacológico obtidos nos últimos 30 anos, sobretudo com o advento de drogas modificadoras do curso da doença (DMCD),66 Firestein GS. Etiology and pathogenesis of rheumatoid arthritis. In: Firestein GS, Budd RC, Gabriel SE, McInnes IB, O'Dell JR, editors. Kelley's Textbook of Rheumatology II. 9 th ed. Philadelphia: Elsevier Saunders; 2013. p. 1059-108. a cronicidade da AR faz com que intervenções voltadas para a educação e autogerenciamento da doença favoreçam o tratamento e aumentem a adesão e eficácia da abordagem precoce.77 Ottenvall Hammar I, Hakansson C. The importance for daily occupations of perceiving good health: perceptions among women with rheumatic diseases. Scandinavian Journal of Occupational Therapy. 2013;20(2):82-92. PubMed PMID: 22784433. Epub 2012/07/13. eng.,88 Primdahl J, Wagner L, Holst R, Horslev-Petersen K. The impact on self-efficacy of different types of follow-up care and disease status in patients with rheumatoid arthritis - A randomized trial. Patient Education and Counseling. 2012;88(1):121-8. PubMed PMID: 22386009. Epub 2012/03/06. eng.
A combinação entre o tratamento medicamentoso e o tratamento de reabilitação visa a potencializar as possibilidades de intervenção,99 Marion CE, Balfe LM. Potential advantages of interprofessional care in rheumatoid arthritis. J Manag Care Pharm. 2011;17 9 Suppl B:S25-9. PubMed PMID: 22073937. Epub 2011/12/07. eng. retardar o aparecimento de novos sintomas, reduzir incapacidades, minimizar sequelas e diminuir o impacto dos sintomas sobre a funcionalidade do paciente.1010 Hammond A, Niedermann K. Patient education and self management. In: Dziedzic K, Hammond A, editors. Rheumatology - Evidence-based practice for physiotherapists and occupational therapists. United Kingdom: Elsevier; 2010. p. 78-93.,1111 Hand C, Law M, McColl MA. Occupational therapy interventions for chronic diseases: a scoping review. Am J O ccup Ther. 2011;65(4):428-36. PubMed PMID: 21834458. Epub 2011/08/13. eng.
A terapia ocupacional (TO) é uma profissão da área da saúde que objetiva a melhoria do desempenho de atividades pelo paciente, fornece meios para a prevenção de limitações funcionais, adaptação a modificações no cotidiano e manutenção ou melhoria de seu estado emocional e participação social.1212 Hammond A. What is the role of the occupational therapist? Best Practice & Research Clinical Rheumatology. 2004;18(4):491-505.
O objetivo desta revisão é familiarizar o reumatologista com as ferramentas de avaliação e intervenção usadas na terapia ocupacional, com enfoque na aplicação desses princípios para o tratamento de pacientes com diagnóstico de AR.
Tratamento multidisciplinar – Atuação da terapia ocupacional
Devido ao acometimento articular característico da AR, a funcionalidade do paciente encontra-se reduzida não apenas pelo quadro álgico, mas também por restrições motoras associadas.1313 Lutze U, Archenholtz B. The impact of arthritis on daily life with the patient perspective in focus. Scand J Caring Sci. 2007;21(1):64-70. PubMed PMID: 17428216. Epub 2007/04/13. eng. A dificuldade na feitura de tarefas cotidianas constitui uma das principais queixas de pacientes com a doença1414 Nyman A, Lund ML. Influences of the social environment on engagement in occupations: the experience of persons with rheumatoid arthritis. Scandinavian Journal of Occupational Therapy. 2007;14(1):63-72. PubMed PMID: 17366079. Epub 2007/03/17. eng.,1515 Reinseth L, Espnes GA. Women with rheumatoid arthritis: non-vocational activities and quality of life. Scandinavian Journal of Occupational Therapy. 2007;14(2): 108-15. e ocasiona restrições na maioria de suas áreas de desempenho:1616 Mathieux R, Marotte H, Battistini L, Sarrazin A, Berthier M, Miossec P. Early occupational therapy programme increases hand grip strength at 3 months: results from a randomised, blind, controlled study in early rheumatoid arthritis. Ann Rheum Dis. 2009;68(3):400-3. PubMed PMID: 19015209. Epub 2008/11/19. eng. de atividades simples, relacionadas ao autocuidado e manutenção do lar, a tarefas laborais complexas o paciente apresenta limitações na feitura de muitas de suas atividades de vida diária (AVDs).1717 Malcus-Johnson PCarlqvist C, Sturesson AL, Eberhardt K. Occupational therapy during the first 10 years of rheumatoid arthritis. Scandinavian Journal of Occupational Therapy. 2005;12(3):128-35. PubMed PMID: 16389738. Epub 2006/01/05. eng.
Observa-se que tais restrições influenciam não apenas a feitura de atividades de modo independente e autônomo, mas apresentam impacto negativo sobre o estado emocional, as relações sociais e a qualidade de vida do paciente.77 Ottenvall Hammar I, Hakansson C. The importance for daily occupations of perceiving good health: perceptions among women with rheumatic diseases. Scandinavian Journal of Occupational Therapy. 2013;20(2):82-92. PubMed PMID: 22784433. Epub 2012/07/13. eng.,1818 Mella LFB, Bértolo MB, Dalgalarrondo P.Depressive symptoms in rheumatoid arthritis. Revista Brasileira de Psiquiatria. 2010;32:257-63.
Tendo em vista as restrições de participação e a importância do engajamento em atividades produtivas para a manutenção da saúde física e psicossocial dessa população, o terapeuta ocupacional compõe a equipe multiprofissional de assistência ao paciente com AR e tem como objeto de intervenção o desempenho das AVDs e a inserção do paciente em ocupações significativas para seu cotidiano.1919 Engel JM. Physiotherapy and ergotherapy are indispensable. Concrete prescription of remedies - without recourse. Z Rheumatol. 2012;71:369-80.,2020 Adams J, Burridge J, Mullee M, Hammond A, Cooper C. Correlation between upper limb functional ability and structural hand impairment in an early rheumatoid population. Clin Rehabil. 2004;18:405-13.
Devido à multiplicidade de acometimentos motivados pela doença e à singularidade representada pelas atividades cotidianas para cada paciente, o primeiro passo para a feitura de uma intervenção terapêutica efetiva é a obtenção de dados relevantes sobre o estado da doença e seu impacto sobre as AVDs do paciente. A avaliação é um processo contínuo que permite o acompanhamento do tratamento e intervenções necessárias, bem como a modificação dessas durante os períodos de exacerbação e remissão da doença.2121 Sands A, Goodacre L. Occupational therapy assessment and outcome measurement. In: Goodacre L, McArthur M, editors. Rheumatology practice in occupational therapy. 1 st ed. Oxford: Wiley-Blackwell; 2013.
Avaliação em terapia ocupacional
A avaliação visa à obtenção de dados referentes ao estado físico, emocional e social do paciente, assim como ao impacto da doença sobre suas AVDs, e fornece dados objetivos sobre o desempenho ocupacional do paciente que permitam o acompanhamento de sua evolução ao longo do tratamento.2222 McDonald HN, Dietrich T, Townsend A, Li LC, Cox S, Backman CL. Exploring occupational disruption among women after onset of rheumatoid arthritis. Arthritis Care Res (Hoboken). 2012;64(2):197-205. PubMed PMID: 22006430. Epub 2011/10/19. eng.
Historicamente, terapeutas ocupacionais combinam o uso de entrevistas semiestruturadas e instrumentos padronizados para a coleta de informações que permitam o estabelecimento de uma linha de base para o tratamento: estado da doença e restrições funcionais, ampliação da compreensão sobre os contextos de vida do paciente, identificação de suas prioridades, monitoramento da doença e eficácia das intervenções propostas.2121 Sands A, Goodacre L. Occupational therapy assessment and outcome measurement. In: Goodacre L, McArthur M, editors. Rheumatology practice in occupational therapy. 1 st ed. Oxford: Wiley-Blackwell; 2013. A seleção dos métodos de avaliação deve levar em consideração as queixas principais do paciente e sua relevância para o quadro clínico apresentado.2323 Feldman DE, Bernatsky S, Levesque JF, Van MT, Houde M, April KT. Access and perceived need for physical and occupational therapy in chronic arthritis. Disabil Rehabil. 2010;32(22):1827-32. PubMed PMID: 20345251. Epub 2010/03/30. eng. A tabela 1 ilustra alguns dos instrumentos de avaliação padronizados que compõem a avaliação terapêutica ocupacional do paciente com AR.
Independentemente da escolha dos instrumentos para a avaliação é importante que as informações obtidas tenham relação com o desempenho ocupacional do paciente, isto é, os dados devem objetivar não somente a mensuração da intensidade de determinado sintoma (fadiga, dor, capacidade funcional), mas a influência desse sobre a capacidade do paciente de se engajar e desempenhar tarefas relevantes para seu dia a dia.1212 Hammond A. What is the role of the occupational therapist? Best Practice & Research Clinical Rheumatology. 2004;18(4):491-505.,2121 Sands A, Goodacre L. Occupational therapy assessment and outcome measurement. In: Goodacre L, McArthur M, editors. Rheumatology practice in occupational therapy. 1 st ed. Oxford: Wiley-Blackwell; 2013.
Intervenções da terapia ocupacional
Orientação e educação do paciente – Mudar hábitos para lidar com a doença
A transmissão de conhecimentos e a compreensão do paciente sobre seu quadro clínico não garantem, por si só, a modificação de atitudes necessária para o manejo de complicações decorrentes de uma doença crônica, de forma que a TO tem como principal objetivo a mudança voluntária de hábitos, estendida a todas as áreas de desempenho do paciente e não somente às atividades afetadas por dor ou desequilíbrios biomecânicos motivados pela doença.2424 Aktekin LA, Eser F, Baskan BM, Sivas F, Malhan S, Oksuz E, et al. Disability of arm shoulder and hand questionnaire in rheumatoid arthritis patients: relationship with disease activity, HAQ, SF-36. Rheumatol Int. 2011;31(6):823-6. PubMed PMID: 20680284. Epub 2010/08/04. eng.
As intervenções multiprofissionais voltadas para o paciente com AR têm por objetivo o controle da dor e fadiga e sua melhoria funcional por meio da combinação de diversas modalidades de tratamento.
Dentre algumas das intervenções centradas no ajustamento e empoderamento do paciente frente à doença, as técnicas de proteção articular e conservação de energia são exemplos de modificações nos hábitos, pela forma de feitura das AVDs, que promovem mudanças não somente sobre a capacidade funcional, mas também sobre o bem-estar psicológico, controle pessoal e autoaceitação, conceitos fundamentais para a melhoria da qualidade de vida do paciente.3434 Vliet Vlieland TP, Pattison D. Non-drug therapies in early rheumatoid arthritis. Best Pract Res Clin Rheumatol. 2009;23(1):103-16. PubMed PMID: 19233050. Epub 2009/02/24. eng.
Proteção articular e conservação de energia
As técnicas de proteção articular são um conjunto de orientações e estratégias preventivas usadas no manejo da dor e fadiga,3535 Niedermann K, Hammond A, Forster A, de Bie R. Perceived benefits and barriers to joint protection among people with rheumatoid arthritis and occupational therapists. A mixed methods study. Musculoskeletal Care. 2010;8(3):143-56. PubMed PMID: 20803632. Epub 2010/08/31. eng. associadas aos demais sintomas em pacientes com AR, que têm por objetivo a aplicação de princípios ergonômicos e biomecânicos durante a feitura de AVDs para proteger estruturas articulares de forças normais e anormais que podem favorecer ou agravar a instalação de deformidades.3636 Hammond A. Joint Protection. In: Goodacre L, McArthur M, editors. Rheumatology practice in occupational therapy. 1 st ed. Oxford: Willey-Blackwell; 2013. p. 111-32.,3737 Noordhoek J, Loschiavo FQ. Intervencäo da terapia ocupacional no tratamento de individuos com doencas reumáticas utilizando a abordagem da protecäo articular. Revista Brasileira de Reumatologia 2005;45: 242-4.
Essa abordagem foi primeiramente descrita em 1965,3838 Cordery JC. Joint protection; a responsibility of the occupational therapist. Am J Occup Ther. 1965;19(5):285-94. PubMed PMID: 5832168. Epub 1965/09/01. eng. por meio da análise dos acometimentos motores motivados pelo processo inflamatório comum à AR e sua combinação com princípios biomecânicos, voltados para minimizar a atuação de forças que favoreciam o desenvolvimento de desvios e deformidades articulares durante a feitura de tarefas cotidianas,3939 Cordery JC. Joint deformity in rheumatoid arthritis. Am J Occup Ther. 1965;19(5):243-8. PubMed PMID: 5832161. Epub 1965/09/01. eng. como a hiperextensão da articulação metacarpofalangeanas do I dedo, o desvio ulnar das articulações metacarpofalangeanas do II ao V dedo e instalação de padrões de deformidades, como pescoço de cisne, dedo em martelo ou botoeira, pelo acometimento das articulações interfalangeanas distais.4040 Kozlow JH, Chung KC. Current concepts in the surgical managemen of rheumatoid and osteoarthritic hands and wrists. Hand Clin. 2011;27(1):31-41. PubMed PMID: 21176798. Pubmed Central PMCID: PMC3053090. Epub 2010/12/24. eng.
Devido à importância e à constância necessárias para o desempenho das AVDs, modificações na forma de feitura dessas permitem importante redução do estresse articular e do gasto energético, facilitam ou viabilizam a participação do paciente em ocupações significativas.3636 Hammond A. Joint Protection. In: Goodacre L, McArthur M, editors. Rheumatology practice in occupational therapy. 1 st ed. Oxford: Willey-Blackwell; 2013. p. 111-32.,3737 Noordhoek J, Loschiavo FQ. Intervencäo da terapia ocupacional no tratamento de individuos com doencas reumáticas utilizando a abordagem da protecäo articular. Revista Brasileira de Reumatologia 2005;45: 242-4. A tabela 2 ilustra as principais orientações dos conceitos de proteção articular e conservação de energia.
Por meio da modificação dos métodos e ambientes de trabalho, uso de dispositivos auxiliares (tecnologias assistivas) e inclusão de pausas na rotina, objetiva-se a redução da dor em repouso e durante o movimento pela diminuição de estímulos nociceptivos sobre as cápsulas articulares inflamadas, diminuição da força sobre articulações e controle do gasto energético durante atividades cotidianas, o que possibilita a preservação articular e melhoria ou manutenção da funcionalidade do paciente.4141 Niedermann K, Buchi S, Ciurea A, Kubli R, Steurer-Stey C, Villiger PM, et al. Six and 12 months' effects of individual joint protection education in people with rheumatoid arthritis: a randomized controlled trial. Scandinavian Journal of Occupational Therapy. 2012;19(4):360-9. PubMed PMID: 21936735. Epub 2011/09/23. eng.
Além disso, a feitura de atividades para fortalecimento da musculatura periarticular e manutenção da amplitude de movimento articular, sobretudo nos membros superiores, também é um recurso que colabora para a manutenção ou melhoria da capacidade funcional do paciente4242 Hochberg MC, Altman RD, April KT, Benkhalti M, Guyatt G, McGowan J, et al. American College of Rheumatology 2012 recommendations for the use of nonpharmacologic and pharmacologic therapies in osteoarthritis of the hand, hip, and knee. Arthritis Care Res (Hoboken). 2012;64(4):465-74. PubMed PMID: 22563589. Epub 2012/05/09. eng.,4343 Larkin L, Kennedy N. Correlates of physical activity in adults with Rreumatoid arthritis: a systematic review. Journal of Physical Activity & Health. 2013;19. PubMed PMID: 23963816. Epub 2013/08/22. Eng. e permite melhor desempenho e preservação das estruturas articulares acometidas pela AR.
Exemplos práticos de algumas das técnicas de proteção articular e conservação de energia4444 Almeida PHTQ, Sime MM, Mendes JB, Bittencourt G, Ferrigno ISV. Como proteger suas articulações - Manual de proteção articular e conservação de energia para pacientes com doenças reumatológicas. São Carlos: Universidade Federal de São Carlos; 2012. são ilustrados na figura 1.
Exemplos de modificações na feitura de atividades de vida diária. Os itens à esquerda indicam padrões de movimento nos quais a posição das articulações do punho e dedos intensificam forças mecânicas no sentido das deformidades comumente observadas entre pacientes com AR. As figuras a direita sugerem modificações que favorecem o uso de outras articulações, mais estáveis, ou a distribuição da carga entre múltiplas articulações, evitando posições dolorosas e potencialmente prejudiciais.
Estudos randomizados, com altos níveis de evidência, sobre a eficácia de métodos de
proteção articular e conservação de energia apontam melhoria significativa sobre a redução
da dor entre pacientes que receberam as orientações para modificações em suas AVD.4545 Christie A, Jamtvedt G, Dahm KT, Moe RH, Haavardsholm EA, Hagen KB.
Effectiveness of nonpharmacological and nonsurgical interventions for patients with
rheumatoid arthritis: an overview of systematic reviews. Phys Ther. 2007;87(12):1697-715.
PubMed PMID: 17906290. Epub 2007/10/02. eng.
46 Hammond A, Bryan J, Hardy A. Effects of a modular behavioural arthritis
education programme: a pragmatic parallel-group randomized controlled trial. Rheumatology
(Oxford). 2008;47(11):1712-8. PubMed PMID: 18815153. Epub 2008/09/26.
eng.-4747 Hammond A, Freeman K. The long-term outcomes from a randomized controlled
trial of an educational-behavioural joint protection programme for people with rheumatoid
arthritis. Clin Rehabil. 2004;18(5):520-8. PubMed PMID: 15293486. Epub 2004/08/06.
eng.
Foi observada melhoria da fadiga e aumento na participação social,4747 Hammond A, Freeman K. The long-term outcomes from a randomized controlled
trial of an educational-behavioural joint protection programme for people with rheumatoid
arthritis. Clin Rehabil. 2004;18(5):520-8. PubMed PMID: 15293486. Epub 2004/08/06.
eng. redução da rigidez matinal, menor incidência de deformidades nas
mãos4848 Steultjens EM, Dekker J, Bouter LM, Van Schaardenburg D, Vvan Kuyk MA, Van
den Ende CH. Occupational therapy for rheumatoid arthritis. Cochrane Database Syst Rev.
2004;(1):CD003114. PubMed PMID: 14974005. Epub 2004/02/20. eng. e melhoria da funcionalidade4949 Masiero S, Boniolo A, Wassermann L, Machiedo H, Volante D, Punzi L. Effects
of an educational-behavioral joint protection program on people with moderate to severe
rheumatoid arthritis: a randomized controlled trial. Clin Rheumatol. 2007;26(12):2043-50.
PubMed PMID: 17404783. Epub 2007/04/04. eng. mesmo entre pacientes com quadros severos de
AR.5050 Nilsson I, Fitinghoff H, Lilja M. Continuing to work after the onset of
rheumatoid arthritis. Work. 2007;28(4):335-42. PubMed PMID: 17522454. Epub 2007/05/25.
eng.
Modificando atividades e ambientes de trabalho
Embora a maior parte das avaliações funcionais tenha como foco a dificuldade apresentada pelo paciente durante a feitura de atividades de autocuidado e mobilidade, as disfunções relacionadas às atividades laborais representam uma séria consequência da AR.5151 Tiippana-Kinnunen T, Paimela L, Peltomaa R, Kautiainen H, Laasonen L, Leirisalo-Repo M. Work disability in finnish patients with rheumatoid arthritis: a 15-year follow-up. Clin Exp Rheumatol. 2013. PubMed PMID: 24143915. Epub 2013/10/23. Eng.
A taxa de aposentadoria por motivos relacionados à AR pode variar de 7% dos casos no primeiro ano pós-diagnóstico a até 39% dos pacientes com mais de 15 anos de diagnóstico na ausência de tratamento voltado para as dificuldades laborais.5151 Tiippana-Kinnunen T, Paimela L, Peltomaa R, Kautiainen H, Laasonen L, Leirisalo-Repo M. Work disability in finnish patients with rheumatoid arthritis: a 15-year follow-up. Clin Exp Rheumatol. 2013. PubMed PMID: 24143915. Epub 2013/10/23. Eng. É esperado, entre populações norte-americanas e europeias, que até um terço dos pacientes abandone o trabalho durante os primeiros três anos da doença.5252 Macedo AM, Oakley SP, Panayi GS, Kirkham BW. Functional and work outcomes improve in patients with rheumatoid arthritis who receive targeted, comprehensive occupational therapy. Arthritis Rheum. 2009;61(11):1522-30. PubMed PMID: 19877106. Epub 2009/10/31. eng.
O abandono do emprego é um último recurso frente às limitações encontradas pelo paciente com AR: aumentos dos níveis de estresse, mudanças de função, restrições na carga de trabalho, perda de oportunidades de promoção e maior frequência de faltas e mudanças de emprego são observados com maior frequência antes da aposentadoria entre essa população.5353 Bansback N, Zhang W,Walsh D, Kiely RWilliams R, Guh D, et al. Factors associated with absenteeism, presenteeism and activity impairment in patients in the first years of RA. Rheumatology (Oxford). 2012;51(2):375-84. PubMed PMID: 22179728. Epub 2011/12/20. eng. Estima-se que a redução da produtividade motivada pela AR acarrete prejuízos de 7.000 euros/ano por paciente.5454 Puolakka K, Kautiainen H, Pekurinen M, Mottonen T, Hannonen P, Korpela M, et al. Monetary value of lost productivity over a five year follow up in early rheumatoid arthritis estimated on the basis of official register data on patients' sickness absence and gross income: experience from the FIN-RAC trial. Ann Rheum Dis. 2006;65(7):899-904. PubMed PMID: 16291811. Pubmed Central PMCID: PMC1798230. Epub 2005/11/18. eng. Até 25% do período de trabalho pode ser afetado por condições relacionadas à doença.5555 Puolakka K, Kautiainen H, Mottonen T, Hannonen P, Korpela M, Hakala M, et al. Early suppression of disease activity is essential for maintenance of work capacit in patients with recent-onset rheumatoid arthritis: five-year experience from the FIN-RACo trial. Arthritis Rheum. 2005;52(1):36-41. PubMed PMID: 15641055. Epub 2005/01/11. eng.
O tratamento precoce e feito por equipe multiprofissional é um método efetivo para minimizar as complicações relacionadas ao trabalho e manter a capacidade laboral dos pacientes por tempo similar àquele encontrado entre a população saudável.5151 Tiippana-Kinnunen T, Paimela L, Peltomaa R, Kautiainen H, Laasonen L, Leirisalo-Repo M. Work disability in finnish patients with rheumatoid arthritis: a 15-year follow-up. Clin Exp Rheumatol. 2013. PubMed PMID: 24143915. Epub 2013/10/23. Eng.,5555 Puolakka K, Kautiainen H, Mottonen T, Hannonen P, Korpela M, Hakala M, et al. Early suppression of disease activity is essential for maintenance of work capacit in patients with recent-onset rheumatoid arthritis: five-year experience from the FIN-RACo trial. Arthritis Rheum. 2005;52(1):36-41. PubMed PMID: 15641055. Epub 2005/01/11. eng.
Dada a multiplicidade de situações e percepções a respeito da atividade de trabalho relatadas pelos pacientes, estratégias individualizadas são indicadas como melhor abordagem frente às dificuldades laborais, incluindo uma avaliação específica da situação e do posto de trabalho.5252 Macedo AM, Oakley SP, Panayi GS, Kirkham BW. Functional and work outcomes improve in patients with rheumatoid arthritis who receive targeted, comprehensive occupational therapy. Arthritis Rheum. 2009;61(11):1522-30. PubMed PMID: 19877106. Epub 2009/10/31. eng.
Modificações para melhor desempenho da atividade podem incluir a organização das tarefas que compõem a atividade laboral, a alteração de turnos e divisão da carga de trabalho ao longo do dia,5656 Herrera-Saray P,Pelaez-Ballestas I, Ramos-Lira L, Sanchez-Monroy D, Burgos-Vargas R. Usage problems and social barriers faced by persons with a wheelchair and other aids qualitative study from the ergonomics perspective in persons disabled by rheumatoid arthritis and other conditions. Reumatologia Clínica. 2013;9(1):24-30. PubMed PMID: 22854174. Epub 2012/08/03. eng. modificações ergonômicas, como troca de mobiliário e mudanças no posto de trabalho, que garantem o adequado posicionamento articular durante a atividade, substituição de utensílios por outros de menor peso ou de melhor preensão5757 Baldwin D, Johnstone B, Ge B, Hewett J, Smith M, Sharp G. Randomized prospective study of a work place ergonomic intervention for individuals with rheumatoid arthritis and osteoarthritis. Arthritis Care Res (Hoboken). 2012;64(10):1527-35. PubMed PMID: 22511570. Epub 2012/04/19. eng. e orientações sobre manejo do estresse e aquisição de estratégias (coping) para lidar com a carga de trabalho.5858 Daker-White G, Donovan J, Campbell R. Redefined by illness: meta-ethnography of qualitative studies on the experience of rheumatoid arthritis. Disabil Rehabil. 2013. PubMed PMID: 24001261. Epub 2013/09/05. Eng.
Embora alguns estudos de revisão não apresentem evidências de alto nível sobre a eficácia de intervenções ergonômicas específicas para a redução de problemas relacionados aos membros superiores,5959 Hoe VC, Urquhart DM, Kelsall HL, Sim MR. Ergonomic design and training for preventing work-related musculoskeletal disorders of the upper limb and neck in adults. Cochrane Database Syst Rev. 2012;8:CD008570. PubMed PMID: 22895977. Epub 2012/08/17. eng. existem evidências satisfatórias que sustentam tais intervenções junto a pacientes com AR5757 Baldwin D, Johnstone B, Ge B, Hewett J, Smith M, Sharp G. Randomized prospective study of a work place ergonomic intervention for individuals with rheumatoid arthritis and osteoarthritis. Arthritis Care Res (Hoboken). 2012;64(10):1527-35. PubMed PMID: 22511570. Epub 2012/04/19. eng. e sugerem melhoria na funcionalidade, dor e satisfação com o trabalho em longo prazo, quando comparado a indivíduos que não receberam intervenções.
Tecnologias assistivas – Órteses e adaptações
O conceito de tecnologias assistivas engloba dispositivos, orientações e práticas que tenham por objetivo manter, melhorar ou viabilizar o desempenho de atividades de autocuidado, instrumentais, educacionais, laborais ou sociais.6060 Tuntland H, Kjeken I, Nordheim L, Falzon L, Jamtvedt G, Hagen K. The Cochrane review of assistive technology for rheumatoid arthritis. European Journal of Physical and Rehabilitation Medicine. 2010;46(2):261-8. PubMed PMID: 20485228. Epub 2010/05/21. eng.
Dentre a gama de instrumentos disponíveis para pacientes com AR, as adaptações de utensílios e o uso de órteses são alguns dos principais recursos usados para promover melhoria da preensão, alinhamento biomecânico e redução do estresse articular, permitir o desenvolvimento de atividades e ocupações e contribuir para a funcionalidade e autonomia do paciente.6161 Wilson DJ, Mitchell JM, Kemp BJ, Adkins RH, Mann W. Effects of assistive technology on functional decline in people aging with a disability. Assistive Technology: The Official Journal of Resna. 2009;21(4):208-17 PubMed PMID: 20066887. Epub 2010/01/14. eng.
A adaptação de utensílios requer minuciosa análise da atividade desenvolvida pelo paciente, a fim de se determinar quais os principais desafios encontrados e as possíveis soluções a serem propostas. Tais modificações podem incluir desde mudanças na forma de feitura da atividade (como as orientações sobre proteção articular e conservação de energia) a alterações no formato, peso e tamanho dos utensílios.
Cabos engrossados e adaptações para facilitar ou substituir a preensão, como tiras elásticas ou em neoprene, favorecem o manuseio de talheres, instrumentos de escrita e materiais de higiene pessoal, como escovas de dente e cabelo.
A substituição de copos por canecas, o uso de tábuas de corte modificadas, dispensadores de sabonete e detergente e adaptações para vestuário são exemplos de dispositivos simples que promovem alterações funcionais importantes para o paciente.6262 Noordhoek J, Loschiavo FQ. Instrumento adaptador para facilitar abertura de latas. Revista Brasileira de Reumatologia. 2006;46:347-8.–6464 Noordhoek J, Torquetti A. Adaptações para osteoartrite de mãos. Revista Brasileira de Reumatologia. 2008;48:100-1. Exemplos de adaptações para promover melhoria na feitura das AVDs são ilustradas na figura 2.
Utensílios adaptados. As adaptações propostas baseiam-se nos princípios de proteção articular e conservação de energia, distribuindo a carga mecânica e favorecendo o uso de articulações maiores durante as atividades.
As órteses (splints) são recursos usados por terapeutas para promover melhor suporte articular, reduzir a dor e aprimorar o desempenho funcional do paciente.6565 Egan M, Brosseau L, Farmer M, Ouimet MA, Rees S, Wells G, et al. Splints/orthoses in the treatment of rheumatoid arthritis. Cochrane Database Syst Rev. 2003;(1):CD004018. PubMed PMID: 12535502. Epub 2003/01/22. eng. Embora existam vários modelos, o raciocínio clínico usado para a prescrição de uma órtese envolve necessidades de cada caso e pode uma mesma órtese ser indicada para múltiplos objetivos.
Dentre as indicações mais comuns encontram-se controle da dor, diminuição da rigidez
matinal, fornecimento de suporte mecânico para articulações, favorecimento do movimento
articular e funcionalidade e em situações pós-operatórias, onde a combinação entre
alinhamento articular, imobilização e aplicação de forças de tração é necessária.6666 Egan MY, Brousseau L. Splinting for osteoarthritis of the carpometacarpal
joint: a review of the evidence. Am J Oççup Ther. 2007;61(1):70-8. PubMed PMID: 17302107.
Epub 2007/02/17. eng.
67 Formsma SA, Van der Sluis CK, Dijkstra PU. Effectiveness of a MP-bloçking
splint and therapy in rheumatoid arthritis: a descriptive pilot study. J Hand Ther.
2008;21(4):347-53. PubMed PMID: 19006761. Epub 2008/11/14. eng.-6868 Veehof MM, Taal E, Heijnsdijk-Rouwenhorst LM, Van de Laar MA. Effiçaçy of
wrist working splints in patients with rheumatoid arthritis: a randomized controlled
study. Arthritis Rheum. 2008;59(12):1698-704. PubMed PMID: 19035420. Epub 2008/11/28.
eng.
Alguns modelos de órteses comumente indicados estão ilustrados na figura 3.
Embora até o momento não existam evidências conclusivas sobre a eficácia de órteses para a melhoria da funcionalidade e da força de preensão manual,6565 Egan M, Brosseau L, Farmer M, Ouimet MA, Rees S, Wells G, et al. Splints/orthoses in the treatment of rheumatoid arthritis. Cochrane Database Syst Rev. 2003;(1):CD004018. PubMed PMID: 12535502. Epub 2003/01/22. eng. alguns estudos sugerem que o uso de órteses para posicionamento das mãos e do punho durante fases inflamatórias promove melhoria da dor e rigidez matinal entre os pacientes.6868 Veehof MM, Taal E, Heijnsdijk-Rouwenhorst LM, Van de Laar MA. Effiçaçy of wrist working splints in patients with rheumatoid arthritis: a randomized controlled study. Arthritis Rheum. 2008;59(12):1698-704. PubMed PMID: 19035420. Epub 2008/11/28. eng.,6969 Silva AC, Jones A, Silva PG, Natour J. Effeçtiveness of a night-time hand positioning splint in rheumatoid arthritis: a randomized çontrolled trial. J Rehabil Med. 2008;40(9):749-54. PubMed PMID: 18843428. Epub 2008/10/10. eng.
Órteses usadas para a estabilização das articulações interfalangeanas também apresentam níveis de evidência significativos na melhoria da dor, embora não tenham sido observadas alterações significativas sobre a função ou força das mãos durante seu uso.7070 Silva PG, Lombardi I Jr, Breitsçhwerdt C, Poli Araujo PM, Natour J. Funçtional thumb orthosis for type I and II boutonniere deformity on the dominant hand in patients with rheumatoid arthritis: a randomized çontrolled study. Clin Rehabil. 2008;22(8):684-9. PubMed PMID: 18678568. Epub 2008/08/06. eng.
Conclusões
Devido ao caráter sistêmico da AR, o acompanhamento multidisciplinar é necessário para o adequado manejo do impacto da doença sobre os mais diversos aspetos da vida do paciente. Como membro da equipe de saúde, o terapeuta ocupacional objetiva a melhoria e manutenção da capacidade funcional do paciente, prevenir o agravamento de deformidades, auxiliar o processo de compreensão e enfrentamento da doença, fornecer meios para a feitura das atividades necessárias para o engajamento do indivíduo em ocupações significativas e contribuir para sua autonomia e independência em atividades de autocuidado, laborais, educacionais, sociais e de lazer.
É importante que o reumatologista conheça os princípios gerais da terapia, a fim de melhor indicá-la como ferramenta adicional no tratamento dos pacientes com diagnóstico de AR.
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Instituição: Faculdade de Ceilândia – Curso de Terapia Ocupacional – Hospital Universitário de Brasília – Reumatologia – Ambulatório de Artrite Reumatoide Inicial.
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Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
May-Jun 2015
Histórico
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Recebido
11 Abr 2014 -
Aceito
10 Jul 2014