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Excesso de peso materno e sua relação com os índices antropométricos infantis

Resumo

Objetivos:

investigar a relação do excesso de peso materno com índices antropométricosinfantis, identificando a interação da idade da criança.

Métodos:

estudo transversal com mães e seus filhos menores de 2 anos. Calculou-se o índice de massa corporal (IMC), relação cintura quadril e relação cintura estaturadas mães. Nas crianças, calculou-se os índices estatura/idade (E/I), índice de massa corporal/idade (IMC/I), peso/estatura (P/E) e peso/idade (P/I). Comparou-se as médias dos índices antropométricos das crianças com excesso de peso e risco cardiometabólico materno. Correlacionou-se índices antropométricos infantis e maternos. Modelos de regressão linear foram propostos. Foi investigada interação da idade da criança com variáveis antropométricas da díade.

Resultados:

as médias do IMC/I e P/E foram maiores em filhos de mães com excesso de peso e as médias do IMC/I, P/E e P/I foram maiores quando mães apresentaram risco aumentado para doenças cardiometabólicas. Verificou-se associação do peso e estatura materna com o índice P/I; do IMC materno com P/E; da estatura materna com E/I; do peso, IMC e perímetro da cintura materna com IMC/I. A idade das crianças não interagiu com os parâmetros avaliados.

Conclusão:

crianças menores de 2 anos, cujas mães têm excesso de peso, tendem a apresentar alteração no peso, independente da idade.

Palavras-chave
Criança; Mães; Estado nutricional; Antropometria

Abstract

Objectives:

to investigate the relation between maternal overweight and child’s anthropometric indices, identifying the interaction with the child's age.

Methods:

a cross-sectional study with mothers and their children under 2 years old. The mothers’ body mass index (BMI), waist-to-hip ratio and waist-to-height ratio was calculated. In children, we calculated height/age (H/A), body mass index/age (BMI/A), weight/height (W/H) and weight/age (W/A) indices. The means of the anthropometric indices of children with excess weight and maternal cardiometabolic risk were compared. Mothers and children’s anthropometric indices were correlated. Linear regression models were proposed. We investigated the child's age interaction with anthropometric variables of the dyad.

Results:

the means of BMI/A and W/H were higher in children of overweight mothers and the means of BMI/A, W/H and W/A were higher when mothers had increased risk for cardiometabolic diseases. There was an association of maternal weight and height with the W/A index; maternal BMI with W/H; maternal height with H/A; maternal weight, BMI and waist circumference with BMI/A. The children's age did not interact with the assessed parameters.

Conclusion:

children under 2 years of age, whose mothers are overweight, tend to show changes in weight, regardless of age.

Keywords:
Child; Mothers; Nutritional status; Anthropometry

Introdução

O estado nutricional adequado é um dos fatores determinantes para uma boa condição de saúde.11 Silveira JAC, Colugnati FA, Poblacion AP, Taddei JA. Association between socioeconomic and biological factors and infant weight gain: Brazilian Demographic and Health Survey – PNDS-2006/07. J Pediatr. 2015; 91 (3): 284-91. A prevalência do sobrepeso e obesidade vem crescendo ao longo dos anos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) esta comorbidade é considerada um dos maiores problemas de saúde pública no mundo. No Brasil, levantamentos apontam para uma prevalência de mais de 50% de excesso de peso entre os adultos e cerca de 15% entre as crianças, com destaque para a região sudeste e sul.22 ABESO (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica). Mapa da obesidade. s/d. [acesso 27 jun 2019]. Disponível em: http://www.abeso.org.br/atitude-saudavel/mapa-obesidade.
http://www.abeso.org.br/atitude-saudavel...

Estima-se que mais de 41 milhões de crianças no mundo, com idade de até cinco anos, encontram-se acima do peso.33 WHO (World Health Organization). Childhood over weight and obesity. Geneva;World Health Organization (WHO). 2014 [acesso 29 nov 2018]. Disponível em: http://www.who.int/dietphysicalactivity/childhood/en
http://www.who.int/dietphysicalactivity/...
Esta condição é tida como um dos fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), sendo mais preocupante quanto mais precoce for sua ocorrência.44 WHO (World Health Organization).Essential nutrition actions: improving maternal, newborn, infant and young child health and nutrition. Geneva; 2013

5 WHO (World Health Organization).Global status report on noncommunicable diseases 2014. Geneva; 2014.
-66 Nunes AA, Nunes MSS, Silva AS, Mello LM. Obesidade na infância. Pediatr Mod. 2015; 51 (7): 263-72.

O estado nutricional infantil pode estar relacionado tanto a fatores genéticos como ambientais. Estudos mostram que no período gestacional o estado nutricional materno tem se relacionado ao estado nutricional dos seus filhos.77 Godfrey KM, CostelloPM, Lillycrop KA. Development, epigenetics and metabolic programming. Nestle Nutr Inst Workshop Ser. 2016; 85:71-80.

8 Hannaford KE, Tuuli MG, Odibo L, Macones GA, Odibo AO. Gestational Weight Gain: Association with Adverse Pregnancy Outcomes. Am J Perinatol. 2017; 34 (2):147-54.

9 Kanob JI, Bottaro SM, Kirchner RM. Correlação entre o estado antropométrico materno e do recém-nascido. Rev Associação Bras Nutr. 2016; 2: 31-7.
-1010 Oliveira, ACM, Pereira LA, Ferreira RC, Clemente APG. Estado nutricional materno e sua associação com o peso ao nascer em gestantes de alto risco. Ciênc Saúde Coletiva. 2018; 23 (7): 2373-82. Entretanto, destaca-se que esta relação existente entre mãe e filho também é verificada ao longo da infância e adolescência.1111 Mascarenhas LPG, Modesto MJ, Amer NM, Boguszewski MCS, Lacerda Filho L, Prati FS. Influência do excesso de peso dos pais em relação ao sobrepeso e obesidade dos filhos. Pensar Prát. 2013; 16 (2): 320-618.

12 Cantalice ASC, Santos NCCB, Silva DCM, Collet N, Reichert APS, Medeiros CCM. Estado nutricional materno e o excesso de peso em crianças e adolescentes. Rev Bras Nutr Clin. 2015; 30 (1): 39-44.

13 Murta TGH. Fatores associados a desfechos nutricionais em mães e crianças brasileiras [tese]. Belo Horizonte: Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais; 2016.

14 Miglioli TC. Estado nutricional de mães e filhos menores de cinco anos em Pernambuco: marcadores antropométricos, anemia e deficiência de vitamina A [tese]. Rio de Janeiro: Instituto Nacional da Mulher e da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira; 2014.

15 Silva D, Valente A, Borges A, Dias C, Almeida F, Cruz JL, Neves E, Afonso C, Guerra A. Avaliação entre o estado nutricional materno e o de uma população infantil de São Tomé e Príncipe "África". Rev Bras Saúde Mater Infant. 2017; 17 (2): 327-35.

16 Negash C, Whiting SJ, Henry CJ, Belachew T, Hailemariam TG. Association between Maternal and Child Nutritional Status in Hula, Rural Southern Ethiopia: A Cross SectionalStudy. PloS One 2015; 10 (11): e0142301.
-1717 Keino S, Plasqui G, Ettyang G, Van den Borne, B. Determinants of Stunting and Overweight among Young Children and Adolescents in Sub-Saharan Africa. Food Nutr Bull. 2014; 35(2): 167-78.

Estudo conduzido com crianças menores de cinco anos, verificou relação entre o Índice de Massa Corporal (IMC) de mães e filhos, identificando menor prevalência de excesso de peso em crianças filhas de mães eutróficas. Verificou-se ainda relação entre a estatura da díade, sendo três vezes maior a chance do filho ter baixa estatura quando as mães a apresentam.1313 Murta TGH. Fatores associados a desfechos nutricionais em mães e crianças brasileiras [tese]. Belo Horizonte: Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais; 2016. Cantalice et al.1212 Cantalice ASC, Santos NCCB, Silva DCM, Collet N, Reichert APS, Medeiros CCM. Estado nutricional materno e o excesso de peso em crianças e adolescentes. Rev Bras Nutr Clin. 2015; 30 (1): 39-44. também encontraram relação entre estado nutricional materno e excesso de peso nas crianças e adolescentes com idade entre 2 e 18 anos. Já Mascarenhas et al.1111 Mascarenhas LPG, Modesto MJ, Amer NM, Boguszewski MCS, Lacerda Filho L, Prati FS. Influência do excesso de peso dos pais em relação ao sobrepeso e obesidade dos filhos. Pensar Prát. 2013; 16 (2): 320-618. verificaram que o risco de um adolescente (10 a 17 anos) apresentar sobrepeso/obesidade é 2,28 vezes quando sua mãe apresenta esta condição, sendo então a obesidade materna um fator de risco para o excesso de peso.

A relação entre o estado nutricional da díade mãe-filho, considerando o contexto familiar e o ambiente, é pouco estudada, principalmente nos primeiros anos de vida, o que destaca a necessidade de compreendê-la melhor. Sabe-se que as condições ambientais desempenham uma importante função no crescimento e desenvolvimento infantil1818 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança: acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil. Brasília, DF; 2002.,1919 Carvalho AC, Fonseca PCA, Priore SE, Franceschini SCC, Novaes JF. Consumo alimentar e adequação nutricional em crianças brasileiras: revisão sistemática. Rev Paul Pediatr. 2015;33 (2): 211-21. podendo determinar o estado nutricional ao longo dos anos. Considerando que mães e filhos compartilham condições ambientais semelhantes 12 é coerente verificar a relação do estado nutricional de ambos, entretanto, carece investigar a interação da idade infantil nesta relação. Assim, o objetivo do presente estudo é investigar a relação do excesso de peso materno com os índices antropométricos infantis, identificando a interação da idade da criança nesta relação.

Métodos

Estudo transversal realizado no período de dezembro de 2016 a novembro de 2018, com mães e seus respectivos filhos menores de dois anos atendidos na rede pública de saúde do município de Viçosa (MG). O cálculo amostral sugeriu 223 pares (mãe e crianças), entretanto a amostra totalizou 190 pares e apresentou um poder de 90,7%. O poder estatístico foi calculado no software Open Epi online. Para o cálculo, considerou-se um nível de significância de 5%, exposição das crianças ao excesso de peso segundo peso/estatura (P/E), bem como prevalência de risco aumentado para doenças cardiometabólicas em mães, segundo o PCint. Adotou-se como critérios de inclusão crianças com até dois anos de idade e suas respectivas mães. Os critérios de não inclusão adotados foram: mães grávidas; presença de enfermidades que necessitavam de alterações na alimentação dos pares; crianças prematuras, pois este pode ser um fator confundidor na interpretação de alguns resultados; crianças menores de um mês, devido a elevada retenção de peso nas mães.

A coleta ocorreu em cinco Unidades Básicas de Saúde do município e na policlínica, nos dias de puericultura. Aplicou-se um questionário semiestruturado para obter informações sobre os dados demográficos, socioeconômicos e condições de saúde das mães e das crianças. Utilizou-se a classificação proposta pela Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP) para classificar o nível socioeconômico da díade. Os dados sobre as condições de saúde referem-se ao número de consultas pré-natal e peso e comprimento ao nascer, informações estas obtidas no cartão de pré-natal da mãe e caderneta de saúde da criança ou autorrelatadas pelas mães. Além disso, avaliou-se o estado nutricional da díade.

Nas mães, as medidas antropométricas avaliadas foram peso, altura e perímetro da cintura (PCint). O peso foi aferido em quilograma, por meio de uma balança eletrônica da marca Kratos®, com capacidade máxima de 150 quilos (kg). As mães foram orientadas a subir no centro da balança em posição ereta, com os braços estendidos ao longo do corpo, sem calçado e com o mínimo de roupa possível.2020 Jelliffe DB. The assessment of the nutritional status of the community. Geneva: WHO; 1966. A estatura foi aferida em centímetros com auxílio de um estadiômetro Altura Exata®, com extensão de 150cm. Para aferir esta medida, orientou-se as mães a subir no equipamento de costa para o marcador, sem calçados, com os calcanhares unidos de modo que os pés formassem um ângulo de 45º, com olhar para o horizonte e com postura ereta.2020 Jelliffe DB. The assessment of the nutritional status of the community. Geneva: WHO; 1966. Foi calculado o Índice de Massa Corporal (IMC) e sua classificação seguiu as recomendações da OMS,2121 WHO (World Health Organization). Obesity: preventing and managing the global epidemic. Geneva: World Health Organization (WHO Technical Report Series 894); 1998. sendo consideradas com excesso de peso aquelas que apresentavam IMC ≥ 25 kg/m2. O perímetro da cintura foi aferido no ponto médio entre a margem inferior da última costela e a crista ilíaca. Para este parâmetro foram adotados os pontos de corte da OMS.2121 WHO (World Health Organization). Obesity: preventing and managing the global epidemic. Geneva: World Health Organization (WHO Technical Report Series 894); 1998. A Relação Cintura-Estatura (RCE) foi obtida pela razão do valor obtido do PCint pelo valor da estatura. Utilizou-se o ponto de corte ≥0,5 indicativo de risco para desenvolvimento de doenças cardiovasculares.2222 Ashwell M, Hsieh SD. Six reasons why the waist-to-height ratio is a rapid and effective global indicator for health risks of obesity and how its use could simplify the international public health message on obesity. Int J Food Sci Nutr. 2005; 56 (5):303-7.

Nas crianças, as medidas antropométricas avaliadas foram peso e comprimento, os quais foram aferidos segundo técnicas preconizadas por Jelliffe.2020 Jelliffe DB. The assessment of the nutritional status of the community. Geneva: WHO; 1966. O peso foi aferido em quilograma, por meio de uma balança pediátrica, com capacidade máxima de 16kg. As crianças foram colocadas sem roupas, deitadas ou sentadas no centro do cesto da balança. Para crianças com peso superior a esta capacidade, utilizou-se a mesma balança e técnica de pesagem utilizada nas mães. O comprimento das crianças foi aferido em centímetros por meio de um antropômetro infantil. A mensuração foi conduzida por duas pessoas devidamente treinadas, de modo que uma delas manteve a cabeça da criança apoiada no plano vertical e em contato com a parte fixa do antropômetro e a outra pressionou os joelhos da criança na superfície e moveu a parte móvel do equipamento até formar um ângulo de 90° entre as pernas e os pés do bebê, para realização da leitura.2020 Jelliffe DB. The assessment of the nutritional status of the community. Geneva: WHO; 1966. Foram calculados os índices estatura/idade (E/I), Índice de Massa Corporal/Idade (IMC/I), peso/estatura (P/E) e peso/idade (P/I), em escore-Z e avaliados de acordo com os pontos de corte preconizados pela OMS,2323 WHO (World Health Organization).Indicators for assessing infant and young child feeding practices. Washington, DC; 2007. no programa WHO Anthro 2011 versão 3.2.2. Todas as medidas antropométricas realizadas nas mães e nas crianças foram aferidas por pesquisador devidamente capacitado.

Destaca-se que os equipamentos utilizados para aferição do peso e estatura das mães e crianças foram os mesmos em todas as Unidades Básicas de Saúde e na Policlínica, portanto, apresentavam a mesma calibragem. Ressalta-se, ainda, que as medidas foram sempre aferidas pelo pesquisador responsável pela pesquisa, o qual contou com a ajuda de um estagiário.Ambos foram treinados para executar estas medidas.

As análises estatísticas foram realizadas no software Stata versão 13.0. Para avaliar a normalidade das variáveis foi utilizado o teste Shapiro Wilk e coeficiente de assimetria. Foi utilizado o teste t de Student para comparar as médias dos índices antropométricos das crianças de acordo com: estado nutricional materno, considerando a presença ou ausência de excesso de peso segundo o IMC; risco cardiometabólico, segundo o PCint e a RCE. Correlação de Pearson foi conduzida entre os índices antropométricos infantis e as variáveis peso e estatura das mães.

Modelos de regressão linear foram propostos considerando os índices antropométricos da criança (E/I, IMC/I, P/E, P/I) como desfecho e as variáveis antropométricas maternas (peso, altura, IMC, PCint e RCE) como variáveis explicativas. Investigou-se a existência de interação da idade da criança na relação dos índices antropométricos infantis e variáveis maternas. Potenciais confundidores foram identificados na literatura, sendo utilizado o gráfico acíclico direcionado (DAG) como guia nesta seleção de covariáveis. Essa abordagem tem sido usada para representar relações causais entre variáveis e auxiliar na identificação de um conjunto mínimo de covariáveis que é suficiente para controlar a situação de confusão. Com base nessa estratégia, as seguintes covariáveis foram consideradas: escolaridade da mãe, ganho de peso gestacional, número de gestações, idade materna e número de consultas prénatal. A qualidade do ajuste do modelo foi avaliada pela análise dos resíduos (segundo as suposições de normalidade, homocedasticidade, linearidade e independência) bem como pela análise de multicolinearidade entre as variáveis incluídas no modelo. O nível de significância adotado em todas as análises foi de 5%.

O estudo levou em consideração a Resolução 466/12 do Conselho Nacional da Saúde (CNS) efoi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com seres humanos da Universidade Federal de Viçosa (UFV), sob o número de registro 1.833.627. A participação da díade ocorreu de forma voluntária e as mães assinaram o Termo de Consentimento Livre Esclarecido após serem esclarecidas sobre a pesquisa.

Resultados

Foram avaliadas 190 mães e crianças. A média de idade das crianças foi de 11,5 (±7,8) meses e das mães 27,4 (±6,6) anos. Na Tabela 1 é feita a caracterização da amostra, onde verifica-se que aproximadamente 54% das crianças eram do sexo masculino e 93,7% apresentaram peso ao nascer entre >2500 e <3999g. Quanto aos parâmetros gestacionais, a média de ganho de peso foi de 12,7kg (±5,5) e cerca de 89% das mães realizaram mais de seis consultas pré-natal. Os parâmetros antropométricos apresentaram-se adequados para a maioria das mães e crianças. O perímetro da cintura e a relação cintura-estatura apresentaram valores indicativos de risco aumentado para doenças cardiometabólicas para, respectivamente, 57,9% e 52,1% das mães. O percentual de excesso de peso nas mães foi de 43,2% e nas crianças 6,9% de acordo com o índice P/I, 30,5% pelo P/E, e 31,6% pelo IMC/I. Aproximadamente 6% das crianças apresentavam-se com comprimento abaixo do esperado para a idade (Tabela 1).

Tabela 1
Características socioeconômicas e nutricionais de mães e crianças atendidas na rede pública do município de Viçosa, MG (n=190 pares).

A média dos índices P/E e IMC/I das crianças foram significativamente maiores quando estas eram filhas de mães com excesso de peso. Verificou-se, ainda, que mães com risco aumentado para doenças cardiometabólicas, segundo PCint, apresentaram filhos com maiores médias para os índices P/I, P/E e IMC/I. As médias dos índices antropométricos infantis não se diferiram de acordo com a RCE (Figura 1). Verificou-se correlação positiva dos índices P/I e P/E com o peso das mães, bem como dos índices P/I e E/I com a estatura materna (Figura 2).

Na análise de regressão linear verificou-se que índice P/I das crianças se associou significativamente ao peso, estatura e o PCint das mães. Esta associação se manteve para o peso e estatura no modelo de ajuste propostos. O índice P/E associouse com o peso e IMC (≥25kg/m2) das mães na análise bivariada, perdendo a associação com o peso após o ajuste. Em relação ao índice E/I, este esteve associado à estatura materna, enquanto o índice IMC/I associou-se ao peso, IMC (≥25kg/m2) e PCint (≥80cm), mantendo esta associação apenas para o IMC, após o ajuste. Quanto à capacidade explicativa dos índices, a estatura materna foi a variável que melhor explicou os índices P/I e E/I enquanto o IMC materno melhor explicou os índices P/E e IMC/I. A idade das crianças não interagiu com os parâmetros avaliados (Tabela 2).

Figura 1
Média e desvio padrão das medidas e índices antropométricos das crianças, segundo excesso de peso, perímetro da cintura e relação cintura-estatura das mães. Viçosa, MG (n=190 pares).

PCint= Perímetro da cintura; RCE= relação cintura-estatura; E/I= Estatura por idade; IMC/I= Índice de Massa Corporal por idade; P/E= Peso por estatura; P/I= Peso por idade.

* Teste t de Student.

** p<0,05.


Figura 2
Correlação dos índices antropométricos das crianças segundo peso e estatura das mães. Viçosa, MG (n=190 pares).

E/I= Estatura por idade; IMC/I= Índice de Massa Corporal por idade; P/E= Peso por estatura; P/I= Peso por idade.*Correlação de Pearson; **p<0,05.


Tabela 2
Coeficientes de regressão linear (bruto e ajustado), respectivos intervalos de confiança e valor-p para a associação entre índices antropométricos das crianças e medidas antropométricas maternas. Viçosa, MG (n=190 pares).

Discussão

Embora os parâmetros antropométricos tenham se apresentado adequados para a maioria das mães e crianças, a prevalência de excesso de peso chama atenção. Dentre as mães 43,2% apresentaram esta condição, percentual este inferior (50,45%) ao verificado no mapa da obesidade para adultos da região sudeste.22 ABESO (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica). Mapa da obesidade. s/d. [acesso 27 jun 2019]. Disponível em: http://www.abeso.org.br/atitude-saudavel/mapa-obesidade.
http://www.abeso.org.br/atitude-saudavel...
Entre as crianças, o percentual de excesso de peso verificado foi semelhante (30,5% - P/E; 31,6% - IMC/I) a estimativa realizada pelo mapa da obesidade (38,8%), considerando as crianças de 5 a 9 anos da região sudeste.22 ABESO (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica). Mapa da obesidade. s/d. [acesso 27 jun 2019]. Disponível em: http://www.abeso.org.br/atitude-saudavel/mapa-obesidade.
http://www.abeso.org.br/atitude-saudavel...
Estudo realizado no nordeste do Brasil, com crianças menores de 5 anos, também verificou um percentual de excesso de peso semelhante (28,5%) ao verificado no presente estudo (30,5%), de acordo com o índice P/E.2424 Moreira MA, Cabral PC, Ferreira HS, Lira PIC.Overweight and associated factors in children from northeasten Brazil.J Pediatr. 2012; 88 (4): 347-52.

O percentual de excesso de peso verificado pelo índice P/I (6,9%) foi inferior aos demais índices. Acredita-se que isto se deva aos diferentes objetivos dos índices. O índice P/I, por exemplo, é mais indicado para avaliar o crescimento de crianças, uma vez que reflete a situação global de saúde, porém não considera se o comprometimento é atual/agudo ou de progresso/crônico. Entretanto, permite detectar com mais facilidade alterações no estado de saúde infantil.1818 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança: acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil. Brasília, DF; 2002.

19 Carvalho AC, Fonseca PCA, Priore SE, Franceschini SCC, Novaes JF. Consumo alimentar e adequação nutricional em crianças brasileiras: revisão sistemática. Rev Paul Pediatr. 2015;33 (2): 211-21.

20 Jelliffe DB. The assessment of the nutritional status of the community. Geneva: WHO; 1966.

21 WHO (World Health Organization). Obesity: preventing and managing the global epidemic. Geneva: World Health Organization (WHO Technical Report Series 894); 1998.

22 Ashwell M, Hsieh SD. Six reasons why the waist-to-height ratio is a rapid and effective global indicator for health risks of obesity and how its use could simplify the international public health message on obesity. Int J Food Sci Nutr. 2005; 56 (5):303-7.

23 WHO (World Health Organization).Indicators for assessing infant and young child feeding practices. Washington, DC; 2007.

24 Moreira MA, Cabral PC, Ferreira HS, Lira PIC.Overweight and associated factors in children from northeasten Brazil.J Pediatr. 2012; 88 (4): 347-52.
-2525 Fontes GAV, Mello AL, Sampaio LR. Manual de avaliação nutricional e necessidade energética de crianças e adolescents: uma aplicação prática. Salvador: EDUFBA; 2012. 88p. Já o P/E é recomendado para avaliar desnutrição aguda e sobrepeso, porém, não leva em consideração a idade das crianças, podendo então classificar erroneamente o estado nutricional das mesmas quando estas apresentam baixa estatura para a idade. Assim, destaca-se a necessidade de utilizar mais de um parâmetro antropométrico para realizar o diagnóstico nutricional.1818 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança: acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil. Brasília, DF; 2002. Muitos estudos têm utilizado o índice IMC/I para avaliar o estado nutricional das crianças e adolescentes.1212 Cantalice ASC, Santos NCCB, Silva DCM, Collet N, Reichert APS, Medeiros CCM. Estado nutricional materno e o excesso de peso em crianças e adolescentes. Rev Bras Nutr Clin. 2015; 30 (1): 39-44.,1313 Murta TGH. Fatores associados a desfechos nutricionais em mães e crianças brasileiras [tese]. Belo Horizonte: Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais; 2016.,2222 Ashwell M, Hsieh SD. Six reasons why the waist-to-height ratio is a rapid and effective global indicator for health risks of obesity and how its use could simplify the international public health message on obesity. Int J Food Sci Nutr. 2005; 56 (5):303-7.,2626 Salvador CCZ, Kitoko PM, Gambardella AMD. Estado nutricional de crianças e adolescentes: fatores associados ao excesso de peso e acúmulo de gordura. Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum. 2014, 24 (3): 313-9. Isso se deve ao fato deste indicador ser recomendado internacionalmente para o diagnóstico nutricional individual e coletivo dos distúrbios nutricionais, uma vez que considera a idade dos indivíduos.2525 Fontes GAV, Mello AL, Sampaio LR. Manual de avaliação nutricional e necessidade energética de crianças e adolescents: uma aplicação prática. Salvador: EDUFBA; 2012. 88p.

No que se refere as relações entre os índices antropométricos das crianças e as variáveis maternas, verificou-se que mães com sobrepeso e/ou obesidade tinham filhos com maiores médias para os indicadores antropométricos P/E e IMC/I. Tal resultado se assemelha ao de um estudo realizado em Pernambuco com crianças e adolescentes (2 a 18 anos), visto que encontraram maiores médias de IMC nas mães quando os filhos apresentavam obesidade.1212 Cantalice ASC, Santos NCCB, Silva DCM, Collet N, Reichert APS, Medeiros CCM. Estado nutricional materno e o excesso de peso em crianças e adolescentes. Rev Bras Nutr Clin. 2015; 30 (1): 39-44. Além disso, verificou-se no presente estudo relação entre os índices P/I, P/E e IMC/I das crianças e o risco aumentado para doenças cardiometabólicas, segundo PCint materno. Em estudo realizado com crianças menores de cinco anos, a obesidade central materna também se associou positivamente ao excesso de peso, sendo este classificado segundo indicador P/E.2424 Moreira MA, Cabral PC, Ferreira HS, Lira PIC.Overweight and associated factors in children from northeasten Brazil.J Pediatr. 2012; 88 (4): 347-52. Apesar de pouco estudada a associação do PCint materno com os índices antropométricos decrianças menores de dois anos, acredita-se que esta relação seja esperada, uma vez que mães com excesso de peso tendem a apresentar PCint elevado.

No presente estudo, os índices antropométricos das crianças se associaram ao peso, estatura materna, excesso de peso e risco cardiometabólico segundo PCint. Tais relações também foram verificadas em outros estudos. Em Pernambuco, por exemplo, Miglioli1414 Miglioli TC. Estado nutricional de mães e filhos menores de cinco anos em Pernambuco: marcadores antropométricos, anemia e deficiência de vitamina A [tese]. Rio de Janeiro: Instituto Nacional da Mulher e da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira; 2014. verificou relação direta entre o P/I de crianças menores de cinco anos com a estatura das mães, e IMC/I com IMC das mães.Além deste, outros estudos também encontraram relação direta entre o IMC materno e IMC das crianças.1212 Cantalice ASC, Santos NCCB, Silva DCM, Collet N, Reichert APS, Medeiros CCM. Estado nutricional materno e o excesso de peso em crianças e adolescentes. Rev Bras Nutr Clin. 2015; 30 (1): 39-44.,1313 Murta TGH. Fatores associados a desfechos nutricionais em mães e crianças brasileiras [tese]. Belo Horizonte: Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais; 2016.,2626 Salvador CCZ, Kitoko PM, Gambardella AMD. Estado nutricional de crianças e adolescentes: fatores associados ao excesso de peso e acúmulo de gordura. Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum. 2014, 24 (3): 313-9. Moreira et al.2424 Moreira MA, Cabral PC, Ferreira HS, Lira PIC.Overweight and associated factors in children from northeasten Brazil.J Pediatr. 2012; 88 (4): 347-52. não encontraram relação entre o IMC de mães e a presença de excesso de peso em crianças menores de 5 anos, o que foi explicado pelos autores como resultante da falta de sensibilidade do IMC como indicador de gordura corporal. Entretanto, Murta1313 Murta TGH. Fatores associados a desfechos nutricionais em mães e crianças brasileiras [tese]. Belo Horizonte: Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais; 2016. estudando crianças nesta mesma faixa etária verificou relação entre o IMC de mães e crianças, de modo que a prevalência de excesso de peso em crianças era menor quando estas eram filhas de mães consideradas eutróficas.

Ao verificar esta relação entre crianças e adolescentes, Salvador et al.,2626 Salvador CCZ, Kitoko PM, Gambardella AMD. Estado nutricional de crianças e adolescentes: fatores associados ao excesso de peso e acúmulo de gordura. Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum. 2014, 24 (3): 313-9. identificaram maior prevalência de sobrepeso entre os filhos de mães com sobrepeso e obesidade e Cantalice et al.1212 Cantalice ASC, Santos NCCB, Silva DCM, Collet N, Reichert APS, Medeiros CCM. Estado nutricional materno e o excesso de peso em crianças e adolescentes. Rev Bras Nutr Clin. 2015; 30 (1): 39-44. verificou maior média de IMC das mães quando os filhos apresentavam obesidade. Estudo realizado com crianças menores de cinco anos verificou que a chance destas apresentarem baixa estatura é três vezes maior quando as mães a apresentam.1313 Murta TGH. Fatores associados a desfechos nutricionais em mães e crianças brasileiras [tese]. Belo Horizonte: Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais; 2016. Além disso, a chance de risco de desnutrição por déficit E/I em crianças menores de 6 anos foi duas vezes maior quando a mãe apresentava estatura inferior 155 centímetros.2727 Silveira KBR, Alves JFR, Ferreira HS, Sawaya AL, Florêncio TMMT.Associação entre desnutrição em crianças moradoras de favelas, estado nutricional materno e fatores socioambientais. J Pediatr. 2010; 86 (3): 215-20.

Os índices P/E e IMC/I foram melhores explicados pelo IMC materno, ao passo que os índices P/I e E/I foram melhores explicados pela estatura materna. Tal resultado mostra a forte associação da estatura e do estado nutricional das mães sobre os índices que determinam o estado nutricional dos seus filhos. O uso da antropometria para diagnóstico do estado nutricional da população, principalmente em crianças e adolescentes, é muito frequente. Seus valores representam, tanto em nível populacional quanto individual, o ajuste entre os fatores ambien-tais e potencial genético.2828 Pedraza DF, Souza MM, Rocha AND. Fatores associados ao estado nutricional de crianças pré-escolares brasileiras assistidas em creches públicas: uma revisão sistemática. RevNutr. 2015; 28 (4): 451-64. Tal informação torna-se coerente ao identificar associação entre os parâmetros antropométricos maternos e o estado nutricional de seus filhos, pois esta associação ocorre pelo fato dos pares compartilharem ambientes socioculturais semelhantes.1212 Cantalice ASC, Santos NCCB, Silva DCM, Collet N, Reichert APS, Medeiros CCM. Estado nutricional materno e o excesso de peso em crianças e adolescentes. Rev Bras Nutr Clin. 2015; 30 (1): 39-44.,2929 Giacomossi MC, Zanella T, Hofelmann DA. Percepção materna do estado nutricional de crianças de creches de cidade do sul do Brasil. Rev Nutr. 2011; 4 (5): 689-702.

A idade das crianças não interagiu com as relações propostas, ou seja, o fato da mesma estar no primeiro ou segundo ano de vida não fez com que a relação do seu estado nutricional com o da mãe fosse diferente. Assim, presume-se que esta relação do estado nutricional da díade mãe-filho não acontece apenas com crianças maiores de dois anos e adolescentes,1111 Mascarenhas LPG, Modesto MJ, Amer NM, Boguszewski MCS, Lacerda Filho L, Prati FS. Influência do excesso de peso dos pais em relação ao sobrepeso e obesidade dos filhos. Pensar Prát. 2013; 16 (2): 320-618.

12 Cantalice ASC, Santos NCCB, Silva DCM, Collet N, Reichert APS, Medeiros CCM. Estado nutricional materno e o excesso de peso em crianças e adolescentes. Rev Bras Nutr Clin. 2015; 30 (1): 39-44.

13 Murta TGH. Fatores associados a desfechos nutricionais em mães e crianças brasileiras [tese]. Belo Horizonte: Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais; 2016.

14 Miglioli TC. Estado nutricional de mães e filhos menores de cinco anos em Pernambuco: marcadores antropométricos, anemia e deficiência de vitamina A [tese]. Rio de Janeiro: Instituto Nacional da Mulher e da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira; 2014.

15 Silva D, Valente A, Borges A, Dias C, Almeida F, Cruz JL, Neves E, Afonso C, Guerra A. Avaliação entre o estado nutricional materno e o de uma população infantil de São Tomé e Príncipe "África". Rev Bras Saúde Mater Infant. 2017; 17 (2): 327-35.

16 Negash C, Whiting SJ, Henry CJ, Belachew T, Hailemariam TG. Association between Maternal and Child Nutritional Status in Hula, Rural Southern Ethiopia: A Cross SectionalStudy. PloS One 2015; 10 (11): e0142301.
-1717 Keino S, Plasqui G, Ettyang G, Van den Borne, B. Determinants of Stunting and Overweight among Young Children and Adolescents in Sub-Saharan Africa. Food Nutr Bull. 2014; 35(2): 167-78.,2424 Moreira MA, Cabral PC, Ferreira HS, Lira PIC.Overweight and associated factors in children from northeasten Brazil.J Pediatr. 2012; 88 (4): 347-52.,2626 Salvador CCZ, Kitoko PM, Gambardella AMD. Estado nutricional de crianças e adolescentes: fatores associados ao excesso de peso e acúmulo de gordura. Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum. 2014, 24 (3): 313-9.,2727 Silveira KBR, Alves JFR, Ferreira HS, Sawaya AL, Florêncio TMMT.Associação entre desnutrição em crianças moradoras de favelas, estado nutricional materno e fatores socioambientais. J Pediatr. 2010; 86 (3): 215-20. mas também no período precoce da vida. Diante disso, destaca-se a importância de considerar a condição nutricional materna no acompanhamento nutricional da criança desde o início da vida, visando prevenir condições de risco para a saúde, como por exemplo, as doenças crônicas não transmissíveis.

Conclui-se que crianças menores de dois anos, filhas de mães com excesso de peso, apresentam alteração nos índices peso/idade e peso/estatura, independente da idade. Tal informação pode contribuir no direcionamento da atenção à saúde no período dos primeiros mil dias de vida da criança. Evidencia-se, portanto, a necessidade de ações de promoção à saúde e prevenção aos agravos nutricionais da criança que incluam, também, a atenção à nutrição materna neste período.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    10 Set 2021
  • Data do Fascículo
    Apr-Jun 2021

Histórico

  • Recebido
    30 Dez 2019
  • Aceito
    15 Fev 2021
  • Preprint postado em
    28 Dez 2020
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