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Tradução e adaptação transcultural da escala Mayo High Performance Team Scale (MHPTS) para o português brasileiro

RESUMO

Objetivo:

descrever o processo de tradução e adaptação transcultural da escala Mayo High Performance Team Scale para o português brasileiro.

Método:

estudo descritivo de validação e adaptação transcultural da escala, realizado de maneira virtual, seguindo pressupostos propostos por Beaton e colaboradores. Contou com uma amostra de 40 especialistas, e realizou duas rodadas, sendo uma de validação e uma de apreciação final.

Resultados:

após seguir todas as etapas de tradução a escala foi apresentada ao comitê de especialistas que chegou a um consenso (IVC entre 0,9 e 1,0) sobre não haver qualquer discrepância, após avaliação das equivalências semântica, idiomática, experiencial e conceitual entre a escala original e a versão traduzida.

Conclusão:

A versão em português brasileiro da MHPTS foi adequadamente traduzida e validada, revelando excelente potencial de utilização em contextos de simulação clínica para cenários multiprofissionais.

Palavras-chave:
Treinamento por Simulação; Educação Interprofissional; Capacitação de Recursos Humanos em Saúde

ABSTRACT

Objective:

describe the process of translation and cross-cultural adaptation of the Mayo High Performance Team Scale into Brazilian Portuguese.

Method:

descriptive study of validation and cross-cultural adaptation of the scale, carried out virtually, following assumptions proposed by Beaton and collaborators. It had a sample of 40 experts, and carried out two rounds, one for validation and one for final assessment.

Results:

after following all translation steps, the scale was presented to the committee of experts who reached a consensus (IVC between 0.9 and 1.0) that there was no discrepancy, after evaluating the semantic, idiomatic, experiential and conceptual equivalences between the original scale and the translated version.

Conclusion:

The Brazilian Portuguese version of the MHPTS was adequately translated and validated, revealing excellent potential for use in clinical simulation contexts for multidisciplinary scenarios.

Keywords:
Simulation Training; Interprofessional Education; Health Human Resource Training

INTRODUÇÃO

Os erros em saúde, antes considerados raros, são hoje uma preocupação global11 Institute of Medicine (US) Committee on Quality of Health Care in America. To Err Is Human. Kohn LT CJDM, editor. Washington, D.C.: National Academies Press; 2000. DOI: 10.17226/9728.
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. O relatório “To err is human: Building a safer health system”, publicado no intuito de introduzir o conceito de ambiente mais seguro para cuidado à saúde, mostrou que tai erros são bem mais frequentes do que se imaginava. Além disso, concluiu que tais erros não são resultado de ações individuais isoladas, mas de falhas nos sistemas, processos e diversas outras condições inadequadas11 Institute of Medicine (US) Committee on Quality of Health Care in America. To Err Is Human. Kohn LT CJDM, editor. Washington, D.C.: National Academies Press; 2000. DOI: 10.17226/9728.
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2 Lamberta M, Aghera A. Latent Safety Threat Identification via Medical Simulation. 2024. PMID: 31751099.
-33 Shojania KG, Duncan BW, McDonald KM, Wachter RM, Markowitz AJ. Making health care safer: a critical analysis of patient safety practices. Evid Rep Technol Assess (Summ). 2001;(43):i-x, 1-668..

Entre as condições latentes de risco para segurança de pacientes estão protocolos, ambientes de trabalho, comunicação e trabalho em equipe, estimando-se que 70-80% dos erros em saúde possam ser atribuídos a falhas nas habilidades não técnicas por parte dos profissionais de saúde22 Lamberta M, Aghera A. Latent Safety Threat Identification via Medical Simulation. 2024. PMID: 31751099.,44 Sasou K, Reason J. Team errors: definition and taxonomy. Reliab Eng Syst Saf. 1999;65(1):1-9. DOI: 10.1016/S0951-8320(98)00074-X.
https://doi.org/10.1016/S0951-8320(98)00...

5 Glavin RJ, Maran NJ. Integrating human factors into the medical curriculum. Medical Education, Supplement. 2003;37(1):59-64. DOI: 10.1046/j.1365-2923.37.s1.5.x.
https://doi.org/10.1046/j.1365-2923.37.s...
-66 Dunn K, Elsom S, Cross W. Self-efficacy and locus of control affect management of aggression by mental health nurses. Issues Ment Health Nurs. 2007;28(2):201-17. DOI: 10.1080/01612840601096321.
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.

Embora a interferência dos fatores humanos para o desempenho de tarefas técnicas venha sendo discutida há longo tempo, foi na aviação que adotaram inicialmente o sistema de treinamento de habilidades não técnicas, após uma série de desastres aéreos na década de 70. Este treinamento, conhecido inicialmente como cockpit resource management, mais tarde, quando ampliado e adaptado a outros ambientes profissionais, tais como empresas e serviços de saúde, passou a ser chamado de Crew Resource Management, Crisis Resource Management (CRM), ou mesmo, Corporate Resource Management77 Prineas S, Mosier K, Mirko C, Guicciardi S. Non-technical Skills in Healthcare. Textbook of Patient Safety and Clinical Risk Management. In: Textbook of Patient Safety and Clinical Risk Management [Internet]. Cham (CH): Springer; 2021. Chapter 30. 2020 Dec 15. DOI: 10.1007/978-3-030-59403-9_30.
https://doi.org/10.1007/978-3-030-59403-...

8 Powell-Dunford N, Brennan PA, Peerally MF, Kapur N, Hynes JM, Hodkinson PD. Mindful application of aviation practices in healthcare. Aerosp Med Hum Perform. 2017;88(12):1107-16. DOI: 10.3357/AMHP.4911.2017.
https://doi.org/10.3357/AMHP.4911.2017...

9 Gerstle CR. Parallels in safety between aviation and healthcare. J Pediatr Surg. 2018;53(5):875-8. DOI: 10.1016/j.jpedsurg.2018.02.002.
https://doi.org/10.1016/j.jpedsurg.2018....
-1010 Pereira Júnior, GA. Simulação em saúde para ensino e avaliação: conceitos e práticas. Associação Brasileira de Educação Médica. São Carlos, SP: Cubo Multimídia, 2021 Pág. 58 DOI: 10.4322/978-65-86819-11-3.
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.

Vale destacar que, independentemente da terminologia utilizada, a sigla CRM se consagrou como sinônimo de resposta rápida e efetiva às situações de risco que envolvam atuação sob estresse e pressão do tempo para ação1010 Pereira Júnior, GA. Simulação em saúde para ensino e avaliação: conceitos e práticas. Associação Brasileira de Educação Médica. São Carlos, SP: Cubo Multimídia, 2021 Pág. 58 DOI: 10.4322/978-65-86819-11-3.
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. Portanto, pode-se definir CRM como um sistema de gerenciamento com utilização otimizada de recursos disponíveis, tais como recursos humanos, procedimentos operacionais e equipamentos, visando promover a segurança operacional em situações críticas1111 Nascimento NB do, Travassos CM de R. O erro médico e a violação às normas e prescrições em saúde: uma discussão teórica na área de segurança do paciente. Physis: Revista de Saúde Coletiva. 2010;20(2):625-51. DOI: 10.1590/S0103-73312010000200016.
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.

O objetivo do treinamento CRM é melhorar o desempenho da equipe e minimizar o risco de erros na realização de uma tarefa complexa. O método inclui o uso de técnicas para capacitação da equipe, com foco em sistemas e culturas, ao invés de indivíduos ou falhas, onde a simulação é o método de ensino habitualmente utilizado para treinar seus princípios de habilidades não técnicas, gerenciamento de tarefas, trabalho em equipe, consciência da situação e tomada de decisão, podem ser praticadas com segurança1212 Mahankali SS, Nair P. Beyond the borders: Lessons from various industries adopted in anesthesiology. J Anaesthesiol Clin Pharmacol [Internet]. 2019 Jul 1 [cited 2024;35(3):295-301. DOI: 10.4103/joacp.JOACP_375_18.
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. Além disso, na simulação pode-se identificar como está o desempenho da equipe multiprofissional em relação a essas habilidades22 Lamberta M, Aghera A. Latent Safety Threat Identification via Medical Simulation. 2024. PMID: 31751099.,1313 Leape LL. Error in medicine. JAMA. 1994;272(23):1851-7. PMID: 7503827.

Para avaliar o trabalho em equipe e suas habilidades para CRM em ambientes de educação baseada em simulação, um instrumento amplamente utilizado é a escala Mayo High Performance Team Scale (MHPTS), desenvolvida por Malec e colaboradores1414 Malec JF, Torsher LC, Dunn WF, Wiegmann DA, Arnold JJ, Brown DA, et al. The mayo high performance teamwork scale: Reliability and validity for evaluating key crew resource management skills. Simulation in Healthcare. 2007;2(1):4-10. DOI: 10.1097/SIH.0b013e31802b68ee.
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.

A Mayo High Performance Team Scale (MHPTS) é composta por onze determinantes-chave para o gerenciamento eficaz de crises, incluindo comunicação eficaz, consciência situacional, antecipação e planejamento de eventos, designação do líder, estabelecimento papéis, distribuição de tarefas, definição de prioridades, adaptação às mudanças, monitoramento de desempenho e debriefing1515 Gosselin É, Marceau M, Vincelette C, Daneau CO, Lavoie S, Ledoux I. French Translation and Validation of the Mayo High Performance Teamwork Scale for Nursing Students in a High-Fidelity Simulation Context. Clin Simul Nurs. 2019;30:25-33. DOI: 10.1097/SIH.0b013e31802b68ee.
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.

Sabe-se que programas de treinamento em simulação devem ser avaliados por meio de instrumentos válidos e confiáveis1616 Sánchez-Marco M, Escribano S, Cabañero-Martínez MJ, Espinosa-Ramírez S, José Muñoz-Reig M, Juliá-Sanchis R. Cross-cultural adaptation and validation of two crisis resource management scales. Int Emerg Nurs. 2021;57:101016. DOI: 10.1016/j.ienj.2021.101016.
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. Nesse contexto, visando contribuir com a avaliação do trabalho em equipe nos cenários simulados, o objetivo deste artigo é descrever o processo de tradução e adaptação transcultural da escala MHPTS para o português brasileiro.

Embora existam outras escalas disponíveis para avaliar habilidades psicométricas no trabalho em equipe, escolheu-se a MHPTS por ser uma escala já traduzida para outros idiomas e de reconhecida utilização na saúde1515 Gosselin É, Marceau M, Vincelette C, Daneau CO, Lavoie S, Ledoux I. French Translation and Validation of the Mayo High Performance Teamwork Scale for Nursing Students in a High-Fidelity Simulation Context. Clin Simul Nurs. 2019;30:25-33. DOI: 10.1097/SIH.0b013e31802b68ee.
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,1616 Sánchez-Marco M, Escribano S, Cabañero-Martínez MJ, Espinosa-Ramírez S, José Muñoz-Reig M, Juliá-Sanchis R. Cross-cultural adaptation and validation of two crisis resource management scales. Int Emerg Nurs. 2021;57:101016. DOI: 10.1016/j.ienj.2021.101016.
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.

METODOLOGIA

Trata-se de estudo descritivo de adaptação transcultural e validação da escala de avaliação de habilidades não técnicas da equipe multiprofissional desenvolvido pela Mayo Clinic1414 Malec JF, Torsher LC, Dunn WF, Wiegmann DA, Arnold JJ, Brown DA, et al. The mayo high performance teamwork scale: Reliability and validity for evaluating key crew resource management skills. Simulation in Healthcare. 2007;2(1):4-10. DOI: 10.1097/SIH.0b013e31802b68ee.
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usando como referência os pressupostos do método de Beaton e colaboradores11 Institute of Medicine (US) Committee on Quality of Health Care in America. To Err Is Human. Kohn LT CJDM, editor. Washington, D.C.: National Academies Press; 2000. DOI: 10.17226/9728.
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que indicam um processo composto por seis etapas (Figura 1).

Figura 1
Diretrizes para condução de tradução e adaptação transcultural de instrumentos.

O processo de tradução objetivou alcançar a equivalência entre a escala original e a versão adaptada para um ambiente culturalmente diverso, pois a população-alvo de aplicação da escala fala outro idioma e mora em outro país1717 Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Guidelines for the process of cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine (Phila Pa 1976). 2000;25(24):3186-91. DOI: 10.1097/00007632-200012150-00014.
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.

Utilizou-se como referência as diretrizes para adaptação transcultural de instrumentos propostas por Beaton et al.1717 Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Guidelines for the process of cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine (Phila Pa 1976). 2000;25(24):3186-91. DOI: 10.1097/00007632-200012150-00014.
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, que indicam um processo composto por seis etapas (Figura 1).

A composição do Comitê de Especialistas é fundamental para alcançar a equivalência transcultural do instrumento traduzido, devendo incluir profissionais com experiência em metodologia, saúde e idiomas, bem como todos os tradutores e o observador que participaram da síntese da tradução1818 Beaton D, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Recommendations for the crosscultural adaptation of the DASH & QuickDASH outcome measures. Institute for Work & Health; 2007 Available from: http://www.dash.iwh.on.ca/sites/dash/files/downloads/cross_cultural_adaptation_2007.pdf .
http://www.dash.iwh.on.ca/sites/dash/fil...
.

Para validação da versão traduzida, foram convidados 62 especialistas, dos quais 40 aceitaram e compuseram a amostra do estudo. Os membros deste comitê tinham experiência em metodologia, pesquisa, simulação, estatística ou cuidados intensivos e eram todos bilíngues (português e inglês), sendo todos profissionais com notório saber na área de simulação aplicada à área da saúde. Além disso, participaram da avaliação quatro tradutores e um observador que acompanharam todo o trabalho de validação por especialistas.

O processo de validação junto ao comitê de especialistas aconteceu em ambiente virtual por meio dos formulários Google Forms®, participando do estudo aqueles que responderam ao instrumento de maneira completa e dentro do prazo estabelecido para esta etapa. Os dados coletados foram analisados no software Microsoft Excel®, versão 2019.

Para a validação das seções do cenário clínico foi utilizado o cálculo do Índice de Validade de Conteúdo (IVC). O IVC é uma medida sobre a concordância dos especialistas nos tópicos avaliados a respeito do cenário elaborado e é calculado por meio da soma das respostas da escala Likert (sendo consideradas as respostas 4 e 5 como de acordo) pelo número total de respostas (Figura 2). Para este cálculo itens que obtiverem 80% ou mais de concordância entre especialistas podem ser considerados validados1919 Coluci MZO, Alexandre NMC, Milani D. Construção de instrumentos de medida na área da saúde. Cien Saude Colet. 2015;20(3):925-36. DOI: 10.1590/1413-81232015203.04332013.
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.

Figura 2
Cálculo do IVC baseando-se nas respostas concordantes dadas pelos juízes.

Nesta equação de cálculo do IVC, tem-se o NE que se refere ao número de especialistas que estão de acordo com um parâmetro, e o N que traduz o número total de especialistas participantes da pesquisa2020 Wilson FR, Pan W, Schumsky DA. Recalculation of the Critical Values for Lawshe's Content Validity Ratio. Measurement and Evaluation in Counseling and Development. 2012;45(3):197-210. DOI: 10.1177/0748175612440286.
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.

O estudo obedeceu às recomendações de Resolução nº 466/2013, do Conselho Nacional de Saúde, sendo submetido a apreciação pelo Comitê de Ética em pesquisa da Universidade do Oeste Paulista, e aprovado pelo Certificado de Apresentação para Apreciação Ética de nº 63842122.0.0000.5515 e Parecer 5.743.901.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para garantir uma avaliação precisa e confiável das habilidades não técnicas (HNTs) durante atividades de treinamento em simulação de equipes são necessários instrumentos válidos e adequados, entretanto, são poucos os instrumentos produzidos e/ou validados para este fim no cenário nacional. Dessa forma, realizou-se a tradução para o português brasileiro, com validação transcultural da MHPTS1414 Malec JF, Torsher LC, Dunn WF, Wiegmann DA, Arnold JJ, Brown DA, et al. The mayo high performance teamwork scale: Reliability and validity for evaluating key crew resource management skills. Simulation in Healthcare. 2007;2(1):4-10. DOI: 10.1097/SIH.0b013e31802b68ee.
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,1616 Sánchez-Marco M, Escribano S, Cabañero-Martínez MJ, Espinosa-Ramírez S, José Muñoz-Reig M, Juliá-Sanchis R. Cross-cultural adaptation and validation of two crisis resource management scales. Int Emerg Nurs. 2021;57:101016. DOI: 10.1016/j.ienj.2021.101016.
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.

A MHPTS avalia as HNTs, ou soft skills (habilidades interpessoais, em tradução livre do inglês), porém vale destacar que embora esta terminologia seja classicamente empregada e reconhecida, definir tais habilidades é algo complexo, a começar por sua nomenclatura que pode trazer uma conotação de que possam ser treinadas e desenvolvidas por repetição ou que seriam habilidades de importância secundária para o profissional de saúde2020 Wilson FR, Pan W, Schumsky DA. Recalculation of the Critical Values for Lawshe's Content Validity Ratio. Measurement and Evaluation in Counseling and Development. 2012;45(3):197-210. DOI: 10.1177/0748175612440286.
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,2121 Krüger A, Gillmann B, Hardt C, Döring R, Beckers SK, Rossaint R. Vermittlung von "soft skills" für Belastungssituationen. Anaesthesist. 2009;58(6):582-8. DOI: 10.1007/s00101-009-1511-6.
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.

Assim, antes de iniciar foi garantido o aval prévio e autorização dos autores da Mayo High Performance Team Scale (MHPTS) para que o texto original fosse traduzido e adaptado transculturalmente para o português brasileiro, e a partir disso dar sequência as suas etapas de tradução e adaptação transcultural.

A primeira etapa foi a de tradução (forward) do instrumento original. Trata-se de uma atividade bastante complexa, pois ao traduzir um instrumento, deve-se buscar diversos tipos de equivalência em relação ao original, como a cultural, a semântica, a técnica, a de conteúdo, a de critério e a conceitual1717 Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Guidelines for the process of cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine (Phila Pa 1976). 2000;25(24):3186-91. DOI: 10.1097/00007632-200012150-00014.
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.

Nessa etapa da adaptação é recomendado, pelo menos, duas traduções diretas do instrumento no idioma original (idioma de origem) para o idioma de destino. Tradutores bilíngues, cuja língua materna é a língua de destino, produzem traduções independentes e relatório escrito com comentários adicionais, destacando frases desafiadoras ou incertezas, e justificativa para as suas escolhas. Assim, as traduções podem ser comparadas e as discrepâncias observadas1717 Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Guidelines for the process of cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine (Phila Pa 1976). 2000;25(24):3186-91. DOI: 10.1097/00007632-200012150-00014.
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.

Assim, esta etapa envolveu a apresentação do MHPTS a dois tradutores independentes (tradutores A e B), cuja primeira língua nativa é o português brasileiro. Esses tradutores produziram duas versões em português, que receberam as siglas T-1 e T-2. Para atender às recomendações, o primeiro tradutor não tinha conhecimento dos conceitos ou qualquer histórico associado à área de aplicação da pesquisa (tradutor leigo), enquanto o outro estava ciente dos conceitos que estavam sendo avaliados. Ambos produziram relatórios para essa etapa1717 Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Guidelines for the process of cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine (Phila Pa 1976). 2000;25(24):3186-91. DOI: 10.1097/00007632-200012150-00014.
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,1818 Beaton D, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Recommendations for the crosscultural adaptation of the DASH & QuickDASH outcome measures. Institute for Work & Health; 2007 Available from: http://www.dash.iwh.on.ca/sites/dash/files/downloads/cross_cultural_adaptation_2007.pdf .
http://www.dash.iwh.on.ca/sites/dash/fil...
.

A segunda etapa, de síntese das traduções, deve acontecer com os dois tradutores e um observador que, juntos, vão sintetizar os resultados das traduções obtidas, discutir as divergências e gerar uma versão com as necessárias adequações1717 Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Guidelines for the process of cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine (Phila Pa 1976). 2000;25(24):3186-91. DOI: 10.1097/00007632-200012150-00014.
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. Assim, a partir da Mayo High Performance Team Scale (MHPTS) original em inglês e das versões do primeiro tradutor (T1) e do segundo tradutor (T2), foi realizada uma síntese das traduções (produzindo uma tradução comum T1-2), bem como um relatório escrito documentando cuidadosamente o processo de síntese (Tabela 1).

Tabela 1
Versões de tradução T1 e T2 e versão de escolha.

A terceira etapa foi a de retrotradução, que consiste em traduzir as versões obtidas de volta para a língua inglesa original, para verificação da validade e que o conteúdo está refletindo o mesmo das versões originais. A concordância entre a retrotradução e a versão original, por sua vez, não garante uma tradução direta satisfatória, pois pode haver incorreções. Assim, a retrotradução permite identificar eventuais inconsistências na tradução1717 Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Guidelines for the process of cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine (Phila Pa 1976). 2000;25(24):3186-91. DOI: 10.1097/00007632-200012150-00014.
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.

No estudo, foi realizada por dois tradutores nativos da língua inglesa, sem contato com a ferramenta original e sem contato entre eles (tradutores C e D) que, trabalhando com a versão T1-2 do questionário de maneira cega para a versão original, traduziram o documento de volta para a língua inglesa, criando as versões BT-1 e a BT-21414 Malec JF, Torsher LC, Dunn WF, Wiegmann DA, Arnold JJ, Brown DA, et al. The mayo high performance teamwork scale: Reliability and validity for evaluating key crew resource management skills. Simulation in Healthcare. 2007;2(1):4-10. DOI: 10.1097/SIH.0b013e31802b68ee.
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,1717 Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Guidelines for the process of cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine (Phila Pa 1976). 2000;25(24):3186-91. DOI: 10.1097/00007632-200012150-00014.
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(Tabela 2).

Tabela 2
Traduções BT1 e BT2, obtidas a partir da tradução reversa.

A quarta etapa, intitulada comitê de especialistas, é crucial para que se alcance a equivalência transcultural, pois o papel deste comitê é consolidar todas as versões do questionário e desenvolver a versão inicial do questionário para os testes de campo1717 Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Guidelines for the process of cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine (Phila Pa 1976). 2000;25(24):3186-91. DOI: 10.1097/00007632-200012150-00014.
https://doi.org/10.1097/00007632-2000121...
. Para validação da escala, conforme descrito na seção de metodologia deste trabalho, foram convidados especialistas na área de estudo cuja caracterização se demonstra na Tabela 3.

Tabela 3
Caracterização dos juízes validadores dos cenários de simulação.

O papel do comitê de especialistas é o de analisar todas as versões do questionário. e desenvolver o que seria considerada a versão pré-final do questionário para Teste de Campo1717 Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Guidelines for the process of cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine (Phila Pa 1976). 2000;25(24):3186-91. DOI: 10.1097/00007632-200012150-00014.
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.

A comissão composta por 40 especialistas, revisou todas as traduções, chegando a um consenso sobre não haver qualquer discrepância entre a versão original e a versão proposta T1-2. O material à disposição do comitê incluiu a escala original e as versões de tradução (Tabelas 2 e 3) juntamente com os registros das correspondentes divergências entre as traduções sinalizadas em vermelho para facilitar a análise e permitir a adequada apreciação de todas as etapas do processo. Também participaram dessa etapa os 4 revisores e o observador.

Nesta etapa, cada item da escala foi examinado individualmente, de maneira que fosse dada atenção específica para as equivalências semântica, idiomática, experiencial e conceitual, sendo que para cada uma das equivalências foram atribuídas pontuações de 1 (discordo totalmente) a 5 (concordo totalmente) em escala de Likert.

Embora algumas inconsistências tenham sido identificadas entre BT-1, BT-2 e a versão original, o comitê de especialistas examinou cada item da escala, baseando suas avaliações nas quatro versões da escala T-1, T-2, BT-1 e BT-2. As discrepâncias foram consideradas irrelevantes pelos especialistas e o consenso sobre a redação adequada de cada item foi encontrado, considerando que o IVC para es equivalências analisadas ficou entre 0,9 e 1,0, sem que houvesse indicações para modificações na versão T1-2, que dessa forma foi admitida como versão pré-final. Também foram feitas verificações para garantir que o conteúdo era consistente com o CRM, e os especialistas consideraram a validade de conteúdo adequada ao contexto em que a escala seria utilizada.

Por tratar-se de escala para avaliar o trabalho em equipe em ambientes de educação baseada em simulação, e considerando possíveis viézes de tradução, amostragem e resposta, realizou-se uma correlação com a educação interprofissional. Assim comparou-se os itens da escala com as matrizes de competências colaborativas do Reino Unido e Canadá, sendo observado que a escala avalia as seguintes competências dessas matrizes: conhecimento a partir da prática; prática ética; funcionamento em equipe; comunicação interprofissional; clareza de papéis; liderança colaborativa; resolução de conflitos, demonstrando ser realmente uma potente ferramenta para avaliar o trabalho em equipe e habilidades não técnicas, demonstrando que aborda as competências interprofissionais2222 Barr, Hugh (CAIPE, London) Effective Interprofessional Education: Argument, Assumption and Evidence (Promoting Partnership for Health) - Promoting Partnership for Health (Hardcover Book) (2005). ISBN: 978-1-405-11654-1..

A quinta etapa é o pré-teste, que consiste no teste de campo do novo questionário, procurando utilizar a versão preliminar para obter informações úteis sobre como os itens do questionário são interpretados e qual a aplicabilidade do instrumento. Destaca-se que embora esta etapa proporcione algum insight útil sobre a interpretação dos itens do questionário, ela não é obrigatória e não se endereça a estruturar a validade, confiabilidade ou padrões de resposta1717 Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Guidelines for the process of cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine (Phila Pa 1976). 2000;25(24):3186-91. DOI: 10.1097/00007632-200012150-00014.
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.

Para testar a escala MHPTS em português, foi criada uma amostra composta por 8 alunos de medicina e 4 avaliadores. Esses alunos haviam concluído recentemente um treinamento em emergências médicas, portanto, tinham potencial capacidade para realizar o cenário simulado baseado nos conhecimentos prévios. Todos os alunos e avaliadores convidados participaram, não havendo critérios de inclusão/exclusão. Além de preencherem a escala ao assistirem um cenário simulado de atendimento ao politraumatizado numa unidade de emergência.

A distribuição das respostas foi examinada para procurar uma alta proporção de itens ausentes ou respostas únicas, fornecendo um insight útil sobre como foram interpretados os itens do questionário1717 Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Guidelines for the process of cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine (Phila Pa 1976). 2000;25(24):3186-91. DOI: 10.1097/00007632-200012150-00014.
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. Portanto, tratou-se da verificação da equipe de pesquisa a respeito da versão final, com coincidencia de 100% das respostas sobre o trabalho em equipe durante o cenário.

Quanto aos testes adicionais para a retenção das propriedades psicométricas do questionário, destacamos que de acordo Beaton1818 Beaton D, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Recommendations for the crosscultural adaptation of the DASH & QuickDASH outcome measures. Institute for Work & Health; 2007 Available from: http://www.dash.iwh.on.ca/sites/dash/files/downloads/cross_cultural_adaptation_2007.pdf .
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não foram utilizados já que a escala não foi concebida do zero, e as propriedades psicométricas já foram testadas e validadas da escala original em inglês. Entretanto admitimos que esta possa se configurar uma limitação do estudo, bem como o número reduzido de participantes envolvidos nesta etapa.

A última etapa foi a submissão e apreciação de todos os relatórios aos autores do instrumento, que consiste na validação de toda a documentação pelos desenvolvedores do projeto e da versão final da escala traduzida (Tabela 4). Foi uma auditoria de processo, com todas as etapas e relatórios necessários seguidos. Apesar de não caber neste momento a alteração de conteúdo, nota-se que foi seguido todo o processo para obtenção de uma tradução razoável.

Tabela 4
Versão final da escala traduzida.Escala MHPTS validada para o Brasil (Mayo High Performance Teamwork Scale Por favor, avalie cuidadosamente. Muitas equipes que não têm trabalhado extensivamente juntas não demonstraram, de forma consistente, muitas das qualidades descritas na escala. Sempre avalie os itens 1-8

Destaca-se por fim que a complexidade que permeia a adaptação de escalas, reforça o argumento de que a tradução de instrumentos de pesquisa requer um equilíbrio delicado entre fidelidade ao original e relevância para o novo contexto, um desafio metodológico que vai além da tradução e toca na essência da pesquisa transcultural1717 Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Guidelines for the process of cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine (Phila Pa 1976). 2000;25(24):3186-91. DOI: 10.1097/00007632-200012150-00014.
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,1818 Beaton D, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Recommendations for the crosscultural adaptation of the DASH & QuickDASH outcome measures. Institute for Work & Health; 2007 Available from: http://www.dash.iwh.on.ca/sites/dash/files/downloads/cross_cultural_adaptation_2007.pdf .
http://www.dash.iwh.on.ca/sites/dash/fil...
.

CONCLUSÃO

A versão em português brasileiro da MHPTS demonstrou adequada equivalência conceitual, semântica e sintática, revelando excelente potencial de utilização em contextos de simulação clínica. Além disso, demonstrou ser fácil e rapidamente aplicável, e foi considerada válida pelo comitê de especialistas após seguimento de todos os passos pertinentes à tradução e adaptação cultural.

O processo de tradução e adaptação transcultural da escala incluiu uma série de etapas cuidadosamente respeitadas, conforme descrito por Beaton et al.1717 Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Guidelines for the process of cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine (Phila Pa 1976). 2000;25(24):3186-91. DOI: 10.1097/00007632-200012150-00014.
https://doi.org/10.1097/00007632-2000121...
, para que o resultado final fosse fidedigno e de valia para a comunidade técnico-científica.

Fica, portanto, esta contribuição à comunidade de assistência em saúde, cuja língua é o português brasileiro, por meio de instrumento válido, confiável e amplamente utilizado em outras línguas.

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  • Fonte de financiamento:

    nenhuma.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    19 Jul 2024
  • Data do Fascículo
    2024

Histórico

  • Recebido
    22 Fev 2024
  • Aceito
    20 Abr 2024
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