Acessibilidade / Reportar erro

O desenvolvimento da competência leitora na biblioteca da escola: recuperação da informação e promoção da leitura crítica na era digital

RESUMO

Introdução:

Para além do serviço de atendimento ao usuário que compreende o empréstimo de livros e outros suportes informacionais, a biblioteca escolar promove serviços de desenvolvimento de competências e de práticas de leituras para a comunidade escolar.

Objetivo:

Assim, analisamos aspectos relacionados com a competência leitora na biblioteca da escola do ensino fundamental, refletindo sobre o fortalecimento de processos de recuperação, seleção e uso da informação por meio da leitura crítica de conteúdos informativos disponibilizados no espaço presencial e no ciberespaço.

Metodologia:

Realizamos uma pesquisa de natureza exploratória e descritiva e, quanto aos procedimentos, caracterizada como bibliográfica e um estudo de caso. Com a finalidade de fundamentar uma investigação com abordagem qualitativa, a coleta dos dados e a análise das informações sobre a temática é realizada com base nas práticas consideradas como relevantes pelos bibliotecários escolares e outros profissionais que dialogam sobre o tema na Rede de Estudos das Competências da Universidade Federal do Espírito Santo.

Resultados:

Referenciamos que a competência leitora é atravessada pela competência em informação sendo essencial na etapa da educação básica, principalmente nos anos finais, momento no qual o aluno necessita compreender criticamente a informação contida nas modalidades literárias, lúdicas, técnicas e científicas armazenadas em formatos multimodais.

Conclusão:

Essa competência é relevante para que o educando possa combater a desinformação por meio da aquisição de conhecimentos, habilidades e atitudes requeridas na era digital já que os alunos são, em sua maioria, nativos digitais desde a idade escolar, tornando-se uma condição para a obtenção do prazer de ler.

PALAVRAS-CHAVE:
Bibliotecas escolares; Competência leitora; Competência em informação; Promoção do livro e da leitura; Serviços de bibliotecas

ABSTRACT

Introduction:

In addition to the user service that includes loaning books and other information support, the school library promotes skills development and reading practice services for the school community.

Objective:

Thus, we analyzed aspects related to reader competence in the elementary school library, reflecting on the strengthening of processes of retrieval, selection and use of information through critical reading of informative content available in the face-to-face space and in cyberspace.

Methodology:

We carried out research of an exploratory and descriptive nature and, regarding procedures, a bibliographical description and a case study. In order to support an investigation with a qualitative approach, data collection and analysis of information on the topic is carried out based on practices considered relevant by school librarians and other professionals who talk about the topic in the Network of Studies of Educational Skills. Federal University of Espirito Santo.

Results:

We note that the reader's competence is crossed by information competence, being essential in the basic education stage, especially in the final years, when the student needs to critically understand the information contained in literary, playful, technical and scientific modalities stored in formats multimodal.

Conclusion:

This competence is relevant so that education can combat misinformation through the acquisition of knowledge, skills and attitudes required in the digital era since students are, for the most part, digital natives since school age, making it a condition to obtain the pleasure of reading.

KEYWORDS:
School libraries; Reading competence; Information competence; Book and reading promotion; Library services

1 INTRODUÇÃO

A biblioteca da escola, muitas vezes, é o único espaço de ligação entre a comunidade interna e externa à instituição educativa no cenário brasileiro, requerendo que desenvolva competências para o acesso à informação dentro e fora deste espaço. Assim sendo, esta pesquisa nos permite analisar e discutir questões sobre o uso dessa tipologia de biblioteca, ao entendê-la como espaço de aprendizagem e de desenvolvimento da competência leitora.

A biblioteca escolar promove serviços de apoio à aprendizagem e acesso aos recursos informacionais pelos membros da comunidade escolar, oferecendo-lhes a possibilidade de se tornarem pensadores críticos e efetivos usuários da informação. Portanto, deve desenvolver e oferecer atividades específicas de orientação à pesquisa e de incentivo à leitura, observando o modo como os seus usuários “consomem” informações com a chegada das tecnologias de informação e comunicação. Desse modo, esse espaço tempo de recuperação da informação físico e virtual torna-se responsável, em grande parte, pela formação de leitores críticos.

A biblioteca escolar do ensino fundamental, foco desta pesquisa, possui a missão de auxiliar no processo de ensino e aprendizagem de uma instituição de ensino (Macedo, 2005MACEDO, N. D. Biblioteca escolar brasileira em debate: da memória profissional a um fórum virtual. São Paulo, SP: SENAC: CRB-8, 2005.), constituindo-se como um espaço de informação e educação para o processo de formação do sujeito em idade escolar matriculado desde as séries iniciais do ensino fundamental até o último ano do ensino médio. Logo, é preciso discutir a função educativa da biblioteca escolar, com vista a demonstrar sua contribuição para o desenvolvimento da competência leitora, bem como é importante ressaltar a contribuição do bibliotecário nesse ambiente de formação que antes já enfrentava grandes desafios e que, na atualidade, tornam-se cada vez maiores em função das novas tecnologias.

A importância da biblioteca no ambiente de ensino e de aprendizagem da escola é largamente destacada pela literatura da Ciência da Informação e da Biblioteconomia como beneficiadora da formação intelectual e social do aluno, apresentando-a como um lugar privilegiado para o desenvolvimento de ações que contribuam para o processo de aprendizagem para além desse espaço.

A biblioteca escolar deve contar com um profissional qualificado que possa gerenciar processos de tratamento, armazenamento e oferecimento de ferramentas de recuperação e de busca que auxiliem no serviço de referência e informação, presencial e/ou virtual. Esse espaço é responsável por trabalhar com práticas de atendimento às pesquisas dos alunos e professores, ações de mediação e disseminativas no que se refere ao seu acervo físico, eletrônico e digital.

O acesso à informação deve ser acompanhado por uma leitura crítica das diversas modalidades textuais e ser disseminada em espaços híbridos (presenciais e virtuais) de informação, educação e cultura como a biblioteca, a escola e o espaço virtual (ciberespaço), criando ações de formação das competências necessárias ao processo de letramento e do combate à desinformação. Para Campello (2009CAMPELLO, B. Letramento informacional: função educativa do bibliotecário na escola. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. 80 p., p. 19) “Democratizar o acesso à informação, capacitar as pessoas para o uso crítico da informação, proporcionar condições que permitam a reflexão, a crítica e a construção de ideias por meio da leitura são ações constantemente recomendadas para o bibliotecário”.

Dentre as competências pesquisadas na contemporaneidade destaca-se a competência leitora inter-relacionada com a competência em informação. A competência leitora é composta por habilidades, conhecimentos e atitudes destinadas à promoção de aprendizagens por meio do uso de diferentes linguagens e modalidades de leituras (Cuevas-Cerveró, 2008), sendo alimentada por práticas relacionadas com a aquisição da informação e produção de conhecimentos em espaços tempos presenciais e virtuais.

A competência em informação compreende ações específicas e necessárias para viabilizar estratégias de busca e recuperação da informação, bem como o acesso e avaliação de diversas modalidades de conteúdos textuais em espaços tempos de informação, educação e cultura hibridizados (presenciais e virtuais), podendo ser definida como um conjunto de conhecimentos e atitudes necessárias para a obtenção do sucesso de demandas individuais e, principalmente, constituídas por uma combinação de habilidades cognitivas e sociais (Belluzzo, 2007BELLUZZO, R. C. B. Construção de mapas: desenvolvendo competências em informação e comunicação. RCB Belluzzo. Cá entre nós, 2007.).

Embora conceitos como “competência leitora” e “competência e informação” sejam tratados como temas diferentes possuem uma forte relação, assim como no campo da Educação a “alfabetização” e o “letramento” também o são, encontrando-se inteiramente interligados. A alfabetização é descrita por Soares (2004SOARES, M. Alfabetização e Letramento: caminhos e descaminhos. Revista Pátio, Sorocaba, p. 96-100, fev. 2004. Disponível em: https://acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/40142/1/01d16t07.pdf. Acesso em: 20 de fev. 2021.
https://acervodigital.unesp.br/bitstream...
) como uma técnica que possibilita o domínio do sistema alfabético e ortográfico, enquanto o letramento é “[...] entendido como o desenvolvimento de comportamentos e habilidades de uso competente da leitura e da escrita em práticas sociais” (Soares, 2004, p. 97).

A prática da alfabetização e do letramento são importantes para que a competência em informação seja desenvolvida e, no que se diz respeito a essa competência, para que se compreenda processos de recuperação e avaliação crítica de variados textos e contextos em espaços tempos de informação, educação e cultura hibridizados (presenciais e virtuais). No que compete à competência leitora relaciona-se diretamente com a prática da alfabetização definida como a aquisição da técnica proporcionada pelo processo do letramento cognitivo e social.

Por meio da articulação dos conhecimentos (saberes) e das habilidades (fazeres) componentes dessas competências, os alunos do ensino fundamental, principalmente matriculados nas séries finais, aprendem a consumir criticamente e eticamente informações contidas em uma variedade de suportes de leituras como livros, jornais, páginas da web, revistas em quadrinhos e animações digitais, tornando-se recursos de incentivo à leitura alimentados por linguagens textuais, sonoras e imagéticas.

Por meio dos componentes dessas competências alimentadas pelos processos da alfabetização e do letramento, a busca, o acesso e a seleção da informação são a base da competência leitora que consiste em conhecimentos (saber aprender), habilidades (saber fazer) e atitudes (saber aplicar) necessárias à compreensão crítica da informação em diversos formatos, modalidades e linguagens disponibilizadas numa era cada vez mais conectada por redes autônomas e colaborativas.

Estudos referentes ao desenvolvimento da competência na biblioteca requer o desenvolvimento de projetos de incentivo à leitura em parceria com os docentes, para que assim seja possível desenvolver a competência em informação por meio da competência leitora dos estudantes (Gasque; Silvestre, 2017GASQUE, K. C. G. D.; SILVESTRE, F. de M. Competência leitora nas bibliotecas escolares. Em Questão, Porto Alegre, v. 23, n. 3, set./dez. 2017. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/EmQuestao/article/view/68642/41367. Acesso em: 20 set. 2020.
https://seer.ufrgs.br/EmQuestao/article/...
). O tema da Competência em Informação, passou a ser emergente e de relevância para o aluno “[...] saber localizar e acessar a informação e saber que processos efetuar para compreender a informação e utilizá-la [...]” (Belluzzo, 2018BELLUZZO, R. C. B. A competência em informação no Brasil: cenários e espectros. São Paulo: ABECIN Editora, 2018. 217 p. Disponível em: https://portal.abecin.org.br/editora/issue/view/23. Acesso em: 13 de jan. 2021.
https://portal.abecin.org.br/editora/iss...
, p. 34), já que os indivíduos necessitam refletir e produzir pensamentos críticos frente a informação que chega com maior rapidez.

Para trabalhar com a competência leitora na era digital destaca-se no cenário brasileiro e internacional o modelo de competência leitora (Cuevas-Cerveró, 2008; Gerlin, 2017GERLIN, M. N. M. Produção da competência leitora em espaços tempos de informação, educação e cultura. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO E COMUNICAÇÃO, 8; SEMINARIO HISPANO BRASILEÑO, 6, 2017, Aracaju-Sergipe. Anais do […] Aracaju: [s.n.], 2017. Disponível em: https://eventos.set.edu.br/simeduc/article/view/8628/2891. Acesso em: 10 de jan. 2020.
https://eventos.set.edu.br/simeduc/artic...
; 2020), sendo este atravessado pela competência em informação e ao apresentar seis direcionamentos para ações e programas com esse fim:

(a) acesso e avaliação da informação: gestão de habilidades e estratégias para a compreensão do hipertexto; (b) Uso de diferentes modalidades de leitura: interpretação e compreensão crítica do (hiper)texto da página do livro e à tela do computador; (c) aprendizado colaborativo: produção de conhecimento de relevância social durante a aplicação (apropriação de várias modalidades e linguagens); (d) leitura crítica da informação textual em diferentes suportes com diferentes temas: comunicação em mídias sociais da informação (hiper)textual, oral e imagética (multimodal); (e) construção de projetos de leitura com diferentes finalidades: perpassando a necessidade e o interesse histórico, social e cultural e (f) uso ético da informação: materialização de projetos comprometidos com a competência leitora e a competência crítica em informação (Gerlin, 2017GERLIN, M. N. M. Produção da competência leitora em espaços tempos de informação, educação e cultura. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO E COMUNICAÇÃO, 8; SEMINARIO HISPANO BRASILEÑO, 6, 2017, Aracaju-Sergipe. Anais do […] Aracaju: [s.n.], 2017. Disponível em: https://eventos.set.edu.br/simeduc/article/view/8628/2891. Acesso em: 10 de jan. 2020.
https://eventos.set.edu.br/simeduc/artic...
, p. 11-12).

Com a meta de refletir sobre o desenvolvimento da competência leitora na escola do ensino fundamental, torna-se necessário conhecer as suas práticas influenciadas pela competência em informação, tendo como base seus direcionamentos (diretrizes). Diante do exposto, o objetivo deste estudo é analisar aspectos relacionados com a competência leitora na biblioteca da escola do ensino fundamental, refletindo sobre o fortalecimento de processos de recuperação, seleção e uso da informação por meio da leitura crítica de conteúdos informativos disponibilizados no espaço presencial e no ciberespaço.

O ato de aprender aprendendo e experimentando no ciberespaço também conhecido como espaço virtual (Lévy, 2010LÉVY, P. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 2010.), remete ao diálogo sobre os saberes e fazeres que advêm das competências no âmbito da leitura e da informação, conduzindo aos contextos teóricos e práticos vivenciados em bibliotecas, escolas, comunidades, universidades. Esse novo espaço facilita a conexão profissional, cultural e social, oferecendo ao educando ambientes diversificados de aprendizagens fortalecidos pelas ferramentas de conexões e de comunicações colaborativas.

2 METODOLOGIA

Quanto aos objetivos, realizou-se uma pesquisa exploratória e descritiva, para ampliar o conhecimento nas áreas propostas e, quanto aos procedimentos, consiste em um estudo de caso que possibilita conhecer mais detalhadamente o grupo envolvido (Gil, 2008GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa. 6.ed. São Paulo: Editora Atlas, 2008.).

Ademais, efetuou-se uma pesquisa bibliográfica com recorte no período de 2001 a 2021 na Base de Dados em Ciência da Informação (Brapci), para fundamentar as ações realizadas no âmbito da competência leitora ao enfocar a leitura crítica e, com isso, permitindo colocar em análise a necessidade do desenvolvimento de competências em bibliotecas escolares do ensino fundamental.

Para o fortalecimento da pesquisa bibliográfica, foram selecionados 19 (dezenove) artigos com o termo biblioteca escolar, cujos autores são: Araújo e Sales (2011ARAÚJO, P. C. de.; SALES, F. de. O bibliotecário e a formação de leitores. Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v. 16, n. 2, 2011. Disponível em: https://revista.acbsc.org.br/racb/article/view/780. Acesso em: 25 de jan. 2021.
https://revista.acbsc.org.br/racb/articl...
); Cardoso, Muniz e Vieira (2015CARDOSO, J. dos S.; MUNIZ, M. de J. S. S.; VIEIRA, J. A. S. Bibliotecas escolares e os nativos digitais. Revista Bibliomar, São Luís, v. 14, n. 2, p. 9-22, 2015. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/126443. Acesso em: 25 de jan. 2021.
http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapc...
); Castro Filho e Silva (2016SILVA, J. D. O. da; CUNHA, J. de A. O papel educativo da biblioteca escolar no contexto do Plano Nacional de Educação. Encontros Bibli: Revista Eletrônica de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Florianópolis, v. 21, n. 46, p.45-58, mai./ago., 2016. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/download/50992. Acesso em: 16 de fev. 2021.
https://brapci.inf.br/index.php/res/down...
); Furtado (2009FURTADO, C. C. Bibliotecas escolares e web 2.0: revisão da literatura sobre Brasil e Portugal. Em Questão, Porto Alegre, v. 15, n. 2, p. 135-150, jul./dez. 2009. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/download/46633. Acesso em: 28 de jan. 2021.
https://brapci.inf.br/index.php/res/down...
, 2019); Gasque e Casarin (2016GASQUE, K. C. G. D.; CASARIN, H. de C. S. Bibliotecas escolares: tendências globais. Em Questão, Porto Alegre, v. 22, n. 3, p. 36-55, 2016. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/download/47059. Acesso em: 16 de jan. 2021.
https://brapci.inf.br/index.php/res/down...
); Gasque e Silvestre (2017); Martins (2017MARTINS, L. G. Bibliotecário como mediador de aprendizagem: uma proposta a partir do uso das tics. BIBLOS - Revista do Instituto de Ciências Humanas e da Informação, Rio Grande, RS, v. 31, n. 2, p. 74-98, 2017. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/download/56807. Acesso em: 01 de fev. 2021.
https://brapci.inf.br/index.php/res/down...
); Mendes e Sousa (2016MENDES, T. de S.; SOUSA, M. I. de A. A contribuição da biblioteca escolar para a formação do estudante e o desenvolvimento do hábito de leitura. Revista Bibliomar, São Luís, v. 15, n. 1/2, jan./dez. 2016. Disponível em: https://encr.pw/59xZe. Acesso em: 16 de fev. 2021.
https://encr.pw/59xZe...
); Neves, Sampaio e Rodrigues (2020NEVES, B. C.; SAMPAIO, D. B.; RODRIGUES, Q. Bibliotecas escolares e tecnologias digitais: uma análise bibliográfica. Revista P2P e INOVAÇÃO, [S.l], v. 7, p. 146-165, 2020. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/download/148128. Acesso em: 01 fev.. 2021.
https://brapci.inf.br/index.php/res/down...
); Nunes e Santos (2020NUNES, M. S. C.; SANTOS, F. de O. Mediação da leitura na biblioteca escolar: práticas e fazeres na formação de leitores. Perspectivas em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 25, número 2, p. 3-28, jun/2020. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/download/142250. Acesso em: 16 de fev. 2021.
https://brapci.inf.br/index.php/res/down...
); Paiva e Duarte (2017PAIVA, R. M.V.; DUARTE, A. B. S. O bibliotecário escolar diante dos nativos digitais. Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, São Paulo, v. 13, n. esp. CBBD 2017. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/download/44220. Acesso em: 16 de fev. 2021.
https://brapci.inf.br/index.php/res/down...
); Pajeú e Almeida (2002);

Santana e Paiva (2017SANTANA, R. F. de; PAIVA, E. B. Práticas de leitura na biblioteca escolar: relato de pesquisa. Biblionline, João Pessoa, v. 13, n. especial, p. 10-16, 2017. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/download/49525. Acesso em: 16 de fev. 2021.
https://brapci.inf.br/index.php/res/down...
); Silva (2015SILVA, E. da. A contribuição da biblioteca escolar na formação de leitores enfocando o desenvolvimento individual e organizacional. Biblioteca Escolar em Revista, Ribeirão Preto, v. 3 n. 2, n. 2, p. 15-30, 2015. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/v/16970. Acesso em: 16 de fev. 2021.
https://brapci.inf.br/index.php/res/v/16...
); Silva e Cunha (2016); Souza (2008SOUZA, M. T. de. Biblioteca escolar: usuário criativo é a realidade atual. CRB8 Digital, [S.l], v. 1, n. 3, 2008. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/9287. Acesso em: 20 de fev. 2021.
http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapc...
); Tavares e Silva (2013TAVARES, A. L. de L.; SILVA, T. J.; VALÉRIO, E. D. Biblioteca escolar: instrumento para a formação de leitores críticos. Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v.18, n.1, p. 639-657, jan./jun., 2013. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/download/87283. Acesso em: 16 de fev. 2021.
https://brapci.inf.br/index.php/res/down...
); Vidotti, Lanzi e Ferneda (2014VIDOTTI, S. A. B. G.; LANZI, L. A. C.; FERNEDA, E. A mediação da informação aliada ao uso das tecnologias da informação e comunicação em uma biblioteca escolar. Inf. Inf., Londrina, v. 19, n. 2, p. 117 - 137, maio./ago. 2014. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/download/45029. Acesso em: 16 de fev. 2021.
https://brapci.inf.br/index.php/res/down...
).

Sobre o termo competência leitora, foram recuperados 3 (três) artigos científicos considerados relevantes para a pesquisa: Gerlin (2020GERLIN, M. N. M. ; RIBEIRO, S. D. C. A contribuição dos modelos de desenvolvimento das competências em leitura e informativas para a sociedade da informação e do conhecimento. Múltiplos Olhares em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 10, 2020. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/moci/article/view/26125. Acesso em: 16 dez. 2020.
https://periodicos.ufmg.br/index.php/moc...
); Gerlin e Mata (2019); Gerlin e Ribeiro (2020). Logo, a expressão competência em informação sobre programas de competência em articulação com a competência leitora retornou 2 (dois) artigos: Gerlin, Matta e Nunes (2019) e Lucca; Caldin e Righi (2015LUCCA, D. M. de; CALDIN, C. F.; RIGHI, J. P. R. O desenvolvimento da competência informacional nas crianças a partir da literatura infantil. RDBCI: Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Campinas, v. 13, n. 1, p. 192-206, 2015. DOI: https://doi.org/10.20396/rdbci.v13i1.1588.
https://doi.org/10.20396/rdbci.v13i1.158...
).

O estudo de caso foi realizado a partir da coleta e análise de dados estruturados durante a aplicação de um questionário com 25 (vinte e cinco) respondentes da Rede de Estudo das Competências (REC)1 1 Uma ação do Projeto de Extensão Informa-Ação e Cultura ligado ao Departamento de Biblioteconomia e ao PPGCI da Universidade Federal do Espírito Santo certificado pelo CNPq. da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), que em sua maioria reúne bibliotecários escolares e outros participantes que conhecem a realidade da aquisição de competências no ensino fundamental e outros ambientes de informação, educação e cultura da Região Metropolitana da Grande Vitória (RMGV), localizados em território brasileiro, mais especificamente, no estado do Espírito Santo (ES).

Com o auxílio dessa estratégia procedeu-se à análise dos dados disponibilizados por essa rede à luz do levantamento teórico, permitindo colocar em questão aspectos relacionados com a prática de fomento à leitura crítica dos nascidos na era digital e, consequentemente, estudar o caso em questão com esse grupo que conhece a importância de a biblioteca escolar incluir em sua missão estratégias para a recuperação e o uso crítico das leituras da palavra e do mundo em espaços tempos híbridos e, ao mesmo tempo, de apropriação das novas tecnologias que devem auxiliar no processo de oferecimento de práticas de incentivo às diferentes formas de leituras.

3 RESULTADOS

O desenvolvimento da competência leitora perpassa a competência em informação na biblioteca da escola, abrangendo as interações humanas, sociais e culturais daqueles que possuem ou não vínculos com esse espaço e com outras tipologias de bibliotecas, universidades e outras configurações de ambientes formativos escolares como a educação técnica. Portanto, as necessidades educativas e informacionais do usuário da escola devem culminar em estratégias para o desenvolvimento de habilidades que permitam aprender desde a educação básica até a universitária (Cuevas-Cerveró, 2008).

Em vista de que estamos vivenciando uma transição para a sociedade na era digital, mais do que nunca a biblioteca e a escola devem trabalhar com o desenvolvimento de competências que possam auxiliar o educando aprender ao longo da sua vida escolar e, posteriormente, comunitária, educativa, profissional e social.

De acordo com Gasque (2013GASQUE, K. C. G. D. Competência em informação: conceitos, características e desafios. AtoZ: Novas Práticas em Informação e Conhecimento, Curitiba, v. 2, n. 1, p. 5-9, ago. 2013. Disponível em: https://acesse.dev/DHVEs. Acesso em: 10 jan. 2021.
https://acesse.dev/DHVEs...
, p. 5), o indivíduo com conhecimentos e habilidades em informação nessa sociedade deve ser capaz de mobilizar o próprio conhecimento, desenvolvendo “[...] competências para identificar a necessidade de informação, avaliá-la, buscá-la e usá-la eficaz e eficientemente”. Em vista disso, o aluno deve não apenas ser alfabetizado (aquisição do código da leitura e escrita) mas também letrado socialmente, requerendo que a biblioteca promova ações específicas e necessárias para que ele possa alcançar habilidades e ações atitudinais no âmbito da informação que viabilizem o acesso e a avaliação crítica necessária ao uso ético da informação.

Com base nas produções científicas analisadas, entendemos que a era da informação (também denominada como era digital) possibilita o acesso às diversas ferramentas tecnológicas, exigindo habilidades e conhecimentos para que a biblioteca escolar esteja inserida no meio digital, possibilitando a conexão em redes. Para que esse espaço seja dinâmico e possa desenvolver a competência leitora, é necessário que os sujeitos tenham acesso às tecnologias de informação e comunicação. Existem modelos voltados para o uso de diferentes modalidades de leitura que visam a interpretação e compreensão crítica do que se lê na era digital (CuevasCerveró, 2008; Gerlin, 2020GERLIN, M. N. M. ; RIBEIRO, S. D. C. A contribuição dos modelos de desenvolvimento das competências em leitura e informativas para a sociedade da informação e do conhecimento. Múltiplos Olhares em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 10, 2020. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/moci/article/view/26125. Acesso em: 16 dez. 2020.
https://periodicos.ufmg.br/index.php/moc...
).

Com essa realidade coexiste a falta de domínio das tecnologias e o analfabetismo digital (Vidotti; Lanzi; Ferneda; 2014VIDOTTI, S. A. B. G.; LANZI, L. A. C.; FERNEDA, E. A mediação da informação aliada ao uso das tecnologias da informação e comunicação em uma biblioteca escolar. Inf. Inf., Londrina, v. 19, n. 2, p. 117 - 137, maio./ago. 2014. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/download/45029. Acesso em: 16 de fev. 2021.
https://brapci.inf.br/index.php/res/down...
), tornando-se de interesse entender sobre as atividades de leitura e pesquisa desenvolvidas no espaço das bibliotecas. Por meio do estudo de caso, foi possível analisar que 68% do grupo se dedica à orientação à pesquisa escolar, acadêmica e/ou científica. Em seguida, para 44% esteve a orientação do uso de fontes seguras e confiáveis em suportes de informações físicas ou digitais e a orientação em sistemas de recuperação e busca da informação nas estantes, catálogos, repositórios, entre outras possibilidades. Em se tratando da orientação do uso de obras de referência (wikis; dicionários; enciclopédias impressas, virtuais e/ou eletrônicas), a importância de trabalhar com esse tipo de material foi apontada por 36% do grupo.

Também foi possível verificar que 32% do grupo concorda sobre a importância de oferecer atividades de formação (como cursos, palestras, oficinas, e outras atividades) com esse fim e, um número reduzido, cerca de 7%, realiza a orientação da normalização de trabalhos, projetos de pesquisa, entre outras modalidades. Além disso, registram-se relatos da realização de rodas de leitura e contação de histórias, coordenação de grupo de leitura e a recuperação da memória cultural e social registrada pela imprensa como fonte de leituras através dos programas de rádio, tv, revista e web site. As atividades voltadas para o fomento da leitura crítica foram apontadas como importantes e a opção mais marcada, com 48%, foi a leitura de diversos gêneros textuais. Com 44% esteve a promoção de debates, 36%, o exercício da produção de textos, 32% a leitura em dispositivos digitais e 28% a opção de leitura em dispositivos eletrônicos.

O cenário identificado por meio da análise dos dados permite apontar que as diversas modalidades de leituras (informativas, literárias, técnicas, etc.) são encontradas, na era atual, de forma rápida, lúdica, dinâmica e em vários formatos (vídeos, áudios, imagens, gifs, etc.). Devido a ligação das bibliotecas escolares com a Internet, quem acessa informações na web, passa a poder criar, editar, organizar ou classificar essa informação à sua maneira (Furtado, 2009FURTADO, C. C. Bibliotecas escolares e web 2.0: revisão da literatura sobre Brasil e Portugal. Em Questão, Porto Alegre, v. 15, n. 2, p. 135-150, jul./dez. 2009. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/download/46633. Acesso em: 28 de jan. 2021.
https://brapci.inf.br/index.php/res/down...
). Em razão do exposto, sustentamos a preocupação com a formação de leitores críticos, tendo um destaque para o atendimento aos nativos digitais ou Geração Alpha (Furtado, 2019, p. 423), que são os nascidos no meio da difusão da informação e avanço da tecnologia. Como demonstrado por Paiva e Duarte (2017PAIVA, R. M.V.; DUARTE, A. B. S. O bibliotecário escolar diante dos nativos digitais. Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, São Paulo, v. 13, n. esp. CBBD 2017. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/download/44220. Acesso em: 16 de fev. 2021.
https://brapci.inf.br/index.php/res/down...
, p. 655), existem vários tipos de denominações para essa nova geração e os bibliotecários escolares devem estar preparados para estabelecer contato com os nativos digitais (termo adotado neste estudo).

Os nativos digitais, possuem a vida marcada pela presença da tecnologia em todos os âmbitos da vida e em grande parte do tempo. Tanto no trabalho, como nas relações sociais, no lazer, a presença é tão marcante que se torna difícil, em alguns momentos, “[...] diferenciar o real do digital [...]” (Paiva; Duarte, 2017PAIVA, R. M.V.; DUARTE, A. B. S. O bibliotecário escolar diante dos nativos digitais. Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, São Paulo, v. 13, n. esp. CBBD 2017. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/download/44220. Acesso em: 16 de fev. 2021.
https://brapci.inf.br/index.php/res/down...
). É preciso compreender esse novo perfil de indivíduo, para que no ambiente escolar e fora dele, a informação não seja apenas difundida, mas sim assimilada eticamente (Cardoso, Muniz; Vieira, 2015CARDOSO, J. dos S.; MUNIZ, M. de J. S. S.; VIEIRA, J. A. S. Bibliotecas escolares e os nativos digitais. Revista Bibliomar, São Luís, v. 14, n. 2, p. 9-22, 2015. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/126443. Acesso em: 25 de jan. 2021.
http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapc...
).

Ao descreverem o suporte informacional mais utilizado pelos nativos digitais, foram relatados que são os impressos e digitais como livros, vídeos, catálogos on-line. Em se tratando das estratégias e modalidades de leituras que são mais praticadas numa era apontada como digital, levaram em conta que a leitura requer o domínio de diversas linguagens (textual, imagética e oral) armazenadas em variados suportes impressos, eletrônicos e digitais. Na direção oposta, a prática mais escolhida, com 52%, foi a estratégia da leitura dialogada e expressiva coletiva realizada em rodas de leituras e contação de histórias. Com 44%, esteve a modalidade da leitura imagética realizada por meio de imagens estáticas e em movimento. Com 28% ficaram os participantes que realizam todas as estratégias e modalidades descritas. E por fim, a menos selecionada, com 24%, foi a modalidade da leitura sonora utilizando-se de recursos como a oralidade e as músicas.

Para que a competência leitora possa de fato acontecer as práticas de leitura tradicionais realizadas nas bibliotecas das escolas, são de imensa importância. Para isso, é preciso que haja uma boa relação entre professores e bibliotecários, para que se possa estabelecer a conquista de mais leitores (Souza, 2008SOUZA, M. T. de. Biblioteca escolar: usuário criativo é a realidade atual. CRB8 Digital, [S.l], v. 1, n. 3, 2008. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/9287. Acesso em: 20 de fev. 2021.
http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapc...
). O manifesto da Federação Internacional de Associações e Instituições Bibliotecárias (IFLA) para a biblioteca escolar (Federação Internacional de Associações e Instituições Bibliotecárias, 2000), apresenta que os estudantes são capazes de alcançar maiores níveis de aprendizagem, além de maiores habilidades para resolver problemas e lidar com a tecnologia da informação, através da cooperação entre bibliotecários e professores. Nesse sentido, muitos autores retrataram a importância da inclusão da biblioteca no projeto pedagógico da escola (Nunes; Santos, 2020NUNES, M. S. C.; SANTOS, F. de O. Mediação da leitura na biblioteca escolar: práticas e fazeres na formação de leitores. Perspectivas em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 25, número 2, p. 3-28, jun/2020. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/download/142250. Acesso em: 16 de fev. 2021.
https://brapci.inf.br/index.php/res/down...
; Silva; Cunha, 2016SILVA, J. D. O. da; CUNHA, J. de A. O papel educativo da biblioteca escolar no contexto do Plano Nacional de Educação. Encontros Bibli: Revista Eletrônica de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Florianópolis, v. 21, n. 46, p.45-58, mai./ago., 2016. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/download/50992. Acesso em: 16 de fev. 2021.
https://brapci.inf.br/index.php/res/down...
; Cardoso; Muniz; Vieira, 2015CARDOSO, J. dos S.; MUNIZ, M. de J. S. S.; VIEIRA, J. A. S. Bibliotecas escolares e os nativos digitais. Revista Bibliomar, São Luís, v. 14, n. 2, p. 9-22, 2015. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/126443. Acesso em: 25 de jan. 2021.
http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapc...
; Martins, 2017MARTINS, L. G. Bibliotecário como mediador de aprendizagem: uma proposta a partir do uso das tics. BIBLOS - Revista do Instituto de Ciências Humanas e da Informação, Rio Grande, RS, v. 31, n. 2, p. 74-98, 2017. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/download/56807. Acesso em: 01 de fev. 2021.
https://brapci.inf.br/index.php/res/down...
; Gasque; Casarin, 2016GASQUE, K. C. G. D.; CASARIN, H. de C. S. Bibliotecas escolares: tendências globais. Em Questão, Porto Alegre, v. 22, n. 3, p. 36-55, 2016. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/download/47059. Acesso em: 16 de jan. 2021.
https://brapci.inf.br/index.php/res/down...
).

A existência desse novo perfil de discente trabalhando junto com o bibliotecário da escola, poderá impactar nos métodos de educação e nas práticas de leituras dos suportes informacionais e do mundo. Conforme inspira Freire (2011FREIRE, P. A importância do ato de ler: três artigos que se completam. 51 ed. São Paulo: Cortez, 2011.), a leitura do mundo precede a leitura da palavra e das diversas linguagens disponibilizadas na era digital. Então, a escola não é a única via de formação educadora e nem os professores e bibliotecários, que não mais detentores de todo saber (se é que algum dia o foi), devem estar preparados para a troca de saberes (conhecimentos), devendo o educador assumir o “[...] papel de consultor da aprendizagem [...]” (Furtado 2009FURTADO, C. C. Bibliotecas escolares e web 2.0: revisão da literatura sobre Brasil e Portugal. Em Questão, Porto Alegre, v. 15, n. 2, p. 135-150, jul./dez. 2009. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/download/46633. Acesso em: 28 de jan. 2021.
https://brapci.inf.br/index.php/res/down...
, p. 134).

A formação de leitores críticos é uma das metas do processo de aprendizagem, requerendo “agentes incentivadores”, dentre eles o bibliotecário e os membros da família ao proporcionarem o primeiro contato com o livro e a contações de histórias (Araújo; Sales, 2011ARAÚJO, P. C. de.; SALES, F. de. O bibliotecário e a formação de leitores. Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v. 16, n. 2, 2011. Disponível em: https://revista.acbsc.org.br/racb/article/view/780. Acesso em: 25 de jan. 2021.
https://revista.acbsc.org.br/racb/articl...
). Soma-se a isso, o uso de estratégias elaboradas para o aprendizado, pelo trabalho cooperativo entre professores e bibliotecários que na atualidade envolve ferramentas digitais. Os professores são responsáveis, principalmente, pela alfabetização e os bibliotecários pelo uso, acesso, dentre outras atividades também educadoras realizadas em unidades de informação (Araújo; Sales, 2011; Castro Filho; Silva 2016SILVA, J. D. O. da; CUNHA, J. de A. O papel educativo da biblioteca escolar no contexto do Plano Nacional de Educação. Encontros Bibli: Revista Eletrônica de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Florianópolis, v. 21, n. 46, p.45-58, mai./ago., 2016. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/download/50992. Acesso em: 16 de fev. 2021.
https://brapci.inf.br/index.php/res/down...
; Nunes; Santos, 2020NUNES, M. S. C.; SANTOS, F. de O. Mediação da leitura na biblioteca escolar: práticas e fazeres na formação de leitores. Perspectivas em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 25, número 2, p. 3-28, jun/2020. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/download/142250. Acesso em: 16 de fev. 2021.
https://brapci.inf.br/index.php/res/down...
).

Compreendemos que a exploração das atividades de leitura na biblioteca fortalece a competência leitora, ao viabilizar um conjunto de conhecimentos (saberes) e habilidades (fazeres) necessárias ao uso da informação (hiper)textual no campo da informação social, tecnológica e educacional. Essa realidade acaba refletindo o fato de que, mesmo com a utilização das ferramentas tecnológicas de leitura utilizadas pelos nativos digitais, o fenômeno da desinformação fortalece o acesso da informação deturpada e potencializa o compartilhamento de notícias falsas, comprometendo a criticidade e o uso ético que aluno em idade escolar pode fazer da informação.

A leitura crítica habilita o sujeito para adquirir informações (hiper)textuais de diversos contextos, essa prática combate o compartilhamento de informações falsas, manipuladas e/ou tendenciosas, no qual o sujeito transmite sem o mínimo de avaliação ou conferimento da verdade (Brisola; Bezerra, 2018BRISOLA, A. B.; BEZERRA, A. C. Desinformação e circulação de “fake news”: distinções, diagnóstico e reação. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 19, 2018, Londrina, PR. Anais do [...]. Londrina: [s.n.],2018. (GT-5 - Política e Economia da Informação). p. 3316-3330. Disponível em: http://enancib.marilia.unesp.br/index.php/XIX_ENANCIB/. Acesso em: 25 de jan. 2021.
http://enancib.marilia.unesp.br/index.ph...
). O conceito de desinformação ultrapassa a definição comumente tecida em torno da notícia falsa, tendo em vista que “A investigação sobre desinformação começa quase sempre por assinalar a sua prevalência na história. Relatos falsos, rumores, distorção, omissão de factos relevantes para a compreensão do acontecimento [...]” (Baptista, 2019BAPTISTA, C. Digitalização, desinformação e notícias falsas: uma perspectiva histórica. In: FIGUEIRA, João. (org.). As fake news e a nova ordem (des)informativa na era da pósverdade. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2019. p. 47-62., p. 56-57).

Perante a esse questionamento, pôde-se verificar que a maioria dos participantes da pesquisa, possuem o domínio da tecnologia, já que o total de 50% respondeu que sim, enquanto 40% responderam que possuem, mas muito pouco e 8% responderam que não. E sobre a existência das atividades voltadas para a importância da Ética e direitos autorais na Biblioteca em que o respondente atua, conforme o gráfico a seguir é observado que na maioria dos espaços, 52%, ocorrem atividades nessa temática. Como também grande parte, 24%, afirma não trabalhar nessa questão (Gráfico 1).

Gráfico 1
Existência de atividades sobre a importância da Ética e direitos autorais na Biblioteca em que atua

Acerca da questão relacionada com o “Conhecimento sobre a desinformação e estratégias de combate durante a pandemia” apenas uma pessoa responde que não, quando se percebe a necessidade de entender a influência da desinformação nas redes sociais no dia a dia do usuário das bibliotecas escolares. Na questão em que é investigado se o respondente percebe que houveram alterações na forma de consumo de informação com a chegada das redes sociais (principalmente no período da pandemia devido à Covid-19 em que esta pesquisa foi realizada), é relatado que muitas informações falsas estão circulando e sendo consumidas, o que torna cada vez mais difícil selecionar informação. Um participante aponta também que, com a maior usabilidade dos aparatos tecnológicos, os usuários passaram a consumir mais informações via redes sociais e portais de notícias via internet.

Ao serem questionados se era compreensível que, mesmo possuindo conhecimento prévio acerca do ambiente informacional, é possível ser afetado por informações e notícias falsas nas redes sociais (WhatsApp, Instagram, Facebook, Youtube) e portais duvidosos e se possível que relatasse um caso pessoal, foi consensual que sim. Alguns participantes afirmaram terem sido vítimas e também admitiram terem compartilhado por distração. Muitos pontuaram o Whatsapp e outras redes sociais como os principais veiculadores de notícias falsas. Nesse segmento, ao questionar se possuíam o hábito de utilizar ferramentas como os checadores de fatos (Agência Lupa, Fake Check, Bot Sentinel e E-Farsas), no ambiente de trabalho, para auxiliar seus usuários contra o compartilhamento de notícias e informações duvidosas nas redes sociais, como é possível observar no gráfico a seguir, a maioria, 60%, utiliza as ferramentas (Gráfico 2).

Gráfico 2
Utilização de ferramentas checadoras de fatos

No momento atual, é necessário perceber que a leitura crítica de diversas modalidades textuais oferece ao indivíduo um meio de combate à desinformação. E esse recurso deve ser ofertado em espaços de formação híbridos (presenciais e/ou virtuais), que possam favorecer também o desenvolvimento das competências leitora e em informação. O modelo proposto por Gerlin (2017GERLIN, M. N. M. Produção da competência leitora em espaços tempos de informação, educação e cultura. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO E COMUNICAÇÃO, 8; SEMINARIO HISPANO BRASILEÑO, 6, 2017, Aracaju-Sergipe. Anais do […] Aracaju: [s.n.], 2017. Disponível em: https://eventos.set.edu.br/simeduc/article/view/8628/2891. Acesso em: 10 de jan. 2020.
https://eventos.set.edu.br/simeduc/artic...
; 2020) atenta para a necessidade de trabalhar com práticas que ocasionem na competência leitora e na competência em informação que orientem para o uso ético da informação.

Com o resultado, entendemos que as competências em leitura e informação se relacionam com o saber utilizar as ferramentas tecnológicas para a busca, seleção e compreensão daquilo que se pesquisa (Gerlin; Mata; Nunes, 2019GERLIN, M. N. M.; MATA, M. L.; NUNES, D. B. Programa de formação em competência em informação: redes de cooperação entre os sujeitos que atuam em espaços de informação, educação e cultura. Revista Ibero-Americana de Ciência da Informação, Brasília, v. 12, n. 2, p. 493-514, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.26512/rici.v12.n2.2019.22032 Acesso em: 10 de jan. 2020.
https://doi.org/10.26512/rici.v12.n2.201...
). É preciso que os estudantes sejam capazes de assimilar informações novas, tendo como base seus próprios conhecimentos subjetivos, para que assim seja possível produzir novos conhecimentos (aprender a aprender) (Gerlin, 2020), assim como, também, serem capazes de utilizar o conhecimento adquirido para resolver problemas (aprender a fazer) (Lucca; Caldin; Righi, 2015LUCCA, D. M. de; CALDIN, C. F.; RIGHI, J. P. R. O desenvolvimento da competência informacional nas crianças a partir da literatura infantil. RDBCI: Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Campinas, v. 13, n. 1, p. 192-206, 2015. DOI: https://doi.org/10.20396/rdbci.v13i1.1588.
https://doi.org/10.20396/rdbci.v13i1.158...
, p. 193). Levando em consideração, que atualmente existem várias possibilidades de leituras, para cada suporte tecnológico também “[...] existe um novo modo de ler e entender o mundo” (Gerlin; Mata, 2019, p. 3), ocasionando na necessidade urgente da capacitação da leitura em diversas modalidades.

Por meio da análise dos dados observa-se que a realidade da biblioteca escolar brasileira está longe de ser perfeita (Macedo, 2008), pois o que se encontra na maior parte do Brasil são bibliotecas pouco valorizadas e muitas vezes sem bibliotecário (Pajeú; Almeida, 2002; Santana; Paiva, 2017SANTANA, R. F. de; PAIVA, E. B. Práticas de leitura na biblioteca escolar: relato de pesquisa. Biblionline, João Pessoa, v. 13, n. especial, p. 10-16, 2017. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/download/49525. Acesso em: 16 de fev. 2021.
https://brapci.inf.br/index.php/res/down...
; Mendes; Sousa, 2016MENDES, T. de S.; SOUSA, M. I. de A. A contribuição da biblioteca escolar para a formação do estudante e o desenvolvimento do hábito de leitura. Revista Bibliomar, São Luís, v. 15, n. 1/2, jan./dez. 2016. Disponível em: https://encr.pw/59xZe. Acesso em: 16 de fev. 2021.
https://encr.pw/59xZe...
; Tavares; Silva; Valério, 2013TAVARES, A. L. de L.; SILVA, T. J.; VALÉRIO, E. D. Biblioteca escolar: instrumento para a formação de leitores críticos. Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v.18, n.1, p. 639-657, jan./jun., 2013. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/download/87283. Acesso em: 16 de fev. 2021.
https://brapci.inf.br/index.php/res/down...
; Silva; Cunha, 2016; Silva, 2015). Segundo Vidotti, Lanzi e Ferneda (2019, p. 119), também é constantemente identificada a desativação da biblioteca para “[...] a realização de atividades consideradas mais relevantes”.

A falta de investimento no ambiente escolar pode atingir muito significadamente o desenvolvimento das competências dos estudantes, que muitas vezes só possuem a escola como meio de acesso a esses recursos. A realidade de algumas famílias brasileiras é de precarização e carência, tanto de alimentação, saúde, lazer, etc. quanto sobre os recursos tecnológicos. Muitos não possuem computador, internet, ou telefone e, muitas vezes, quando possuem não sabem utilizá-los (Neves; Sampaio; Rodrigues, 2020NEVES, B. C.; SAMPAIO, D. B.; RODRIGUES, Q. Bibliotecas escolares e tecnologias digitais: uma análise bibliográfica. Revista P2P e INOVAÇÃO, [S.l], v. 7, p. 146-165, 2020. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/download/148128. Acesso em: 01 fev.. 2021.
https://brapci.inf.br/index.php/res/down...
).

Dentro desse contexto escolar, o bibliotecário, que é mediador da informação e promotor de práticas de leituras, torna-se um sujeito fundamental para auxiliar no desenvolvimento dos estudantes, tornando-os competentes em informação e em leitura, por ser capaz de identificar suas necessidades informacionais e oferecer soluções para preenchê-las (Neves; Sampaio; Rodrigues, 2020NEVES, B. C.; SAMPAIO, D. B.; RODRIGUES, Q. Bibliotecas escolares e tecnologias digitais: uma análise bibliográfica. Revista P2P e INOVAÇÃO, [S.l], v. 7, p. 146-165, 2020. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/download/148128. Acesso em: 01 fev.. 2021.
https://brapci.inf.br/index.php/res/down...
).

4 CONCLUSÃO

A realização deste estudo permitiu analisar aspectos relacionados com a competência leitora na biblioteca da escola do ensino fundamental, refletindo sobre o fortalecimento de processos de recuperação, seleção e uso da informação por meio da leitura crítica de conteúdos informativos disponibilizados no espaço presencial e no ciberespaço. Diante da literatura pesquisada, que aponta a importância da biblioteca no ambiente educacional, constatamos que muito ainda se tem a fazer em termos de pesquisa das práticas de bibliotecários e quanto à mediação da informação com vista a observar o desenvolvimento da competência leitora no ambiente da escola. Logo, com este estudo pretendemos reforçar a função educativa da biblioteca e também revelar a realidade das bibliotecas escolares, explicitando as ações que contribuem para o desenvolvimento da competência leitora.

Esperamos que os estudos de investigação na literatura da Ciência da Informação e Biblioteconomia, que giram em torno do desenvolvimento da competência leitora na biblioteca, vá ao encontro das práticas devolvidas pelos bibliotecários e, quando não, que eles possam servir de parâmetro para a estruturação de modelos como as diretrizes propostas e voltadas para a competência. Almejamos que os bibliotecários da REC da Ufes, que participaram da pesquisa, possam se beneficiar com os resultados, assim como, desejamos que essa análise possa ser expandida pelo Brasil afora e pelo cenário internacional.

Concluímos que a competência leitora desenvolvida nas séries finais do ensino fundamental não necessita receber em sua denominação a indicação de que é crítica, pelo motivo de que os conhecimentos, as habilidades e as atitudes que a compõem exigem o exercício da cidadania, da criticidade nos processos decisórios, da apropriação ética da informação e da promoção de debates que possam conduzir à produção de textos com contextos que contemplam a visão do mundo em espaços híbridos. Ocorre que o exercício da leitura crítica em suportes físicos, eletrônicos e digitais requer recursos e investimento dos órgãos responsáveis pela educação brasileira.

O fomento à leitura e o desenvolvimento das competências identificados na pesquisa com o grupo da REC, costumam ocorrer por meio de práticas instituintes, como a leitura dos suportes textuais impressos, dispositivos digitais e eletrônicos, rodas de leitura e contação de histórias, grupo de leitura e diálogo sobre a memória local. As atividades de formação são realizadas por meio do oferecimento de cursos, palestras, oficinas de formação de leitores, orientação do uso de normas de elaboração de trabalhos escolares, projetos de pesquisa, entre outras práticas planejadas no âmbito da biblioteca escolar. As práticas direcionadas para o fomento da leitura crítica, em específico, encontram-se focadas na leitura dos gêneros textuais e na aquisição do código a escrita (alfabetização), sem a intensificação da percepção de que os nativos digitais devem se apropriar da linguagem multimodal e hipertextual disponibilizada pelas tecnologias de informação e pelos meios de comunicação que fortalecem o ciberespaço.

O desenvolvimento das competências dos estudantes coexiste com o uso indevido da informação por meio de uma leitura que, muitas vezes, não é capaz de diferenciar notícias falsas das verdadeiras, contribuindo para o fortalecimento do fenômeno da desinformação. Desse modo, o bibliotecário reconhece a sua função de educador e mediador da informação ao orientar processos de busca, recuperação e análise dos conteúdos informativos recuperados e, por conseguinte, ao possibilitar que o aluno possa reconhecer informações deturpadas e fragmentadas. Conta, inclusive, com estratégias que podem facilmente ser reconhecidas pelos nativos digitais como os checadores de fatos “Agência Lupa, Fake Check, Bot Sentinel e EFarsas”.

Ao considerar o cenário da desinformação, que perpassa a crise sanitária, política e humana por que passamos, os estudos propostos pela Ciência da Informação e os documentos publicados pela Biblioteconomia e Educação concordam em destacar a necessidade de desenvolver habilidades de comunicação, colaboração digital e midiática, atitudes éticas e responsabilidade social, assim como a constituição de uma compreensão e utilização de tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e

ética nas diversas práticas sociais. Isto posto, mencionamos a importância de o bibliotecário escolar se apropriar dos saberes (conhecimentos) e fazeres (habilidades) relacionados com a missão da biblioteca escolar e com o currículo do ensino fundamental, possibilitando aos sujeitos se tornarem pensadores críticos que interferem no meio social em que vivem.

Reconhecimentos

À Rede de Estudo das Competências (REC), uma ação do Projeto de Extensão Informa-Ação e Cultura ligado ao Departamento de Biblioteconomia e ao PPGCI da Universidade Federal do Espírito Santo.

REFERÊNCIAS

  • ARAÚJO, P. C. de.; SALES, F. de. O bibliotecário e a formação de leitores. Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v. 16, n. 2, 2011. Disponível em: https://revista.acbsc.org.br/racb/article/view/780 Acesso em: 25 de jan. 2021.
    » https://revista.acbsc.org.br/racb/article/view/780
  • BAPTISTA, C. Digitalização, desinformação e notícias falsas: uma perspectiva histórica. In: FIGUEIRA, João. (org.). As fake news e a nova ordem (des)informativa na era da pósverdade. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2019. p. 47-62.
  • BELLUZZO, R. C. B. A competência em informação no Brasil: cenários e espectros. São Paulo: ABECIN Editora, 2018. 217 p. Disponível em: https://portal.abecin.org.br/editora/issue/view/23 Acesso em: 13 de jan. 2021.
    » https://portal.abecin.org.br/editora/issue/view/23
  • BELLUZZO, R. C. B. Construção de mapas: desenvolvendo competências em informação e comunicação. RCB Belluzzo. Cá entre nós, 2007.
  • BRISOLA, A. B.; BEZERRA, A. C. Desinformação e circulação de “fake news”: distinções, diagnóstico e reação. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 19, 2018, Londrina, PR. Anais do [...]. Londrina: [s.n.],2018. (GT-5 - Política e Economia da Informação). p. 3316-3330. Disponível em: http://enancib.marilia.unesp.br/index.php/XIX_ENANCIB/. Acesso em: 25 de jan. 2021.
    » http://enancib.marilia.unesp.br/index.php/XIX_ENANCIB
  • CAMPELLO, B. Letramento informacional: função educativa do bibliotecário na escola. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. 80 p.
  • CARDOSO, J. dos S.; MUNIZ, M. de J. S. S.; VIEIRA, J. A. S. Bibliotecas escolares e os nativos digitais. Revista Bibliomar, São Luís, v. 14, n. 2, p. 9-22, 2015. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/126443 Acesso em: 25 de jan. 2021.
    » http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/126443
  • CASTRO FILHO, C. M.; SILVA, M. R. Breves reflexões sobre a leitura hipertextual no contexto das bibliotecas escolares. Ponto de Acesso, Salvador, v.10, n.1, p.2-13, abr. 2016. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/download/98747 Acesso em: 20 de jan. 2021.
    » https://brapci.inf.br/index.php/res/download/98747
  • CUEVAS-CERVERÓ, A. Competencia lectora y alfabetización en información: un modelo para la biblioteca escolar en la sociedad del conocimiento. Revista Ibero-americana de Ciência da Informação, Brasília, v.1 n.1, p.3-20, jan./jun. 2008. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/download/86830 Acesso em: 10 jan. 2021.
    » https://brapci.inf.br/index.php/res/download/86830
  • FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE ASSOCIAÇÕES E INSTITUIÇÕES BIBLIOTECÁRIAS. Manifesto IFLA/UNESCO para biblioteca escolar. Tradução de Neusa Dias de Macedo. São Paulo, 2000. Disponível em: https://l1nq.com/b5jIx Acesso em: 19 de nov. 2021.
    » https://l1nq.com/b5jIx
  • FREIRE, P. A importância do ato de ler: três artigos que se completam. 51 ed. São Paulo: Cortez, 2011.
  • FURTADO, C. C. Bibliotecas escolares e web 2.0: revisão da literatura sobre Brasil e Portugal. Em Questão, Porto Alegre, v. 15, n. 2, p. 135-150, jul./dez. 2009. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/download/46633 Acesso em: 28 de jan. 2021.
    » https://brapci.inf.br/index.php/res/download/46633
  • FURTADO, C. C. Geração alpha e a leitura literária: os aplicativos de literatura - serviços incentivam a prática? Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, São Paulo, v. 15, n. esp., 2019. (Melhores trabalhos CBBD). Disponível em: https://rbbd.febab.org.br/rbbd/article/view/1342 Acesso em: 28 de jan. 2021.
    » https://rbbd.febab.org.br/rbbd/article/view/1342
  • GASQUE, K. C. G. D.; CASARIN, H. de C. S. Bibliotecas escolares: tendências globais. Em Questão, Porto Alegre, v. 22, n. 3, p. 36-55, 2016. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/download/47059 Acesso em: 16 de jan. 2021.
    » https://brapci.inf.br/index.php/res/download/47059
  • GASQUE, K. C. G. D.; SILVESTRE, F. de M. Competência leitora nas bibliotecas escolares. Em Questão, Porto Alegre, v. 23, n. 3, set./dez. 2017. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/EmQuestao/article/view/68642/41367 Acesso em: 20 set. 2020.
    » https://seer.ufrgs.br/EmQuestao/article/view/68642/41367
  • GASQUE, K. C. G. D. Competência em informação: conceitos, características e desafios. AtoZ: Novas Práticas em Informação e Conhecimento, Curitiba, v. 2, n. 1, p. 5-9, ago. 2013. Disponível em: https://acesse.dev/DHVEs Acesso em: 10 jan. 2021.
    » https://acesse.dev/DHVEs
  • GERLIN, M. N. M. Competência leitora e competência em informação: saberes e fazeres necessários ao acesso da informação (hiper)textual no século XXI. Vitória : EDUFES; Rio de Janeiro: MC&G, 2020.
  • GERLIN, M. N. M.; MATA, M. L. da. Competência leitora e promoção da leitura na sociedade da informação. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 20, 2019, Londrina, PR. Anais do [...]. Londrina, PR: [s.n.], 2019. (Gt 3 - Mediação, Circulação e Apropriação da Informação). Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/123307 Acesso em: 10 de jan. 2020.
    » http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/123307
  • GERLIN, M. N. M.; MATA, M. L.; NUNES, D. B. Programa de formação em competência em informação: redes de cooperação entre os sujeitos que atuam em espaços de informação, educação e cultura. Revista Ibero-Americana de Ciência da Informação, Brasília, v. 12, n. 2, p. 493-514, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.26512/rici.v12.n2.2019.22032 Acesso em: 10 de jan. 2020.
    » https://doi.org/10.26512/rici.v12.n2.2019.22032
  • GERLIN, M. N. M. Produção da competência leitora em espaços tempos de informação, educação e cultura. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO E COMUNICAÇÃO, 8; SEMINARIO HISPANO BRASILEÑO, 6, 2017, Aracaju-Sergipe. Anais do […] Aracaju: [s.n.], 2017. Disponível em: https://eventos.set.edu.br/simeduc/article/view/8628/2891 Acesso em: 10 de jan. 2020.
    » https://eventos.set.edu.br/simeduc/article/view/8628/2891
  • GERLIN, M. N. M. ; RIBEIRO, S. D. C. A contribuição dos modelos de desenvolvimento das competências em leitura e informativas para a sociedade da informação e do conhecimento. Múltiplos Olhares em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 10, 2020. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/moci/article/view/26125 Acesso em: 16 dez. 2020.
    » https://periodicos.ufmg.br/index.php/moci/article/view/26125
  • GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa. 6.ed. São Paulo: Editora Atlas, 2008.
  • LÉVY, P. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 2010.
  • LUCCA, D. M. de; CALDIN, C. F.; RIGHI, J. P. R. O desenvolvimento da competência informacional nas crianças a partir da literatura infantil. RDBCI: Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Campinas, v. 13, n. 1, p. 192-206, 2015. DOI: https://doi.org/10.20396/rdbci.v13i1.1588
    » https://doi.org/10.20396/rdbci.v13i1.1588
  • MACEDO, N. D. Biblioteca escolar brasileira em debate: da memória profissional a um fórum virtual. São Paulo, SP: SENAC: CRB-8, 2005.
  • MARTINS, L. G. Bibliotecário como mediador de aprendizagem: uma proposta a partir do uso das tics. BIBLOS - Revista do Instituto de Ciências Humanas e da Informação, Rio Grande, RS, v. 31, n. 2, p. 74-98, 2017. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/download/56807 Acesso em: 01 de fev. 2021.
    » https://brapci.inf.br/index.php/res/download/56807
  • MENDES, T. de S.; SOUSA, M. I. de A. A contribuição da biblioteca escolar para a formação do estudante e o desenvolvimento do hábito de leitura. Revista Bibliomar, São Luís, v. 15, n. 1/2, jan./dez. 2016. Disponível em: https://encr.pw/59xZe Acesso em: 16 de fev. 2021.
    » https://encr.pw/59xZe
  • NEVES, B. C.; SAMPAIO, D. B.; RODRIGUES, Q. Bibliotecas escolares e tecnologias digitais: uma análise bibliográfica. Revista P2P e INOVAÇÃO, [S.l], v. 7, p. 146-165, 2020. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/download/148128 Acesso em: 01 fev.. 2021.
    » https://brapci.inf.br/index.php/res/download/148128
  • NUNES, M. S. C.; SANTOS, F. de O. Mediação da leitura na biblioteca escolar: práticas e fazeres na formação de leitores. Perspectivas em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 25, número 2, p. 3-28, jun/2020. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/download/142250 Acesso em: 16 de fev. 2021.
    » https://brapci.inf.br/index.php/res/download/142250
  • PAIVA, R. M.V.; DUARTE, A. B. S. O bibliotecário escolar diante dos nativos digitais. Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, São Paulo, v. 13, n. esp. CBBD 2017. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/download/44220 Acesso em: 16 de fev. 2021.
    » https://brapci.inf.br/index.php/res/download/44220
  • PAJEÚ, H. M.; ALMEIDA, A. H. F. de. A mediação cultural na biblioteca escolar e o bibliotecário infoeducador. RDBCI: Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Campinas, v. 18, n. 2020. DOI: 10.20396/rdbci.v18i0.8660541.
    » https://doi.org/10.20396/rdbci.v18i0.8660541.
  • SANTANA, R. F. de; PAIVA, E. B. Práticas de leitura na biblioteca escolar: relato de pesquisa. Biblionline, João Pessoa, v. 13, n. especial, p. 10-16, 2017. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/download/49525 Acesso em: 16 de fev. 2021.
    » https://brapci.inf.br/index.php/res/download/49525
  • SILVA, E. da. A contribuição da biblioteca escolar na formação de leitores enfocando o desenvolvimento individual e organizacional. Biblioteca Escolar em Revista, Ribeirão Preto, v. 3 n. 2, n. 2, p. 15-30, 2015. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/v/16970 Acesso em: 16 de fev. 2021.
    » https://brapci.inf.br/index.php/res/v/16970
  • SILVA, J. D. O. da; CUNHA, J. de A. O papel educativo da biblioteca escolar no contexto do Plano Nacional de Educação. Encontros Bibli: Revista Eletrônica de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Florianópolis, v. 21, n. 46, p.45-58, mai./ago., 2016. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/download/50992 Acesso em: 16 de fev. 2021.
    » https://brapci.inf.br/index.php/res/download/50992
  • SOARES, M. Alfabetização e Letramento: caminhos e descaminhos. Revista Pátio, Sorocaba, p. 96-100, fev. 2004. Disponível em: https://acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/40142/1/01d16t07.pdf Acesso em: 20 de fev. 2021.
    » https://acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/40142/1/01d16t07.pdf
  • SOUZA, M. T. de. Biblioteca escolar: usuário criativo é a realidade atual. CRB8 Digital, [S.l], v. 1, n. 3, 2008. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/9287 Acesso em: 20 de fev. 2021.
    » http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/9287
  • TAVARES, A. L. de L.; SILVA, T. J.; VALÉRIO, E. D. Biblioteca escolar: instrumento para a formação de leitores críticos. Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v.18, n.1, p. 639-657, jan./jun., 2013. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/download/87283 Acesso em: 16 de fev. 2021.
    » https://brapci.inf.br/index.php/res/download/87283
  • VIDOTTI, S. A. B. G.; LANZI, L. A. C.; FERNEDA, E. A mediação da informação aliada ao uso das tecnologias da informação e comunicação em uma biblioteca escolar. Inf. Inf., Londrina, v. 19, n. 2, p. 117 - 137, maio./ago. 2014. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/download/45029 Acesso em: 16 de fev. 2021.
    » https://brapci.inf.br/index.php/res/download/45029
  • Financiamento:

    Não aplicável.
  • 1
    Uma ação do Projeto de Extensão Informa-Ação e Cultura ligado ao Departamento de Biblioteconomia e ao PPGCI da Universidade Federal do Espírito Santo certificado pelo CNPq.
  • Aprovação ética:

    Não aplicável.
  • Disponibilidade de dados e material:

    Não aplicável.
  • JITA:

    DE. School libraries.
  • ODS:

    4. Educação de Qualidade

Editado por

Editor:

Gildenir Carolino Santos

Disponibilidade de dados

Não aplicável.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    17 Jun 2024
  • Data do Fascículo
    2024

Histórico

  • Recebido
    20 Jun 2023
  • Aceito
    29 Dez 2023
  • Publicado
    20 Jan 2024
Universidade Estadual de Campinas Rua Sérgio Buarque de Holanda, 421 - 1º andar Biblioteca Central César Lattes - Cidade Universitária Zeferino Vaz - CEP: 13083-859 , Tel: +55 19 3521-6729 - Campinas - SP - Brazil
E-mail: rdbci@unicamp.br