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Estimulação cognitiva em pessoas com doença mental na comunidade: revisão integrativa

RESUMO

Objetivo:

analisar a efetividade das técnicas de Estimulação Cognitiva em contexto comunitário e domiciliário, na pessoa com doença mental estabilizada e suas famílias.

Método:

Revisão Integrativa da Literatura, tendo como critérios de inclusão estudos primários que avaliem a efetividade das técnicas de Estimulação Cognitiva em pessoas com doença mental em fase estável, com idade superior a 18 anos, na comunidade e domicílio. Foram selecionados seis artigos.

Resultados:

verificou-se melhoria de capacidades cognitivas como atenção, memória de trabalho e funções executivas; não se apuraram diferenças conceptuais, nem nos resultados, entre os programas de Estimulação Cognitiva para pessoas com diferentes patologias; as ferramentas informáticas são cada vez mais utilizadas; o tamanho das amostras é limitador da análise dos ganhos; o papel do enfermeiro não foi esclarecido; os ganhos para as famílias não foram estudados.

Considerações finais:

os resultados obtidos nesta revisão revelam a necessidade de se conhecer mais sobre a temática.

Descritores:
Remediação Cognitiva; Reabilitação; Transtornos Mentais; Enfermagem Psiquiátrica; Avaliação de Eficácia-Efetividade de Intervenções

ABSTRACT

Objective:

to analyze Cognitive Stimulation techniques effectiveness in the community and at home, in people with stabilized mental illness and their families.

Method:

an Integrative Literature Review, with inclusion criteria for primary studies that assess the Cognitive Stimulation techniques effectiveness in people with stable mental illness, older than 18 years, in the community and at home. Six articles were selected.

Results:

improvement of cognitive abilities such as attention, work memory and executive functions was observed. No conceptual differences or results were found among Cognitive Stimulation programs for people with different pathologies; computer tools are increasingly being used; sample size is limiting gain analysis; the nurse’s role has not been clarified; family gains were not studied.

Final considerations:

the results obtained in this review reveal the need to know more about the theme.

Descriptors:
Cognitive Remediation; Rehabilitation; Mental Disorders; Psychiatric Nursing; Evaluation of the Efficacy-Effectiveness of Interventions

RESUMEN

Objetivo:

analizar la efectividad de las técnicas de Estimulación Cognitiva en el contexto de la comunidad y el hogar en la persona con enfermedad mental estabilizada y sus familias.

Método:

Revisión Integrativa de la Literatura, con los criterios de inclusión como estudios primarios que evalúan la efectividad de las técnicas de Estimulación Cognitiva en personas con enfermedad mental estable, mayores de 18 años, en la comunidad y en el hogar. Se seleccionaron seis artículos.

Resultados:

se observó una mejora de las capacidades cognitivas como la atención, la memoria de trabajo y las funciones ejecutivas; no se encontraron diferencias conceptuales ni resultados entre los programas de Estimulación Cognitiva para personas con diferentes patologías; las herramientas informáticas son cada vez más utilizadas el tamaño de las muestras está limitando el análisis de las ganancias; el papel de la enfermera no ha sido aclarado; Las ganancias para las familias no fueron estudiadas.

Consideraciones finales:

los resultados obtenidos en esta revisión revelan la necesidad de saber más sobre el tema.

Descriptores:
Remediación Cognitiva; Rehabilitación; Trastornos Mentales; Enfermería Psiquiátrica; Evaluación de Eficacia-Efectividad de Intervenciones

INTRODUÇÃO

Há inúmeros estudos defendendo que o tratamento farmacológico é potenciado quando acompanhado por um tratamento não farmacológico que procure a minimização dos efeitos da doença mental na capacidade funcional, nas relações sociais e na qualidade de vida da pessoa com doença mental(11 Tonelli H, Liboni F, Cavicchioli D. Programas metacognitivos com enfoque em cognição social na reabilitação da esquizofrenia: uma revisão sistemática. J Bras Psiquiatr. 2013;62(1):51-61. doi: 10.1590/S0047-20852013000100008
https://doi.org/10.1590/S0047-2085201300...
). A doença mental provoca frequentemente déficits cognitivos, podendo observar-se estas alterações nas pessoas com Esquizofrenia(22 Nuechterlein KH, Ventura J, Subotnik KL, Bartzokis G. The early longitudinal course of cognitive deficits in schizophrenia. J Clin Psychiatry. 2014;75(Suppl 2):25-9. doi: 10.4088/JCP.13065.su1.06
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), com Perturbação Afetiva Bipolar(33 Strawbridge R, Fish J, Halari R, Hodsoll J, Reeder C, Macritchie K, et al. The Cognitive Remediation in Bipolar (CRiB) pilot study: study protocol for a randomised controlled trial. Trials. 2016; 17:371. doi: 10.1186/s13063-016-1472-4
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) e com Perturbação Depressiva Major(44 Matos A, Mourão I, Coelho E. Interação entre a idade, escolaridade, tempo de institucionalização e exercício físico na função cognitiva e depressão em idosos. Motricidade. 2016;12(2):38-47. doi: 10.6063/motricidade.6805
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). Podemos entender déficits cognitivos como a deterioração de capacidades cognitivas como memória, atenção e/ou funções executivas, entre outras(55 Costa ARD, Sequeira C. Efetividade de um programa de estimulação cognitiva em idosos com défice cognitivo ligeiro [Internet]. Rev Port Enferm Saúde Mental. 2013 [cited 2018 Mar 09];9:14-20. Available from: http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1647-21602013000100003
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-66 Vieira J. Reabilitação Cognitiva na Esquizofrenia [Internet]. PsiLogos. 2013 [cited 2018 Mar 09];11(2):22-42. Available from: http://www.psilogos.com/Revista/Vol11N2/Indice15_ficheiros/Reabilitacao%20cognitiva.pdf
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), levando a uma diminuição da capacidade da pessoa se manter autônoma no seu cotidiano.

A estimulação e compensação destes déficits cognitivos revela-se como uma das áreas de atuação do enfermeiro especialista em Enfermagem de saúde mental e psiquiátrica (EESMP), tendo em conta o seu papel promotor da adaptação das respostas desajustadas da pessoa, no contexto de transição pelo qual está passando, ao mesmo tempo em que procura evitar o agravamento da situação de doença mental, a promoção da sua recuperação e aumento da sua qualidade de vida(77 Regulamento n.º 129/2011 (PT). Diário da República n.º 35/2011, Série II, de 18 de fevereiro de 2011. Define o perfil das competências específicas do enfermeiro especialista em Enfermagem de Saúde Mental [Internet] [cited 2018 Mar 09]. Available from: https://dre.pt/web/guest/home/-/dre/3477018/details/maximized?jp=true
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).

Erguendo-se a Estimulação Cognitiva (EC) como uma forma de promover a estimulação, a compensação e a promoção de capacidades neurocognitivas(88 Marques AJ, Queirós C, Rocha NB. Metodologias de reabilitação cognitiva num programa de desenvolvimento pessoal de indivíduos com doença mental e desempregados de longa duração. Psicol Saúde Doenças [Internet]. 2006 [cited 2018 Mar 09];7(1):109-16. Available from: http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-00862006000100009
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), têm surgido nos últimos anos estudos que procuraram quantificar, precisamente, os resultados obtidos por esta intervenção não farmacológica. Deve-se entender as técnicas de EC como um conjunto de estratégias e exercícios que procuram potenciar determinadas áreas da cognição, podendo ser implementados em grupo ou de forma individual, habitualmente realizadas em um determinado período de tempo. Procuram determinados objetivos e têm como meta máxima a capacitação das pessoas (e das suas famílias) para viverem com as alterações cognitivas, dotando-as de informação e estratégias, para que sejam capazes de melhorar o seu cotidiano(99 Sousa L, Sequeira C. Concepção de um programa de intervenção na memória para idosos com défice cognitivo ligeiro. Rev Port Enferm Saúde Mental [Internet]. 2012 [cited 2018 Mar 09];8:7-15. Available from: http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1647-21602012000200002
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). Estas técnicas podem assumir diferentes designações e tipologias (Remediação Cognitiva e Reabilitação Cognitiva)(1010 Vita A, De Peri L, Barlati S, Cacciani P, Deste G, Poli R, et al. Effectiveness of different modalities of cognitive remediation on symptomatological, neuropsychological, and functional outcome domains in schizophrenia: A prospective study in a real-world setting. Schizophr Res. 2011;133(1-3):223-31. doi: 10.1016/j.schres.2011.08.010
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).

A avaliação da eficácia, eficiência e/ou efetividade de terapias que englobam as técnicas de EC acontece com a finalidade de perceber como se pode, de uma forma mais efetiva, capacitar a pessoa com doença mental e a sua família, a se adaptar e a viver com os déficits cognitivos existentes, da forma mais autônoma e organizada possível(99 Sousa L, Sequeira C. Concepção de um programa de intervenção na memória para idosos com défice cognitivo ligeiro. Rev Port Enferm Saúde Mental [Internet]. 2012 [cited 2018 Mar 09];8:7-15. Available from: http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1647-21602012000200002
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). Em face da abrangência das técnicas de EC, há o questionamento sobre qual o estado da arte em relação aos resultados efetivos destas técnicas junto da pessoa com doença mental em fase estável, num ambiente comunitário e domiciliário, e os benefícios para as suas famílias. Emergiu a necessidade de uma revisão integrativa como uma forma de sintetizar a evidência, neste contexto e com estas doenças específicas, pois surgem mais frequentemente na literatura estudos de pessoas com doença neurodegenerativa institucionalizada.

OBJETIVO

Analisar a efetividade das técnicas de EC em contexto comunitário e domiciliário, na pessoa com doença mental estabilizada e suas famílias.

MÉTODO

Enquanto a pesquisa é direcionada para a discussão de estudos de âmbito experimental, esta revisão integrativa assenta na questão de investigação: qual a efetividade das técnicas de EC, realizadas por enfermeiros, em pessoas com doença mental em fase estável, e nas suas famílias/cuidadores, em contexto comunitário?

Para dar resposta a esta questão, consideramos necessária a consecução dos seguintes objetivos: (1) Identificar quais os resultados obtidos com a realização de intervenções e técnicas de EC em pessoas com doença mental em fase estável/crônica; (2) Perceber se existem diferenças na efetividade das intervenções em pessoas com diferentes doenças mentais (esquizofrenia, doença bipolar e perturbação depressiva major); (3) Identificar o papel dos enfermeiros na realização destas técnicas e qual a pertinência da sua atuação; (4) Compreender quais os resultados destas técnicas na família/cuidadores.

Após validação no DeCS, foram definidos como termos de pesquisa (descritores e semelhantes) para as plataformas de dados consultadas (a) cognitive stimulation, ou cognitive rehabilitation, ou cognitive remediation, ou cognitive training (identificáveis no título), (b) schizophr*, ou bipolar, ou depressi*, ou mental illness, ou mental disorder (identificáveis no título), (c) person, ou people, ou family, ou caregive* (identificáveis no título) e (d) effectiveness, ou efficacy, ou efficiency, ou effective, ou results, ou outcomes (identificáveis no título).

Como critérios de inclusão, definiram-se: (1) Estudos primários que avaliavam a eficácia, eficiência e/ou efetividade de intervenções, técnicas e/ou programas de EC em indivíduos e/ou suas famílias; (2) Estudos cujas amostras incluíam pessoas com doença mental em fase estável/crônica, nomeadamente esquizofrenia, doença bipolar, depressão e doenças similares/do mesmo grupo, a residir e a receber cuidados em contexto comunitário (em unidades de evolução prolongada ou a receber cuidados em regime de ambulatório) ou domiciliário, com idade igual ou superior a 18 anos; (3) Estudos com um enfermeiro como interveniente; (4) Artigos em língua portuguesa, inglesa ou espanhola; (5) Artigos com data de publicação entre 2001 e 2017, com texto integral disponível e acesso gratuito.

Como critérios de exclusão, definiram-se: (1) Estudos cujas amostras incluíam pessoas com doença mental em fase aguda; internadas em serviços hospitalares de psiquiatria; com idade inferior a 18 anos; (2) Estudos cujas amostras envolviam pessoas com alguma forma de demência (Doença de Alzheimer ou Parkinson) ou com alterações neurológicas (alterações neurodegenerativas, traumáticas e de desenvolvimento), incluindo a depressão consequente ao Acidente Vascular Cerebral (AVC); (3) Estudos que analisavam os efeitos das terapias cognitivas na reabilitação vocacional e na procura/aquisição de emprego; (4) Estudos cujas amostras incluíam pessoas adictas em substâncias (como o álcool ou outras substâncias) ou com alterações do comportamento alimentar (como anorexia nervosa ou bulimia); (5) Estudos que avaliavam a efetividade da terapia cognitivo-comportamental; (6) Revisões da literatura, sistemáticas e integrativas.

Após estes passos, a pesquisa foi realizada nas plataformas EBSCO e Google Scholar entre os dias 16 e 18 de setembro de 2017. Com a colocação dos termos de pesquisa nas bases de dados e a definição das restrições/limitações temporais e de linguagem, identificou-se um total de 32 artigos.

Acompanhando a Figura 1, que mostra o desenrolar do processo de elegibilidade dos artigos, percebemos que, dos 32 artigos identificados, 7 eram repetidos e 4 foram excluídos após leitura do título, por perceber que não respondiam à pergunta de investigação desta RIL. Após a leitura do resumo dos artigos incluídos, e com a confrontação dos critérios de inclusão e exclusão, excluíram-se 11 por se tratarem de artigos que abordam a reabilitação vocacional e o employment (n=4), por não terem o texto na íntegra disponível (n=4), por se tratarem de uma revisão sistemática da literatura (n=1), por abordarem apenas os fatores cognitivos da doença (n=1) e por abordarem a depressão após um Acidente Vascular Cerebral (AVC) (n=1). Em seguida, foram lidos os textos integrais dos 10 artigos selecionados. Excluíram-se 4 artigos por não respeitarem um dos critérios de inclusão (estudos cuja amostra inclua apenas pessoas acompanhadas em contexto comunitário). Para inclusão na revisão integrativa, foram selecionados 6 estudos, como visto na Figura 1.

Figura 1
Processo de elegibilidade dos artigos analisados, 2018

RESULTADOS

Os 6 artigos selecionados foram lidos na íntegra e analisados. Nos resultados apresentados no Quadro 1, podem ser vistas as principais conclusões retiradas a partir da análise de cada estudo.

Quadro 1
Resultados da caracterização dos estudos selecionados, 2018

DISCUSSÃO

Foram analisados apenas 6 artigos, pois os únicos que respondiam a todos os critérios de inclusão e exclusão, que procuravam demonstrar os ganhos da aplicação da EC em pessoas com esquizofrenia, doença bipolar e depressão. Se for realizada uma pesquisa rápida com termos de pesquisa relacionados com a Doença de Alzheimer e com a Demência (num sentido lato), pode se encontrar mais artigos do que estes, podendo indicar que se têm realizado mais estudos sobre a EC na área das doenças neuropsicodegenerativas do que nas doenças afetivas e esquizofrenia.

Os estudos realizados têm acontecido a um nível global (Irã, EUA, Canadá, República Checa, Dinamarca e Japão), mostrando assim a importância e o interesse crescente que estas técnicas têm vindo a suscitar junto aos profissionais de saúde e dos utentes cuidados de todo o mundo, principalmente a partir dos anos 90(1717 Guerreiro M. Avaliação Neuropsicológica das Demências Degenerativas. In: Castro-Caldas A, Mendonça A, coordenadores. A Doença de Alzheimer e outras demências em Portugal. Lisboa: Lidel; 2005. p. 83-109.).

Dentre os artigos analisados, existe um artigo que aborda a Reabilitação Cognitiva (artigo A), quatro que abordam a Remediação Cognitiva (artigos B, C, E e F) e um em que denominam a EC como Treino Cognitivo (artigo D). No entanto, todos eles abordam, utilizando o termo ou referindo-se de uma forma indireta, as intervenções de EC como um componente que liga todas as intervenções cognitivas realizadas nos estudos analisados. Pode-se concluir que a EC, funcionando como validação, está, com efeito, presente em todas as estratégias de intervenções cognitivas realizadas. Adicionando a esta conclusão, observa-se que o termo mais utilizado é o de Remediação Cognitiva, conforme referido por McGurk e colaboradores (2007)(1818 McGurk S, Twamley E, Sitzer D, McHugo G, Mueser K. A Meta-analysis of cognitive remediation in schizophrenia. Am J Psychiatry. 2007;164(12):1791-802. doi: 10.1176/appi.ajp.2007.07060906
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).

Quatro dos seis artigos são sobre estudos realizados com pessoas com esquizofrenia (artigos A, B, C e F), um artigo reflete a atuação com pessoas com doença uni e bipolar (artigo D) e um artigo com pessoas com doença bipolar (artigo E). Com efeito, uma grande fatia dos estudos analisados inicialmente para esta revisão apresentava como amostra pessoas com esquizofrenia (dos 25 estudos, 17 envolviam pessoas com esquizofrenia ou perturbação esquizoafetiva), surgindo com menor expressão os estudos sobre a doença bipolar (n=3). E, por último, a depressão (para além do estudo incluído nesta RIL sobre a doença unipolar, apenas foi encontrado um estudo sobre a depressão após AVC e outro sobre a depressão pós-parto). Regressando aos seis artigos analisados, a intervenção dirigida a cada grupo amostral não apresenta grandes diferenças na sua construção e atuação: (a) para os grupos de pessoas portadores de uma das três patologias acima referidas, utilizaram-se os softwares em computador, (b) o tempo de duração de cada programa não aparenta diferir muito (com uma média de 20 a 24 horas) e (c) não são descritas indicações específicas para atender a determinadas características das pessoas portadoras destas patologias.

De uma forma transversal, e corroborando a literatura sobre a temática(1919 Ahmed AO, Hunter KM, Goodrum NM, Batten NJ, Birgenheir D, Hardison E, et al. A randomized study of cognitive remediation for forensic and mental health patients with schizophrenia. J Psychiatr Res. 2015;68:8-18. doi: 10.1016/j.jpsychires.2015.05.013
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20 Santos MMTLR. PROECO - Um Programa de Estimulação Cognitiva para um Envelhecimento Saudável [Tese] [Internet]. Porto: Universidade Fernando Pessoa; 2015 [cited 2018 Mar 09]. Available from: https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/5199/1/Tese%20Maria%20Santos.pdf
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-2121 Tan S, Liu D. A review of the Chinese literature on cognitive remediation in psychosis. Asian J Psychiatr. 2016;22:129-34. doi: 10.1016/j.ajp.2016.06.012
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), as técnicas de EC, segundo os artigos consultados, melhoraram: a atenção (artigos A, D e F), a memória de trabalho (artigos A, B, C e D), a memória retrospetiva e prospetiva (artigo A), a velocidade psicomotora (artigo B), a velocidade de processamento de informação complexa (artigos B e F), a capacidade de planeamento (artigo B), a aprendizagem verbal (artigo C), a capacidade de resolução de problemas (artigo C), as funções executivas [não especificadas quais] (artigos D e F) e a fluência verbal (artigos E e F). No entanto, o artigo B relatou não haverem melhorias ao nível da fluência verbal (contradizendo os artigos E e F) e o artigo E não observou melhorias ao nível das funções executivas (contrariando as observações dos artigos D e F).

Relacionando a análise realizada sobre as diferenças da intervenção dirigida a cada grupo amostral, com as capacidades cognitivas melhoradas em cada estudo, concluiu-se que não fica esclarecido se existem diferenças na efetividade das intervenções em pessoas com diferentes doenças mentais. Os ganhos em termos de memória, atenção e funções executivas são transversais a todos os grupos de pessoas incluídas nos estudos, não havendo diferenças evidentes que permitam diferenciar a efetividade das técnicas de EC em pessoas com determinada patologia.

Dos 6 estudos analisados, apenas um artigo (o artigo E) não recorreu ao uso de computadores, tablets ou software informático para realizar a sua intervenção. Estes suportes informáticos foram utilizados para avaliar a efetividade da EC, tanto em ambiente supervisionado (artigos A, B e F) como em seus domicílios (artigo D). Neste caso, confirma a tendência do uso destes instrumentos, conforme notou Santos (2015)(2020 Santos MMTLR. PROECO - Um Programa de Estimulação Cognitiva para um Envelhecimento Saudável [Tese] [Internet]. Porto: Universidade Fernando Pessoa; 2015 [cited 2018 Mar 09]. Available from: https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/5199/1/Tese%20Maria%20Santos.pdf
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) durante a elaboração do seu programa de EC. Inclusivamente, um dos estudos (artigo C) procurou perceber se havia diferença nos ganhos cognitivos quando é usado um computador com supervisão em comparação com usar um tablet em casa, tendo chegado à conclusão de que os aparelhos não influenciavam a efetividade da intervenção (tirando como conclusões que são os mais jovens que preferem, maioritariamente, este tipo de suporte informático e que a utilização de aparelhos portáteis é tão viável como utilizar aparelhos fixos).

O tamanho da amostra de cada estudo é igualmente um dado importante a ser analisado. Variando entre 15 e 79 pessoas, todas as amostras se revelaram pequenas e/ou escolhidas por conveniência, contribuindo tal fator para a dificuldade em transpor o conhecimento obtido, como dado confirmado e universal para a prática clínica(2020 Santos MMTLR. PROECO - Um Programa de Estimulação Cognitiva para um Envelhecimento Saudável [Tese] [Internet]. Porto: Universidade Fernando Pessoa; 2015 [cited 2018 Mar 09]. Available from: https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/5199/1/Tese%20Maria%20Santos.pdf
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).

A estruturação de um programa de EC tem vindo a ser bastante discutido nas últimas investigações, não existindo ainda um consenso sobre como deve estar estruturada(2020 Santos MMTLR. PROECO - Um Programa de Estimulação Cognitiva para um Envelhecimento Saudável [Tese] [Internet]. Porto: Universidade Fernando Pessoa; 2015 [cited 2018 Mar 09]. Available from: https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/5199/1/Tese%20Maria%20Santos.pdf
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). Os seis estudos analisados não são exceção - dentre as intervenções realizadas, o número de sessões e o tempo de duração variaram entre 12 horas e 40 horas totais de atividades, durante 8 a 12 semanas, conforme mostra a Tabela 1.

Tabela 1
Estrutura dos programas de Estimulação Cognitiva em total de horas e semanas,2018

A efetividade de um programa é obtida através da aplicação de instrumentos de avaliação(2222 Costa AR. Efetividade de um programa de Estimulação Cognitiva em idosos com défi-ce cognitivo ligeiro [Dissertação] [Internet]. Porto: Escola Superior de Enfermagem do Porto; 2012. Available from: https://comum.rcaap.pt/handle/10400.26/9319
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), como escalas ou inventários, fato observado em todos os estudos analisados, conforme mostra a Quadro 2.

Quadro 2
Instrumentos de avaliação utilizados em cada estudo, 2018

Das 20 escalas utilizadas pelos 6 estudos, apenas a Positive and Negative Syndrome Scale (PANSS), a Brief Assessment of Cognition in Schizophrenia (BACS), a Cognitive Failures Questionnaire (CFQ) e a Beck Depression Inventory (BDI) foram utilizadas pelo menos em dois estudos como meio de avaliação da efetividade das suas intervenções. A heterogeneidade na aplicação de escalas dificulta a análise crítica mais exata e rigorosa, uma vez que diferentes escalas avaliam diferentes aspetos, pelo que a avaliação e comparação dos resultados dos diferentes estudos fica comprometida.

De um modo semelhante, o momento da aplicação do instrumento de avaliação foi ligeiramente diferente entre cada estudo: todos utilizaram escalas em pré-teste e em pós-teste (artigos A, C, D, E e F – sendo que o estudo do artigo B realizou o pós-teste apenas uma semana após a conclusão do programa), sendo que apenas um recorreu à modalidade do follow-up (em dois momentos diferentes) para garantir os ganhos a longo prazo (artigo A), conforme pode ser observado no Quadro 3.

Quadro 3
Momento da aplicação do instrumento de avaliação, 2018

Tais resultados não estão em linha com o que nos diz Santos (2015)(2020 Santos MMTLR. PROECO - Um Programa de Estimulação Cognitiva para um Envelhecimento Saudável [Tese] [Internet]. Porto: Universidade Fernando Pessoa; 2015 [cited 2018 Mar 09]. Available from: https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/5199/1/Tese%20Maria%20Santos.pdf
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), que sugere alguma sensatez quando se olham para os resultados obtidos por um estudo sem que se tenha realizado um follow-up. Esta ausência pode levar a uma grande heterogeneidade dos resultados, e isso se constitui uma limitação, tal como é defendido pelos autores dos artigos B e C.

Um dos principais objetivos desta revisão integrativa era perceber qual o papel do enfermeiro e se é um membro ativo na realização e operacionalização dos programas. Nos estudos dos artigos A e B, o programa foi dirigido por psicólogos. O artigo C refere que a intervenção dos profissionais foi mínima (mas não referiu qual a classe profissional) e os artigos D, E e F não declararam quais os profissionais responsáveis pela intervenção. A partir destes resultados, pode-se avaliar que o papel do enfermeiro é bastante escasso no que toca a estudos sobre EC, acrescentando que este assunto, aparentemente, está sendo mais desenvolvido por médicos psiquiatras e psicólogos do que por enfermeiros.

Por final, havia o objetivo de perceber qual o efeito dos resultados nos cuidadores informais/familiares desta estimulação da cognição em pessoas com esquizofrenia ou doença afetiva. Em primeiro lugar, percebeu-se que pouca intervenção aconteceu no domicílio: os artigos C e D referem que os utentes realizariam as sessões com o computador portátil/tablet, mas não há referência a uma presença ativa dos profissionais no domicílio das pessoas. Depois, dos seis estudos, apenas um (artigo D) recorreu a uma (pequena) ajuda do cuidador informal dos utentes ao pedir que preenchesse um questionário (The Dyexecutive Questionnaire), com vistas a avaliar (a melhoria ou não) (d)as funções executivas do seu familiar. Nada mais foi pedido a estes cuidadores e em nenhum dos artigos foi analisado o efeito da EC sobre os cuidadores. Será que o papel destes intervenientes tem sido pouco estudado e (inclusivamente) desvalorizado? É uma das perguntas que esta revisão deixa à comunidade científica.

Limitações do estudo

Consideramos uma limitação desta revisão o fato de o estudo ter recorrido a duas plataformas de acesso às bases de dados, apesar do recurso com grande abrangência.

Sobre os resultados encontrados, destaca-se como limitação o fato das dimensões das amostras das pesquisas serem de dimensões reduzidas e maioritariamente de conveniência, o que limita o grau de evidência apurado. A comparação dos resultados é outra limitação, pois fica limitada e comprometida pela variabilidade dos instrumentos usados para medir a efetividade das intervenções.

Contribuições para a área da Enfermagem, Saúde ou Política Pública

Esta pesquisa desafia a Enfermagem, a mobilizar estas técnicas de intervenção para dar resposta às necessidades em saúde de muitas pessoas com uma saúde mental mais prejudicada. A efetividade evidenciada em ganhos remete uma responsabilidade para os enfermeiros e para a política de saúde em geral, da necessidade de intervir com estas técnicas não farmacológicas para potenciar os recursos pessoais e melhorar a saúde mental das pessoas. Pode, com recursos adequados, reduzir custos financeiros (medicamentosos e tempos de assistência direta de profissionais).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a meta de tomar conhecimento sobre o estado da arte no que toca aos resultados obtidos através da prática de EC, obtiveram-se várias respostas, mas, igualmente, muitas perguntas.

As respostas obtidas vão de encontro aos objetivos delineados: os resultados obtidos ao nível da estimulação da cognição, de um modo transversal, revelam-se pela melhoria de capacidades como a atenção, a memória de trabalho, a velocidade de processamento de informação complexa, as funções executivas e a fluência verbal; não fica esclarecido se existem diferenças na efetividade das intervenções de EC em pessoas com diferentes doenças mentais existindo. No entanto, devem ser realizados mais estudos com pessoas portadoras de esquizofrenia; a heterogeneidade na aplicação de instrumentos de avaliação dificulta uma avaliação crítica dos resultados e, consequentemente, a translação dos conhecimentos obtidos; o papel do enfermeiro parece ser pouco analisado em estudos desta índole, assim como o papel e os ganhos destas técnicas na família/cuidadores.

Esta revisão deixa aos investigadores as seguintes perguntas: por que aparentemente se têm desenvolvido mais estudos sobre EC na área das doenças degenerativas, em comparativo com as doenças afetivas e esquizofrenia? Quais as limitações que influenciam o estudo com pessoas com esquizofrenia, doença bipolar e perturbação depressiva major? Qual/como deve ser então estruturado um programa de EC? No caso da amostra, será apenas o tamanho da amostra que influencia os dados, ou serão igualmente as suas características? De que modo é que a heterogeneidade dos instrumentos de avaliação afeta a avaliação dos seus resultados? E como pode tal ser uniformizado? E o follow-up, quanto tempo após o término do programa deve ser realizado? Quantas vezes? E o período de tempo? Qual o papel do enfermeiro na EC? Qual o papel dos cuidadores informais? E qual o efeito nos familiares?

Estas e outras questões permanecem em aberto, supondo-se apenas a partir do que já está escrito e estudado, mas percebendo que ainda muito há para conhecer sobre esta temática.

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Editado por

EDITOR CHEFE: Antonio José de Almeida Filho

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    10 Fev 2020
  • Data do Fascículo
    2020

Histórico

  • Recebido
    18 Abr 2018
  • Aceito
    01 Jun 2018
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