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Roberto Carlos e a identidade brasileira na canção

Roberto Carlos and Brazilian identity in song

Resumos

Roberto Carlos é, ao mesmo tempo, o mais popular e o mais rejeitado dos artistas brasileiros. Nosso artigo pretende compreender as raízes dessa contradição, compreendendo tanto a positividade e o valor de sua obra - buscando relativizar uma série de estigmas e preconceitos que rondam sua figura, demonstrando, por assim dizer, a legitimidade de sua coroa - quanto o lugar a partir de onde falam seus antagonistas, de modo a perceber o conjunto de interesses e posições envolvidas nesses juízos críticos.

Roberto Carlos; cultura de massas; MPB; samba


Roberto Carlos is at once the most popular and most widely rejected of Brazilian artists. The paper aims to understand the roots of this contradiction, including both the positives and value of his work - trying to relativize a number of stigmas and prejudices that surround his figure, and demonstrate, so to speak, the legitimacy of his crown - and, on the other hand, the standpoints of his detractors, in order to reveal the set of interests and positions that undergird these critical judgments.

Roberto Carlos; mass culture; MPB; samba


  • 1
    1 Para maiores detalhes, ver SANCHES, P. A. Como dois e dois são cinco São Paulo: Boitempo, 2004;
  • e ARAÚJO, P. C. Roberto Carlos em Detalhes. São Paulo: Editora Planeta, 2006.
  • 2 NAPOLITANO, M. Seguindo a canção: engajamento político e indústria cultural na trajetória da Música Popular Brasileira (1959-1969). São Paulo, 1998. Tese (Doutorado) û Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo;
  • Seguindo a canção: engajamento político e indústria cultural na MPB (1959/1969). São Paulo: Annablume/Fapesp, 2001.
  • 3 ARAÚJO, P. C. Waldick Soriano e o mistério do brega. Revista USP, São Paulo, n. 87, nov. 2010.
  • 4 "Para dar nome às coisas, poderíamos dizer que há uma linha formativa da nossa tradição musical popular, que acabou por ser fundamental para a nossa autoimagem musical (•). Esse alinhavo passa por três gêneros (•) samba, bossa nova e MPB". (NAPOLITANO, Marcos. A síncope das ideias São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2007).
  • 5 ZIZEK, S. O espectro da ideologia. In:____. Um mapa da ideologia Rio de Janeiro: Contraponto, 1996.
  • 6 EAGLETON, T. Ideologia: uma introdução. São Paulo: Boitempo, 1997.
  • 9
    9 ALVES, V. A. Torquato Neto e o debate sobre a música popular brasileira no Jornal dos sports û 1967. Anais do XX Encontro Regional de História ANPUH/SP, Unesp/Franca, 2010.
  • 10
    10 ADORNO, T. O fetichismo na música e a regressão da audição. In: Os pensadores û Adorno São Paulo: Nova Cultural, 1999.
  • 12 Uma análise profunda dos traços inovadores, assim como das possíveis influências dessa batida pode ser encontrada em GARCIA, Walter. Bim Bom: A contradição sem conflitos de João Gilberto. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
  • 13 Veja essa discussão com relação ao maxixe em MACHADO NETO, C. G. O enigma do homem célebre: ambição e vocação em Ernesto Nazareth (1863-1934). Tese de doutorado apresentada ao departamento de Letras da USP.
  • Algo semelhante propõe Antonio Cícero ao discutir o caráter sintético do desenvolvimento da música popular, em oposição ao caráter analítico do desenvolvimento da música erudita. (CÍCERO, A. O tropicalismo e a MPB. In: DUARTE, P. S.; NAVES, S. C. (org.). Do samba-canção à Tropicália. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2003.
  • 14
    14 TATIT, Luis. O cancionista: composição de canções no Brasil. São Paulo: Edusp, 1996.
  • 15
    15 "O alerta, portanto, é para que a recepção crítica de João Gilberto não incorra nessa espécie curiosa de phonocentrismo, ou seja, um privilégio concedido à fala [phoné], não por suas propriedades metafísicas û a presença, a imaterialidade, o não empírico, o não contingente û como demonstrou Derrida, mas por uma interpretação essencialista de um gesto histórico". (BOSCO, F. Cinema-canção. In: NESTROVSKI, A. (org.). Lendo música São Paulo: Publifolha, 2007.
  • 18 Para uma interpretação excelente da figura de Pelé, assim como do futebol brasileiro como veneno e remédio, ver WISNIK, José Miguel. Veneno-remédio û o futebol e o Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
  • 19 WISNIK, J. M. Algumas questões de música e política no Brasil. In:____. Sem receita São Paulo: Publifolha, 2004.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    17 Maio 2013
  • Data do Fascículo
    Mar 2012

Histórico

  • Recebido
    22 Set 2011
  • Aceito
    08 Dez 2011
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