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Dimensionamento de seções de concreto armado baseado no processo do arco cilíndrico

Resumo

O dimensionamento de seções transversais de concreto com o diagrama parábola-retângulo é um modelo de cálculo consagrado. A análise limite global, considerando a não linearidade física e geométrica, demanda uma relação constitutiva que descreva melhor o comportamento do concreto. A curva de Sargin do Código Modelo CEB-FIP, que é definida a partir do módulo de elasticidade na origem e do ponto de pico, representa o ramo descendente da relação tensão-deformação. Esta pesquisa apresenta um método numérico de dimensionamento de seções transversais baseado no processo do arco-cilíndrico. Este método é numericamente eficiente no ramo descendente da curva de Sargin, onde outros processos mostram problemas de convergência. Os exemplos discutem o dimensionamento de seções transversais com o diagrama parábola-retângulo e a curva de Sargin, utilizando os parâmetros de cálculo dos modelos local e global, respectivamente.

Palavras-chave:
concreto armado; dimensionamento de seções de concreto; curva de Sargin; processo do arco-cilíndrico

Abstract

The reinforcement design of concrete cross-sections with the parabola-rectangle diagram is a well-established model. A global limit analysis, considering geometrical and material nonlinear behavior, demands a constitutive relationship that better describes concrete behavior. The Sargin curve from the CEB-FIP model code, which is defined from the modulus of elasticity at the origin and the peak point, represents the descending branch of the stress-strain relationship. This research presents a numerical method for the reinforcement design of concrete cross-sections based on the arc length process. This method is numerically efficient in the descending branch of the Sargin curve, where other processes present convergence problems. The examples discuss the reinforcement design of concrete sections based on the parabola-rectangle diagram and the Sargin curve using the design parameters of the local and global models, respectively.

Keywords:
reinforced concrete; design of concrete cross-sections; Sargin curve; arc-length method

1. Introdução

Diferentes relações constitutivas têm sido adotadas no dimensionamento das seções de concreto armado a solicitações normais. Mörsch [1[1] MÖRSCH, E. Concrete-steel construction (Der Eisenbetonbau), The Engineering News Publishing Company, New York, 1910, 368 p.] considerou a aproximação elástica e linear dos materiais e o método das tensões admissíveis. Vários autores participaram do desenvolvimento do modelo de flexão para o dimensionamento no estado limite último. Nos anos 50, a hipótese das seções planas de Bernoulli e as condições de equilíbrio das tensões foram usadas em conjunto com relações constitutivas não lineares do concreto e do aço para resolver o problema da flexão com esforço normal. A revisão bibliográfica sobre a distribuição das tensões no concreto apresentada por Hognestad [2[2] HOGNESTAD, E. A study of combined bending and axial load in reinforced concrete members, Bulletin Series no. 399, Engineering Experiment Station, University of Illinois, Urbana, 1951, 128 p.] inclui as contribuições de Whitney [3[3] WHITNEY, C. S. Design of reinforced concrete members under flexure or combined flexure and direct compression, ACI Journal, v. 33, n. 1, 1937, p. 483-498.] e Bittner [4[4] BITTNER, E. Zur Klärung der n-Frage bei Eisenbetonbalken, Beton und Eisen, 1935, v. 34, n.14, p. 226-228.] para os diagramas retangular e parábola-retângulo, respectivamente.

Teorias simplificadas de dimensionamento à flexão e ao esforço normal foram consolidadas no início dos anos 60 utilizando relações constitutivas aproximadas para o concreto, sem perda significativa de precisão. Mattock, Kriz e Hognestad [5[5] MATTOCK, A. H., KRIZ, L. B., AND HOGNESTAD, E. Rectangular concrete stress distribution in ultimate strength design, ACI Journal, 1961, v. 57, n. 2, p. 875-928.] adotaram o diagrama retangular. Rüsch, Grasser e Rao [6[6] RÜSCH, H., GRASSER, E., AND RAO, P. S. Principes de calcul du béton armé sous états de contraintes monoaxiaux, Bulletin d’Information n. 36, CEB, Paris, 1962, p. 1-112.] utilizaram o diagrama parábola-retângulo.

Atualmente, o ACI 318-14 [7[7] AMERICAN CONCRETE INSTITUTE. Building code requirements for structural concrete - ACI 318-14, Farmington Hills, 2015.] adota o diagrama retangular. O CEN Eurocode 2:2004 [8[8] COMITÉ EUROPÉEN DE NORMALISATION. Eurocode 2: Design of concrete structures - Part 1-1: General rules and rules for buildings - EN 1992-1-1, Brussels, 2004.], o FIB Model Code 2010 [9[9] FÉDÉRATION INTERNATIONALE DU BÉTON. FIB Model Code for Concrete Structures 2010, Ernst & Sohn, Berlin, 2013, 402 p.] e a ABNT NBR 6118:2014 [10[10] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Projeto de estruturas de concreto -Procedimento - ABNT NBR 6118, Rio de Janeiro, 2014.] utilizam o diagrama parábola-retângulo.

A validade dos diagramas simplificados no dimensionamento das seções transversais é garantida por limitações de norma, tais como as deformações limites do diagrama de domínios. Os diagramas simplificados facilitam a geração de ábacos e simplificam os procedimentos numéricos de dimensionamento, mas não representam diversas características do concreto, tais como o módulo de elasticidade na origem e o ramo descendente da relação tensão-deformação.

A análise limite global de estruturas de concreto, considerando a não linearidade física e geométrica, exige relações tensão-deformação que descrevam melhor o comportamento do concreto. O modelo de Sargin [11[11] SARGIN, M. Stress-strain relationships for concrete and the analysis of structural concrete sections, SM Study n. 4, Solid Mechanics Division, University of Waterloo, Waterloo, Canada, 1971, 167 p.] permite considerar diversas características do comportamento uniaxial do concreto. A curva de Sargin apresentada no CEB-FIP Model Code 1990 [12[12] COMITÉ EURO-INTERNATIONAL DU BÉTON, FÉDÉRATION INTERNATIONALE DE LA PRÉCONTRAINTE. CEB-FIP Model Code 1990, Thomas Telford, London, 1993, 437 p.] é definida pelo módulo de elasticidade na origem, pela tensão de compressão mínima e pela deformação correspondente. Esta curva também representa o ramo descendente da relação tensão-deformação.

O presente trabalho apresenta um método numérico de dimensionamento de seções de concreto armado submetidas a solicitações normais utilizando a curva de Sargin. O processo de Newton-Raphson apresenta problemas de convergência nos ramos descendentes das curvas tensão-deformação. O método de dimensionamento proposto é baseado no processo do arco-cilíndrico, que verifica boa convergência quando o módulo de elasticidade tangente é negativo. O método identifica automaticamente a deformada de ruptura sem considerar um limite de deformação variável na compressão (domínio 5). A determinação da capacidade da seção não requer a definição de deformações limites, que são incluídas para evitar deformações excessivas.

Os exemplos de dimensionamento de seções transversais utilizam o diagrama parábola-retângulo e a curva de Sargin. Os diagramas de cálculo são baseados nas curvas características e em recomendações de norma para análises locais e globais.

2. Hipóteses simplificadoras

As seguintes hipóteses são aqui adotadas para a verificação e o dimensionamento de seções de concreto armado:

  1. Admite-se que não há escorregamento relativo entre o aço e o concreto, ou seja, as deformações médias do aço e do concreto são consideradas iguais.

  2. Adota-se a hipótese de Bernoulli, ou seja, a seção transversal permanece plana após a deformação.

As áreas ocupadas pelo aço não são descontadas na discretização da seção de concreto, no interesse de simplificar a formulação. A influência do tipo de agregado no módulo de elasticidade do concreto não é discutida neste trabalho.

3. Relações constitutivas

As tensões e as deformações de compressão assumem valores negativos.

A relação constitutiva do aço é definida por:

σ s = σ s ε s (1)

onde a tensão na armadura σs é função da deformação axial εs. A tensão de escoamento e o módulo de elasticidade do aço são fy e Es, respectivamente. A deformação associada ao escoamento do aço εsy corresponde a:

ε s y = f y E s (2)

A curva do aço é dividida em 3 zonas (Figura 1), que são definidas por meio de:

σ s = - f y + K s E s ε s + ε s y p a r a ε s < - ε s y σ s = E s ε s p a r a - ε s y < ε s < ε s y σ s = f y + K s E s ε s - ε s y p a r a ε s > ε s y (3)

Figura 1
Relação tensão-deformação do aço

O módulo de elasticidade reduzido Ks Es promove a convergência do processo de Newton-Raphson no patamar de escoamento. Adota-se Ks = 0 no processo do arco-cilíndrico. O módulo de elasticidade tangente Ess) do aço é estabelecido pela derivada:

E s ε s = σ s ε s (4)

As expressões (3) e (4) fornecem:

E s ε s = K s E s p a r a ε s < - ε s y E s ε s = E s p a r a - ε s y < ε s < ε s y E s ε s = K s E s p a r a ε s > ε s y (5)

A tensão no concreto σc é função da deformação no concreto εc, i. e.:

σ c = σ c ε c (6)

Os parâmetros que definem a curva de Sargin apresentada no CEB-FIP Model Code 1990 [12[12] COMITÉ EURO-INTERNATIONAL DU BÉTON, FÉDÉRATION INTERNATIONALE DE LA PRÉCONTRAINTE. CEB-FIP Model Code 1990, Thomas Telford, London, 1993, 437 p.] são a tensão de compressão mínima σc1, a deformação crítica εc1 e o módulo de elasticidade inicial Ec0 (Figura 2). A tensão no concreto é determinada por meio de:

σ c = σ c 1 1 b η 2 + c η p a r a ε c ε c l i m σ c = σ c 1 k 1 η - η 2 k 1 - 2 η + 1 p a r a ε c l i m ε c 0 σ c = 0 p a r a 0 ε c (7)

onde εc lim é a deformação que divide os dois primeiros trechos da curva. O módulo de elasticidade secante Ec1 no ponto crítico é definido por:

E c 1 = σ c 1 ε c 1 (8)

Figura 2
Relação tensão-deformação do concreto

O coeficiente k1, a variável η e a deformação limite εc lim correspondem respectivamente a:

k 1 = E c 0 E c 1 (9)

η = ε c ε c 1 (10)

ε c l i m = η l i m ε c 1 (11)

onde

η l i m = k 2 + k 2 2 - 1 2 (12)

k 2 = 1 2 k 1 2 + 1 (13)

Os parâmetros b e c da equação (7) são respectivamente expressos por:

b = ξ l i m η l i m - 2 η l i m 2 (14)

c = 4 η l i m - ξ l i m (15)

onde

ξ l i m = 4 k 1 - 2 η l i m 2 + 2 η l i m - k 1 k 1 - 2 η l i m + 1 2 (16)

O módulo de elasticidade tangente do concreto Ecc) é estabelecido pela derivada:

E c ε c = σ c ε c (17)

As expressões (7) e (17) fornecem:

E c ε c = E c 1 c + 2 b η b η 2 + c η 2 p a r a ε c ε c l i m E c ε c = E c 1 η 2 2 - k 1 + k 1 - 2 η k 1 - 2 η + 1 2 p a r a ε c l i m ε c 0 E c ε c = 0 p a r a 0 ε c (18)

O módulo de elasticidade na origem pode ser verificado utilizando (9) e (18), i. e.:

E c 0 = E c 1 k 1 = E c 0 (19)

Disposições do item 5.8.6 do CEN Eurocode 2:2004 [8[8] COMITÉ EUROPÉEN DE NORMALISATION. Eurocode 2: Design of concrete structures - Part 1-1: General rules and rules for buildings - EN 1992-1-1, Brussels, 2004.] são também consideradas. A deformação associada à tensão crítica e o valor de cálculo do módulo de elasticidade na origem são respectivamente estimados por:

ε c 1 = - 0,7 f c m 0,31 / 1000 - 0,0028 , f c m M P a (20)

E c 0 = 1,05 22000 f c m / 10 0,3 / γ c E , E c 0 , f c m M P a (21)

O coeficiente de minoração do módulo de elasticidade do concreto é definido por γcE = 1,2 e a influência do tipo de agregado não é discutida neste trabalho. A resistência média do concreto é estimada por meio de fcm = fck + 8MPa, onde fck é a resistência característica à compressão do concreto.

Os coeficientes de minoração das resistências do concreto e do aço adotados são γc = 1,4 e γs = 1,15, respectivamente, conforme recomendado pela ABNT NBR 6118:2014 [10[10] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Projeto de estruturas de concreto -Procedimento - ABNT NBR 6118, Rio de Janeiro, 2014.]. A redução da resistência do concreto devida aos efeitos de carga de longa duração (Rüsch [13[13] RÜSCH, H. Researches toward a general flexural theory of structural concrete. ACI Journal, v. 57, n. 7, 1960, p. 1-28.]) é considerada por meio do coeficiente αc = 0,85 na expressão:

σ c 1 = - α c f c k / γ c (22)

Os exemplos comparam os resultados de dimensionamento utilizando a curva de Sargin e o diagrama parábola-retângulo. O dimensionamento segundo o diagrama parábola-retângulo considera a relação constitutiva, as deformações limites e os domínios de estado-limite último da seção transversal definidos na ABNT NBR 6118:2014 [10[10] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Projeto de estruturas de concreto -Procedimento - ABNT NBR 6118, Rio de Janeiro, 2014.].

O dimensionamento proposto com a curva de Sargin identifica automaticamente a deformada de ruptura. Limites variáveis de deformação na compressão (domínio 5) não são necessários. O método não exige a definição de deformações limites, mas estas são estabelecidas para evitar deformações excessivas. A deformação do aço é limitada pela expressão:

ε s 0,010 (23)

A deformação do concreto é limitada por:

ε c ε c u 1 (24)

onde, de acordo com o CEN Eurocode 2:2004 [8[8] COMITÉ EUROPÉEN DE NORMALISATION. Eurocode 2: Design of concrete structures - Part 1-1: General rules and rules for buildings - EN 1992-1-1, Brussels, 2004.], adota-se:

ε c u 1 = - 0,0028 - 0,027 98 - f c m / 100 4 - 0,0035 , f c m M P a (25)

Como εc u1 > εc lim (Figura 2), o trecho da curva de Sargin definido por εc ≤ εc lim não é utilizado para fins de dimensionamento.

4. Equações de compatibilidade e equilíbrio

O sistema de coordenadas e a discretização da seção da seção transversal são apresentados na Figura 3. A seção de concreto é discretizada em pequenos elementos de área dAc, cujas posições, em relação à origem, são definidas por meio das coordenadas yc e zc dos respectivos centroides. A posição de cada barra de aço, cuja área é As, é definida pelas coordenadas ys e zs (Figura 4). Os esforços solicitantes são apresentados na Figura 5. O esforço normal Nx positivo corresponde a uma solicitação de tração. Os momentos fletores My e Mz positivos tracionam as faces y e z positivas, respectivamente.

Figura 3
Seção transversal

Figura 4
Posição das armaduras

Figura 5
Esforços solicitantes

Admite-se que não há escorregamento relativo entre o aço e o concreto (hipótese 1). Como as deformações no concreto e no aço, definidas respectivamente por εc e εs, são consideradas iguais no mesmo ponto, tem-se:

ε c = ε s = ε (26)

onde é a deformação de um ponto da seção transversal.

Considera-se hipótese de Bernoulli, ou seja, admite-se que a seção transversal permanece plana após a deformação (hipótese 2). A deformação de um ponto é dada por:

ε = k x + k y y + k z z (27)

onde kx é a deformação na origem. Os parâmetros ky e kz correspondem às curvaturas, com sinais invertidos. A equação de compatibilidade (27) pode ser escrita da forma:

ε = p T k (28)

onde p =[1 y z]T é o vetor de posição e k = [kx ky kz]T é o vetor das deformações generalizadas.

As seguintes expressões são obtidas considerando as condições de equilíbrio da seção transversal:

N x = A σ c d A c + σ s A s (29)

M y = A σ c y c d A c + σ s y s A s (30)

M z = A σ c z c d A c + σ s z s A s (31)

As equações de equilíbrio (29), (30) e (31) podem ser definidas na forma matricial:

S = A p σ ε d A (32)

onde σ(ε) é a tensão em um ponto e S = [Nx My Mz]Té o vetor dos esforços solicitantes. A seguinte equação incremental é obtida a partir de (32):

Δ S = A p Δ σ ε d A = A p E ε Δ ε d A (33)

E(ε) é o modulo de elasticidade tangente do material em um ponto. A substituição de (28) em (33) fornece:

Δ S = E Δ k (34)

onde a matriz tangente E é expressa por:

E = A p E ε p T d A (35)

5. Métodos numéricos de verificação e dimensionamento

A Figura 6 apresenta a solução de um sistema estrutural não linear com um grau de liberdade utilizando o processo de Newton-Raphson. O processo do arco-cilíndrico (Figura 7), também conhecido como método do comprimento de arco, é uma variante do método de Newton-Raphson que limita o avanço do processo iterativo por meio de um comprimento de arco l e de um fator de carga λ. Desta forma, é possível ultrapassar máximos e mínimos locais.

Figura 6
Processo de Newton-Raphson

Figura 7
Processo do arco cilíndrico

Os métodos de verificação e dimensionamento apresentados não são restritos à curva de Sargin e podem ser utilizados com outras relações constitutivas.

5.1 Processo do arco-cilíndrico

O processo do arco cilíndrico apresentado por Crisfield [14[14] CRISFIELD, M. A. A fast incremental/iterative solution procedure that handles “snap-through”, Computers & Structures, 1981, v. 13, n. 1-3, p. 55-62.] é uma formulação alternativa do método originalmente proposto por Riks [15[15] RIKS, E. An incremental approach to the solution of snapping and buckling problems, International Journal of Solids Structures, 1979, v. 15, n. 7, p. 529-551.].

A solicitação atuante na seção é definida por λS-, onde o fator λ é um fator de proporcionalidade e S-=N-xM-yM-z é uma solicitação de referência.

O termo ΔSi é definido por:

Δ S i = λ S - - S i (36)

onde Si = [Nx,i My,i Mz,i] é o vetor das solicitações resistentes associadas ao vetor das deformações generalizadas ki = [kx,i ky,i kz,i]T na iteração i.

A equação (34) é reescrita na forma:

Δ k i = E i - 1 Δ S i (37)

onde Ei é a matriz tangente e Δki é o incremento do vetor das deformações generalizadas na iteração i. Utilizando (36) e (37), obtém-se:

Δ k i = λ E i - 1 S - - E i - 1 S i = λ g - i - g i (38)

onde

g - i = E i - 1 S - (39)

g i = E i - 1 S i (40)

No processo do arco-cilíndrico, o comprimento do arco l é definido pela expressão:

l 2 = Δ k i T Δ k i (41)

A substituição de (38) em (41) fornece:

l 2 = λ g - i T - g i T λ g - i - g i = λ 2 g - i T g - i - 2 λ g - i T g i + g i T g i (42)

A expressão (42) define a equação do segundo grau:

a λ 2 + b λ + c = 0 (43)

onde

a = g - i T g - i ; b = - 2 g - i T g i ; c = g i T g i - l 2 (44)

Uma das raízes da equação (43) corresponde ao fator λ da próxima iteração. A escolha da raiz a ser adotada é discutida a seguir.

5.2 Verificação da capacidade da seção transversal

Os parâmetros necessários para a verificação da capacidade da seção transversal são as propriedades físicas dos materiais, as características geométricas da seção transversal, a posição e a área de cada armadura, a solicitação de referência S-, e o comprimento do arco-cilíndrico l. O fator de proporcionalidade máximo λ- obtido ao longo do processo iterativo define a capacidade da seção transversal.

O processo iterativo é dividido nas seguintes etapas:

I. Definição das deformações generalizadas k i da iteração i

A iteração i inicia com o vetor ki. Pode-se adotar k1 = 0 na primeira iteração.

II. Cálculo das solicitações S i e da matriz tangente E i

As deformações ε = pTki, as tensões σ(ε) e os módulos de elasticidade tangente E(ε) são calculadas em cada elemento de área de cada material (aço e concreto). As expressões (32) e (35) fornecem os esforços resistentes Si e a matriz tangente Ei, respectivamente.

III. Determinação dos parâmetros de carga λA e λB

Os vetores auxiliares g-i e gi são obtidos utilizando (39) e (40), respectivamente. Obtêm-se dois fatores de carga λA e λB através da equação do segundo grau definida por (43) e (44).

IV. Escolha do fator de proporcionalidade da carga λ

Uma das soluções de (43) corresponde ao avanço do processo de carregamento e a outra conduz ao retrocesso. Na primeira iteração, adota-se λ1 = max (λA, λB). Na iteração i, onde i > 1, os incrementos do vetor das deformações generalizadas ΔkA e ΔkB, respectivamente para as soluções λA e λB, são obtidos através de (38) e expressos por:

Δ k A = λ A g - i - g (45)

Δ k B = λ B g - i - g i (46)

As declividades θA e θB das soluções λA e λB são definidas, respectivamente, por:

θ A = Δ k i - 1 T Δ k A (47)

θ B = Δ k i - 1 T Δ k B (48)

O fator de proporcionalidade da carga λ que corresponde ao avanço do processo de carregamento é o valor associado à declividade máxima θ = max (θAB). O incremento correspondente ΔkA ou ΔkB é valor incremental Δki. A seguinte equação fornece o vetor das deformações generalizadas ki+1 da próxima iteração:

k i + 1 = k i + Δ k i (49)

Retorna-se a etapa II para iniciar uma nova iteração. O processo se encerra quando o concreto ou o aço atinge a respectiva deformação limite. A capacidade da seção é definida por λ- S-, onde λ- é o valor máximo do fator de proporcionalidade encontrado ao longo do processo.

5.3 Dimensionamento da seção transversal

Os parâmetros necessários para o dimensionamento da seção transversal são as propriedades físicas dos materiais, as características geométricas da seção transversal, a posição e a área relativa de cada armadura, as taxas de armadura mínima e máxima, e o comprimento do arco-cilíndrico l. A solicitação de dimensionamento é definida por λd S̅, onde λd é um fator de proporcionalidade e S̅ é uma solicitação de referência.

O processo numérico é dividido nas seguintes etapas:

I. Verificação para a armadura mínima

O fator de carga máximo λ-As min associado à armadura mínima As min é obtido por meio do processo descrito no item 5.2. Se λdλ-As min, a solução do problema é As min e o processo é encerrado. Em caso contrário, define-se λINF=λ-As min e As INF = As min.

II. Verificação para a armadura máxima

Determina-se o fator de carga máximo λ-As max associado à armadura máxima As max. Se λd>λ-As max, a seção não é suficiente e o processo é encerrado. Em caso contrário, define-se λSUP=λ-As max e As SUP=As max.

III. Processo iterativo

A armadura necessária é estimada por meio da interpolação linear:

A s = A s I N F + A s S U P - A s I N F λ d - λ I N F λ S U P - λ I N F (50)

Determina-se o fator de carga máximo λ- para a armadura As. Se λ->λd, λSUP=λ- e As SUP = As. Em caso contrário, faz-se λINF=λ- e AS INF = As.

Inicia-se uma nova iteração enquanto As SUP - As INF >TOLd, onde TOLd é a tolerância do processo de dimensionamento. Quando a tolerância é satisfeita, o processo é encerrado, adotando As SUP como resultado, a favor da segurança. Neste trabalho, considera-se TOLd = 1 × 10-7 m².

6. Exemplos e resultados

O método de dimensionamento com o processo do arco-cilíndrico é implementado por meio de dois programas em Fortran. Os programas Fx4 e Fx5 realizam o dimensionamento com o diagrama parábola-retângulo e a curva de Sargin, respectivamente. Esses programas são apresentados em Kabenjabu [16[16] KABENJABU, J. N. Dimensionamento de seções de concreto considerando a curva de Sargin, Niterói, 2017, Dissertation (master’s degree) - Dept. Civil Engrg., Federal Fluminense Univ., 196 p. (in Portuguese).].

A seção transversal típica de concreto armado tem as dimensões by = 0,25m e bz = 0,80m (Figura 8). As distâncias entre os centroides das armaduras e os bordos da seção nas direções y e z são d’y = 0,05m e d’z = 0,05m, respectivamente.

Figura 8
Seções transversais típicas, com e sem armadura de compressão

A seção de concreto é discretizada em 25×80 elementos de área. A seção é usualmente analisada com armadura dupla, mas é também verificada sem armadura de compressão na flexão simples.

O valor característico da resistência ao escoamento do aço é fyk = 500MPa. Os exemplos são analisados para concretos das classes C15, C30 e C45, que apresentam resistências características iguais a 15 MPa, 30 MPa e 45MPa, respectivamente. O estudo inclui o concreto C15, cujo uso é atualmente limitado, em função de sua ampla utilização no passado.

Os coeficientes de minoração das resistências do concreto e do aço são γc = 1,4 e γs = 1,15, respectivamente, conforme recomendado pela ABNT NBR 6118:2014 [10[10] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Projeto de estruturas de concreto -Procedimento - ABNT NBR 6118, Rio de Janeiro, 2014.]. Nx, My e Mz são valores de cálculo dos esforços solicitantes.

Os resultados dos exemplos são apresentados nas Tabelas 1 a 9, onde As tot é a armadura total necessária, εc min é a deformação mínima do concreto e εs max é a deformação máxima das armaduras. A diferença relativa (ΔAs tot ⁄ As tot é definida por:

Δ A s t o t / A s t o t = A s t o t , S A R G I N - A s t o t , P A R - R E T / A s t o t , P A R - R E T (51)

onde As tot,PAR-RET e As tot,SARGIN são as armaduras totais necessárias obtidas com o diagrama parábola-retângulo e a curva de Sargin, respectivamente.

Tabela 1
Seção com armadura de compressão submetida a compressão simples

Tabela 2
Seção com armadura de compressão submetida a flexão composta reta (ez = bz ⁄ 4)

Tabela 3
Seção com armadura de compressão submetida a flexão composta reta (ez = bz ⁄ 2)

Tabela 4
Seção com armadura de compressão submetida a flexão composta oblíqua (ey = by ⁄4 e ez = bz ⁄4)

Tabela 5
Seção com armadura de compressão submetida a flexão composta oblíqua (ey = by ⁄2 e ez = bz ⁄2)

Tabela 6
Seção com armadura de compressão submetida a flexão composta reta (ey = by ⁄4)

Tabela 7
Seção com armadura de compressão submetida a flexão composta reta (ey = by ⁄2)

Tabela 8
Seção com armadura de compressão submetida a flexão simples

Tabela 9
Seção sem armadura de compressão submetida a flexão simples

A seção está submetida à compressão simples na Tabela 1. O dimensionamento com a curva de Sargin fornece armaduras inferiores ao diagrama parábola-retângulo. A deformação limite εcu2 = -0,002 do diagrama parábola-retângulo na compressão simples é menor, em módulo, que o valor de cálculo da deformação de escoamento do aço (εsyd = 0,00207). Entretanto, o aço atinge o valor de cálculo da tensão de escoamento com a curva de Sargin. As diferenças relativas das armaduras necessárias são pequenas e inferiores a 5%.

As Tabelas 2 e 3 consideram a seção submetida à flexão composta reta com excentricidades ez = bz ⁄4 e ez = bz ⁄2, respectivamente, onde ez= |Mz ⁄ Nx|. A seção está submetida à flexão composta oblíqua com excentricidades ey = by ⁄4 e ez = bz ⁄4 na Tabela 4, onde ey = |My ⁄ Nx|. A Tabela 5 analisa a flexão composta oblíqua com excentricidades ey = by ⁄2 e ez = bz ⁄2. As Tabelas 6 e 7 consideram a seção submetida à flexão composta reta com excentricidades ey = by ⁄4 e ey = by ⁄2, respectivamente. A Tabela 8 analisa a mesma seção, com armadura dupla, submetida à flexão simples.

As diferenças relativas entre os resultados do diagrama parábola-retângulo e da curva de Sargin são sempre inferiores a 5% nas Tabelas 3, 5, 7 e 8.

Os exemplos das Tabelas 2, 4 e 6, que consideram a flexão composta reta e oblíqua com a menor excentricidade, mostram diferenças relativas mais significativas. O concreto C15 apresenta a diferença relativa de -9,0% (Tabela 4). O sinal negativo indica que o diagrama parábola-retângulo é mais conservador. Os concretos C30 e C45 apresentam diferenças relativas de 13,9% e 28,7%, respectivamente (Tabela 6). O sinal positivo indica que a armadura total necessária é maior com a curva de Sargin. Como as diferenças absolutas dos concretos C15, C30 e C45 são pequenas e limitadas a -1,4 cm2, 1,4 cm2 e 3,6 cm2, respectivamente, as diferenças relativas são significativas para pequenas taxas de armadura.

A Tabela 9 investiga o dimensionamento da seção típica sem armadura de compressão submetida a flexão simples, considerando o concreto C30. Esta análise tem especial interesse do ponto de vista numérico, pois demonstra a boa convergência do processo do arco cilíndrico mesmo sem nenhuma contribuição do módulo de elasticidade da armadura de compressão. As diferenças relativas apresentam resultados inferiores a 1% nos primeiros exemplos, quando a armadura de tração atinge o escoamento (εsmax ≥ 0,00207). A diferença relativa do último exemplo é 5,7%, onde a armadura não atinge o escoamento. A ABNT NBR 6118:2014 [10[10] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Projeto de estruturas de concreto -Procedimento - ABNT NBR 6118, Rio de Janeiro, 2014.] recomenda evitar, nas vigas, as posições de linha neutra no domínio 4 por meio de uma armadura de compressão. A comparação dos resultados do mesmo exemplo com e sem armadura de compressão (Tabelas 8 e 9) mostra que essa recomendação também promove a correspondência de resultados, na flexão simples, entre o diagrama parábola-retângulo e a curva de Sargin.

A Figura 9 analisa um exemplo apresentado na Tabela 2, segundo a curva de Sargin (ez = bz ⁄4, fck = 30MPa e As total = 67,0 cm2). O gráfico mostra a variação do módulo do vetor das solicitações |S| em função do módulo do vetor das deformações generalizadas |k|. Observa-se que a capacidade máxima da seção é obtida para |k| = 0,00455, onde εc min = -0,00308, Nx = -4000 kN e Mz = 800 kNm. Entretanto, a ruptura da seção ocorre para |k| = 0,00521, onde εc min = -0,0035, Nx = -3985 kN e Mz = 797 kNm.

Figura 9
Gráfico de seção sob flexão composta (ez = bz ⁄4, fck = 30 MPa a As tot = 67,0 cm2)

A Figura 10 discute o caso de dimensionamento na flexão simples no domínio 4 sem armadura de compressão (Tabela 9, Mz = 1050 kNm). As posições das resultantes dos blocos comprimidos do diagrama parábola-retângulo e da curva de Sargin são determinadas integrando numericamente as tensões no concreto. As armaduras necessárias utilizando o diagrama parábola-retângulo e a curva de Sargin são As PAR-RET = 70,54 cm² e As SARGIN = 74,56 cm², respectivamente. Os valores dos braços de alavanca são zs PAR-RET = 0,524 m e zs SARGIN = 0,510 m, respectivamente. As armaduras não atingem o escoamento em ambos os casos. O diagrama parábola-retângulo e a curva de Sargin fornecem σc topo = σc min e |σc topo|<|σc min|, respectivamente, onde σc topo é a tensão no topo da seção e σc min é o valor mínimo da tensão no concreto. As forças resultantes das tensões no concreto e na armadura são Rc = Rs = 2003,73 kN e Rc = Rs =2057,53 kN, respectivamente para o diagrama parábola-retângulo e para a curva de Sargin.

Figura 10
Flexão sem armadura de compressão (Mz = 1050 kNm)

7. Conclusões

O dimensionamento de seções utilizando o diagrama parábola-retângulo é um modelo prático e consagrado. Entretanto, o módulo de elasticidade na origem e o patamar de escoamento do diagrama parábola-retângulo não representam o comportamento do concreto.

A análise limite global de estruturas de concreto considerando a não linearidade física e geométrica exige relações tensão-deformação que descrevem melhor as características do concreto. A curva de Sargin é uma alternativa adotada, pois é definida em função do ponto de pico e do módulo de elasticidade na origem, e representa o ramo descendente da relação tensão-deformação.

Este trabalho apresenta um método de dimensionamento de seções de concreto armado que adota o processo do arco-cilíndrico e verifica boa convergência no ramo descendente da curva de Sargin. A solução não requer distribuições de deformações limites que giram em torno do pivô C no domínio 5, mas inclui deformações limites no concreto e no aço para evitar a deformação excessiva. Os exemplos comparam os resultados do diagrama parábola-retângulo e da curva de Sargin utilizando os parâmetros de cálculo adotados no dimensionamento da seção transversal e na análise limite global, respectivamente. O dimensionamento com o diagrama parábola-retângulo adota o modelo de cálculo de seções transversais definido na ABNT NBR 6118:2014 [10[10] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Projeto de estruturas de concreto -Procedimento - ABNT NBR 6118, Rio de Janeiro, 2014.]. A curva de Sargin é implementada segundo o modelo não linear para análise limite global apresentado no CEN Eurocode 2:2004 [8[8] COMITÉ EUROPÉEN DE NORMALISATION. Eurocode 2: Design of concrete structures - Part 1-1: General rules and rules for buildings - EN 1992-1-1, Brussels, 2004.].

Os exemplos consideram as resistências características de 15, 30 e 45 MPa. A seção típica retangular de 0,25 m por 0,80 m é submetida a diversos casos de carregamento que incluem a compressão simples e a flexão simples. As excentricidades de 1/4 e 1/2 das dimensões da seção em cada direção são consideradas na flexão composta reta e na flexão composta oblíqua.

As armaduras totais necessárias mostram boa correspondência na compressão simples, na flexão simples com armadura dupla e na flexão composta reta e oblíqua com a maior excentricidade relativa. Os resultados também apresentam boa correspondência na flexão simples sem armadura dupla quando a armadura atinge o escoamento. A comparação de resultados mostra que o uso da armadura de compressão em vigas para evitar a posição da linha neutra no domínio 4 também garante uma boa correspondência entre o diagrama parábola-retângulo e a curva de Sargin.

Diferenças mais significativas são observadas na flexão composta reta e oblíqua com a menor excentricidade relativa. O diagrama parábola-retângulo é mais conservador para concreto C15, que apresenta a diferença relativa de -9,0% entre armaduras totais necessárias (Tabela 4). A curva de Sargin requer maiores armaduras para os concretos C30 e C45, que apresentam diferenças relativas de 13,9% e 28,7%, respectivamente (Tabela 6). As diferenças relativas são maiores para as menores taxas de armadura, pois as diferenças absolutas entre armaduras são limitadas a -1,4 cm2, 1,4 cm2 e 3,6 cm2 para os concretos C15, C30 e C45, respectivamente.

Apesar da boa correspondência observada na maioria dos casos analisados, o estudo demonstra que os resultados de dimensionamento com a curva de Sargin não são necessariamente conservadores quando comparados com o diagrama parábola-retângulo. Por este motivo, a análise limite global com a curva de Sargin não dispensa a verificação de todas as seções transversais pelo diagrama parábola-retângulo.

O método de dimensionamento proposto é numericamente eficiente e robusto, e pode ser utilizado com outras relações tensão-deformação que apresentam ramos descendentes. Os exemplos utilizam parâmetros de análise local e global para o diagrama parábola-retângulo e a curva de Sargin, respectivamente. A validação de um único modelo de cálculo, para o dimensionamento da seção transversal e a análise limite global, motiva futuras investigações.

8. Agradecimentos

O primeiro autor agradece à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pelo apoio financeiro. Os autores agradecem às valiosas sugestões do Prof. Benjamin Ernani Diaz.

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  • Available Online: 23 Nov 2018

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Dez 2018

Histórico

  • Recebido
    19 Abr 2017
  • Aceito
    12 Jun 2018
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