Acessibilidade / Reportar erro

Tecnologias educacionais sobre infecções sexualmente transmissíveis para mulheres encarceradas

Resumos

Objetivo:

analisar na literatura científica as tecnologias educacionais sobre infecções sexualmente transmissíveis utilizadas na educação em saúde de mulheres encarceradas.

Método:

revisão integrativa realizada por meio de busca de artigos nas bases de dados Scopus, Cumulative Index of Nursing and Allied Health, Education Resources Information Center, PsycInFO, Medical Literature Analysis and Retrieval System Online, Literatura Latino-Americana em Ciências da Saúde, Cochrane e na biblioteca eletrônica Science Direct. Não houve restrição de idioma e tempo. Foi desenvolvida uma estratégia de busca no PubMed e, posteriormente, adaptada para as demais bases.

Resultados:

foram identificados inicialmente 823 estudos e após aplicação de critérios de inclusão e exclusão, selecionaram-se oito artigos. A maioria foi desenvolvida nos Estados Unidos, com predomínio de ensaios clínicos randomizados. As tecnologias identificadas foram do tipo materiais impressos, isolados ou associados a simuladores dos órgãos genitais, vídeos e jogos.

Conclusão:

as tecnologias sobre infecções sexualmente transmissíveis, utilizadas na educação em saúde de mulheres encarceradas, podem contribuir na adesão à prevenção desse grave problema de saúde pública no contexto da privação de liberdade.

Descritores:
Tecnologia Educacional; Doenças Sexualmente Transmissíveis; Educação Sexual; Educação em Saúde; Mulheres; Prisões


Objective:

to analyze in the scientific literature the educational technologies on sexually transmitted infections used in health education for incarcerated women.

Method:

an integrative review carried out by searching for articles in the following databases: Scopus, Cumulative Index of Nursing and Allied Health, Education Resources Information Center, PsycInFO, Medical Literature Analysis and Retrieval System Online, Latin American Literature in Health Sciences, Cochrane, and the ScienceDirect electronic library. There were no language and time restrictions. A search strategy was developed in PubMed and later adapted to the other databases.

Results:

a total of 823 studies were initially identified and, after applying inclusion and exclusion criteria, eight articles were selected. Most of them were developed in the United States with a predominance of randomized clinical trials. The technologies identified were of the printed materials type, isolated or associated to simulators of genital organs, videos, and games.

Conclusion:

the technologies on sexually transmitted infections used in health education for incarcerated women may contribute to adherence to the prevention of this serious public health problem in the context of deprivation of liberty.

Descriptors:
Educational Technology; Sexually Transmitted Diseases; Sex Education; Health Education; Women; Prisons


Objetivo:

analizar en la literatura científica las tecnologías educativas sobre infecciones de transmisión sexual utilizadas en la educación sanitaria para mujeres encarceladas.

Método:

revisión integradora realizada por medio de la búsqueda de artículos en las bases de datos Scopus, Cumulative Index of Nursing and Allied Health, Education Resources Information Center, PsycInFO, Medical Literature Analysis and Retrieval System Online, Literatura Latinoamericana en Ciencias de la Salud, Cochrane y en la biblioteca electrónica Science Direct. No hubo restricciones de idioma y/o fecha de publicación. Se desarrolló una estrategia de búsqueda en PubMed y, posteriormente, se adaptó a las otras bases de datos.

Resultados:

en un principio, se identificaron 823 estudios y después de aplicar los criterios de inclusión y exclusión, se seleccionaron ocho artículos. La mayoría se desarrollaron en los Estados Unidos, con predominio de ensayos clínicos aleatorios. Entre las tecnologías identificadas, se encuentran materiales impresos, utilizados de forma aislada o asociados con simuladores de órganos genitales, videos y juegos.

Conclusión:

las tecnologías sobre infecciones de transmisión sexual, utilizadas en la educación sanitaria para mujeres encarceladas, pueden contribuir en la adhesión a la prevención de este grave problema de salud pública en el contexto de la privación de libertad.

Descriptores:
Tecnología Educacional; Enfermedades de Transmisión Sexual; Educación Sexual; Educación en Salud; Mujeres; Prisiones


Introdução

As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) estão associadas a mais de 30 microorganismos. Das oito IST mais incidentes, quatro têm cura: sífilis, gonorreia, clamídia e tricomoníase. Contudo, hepatite B, herpes, Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e Papiloma Vírus Humano (HPV) permanecem incuráveis, apesar da existência de tratamento(11 World Health Organization. Sexually transmitted infections (STIs). [Internet]. 2019 [cited Jan 6, 2020]. Available from: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/sexually-transmitted-infections-(stis)
https://www.who.int/news-room/fact-sheet...
).

No mundo, mais de 1 milhão de IST curáveis ocorrem todos os dias. Nesse sentido, a prevenção e o controle dessas infecções acontecem como excelente estratégia no campo da saúde pública. A Organização Mundial da Saúde lançou em 2016 uma inciativa global para redução das IST (2016-2021). Dentre os seus princípios estão: cobertura universal de saúde; uso de intervenções baseadas em evidências; promoção de direitos humanos com igualdade de gênero e equidade em saúde; e empoderamento das pessoas mais acometidas por IST(22 World Health Organization. Report on global sexually transmitted infection surveillance. [Internet]. Geneva: WHO; 2018. [cited Feb 12, 2020]. Available from: https://www.who.int/reproductivehealth/publications/stis-surveillance-2018/en/
https://www.who.int/reproductivehealth/p...
).

Nesse grupo estão as mulheres encarceradas, que têm a problemática das IST potencializada por ocasião da privação de liberdade(33 Emerson AM, Carroll HF, Ramaswamy M. Education level as a predictor of condom use in jail-incarcerated women, with fundamental-cause analysis. Public Health Nurs. [Internet]. 2018 [cited July 14, 2019];35(4):273-80. Available from: http://dx.doi.org/10.1111/phn.12514
http://dx.doi.org/10.1111/phn.12514...
). Essas mulheres são mais propensas a contraírem uma IST quando comparadas à população em geral(44 Maruschak lM, Berzofsky M, Unangst J. Medical Problems of State and Federal Prisoners and Jail Inmates, 2011-12. [Internet]. Washington, D.C: Bureau of Justice Statistics; 2016 [cited Oct 14, 2019]. Available from: https://www.bjs.gov/content/pub/pdf/mpsfpji1112.pdf
https://www.bjs.gov/content/pub/pdf/mpsf...

5 Besney JD, Angel C, Pyne D, Martell R, Keenan L, Ahmed R. Addressing Women’s Unmet Health Care Needs in a Canadian Remand Center: Catalyst for Improved Health? J Correct Health Care. 2018;24(3):276-94. doi: http://dx.doi.org/10.1177/1078345818780731
http://dx.doi.org/10.1177/10783458187807...
-66 Wise A, Finlayson T, Nerlander L, Sionean C, Paz-Bailey G; NHBS Study Group. Incarceration, Sexual Risk-Related Behaviors, and HIV Infection Among Women at Increased Risk of HIV Infection, 20 United States Cities. J Acquir Immune Defic Syndr. 2017;75 Suppl 3:S261-7. doi: http://dx.doi.org/10.1097/QAI.0000000000001401
http://dx.doi.org/10.1097/QAI.0000000000...
). Além disso, pessoas encarceradas apresentam história de comportamentos de risco na prisão que favorecem a ocorrência desse tipo de infecção, como compartilhamento de seringas e sexo sem proteção(77 Felisberto M, Saretto AA, Wopereis S, Treitinger A, Machado MJ, Spada C. Prevalence of human immunodeficiency virus infection and associated risk factors among prison inmates in the City of Florianópolis. Rev Soc Bras Med Trop. 2016;49(5):620-3. doi: http://dx.doi.org/10.1590/0037-8682-0187-2016
http://dx.doi.org/10.1590/0037-8682-0187...
-88 Pala KC, Baggio S, Tran NT, Girardin F, Wolff H, Gétaz L. Blood-borne and sexually transmitted infections: a cross-sectional study in a Swiss prison. BMC Infect Dis. 2018;18(1):539. doi: http://dx.doi.org/10.1186/s12879-018-3445-6
http://dx.doi.org/10.1186/s12879-018-344...
). Entre as IST mais associadas a essa população estão HIV, sífilis, herpes genital, hepatites virais, gonorreia, clamídia e HPV(99 Adams JW, Lurie MN, King MRF, Brady KA, Galea S, Friedman SR, et al. Potential drivers of HIV acquisition in African-American women related to mass incarceration: an agent-based modelling study. BMC Public Health. 2018;18(1):1387-97. doi: http://dx.doi.org/10.1186/s12889-018-6304-x
http://dx.doi.org/10.1186/s12889-018-630...

10 Villarroel-Torrico M, Montaño K, Flores-Arispe P, Jeannot E, Flores-León A, Cossio N, et al. Syphilis, human immunodeficiency virus, herpes genital and hepatites B in a women’s prison in Cochabamba, Bolivia: prevalence and risk factors. Rev Esp Sanid Penit. 2018 [cited Feb 3, 2020];20(2):47-54. Available from: http://scielo.isciii.es/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1575-06202018000200047&lng=en&nrm=iso&tlng=en
http://scielo.isciii.es/scielo.php?scrip...

11 Domingues RMSM, Leal MC, Pereira APE, Ayres B, Sánchez AR, Larouzé B. Prevalence of syphilis and HIV infection during pregnancy in incarcerated women and the incidence of congenital syphilis in births in prison in Brazil. Cad Saúde Pública. 2017;33(11):e00183616. doi: http://dx.doi.org/10.1590/0102-311x00183616
http://dx.doi.org/10.1590/0102-311x00183...

12 Burghardt NO, Chow JM, Steiner A, Bauer HM. Trends in Chlamydia Screening, Test Positivity, and Treatment Among Females in California Juvenile Detention Facilities, 2003-2014. Sex Transm Dis. 2016;43(1):12-7. doi: http://dx.doi.org/10.1097/OLQ.0000000000000382
http://dx.doi.org/10.1097/OLQ.0000000000...

13 Stephens T, Holliday RC, Hopkins S, Rose S, Braithwaite R, Smith S. Correlates of African American female adolescent offenders 3, 4-Methylenedioxymethamphetamine (MDMA or “Ecstasy”) use and sexually transmitted infection morbidity. J Hum Behav Soc Environ. 2016;26(2):194-201. doi: http://dx.doi.org/10.1080/10911359.2015.1083502
http://dx.doi.org/10.1080/10911359.2015....

14 Courtemanche Y, Poulin C, Serhir B, Alary M. HIV and hepatitis C virus infections in Quebec’s provincial detention centres: comparing prevalence and related risky behaviours between 2003 and 2014-2015. Can J Public Health. 2018;109(3):353-61. doi: http://dx.doi.org/10.17269/s41997-018-0047-4
http://dx.doi.org/10.17269/s41997-018-00...
-1515 Moore A, Cox-Martin M, Dempsey AF, Berenbaum Szanton K, Binswanger IA. HPV Vaccination in Correctional Care: Knowledge, Attitudes, and Barriers Among Incarcerated Women. J Correct Health Care. 2019;25(3):219-30. doi: http://dx.doi.org/10.1177/1078345819853286
http://dx.doi.org/10.1177/10783458198532...
).

As regras de Bangkok, documento internacional sobre o tratamento de mulheres encarceradas, afirmam que elas devem receber educação e informação sobre como prevenir IST(1616 Conselho Nacional de Justiça (BR). Regras de Bangkok: regras das Nações Unidas para o tratamento de mulheres presas e medidas não privativas de liberdade para mulheres infratoras. [Internet]. 2016 [Acesso 24 jun 2020]. Disponível em: https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2019/09/cd8bc11ffdcbc397c32eecdc40afbb74.pdf
https://www.cnj.jus.br/wp-content/upload...
). Essas mulheres, por vezes oriundas de camadas menos favorecidas da sociedade, apresentam pouco conhecimento sobre a prevenção de IST(1717 Muessig KE, Rosen DL, Farel CE, White BL, Filene EJ, Wohl DA. “Inside These Fences is Our Own Little World”: Prison-Based HIV Testing and HIV-Related Stigma Among Incarcerated Men and Women. AIDS Educ Prev. 2016;28(2):103-16. doi: http://dx.doi.org/10.1521/aeap.2016.28.2.103
http://dx.doi.org/10.1521/aeap.2016.28.2...
-1818 Zin NM, Ishak I, Manoharan K. Knowledge, attitude and practice towards sexually transmitted diseases amongst the inmates of women shelters homes at Klang Valley. BMC Public Health. 2019;19(Suppl 4):639. doi: https://doi.org/10.1186/s12889-019-6863-5
https://doi.org/10.1186/s12889-019-6863-...
). Isso eleva a necessidade de desenvolver ações de educação em saúde com foco na minimização do número de casos.

As tecnologias educacionais advêm como estratégia de educação em saúde a ser considerada no processo de ensino-aprendizagem. Essas ferramentas podem, por exemplo, estimular mudanças de estilo de vida no campo individual, contribuir com o controle de fatores de risco considerados modificáveis e favorecer a adesão a tratamentos(1919 Maniva SJCF, Carvalho ZMF, Gomes RKG, Carvalho REFL, Ximenes LB, Freitas CH. Educational technologies for health education on stroke: an integrative review. Rev Bras Enferm. 2018;71(Suppl 4):1724-31. doi: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0041
https://doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0...
).

A aquisição de novos conhecimentos pode não garantir mudanças de comportamentos, contudo em muitas situações a falta de conhecimento pode levar a comportamentos inadequados de autocuidado. Assim, quando compartilhada entre as pessoas de forma concreta, a informação, fundamentada em sólidas evidências, pode ser capaz de produzir mudanças no estilo de vida quanto a práticas de autocuidado na prevenção das IST(2020 Wild CF, Nietsche EA, Salbego C, Teixeira E, Favero NB. Validation of educational booklet: an educational technology in dengue prevention. Rev Bras Enferm. 2019;72(5):1318-25. doi: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2018-0771
http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2018...
).

Ressalta-se que até o presente momento não foram identificados na literatura nacional e internacional estudos de revisão sobre o uso de tecnologias educacionais sobre IST para mulheres encarceradas. Assim, a presente pesquisa pode contribuir para o preenchimento dessa lacuna. Igualmente, seus resultados podem subsidiar a prática de profissionais de saúde ao permitir a tomada de decisões baseada em evidências científicas e, ao mesmo tempo, promover reflexões críticas relacionadas ao uso de tecnologias sobre IST na perspectiva da educação em saúde nesta população. O presente estudo objetivou analisar na literatura científica as tecnologias educacionais sobre IST utilizadas na educação em saúde de mulheres encarceradas.

Método

Revisão integrativa desenvolvida com base nas seguintes etapas: formulação do problema; busca na literatura; avaliação dos dados; análise dos dados; e apresentação dos resultados(2121 Whittemore R, Knafl K. The integrative review: updated methodology. J Adv Nurs. 2005;52(5):546-53. doi: http://dx.doi.org/ 10.1111/j.1365-2648.2005.03621.x
http://dx.doi.org/ 10.1111/j.1365-2648.2...
). Como forma de auxiliar a coleta de dados, procedeu-se com a elaboração de um protocolo de busca, o qual continha as seguintes informações: tema; objetivo; questão norteadora; estratégias de busca (base de dados, descritores e cruzamentos); critérios de inclusão e exclusão; e procedimento de coleta de dados.

A questão de pesquisa foi elaborada com base na estratégia PICo: (P) - População (mulheres encarceradas); (I) - Interesse (tecnologia educacional sobre IST); (Co) - Contexto (educação em saúde)(2222 Pollock A, Berge E. How to do a systematic review. Int J Stroke. 2018;13(2):138-56. doi: http://dx.doi.org/10.1177/1747493017743796
http://dx.doi.org/10.1177/17474930177437...
). Assim, obteve-se o seguinte questionamento: Quais as evidências disponíveis na literatura relacionadas às tecnologias educacionais sobre IST utilizadas na educação em saúde de mulheres encarceradas?

As bases de dados selecionadas foram Scopus, Cumulative Index of Nursing and Allied Health (CINAHL), Education Resources Information Center (ERIC), PsycInFO; MEDLINE (via PubMed), Literatura Latino-Americana em Ciências da Saúde (LILACS), Cochrane, além da biblioteca eletrônica Science Direct. A seleção dos artigos ocorreu no mês de janeiro de 2020. Para tanto, utilizaram-se descritores controlados MeSH e seus sinônimos. Um asterisco foi adicionado aos descritores para resgatar estudos que apresentassem palavras oriundas do mesmo radical. Os descritores foram combinados por meio dos operadores booleanos “AND” e “OR”. Foram selecionados artigos indexados com termos MesH, bem como sua presença ou seus sinônimos no título/resumo. Inicialmente, a estratégia de busca foi desenvolvida no PubMed, sendo posteriormente adaptada para as demais bases de dados e biblioteca eletrônica (Figura 1).

Figura 1
Estratégia PICo e descritores utilizados. Recife, PE, Brasil, 2020

Os critérios de inclusão adotados foram: artigos originais que abordassem o uso de tecnologia educacional para mulheres encarceradas, publicados até o ano de 2019, em qualquer idioma e disponíveis eletronicamente na íntegra. Foram excluídos os artigos que não respondessem à pergunta de pesquisa.

O acesso às bases de dados foi realizado por meio do portal de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, via acesso remoto institucional. Esse procedimento foi adotado para ampliar a busca dos artigos em sua totalidade. Para a extração de dados, elaborou-se um roteiro no Excel contendo as seguintes informações: autor, título, ano de publicação, país, idioma, periódico, objetivo, desenho do estudo, nº de participantes, tipo de tecnologia, tipo de IST, desfecho e nível de evidência.

Para a classificação do nível de evidência adotou-se a seguinte divisão: 1A - Revisão sistemática de ensaios clínicos controlados randomizados; 1B - Ensaio clínico controlado randomizado com intervalo de confiança estreito; 1C - Resultados terapêuticos do tipo “tudo ou nada”; 2A - Revisão sistemática de estudos de coorte; 2B - Estudo de coorte (incluindo ensaio clínico randomizado de menor qualidade); 2C - Observação de resultados terapêuticos e estudo ecológico; 3A - Revisão sistemática de estudos caso-controle; 3B - Estudo caso-controle; 4 - Relato de casos (incluindo coorte ou caso-controle de menor qualidade); e 5 - Opinião de especialistas(2323 Centre for Evidence-Based Medicine. Oxford Centre for Evidence-based Medicine - Levels of Evidence (March 2009). [Internet]. 2009 [cited Feb 15, 2020]. Available from: https://www.cebm.net/2009/06/oxford-centre-evidence-based-medicine-levels-evidence-march-2009/
https://www.cebm.net/2009/06/oxford-cent...
).

Os artigos foram exportados para o programa EndNote online para remoção dos estudos duplicados. Em seguida, os títulos e resumos dos artigos foram examinados no próprio EndNote e os que atendiam aos critérios de seleção foram considerados para a próxima fase. Esses foram organizados, conforme base/biblioteca de seleção, em uma planilha do Excel. Posteriormente, procedeu-se com a leitura do artigo na íntegra. A seleção foi realizada por duas pesquisadoras de forma independente e as divergências foram solucionadas mediante consenso.

A análise dos dados foi realizada de forma descritiva, sendo os resultados apresentados em um quadro resumo e discutidos com base na literatura disponível sobre a temática. Como o estudo não envolveu pesquisa com seres humanos, não houve necessidade de submissão a Comitê de Ética em Pesquisa. Contudo, ressalta-se que foram mantidas as ideias originais dos autores ao proceder-se com a síntese dos resultados. Adotaram-se para fins de redação do manuscrito as recomendações do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA)(2424 Liberati A, Altman DG, Tetzlaff J, Mulrow C, Gøtzsche PC, Ioannidis JP, et al. The PRISMA statement for reporting systematic reviews and meta-analyses of studies that evaluate health care interventions: explanation and elaboration. PLoS Med. 2009;6(7):e1000100. doi: http://dx.doi.org/10.1371/journal.pmed.1000100
http://dx.doi.org/10.1371/journal.pmed.1...
).

Resultados

Foram identificados 823 artigos, dos quais oito foram selecionados após aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, conforme apresentado na Figura 2.

Figura 2
Fluxo de seleção dos artigos. Recife, PE, Brasil, 2020

Dos oito estudos que integraram a revisão integrativa, cinco foram identificados na MEDLINE(2525 Staton M, Strickland J, Webster JM, Leukefeld C, Oser C, Pike E. HIV prevention in rural Appalachian jails: Implications for reentry risk reduction among women who use drugs. AIDS Behav. 2018; 22(12):4009-18. doi: http://dx.doi.org/10.1007/s10461-018-2209-z
http://dx.doi.org/10.1007/s10461-018-220...

26 Gupta N, Schmidt H, Buisker T, Dufour MS, Goldenson J, Myers J, et al. After the Fact: A Brief Educational Program on HIV Postexposure Prophylaxis for Female Detainees in a Local Jail. J Correct Health Care. 2015;21(2):140-51. doi: https://doi.org/10.1177/1078345815572335
https://doi.org/10.1177/1078345815572335...

27 DiClemente RJ, Davis TL, Swartzendruber A, Fasula AM, Boyce L, Gelaude D, et al. Efficacy of an HIV/STI sexual risk-reduction intervention for African American adolescent girls in juvenile detention centers: a randomized controlled trial. Women Health. 2014;54:726-49. doi: https://doi.org/10.1080/03630242.2014.932893
https://doi.org/10.1080/03630242.2014.93...

28 Knudsen HK, Staton-Tindall M, Oser CB, Havens JR, Leukefeld CG. Reducing risky relationships: a multisite randomized trial of a prison-based intervention for reducing HIV sexual risk behaviors among women with a history of drug use. AIDS Care. 2014;26(9):1071-9. doi: https://doi.org/10.1080/09540121.2013.878779
https://doi.org/10.1080/09540121.2013.87...
-2929 Lawrence J, Eldridge GD, Shelby MC, Little CE, Brasfield TL, O’Bannon RE. HIV risk reduction for incarcerated women: a comparison of brief interventions based on two theoretical models. J Consult Clin Psychol. 1997;65(3):504-9. doi: https://doi.org/10.1037//0022-006x.65.3.504
https://doi.org/10.1037//0022-006x.65.3....
), um na Cochrane(3030 Fogel CI, Crandell JL, Neevel AM, Parker SD, Carry M, White BL, et al. Efficacy of an Adapted HIV and Sexually Transmitted Infection Prevention Intervention for Incarcerated Women: A Randomized Controlled Trial. Am J Public Health. 2015;105(4):802-9. doi: http://dx.doi.org/10.2105/AJPH.2014.302105
http://dx.doi.org/10.2105/AJPH.2014.3021...
), um na ScienceDirect (3131 Guedes TG, Linhares FMP, Morais SCRV, Ferreira IF, Mendonça TG, Silva FV, et al. Health education: strategy for sexual and reproductive care for women in custody. Procedia. 2015;174:821-5. doi: https://doi.org/10.1016/j.sbspro.2015.01.668
https://doi.org/10.1016/j.sbspro.2015.01...
) e um na CINAHL(3232 Johnson JE, Peabody ME, Wechsberg WM, Rosen RK, Fernandes K, Zlotnick C. Feasibility of an HIV/STI Risk-Reduction Program for Incarcerated Women Who Have Experienced Interpersonal Violence. J Interpers Violence. 2015;30(18):3244-66. doi: https://doi.org/10.1177/0886260514555013
https://doi.org/10.1177/0886260514555013...
). Os estudos, em sua maioria, foram desenvolvidos nos Estados Unidos (7)(2525 Staton M, Strickland J, Webster JM, Leukefeld C, Oser C, Pike E. HIV prevention in rural Appalachian jails: Implications for reentry risk reduction among women who use drugs. AIDS Behav. 2018; 22(12):4009-18. doi: http://dx.doi.org/10.1007/s10461-018-2209-z
http://dx.doi.org/10.1007/s10461-018-220...

26 Gupta N, Schmidt H, Buisker T, Dufour MS, Goldenson J, Myers J, et al. After the Fact: A Brief Educational Program on HIV Postexposure Prophylaxis for Female Detainees in a Local Jail. J Correct Health Care. 2015;21(2):140-51. doi: https://doi.org/10.1177/1078345815572335
https://doi.org/10.1177/1078345815572335...

27 DiClemente RJ, Davis TL, Swartzendruber A, Fasula AM, Boyce L, Gelaude D, et al. Efficacy of an HIV/STI sexual risk-reduction intervention for African American adolescent girls in juvenile detention centers: a randomized controlled trial. Women Health. 2014;54:726-49. doi: https://doi.org/10.1080/03630242.2014.932893
https://doi.org/10.1080/03630242.2014.93...

28 Knudsen HK, Staton-Tindall M, Oser CB, Havens JR, Leukefeld CG. Reducing risky relationships: a multisite randomized trial of a prison-based intervention for reducing HIV sexual risk behaviors among women with a history of drug use. AIDS Care. 2014;26(9):1071-9. doi: https://doi.org/10.1080/09540121.2013.878779
https://doi.org/10.1080/09540121.2013.87...

29 Lawrence J, Eldridge GD, Shelby MC, Little CE, Brasfield TL, O’Bannon RE. HIV risk reduction for incarcerated women: a comparison of brief interventions based on two theoretical models. J Consult Clin Psychol. 1997;65(3):504-9. doi: https://doi.org/10.1037//0022-006x.65.3.504
https://doi.org/10.1037//0022-006x.65.3....
-3030 Fogel CI, Crandell JL, Neevel AM, Parker SD, Carry M, White BL, et al. Efficacy of an Adapted HIV and Sexually Transmitted Infection Prevention Intervention for Incarcerated Women: A Randomized Controlled Trial. Am J Public Health. 2015;105(4):802-9. doi: http://dx.doi.org/10.2105/AJPH.2014.302105
http://dx.doi.org/10.2105/AJPH.2014.3021...
,3232 Johnson JE, Peabody ME, Wechsberg WM, Rosen RK, Fernandes K, Zlotnick C. Feasibility of an HIV/STI Risk-Reduction Program for Incarcerated Women Who Have Experienced Interpersonal Violence. J Interpers Violence. 2015;30(18):3244-66. doi: https://doi.org/10.1177/0886260514555013
https://doi.org/10.1177/0886260514555013...
) e todos escritos em inglês. Apenas um artigo foi realizado no Brasil(3131 Guedes TG, Linhares FMP, Morais SCRV, Ferreira IF, Mendonça TG, Silva FV, et al. Health education: strategy for sexual and reproductive care for women in custody. Procedia. 2015;174:821-5. doi: https://doi.org/10.1016/j.sbspro.2015.01.668
https://doi.org/10.1016/j.sbspro.2015.01...
). Identificaram-se publicações entre os anos de 1997 a 2018, com predomínio do ano de 2015, o qual apresentou quatro publicações(2626 Gupta N, Schmidt H, Buisker T, Dufour MS, Goldenson J, Myers J, et al. After the Fact: A Brief Educational Program on HIV Postexposure Prophylaxis for Female Detainees in a Local Jail. J Correct Health Care. 2015;21(2):140-51. doi: https://doi.org/10.1177/1078345815572335
https://doi.org/10.1177/1078345815572335...
,3030 Fogel CI, Crandell JL, Neevel AM, Parker SD, Carry M, White BL, et al. Efficacy of an Adapted HIV and Sexually Transmitted Infection Prevention Intervention for Incarcerated Women: A Randomized Controlled Trial. Am J Public Health. 2015;105(4):802-9. doi: http://dx.doi.org/10.2105/AJPH.2014.302105
http://dx.doi.org/10.2105/AJPH.2014.3021...

31 Guedes TG, Linhares FMP, Morais SCRV, Ferreira IF, Mendonça TG, Silva FV, et al. Health education: strategy for sexual and reproductive care for women in custody. Procedia. 2015;174:821-5. doi: https://doi.org/10.1016/j.sbspro.2015.01.668
https://doi.org/10.1016/j.sbspro.2015.01...
-3232 Johnson JE, Peabody ME, Wechsberg WM, Rosen RK, Fernandes K, Zlotnick C. Feasibility of an HIV/STI Risk-Reduction Program for Incarcerated Women Who Have Experienced Interpersonal Violence. J Interpers Violence. 2015;30(18):3244-66. doi: https://doi.org/10.1177/0886260514555013
https://doi.org/10.1177/0886260514555013...
). Cada artigo foi publicado em um periódico distinto. Apenas dois artigos foram publicados em periódicos vinculados às áreas de ciências comportamentais e sociais(3131 Guedes TG, Linhares FMP, Morais SCRV, Ferreira IF, Mendonça TG, Silva FV, et al. Health education: strategy for sexual and reproductive care for women in custody. Procedia. 2015;174:821-5. doi: https://doi.org/10.1016/j.sbspro.2015.01.668
https://doi.org/10.1016/j.sbspro.2015.01...
) e violência interpessoal(3232 Johnson JE, Peabody ME, Wechsberg WM, Rosen RK, Fernandes K, Zlotnick C. Feasibility of an HIV/STI Risk-Reduction Program for Incarcerated Women Who Have Experienced Interpersonal Violence. J Interpers Violence. 2015;30(18):3244-66. doi: https://doi.org/10.1177/0886260514555013
https://doi.org/10.1177/0886260514555013...
). Os demais estiveram associados à área da saúde. Quanto ao tipo de estudo, cinco configuraram-se como ensaios clínicos randomizados(2525 Staton M, Strickland J, Webster JM, Leukefeld C, Oser C, Pike E. HIV prevention in rural Appalachian jails: Implications for reentry risk reduction among women who use drugs. AIDS Behav. 2018; 22(12):4009-18. doi: http://dx.doi.org/10.1007/s10461-018-2209-z
http://dx.doi.org/10.1007/s10461-018-220...
-2626 Gupta N, Schmidt H, Buisker T, Dufour MS, Goldenson J, Myers J, et al. After the Fact: A Brief Educational Program on HIV Postexposure Prophylaxis for Female Detainees in a Local Jail. J Correct Health Care. 2015;21(2):140-51. doi: https://doi.org/10.1177/1078345815572335
https://doi.org/10.1177/1078345815572335...
,3030 Fogel CI, Crandell JL, Neevel AM, Parker SD, Carry M, White BL, et al. Efficacy of an Adapted HIV and Sexually Transmitted Infection Prevention Intervention for Incarcerated Women: A Randomized Controlled Trial. Am J Public Health. 2015;105(4):802-9. doi: http://dx.doi.org/10.2105/AJPH.2014.302105
http://dx.doi.org/10.2105/AJPH.2014.3021...

31 Guedes TG, Linhares FMP, Morais SCRV, Ferreira IF, Mendonça TG, Silva FV, et al. Health education: strategy for sexual and reproductive care for women in custody. Procedia. 2015;174:821-5. doi: https://doi.org/10.1016/j.sbspro.2015.01.668
https://doi.org/10.1016/j.sbspro.2015.01...
-3232 Johnson JE, Peabody ME, Wechsberg WM, Rosen RK, Fernandes K, Zlotnick C. Feasibility of an HIV/STI Risk-Reduction Program for Incarcerated Women Who Have Experienced Interpersonal Violence. J Interpers Violence. 2015;30(18):3244-66. doi: https://doi.org/10.1177/0886260514555013
https://doi.org/10.1177/0886260514555013...
) e três foram estudos descritivos(2626 Gupta N, Schmidt H, Buisker T, Dufour MS, Goldenson J, Myers J, et al. After the Fact: A Brief Educational Program on HIV Postexposure Prophylaxis for Female Detainees in a Local Jail. J Correct Health Care. 2015;21(2):140-51. doi: https://doi.org/10.1177/1078345815572335
https://doi.org/10.1177/1078345815572335...
,3131 Guedes TG, Linhares FMP, Morais SCRV, Ferreira IF, Mendonça TG, Silva FV, et al. Health education: strategy for sexual and reproductive care for women in custody. Procedia. 2015;174:821-5. doi: https://doi.org/10.1016/j.sbspro.2015.01.668
https://doi.org/10.1016/j.sbspro.2015.01...
-3232 Johnson JE, Peabody ME, Wechsberg WM, Rosen RK, Fernandes K, Zlotnick C. Feasibility of an HIV/STI Risk-Reduction Program for Incarcerated Women Who Have Experienced Interpersonal Violence. J Interpers Violence. 2015;30(18):3244-66. doi: https://doi.org/10.1177/0886260514555013
https://doi.org/10.1177/0886260514555013...
).

As tecnologias educacionais utilizadas sobre IST para mulheres encarceradas foram material impresso, sendo duas intervenções com esse tipo de material associadas a simuladores de órgãos genitais(3131 Guedes TG, Linhares FMP, Morais SCRV, Ferreira IF, Mendonça TG, Silva FV, et al. Health education: strategy for sexual and reproductive care for women in custody. Procedia. 2015;174:821-5. doi: https://doi.org/10.1016/j.sbspro.2015.01.668
https://doi.org/10.1016/j.sbspro.2015.01...
-3232 Johnson JE, Peabody ME, Wechsberg WM, Rosen RK, Fernandes K, Zlotnick C. Feasibility of an HIV/STI Risk-Reduction Program for Incarcerated Women Who Have Experienced Interpersonal Violence. J Interpers Violence. 2015;30(18):3244-66. doi: https://doi.org/10.1177/0886260514555013
https://doi.org/10.1177/0886260514555013...
), seguido por vídeo(2828 Knudsen HK, Staton-Tindall M, Oser CB, Havens JR, Leukefeld CG. Reducing risky relationships: a multisite randomized trial of a prison-based intervention for reducing HIV sexual risk behaviors among women with a history of drug use. AIDS Care. 2014;26(9):1071-9. doi: https://doi.org/10.1080/09540121.2013.878779
https://doi.org/10.1080/09540121.2013.87...

29 Lawrence J, Eldridge GD, Shelby MC, Little CE, Brasfield TL, O’Bannon RE. HIV risk reduction for incarcerated women: a comparison of brief interventions based on two theoretical models. J Consult Clin Psychol. 1997;65(3):504-9. doi: https://doi.org/10.1037//0022-006x.65.3.504
https://doi.org/10.1037//0022-006x.65.3....
-3030 Fogel CI, Crandell JL, Neevel AM, Parker SD, Carry M, White BL, et al. Efficacy of an Adapted HIV and Sexually Transmitted Infection Prevention Intervention for Incarcerated Women: A Randomized Controlled Trial. Am J Public Health. 2015;105(4):802-9. doi: http://dx.doi.org/10.2105/AJPH.2014.302105
http://dx.doi.org/10.2105/AJPH.2014.3021...
) e jogos(2727 DiClemente RJ, Davis TL, Swartzendruber A, Fasula AM, Boyce L, Gelaude D, et al. Efficacy of an HIV/STI sexual risk-reduction intervention for African American adolescent girls in juvenile detention centers: a randomized controlled trial. Women Health. 2014;54:726-49. doi: https://doi.org/10.1080/03630242.2014.932893
https://doi.org/10.1080/03630242.2014.93...
). Cabe destacar que as tecnologias educacionais descritas não foram usadas de forma isolada, mas como parte de uma intervenção educacional que envolveu, por exemplo, sessões em grupo(2626 Gupta N, Schmidt H, Buisker T, Dufour MS, Goldenson J, Myers J, et al. After the Fact: A Brief Educational Program on HIV Postexposure Prophylaxis for Female Detainees in a Local Jail. J Correct Health Care. 2015;21(2):140-51. doi: https://doi.org/10.1177/1078345815572335
https://doi.org/10.1177/1078345815572335...
,2929 Lawrence J, Eldridge GD, Shelby MC, Little CE, Brasfield TL, O’Bannon RE. HIV risk reduction for incarcerated women: a comparison of brief interventions based on two theoretical models. J Consult Clin Psychol. 1997;65(3):504-9. doi: https://doi.org/10.1037//0022-006x.65.3.504
https://doi.org/10.1037//0022-006x.65.3....
,3131 Guedes TG, Linhares FMP, Morais SCRV, Ferreira IF, Mendonça TG, Silva FV, et al. Health education: strategy for sexual and reproductive care for women in custody. Procedia. 2015;174:821-5. doi: https://doi.org/10.1016/j.sbspro.2015.01.668
https://doi.org/10.1016/j.sbspro.2015.01...
) ou combinações de sessões em grupo e individuais(2525 Staton M, Strickland J, Webster JM, Leukefeld C, Oser C, Pike E. HIV prevention in rural Appalachian jails: Implications for reentry risk reduction among women who use drugs. AIDS Behav. 2018; 22(12):4009-18. doi: http://dx.doi.org/10.1007/s10461-018-2209-z
http://dx.doi.org/10.1007/s10461-018-220...
,3232 Johnson JE, Peabody ME, Wechsberg WM, Rosen RK, Fernandes K, Zlotnick C. Feasibility of an HIV/STI Risk-Reduction Program for Incarcerated Women Who Have Experienced Interpersonal Violence. J Interpers Violence. 2015;30(18):3244-66. doi: https://doi.org/10.1177/0886260514555013
https://doi.org/10.1177/0886260514555013...
). Sobre os tipos de IST, o HIV foi objeto de duas tecnologias(2626 Gupta N, Schmidt H, Buisker T, Dufour MS, Goldenson J, Myers J, et al. After the Fact: A Brief Educational Program on HIV Postexposure Prophylaxis for Female Detainees in a Local Jail. J Correct Health Care. 2015;21(2):140-51. doi: https://doi.org/10.1177/1078345815572335
https://doi.org/10.1177/1078345815572335...
,2828 Knudsen HK, Staton-Tindall M, Oser CB, Havens JR, Leukefeld CG. Reducing risky relationships: a multisite randomized trial of a prison-based intervention for reducing HIV sexual risk behaviors among women with a history of drug use. AIDS Care. 2014;26(9):1071-9. doi: https://doi.org/10.1080/09540121.2013.878779
https://doi.org/10.1080/09540121.2013.87...
) e um estudo abordou HIV e vírus da hepatite C(2525 Staton M, Strickland J, Webster JM, Leukefeld C, Oser C, Pike E. HIV prevention in rural Appalachian jails: Implications for reentry risk reduction among women who use drugs. AIDS Behav. 2018; 22(12):4009-18. doi: http://dx.doi.org/10.1007/s10461-018-2209-z
http://dx.doi.org/10.1007/s10461-018-220...
). Os demais estudos abordaram IST/HIV(2727 DiClemente RJ, Davis TL, Swartzendruber A, Fasula AM, Boyce L, Gelaude D, et al. Efficacy of an HIV/STI sexual risk-reduction intervention for African American adolescent girls in juvenile detention centers: a randomized controlled trial. Women Health. 2014;54:726-49. doi: https://doi.org/10.1080/03630242.2014.932893
https://doi.org/10.1080/03630242.2014.93...
,2929 Lawrence J, Eldridge GD, Shelby MC, Little CE, Brasfield TL, O’Bannon RE. HIV risk reduction for incarcerated women: a comparison of brief interventions based on two theoretical models. J Consult Clin Psychol. 1997;65(3):504-9. doi: https://doi.org/10.1037//0022-006x.65.3.504
https://doi.org/10.1037//0022-006x.65.3....

30 Fogel CI, Crandell JL, Neevel AM, Parker SD, Carry M, White BL, et al. Efficacy of an Adapted HIV and Sexually Transmitted Infection Prevention Intervention for Incarcerated Women: A Randomized Controlled Trial. Am J Public Health. 2015;105(4):802-9. doi: http://dx.doi.org/10.2105/AJPH.2014.302105
http://dx.doi.org/10.2105/AJPH.2014.3021...

31 Guedes TG, Linhares FMP, Morais SCRV, Ferreira IF, Mendonça TG, Silva FV, et al. Health education: strategy for sexual and reproductive care for women in custody. Procedia. 2015;174:821-5. doi: https://doi.org/10.1016/j.sbspro.2015.01.668
https://doi.org/10.1016/j.sbspro.2015.01...
-3232 Johnson JE, Peabody ME, Wechsberg WM, Rosen RK, Fernandes K, Zlotnick C. Feasibility of an HIV/STI Risk-Reduction Program for Incarcerated Women Who Have Experienced Interpersonal Violence. J Interpers Violence. 2015;30(18):3244-66. doi: https://doi.org/10.1177/0886260514555013
https://doi.org/10.1177/0886260514555013...
). Quanto ao nível de evidência, um ensaio clínico randomizado foi classificado como 1B(2828 Knudsen HK, Staton-Tindall M, Oser CB, Havens JR, Leukefeld CG. Reducing risky relationships: a multisite randomized trial of a prison-based intervention for reducing HIV sexual risk behaviors among women with a history of drug use. AIDS Care. 2014;26(9):1071-9. doi: https://doi.org/10.1080/09540121.2013.878779
https://doi.org/10.1080/09540121.2013.87...
) e quatro como 2B(2525 Staton M, Strickland J, Webster JM, Leukefeld C, Oser C, Pike E. HIV prevention in rural Appalachian jails: Implications for reentry risk reduction among women who use drugs. AIDS Behav. 2018; 22(12):4009-18. doi: http://dx.doi.org/10.1007/s10461-018-2209-z
http://dx.doi.org/10.1007/s10461-018-220...
,2727 DiClemente RJ, Davis TL, Swartzendruber A, Fasula AM, Boyce L, Gelaude D, et al. Efficacy of an HIV/STI sexual risk-reduction intervention for African American adolescent girls in juvenile detention centers: a randomized controlled trial. Women Health. 2014;54:726-49. doi: https://doi.org/10.1080/03630242.2014.932893
https://doi.org/10.1080/03630242.2014.93...
,2929 Lawrence J, Eldridge GD, Shelby MC, Little CE, Brasfield TL, O’Bannon RE. HIV risk reduction for incarcerated women: a comparison of brief interventions based on two theoretical models. J Consult Clin Psychol. 1997;65(3):504-9. doi: https://doi.org/10.1037//0022-006x.65.3.504
https://doi.org/10.1037//0022-006x.65.3....
-3030 Fogel CI, Crandell JL, Neevel AM, Parker SD, Carry M, White BL, et al. Efficacy of an Adapted HIV and Sexually Transmitted Infection Prevention Intervention for Incarcerated Women: A Randomized Controlled Trial. Am J Public Health. 2015;105(4):802-9. doi: http://dx.doi.org/10.2105/AJPH.2014.302105
http://dx.doi.org/10.2105/AJPH.2014.3021...
). Os demais estudos foram classificados como tendo nível de evidência 4(2626 Gupta N, Schmidt H, Buisker T, Dufour MS, Goldenson J, Myers J, et al. After the Fact: A Brief Educational Program on HIV Postexposure Prophylaxis for Female Detainees in a Local Jail. J Correct Health Care. 2015;21(2):140-51. doi: https://doi.org/10.1177/1078345815572335
https://doi.org/10.1177/1078345815572335...
,3131 Guedes TG, Linhares FMP, Morais SCRV, Ferreira IF, Mendonça TG, Silva FV, et al. Health education: strategy for sexual and reproductive care for women in custody. Procedia. 2015;174:821-5. doi: https://doi.org/10.1016/j.sbspro.2015.01.668
https://doi.org/10.1016/j.sbspro.2015.01...
-3232 Johnson JE, Peabody ME, Wechsberg WM, Rosen RK, Fernandes K, Zlotnick C. Feasibility of an HIV/STI Risk-Reduction Program for Incarcerated Women Who Have Experienced Interpersonal Violence. J Interpers Violence. 2015;30(18):3244-66. doi: https://doi.org/10.1177/0886260514555013
https://doi.org/10.1177/0886260514555013...
). Um quadro foi elaborado para sintetizar as principais características dos estudos (Figura 3).

Figura 3
Apresentação dos artigos incluídos na revisão. Recife, PE, Brasil, 2020

Discussão

As tecnologias identificadas na presente revisão utilizadas na educação em saúde sobre IST para mulheres encarceradas foram materiais impressos, utilizados isoladamente ou associados a simuladores dos órgãos genitais, vídeos e jogos. A ausência de outros tipos de tecnologias, especialmente as que fazem uso da internet, pode ser consequência das dificuldades de sua inserção no contexto do encarceramento por questões de segurança institucional. Tal condição representa um desafio para os pesquisadores da área e, ao mesmo tempo, incita o desenvolvimento de estratégias alternativas às limitações impostas pelo cenário da privação de liberdade.

Com relação ao período em que os estudos foram publicados, observa-se a pouca expressividade do uso desse tipo de recurso educacional no século XX(2929 Lawrence J, Eldridge GD, Shelby MC, Little CE, Brasfield TL, O’Bannon RE. HIV risk reduction for incarcerated women: a comparison of brief interventions based on two theoretical models. J Consult Clin Psychol. 1997;65(3):504-9. doi: https://doi.org/10.1037//0022-006x.65.3.504
https://doi.org/10.1037//0022-006x.65.3....
). Em contrapartida, a partir do ano de 2014 houve um aumento expressivo da descrição em estudos científicos do uso de tecnologias no processo de educação em saúde relacionado às IST para mulheres privadas de liberdade(2525 Staton M, Strickland J, Webster JM, Leukefeld C, Oser C, Pike E. HIV prevention in rural Appalachian jails: Implications for reentry risk reduction among women who use drugs. AIDS Behav. 2018; 22(12):4009-18. doi: http://dx.doi.org/10.1007/s10461-018-2209-z
http://dx.doi.org/10.1007/s10461-018-220...

26 Gupta N, Schmidt H, Buisker T, Dufour MS, Goldenson J, Myers J, et al. After the Fact: A Brief Educational Program on HIV Postexposure Prophylaxis for Female Detainees in a Local Jail. J Correct Health Care. 2015;21(2):140-51. doi: https://doi.org/10.1177/1078345815572335
https://doi.org/10.1177/1078345815572335...

27 DiClemente RJ, Davis TL, Swartzendruber A, Fasula AM, Boyce L, Gelaude D, et al. Efficacy of an HIV/STI sexual risk-reduction intervention for African American adolescent girls in juvenile detention centers: a randomized controlled trial. Women Health. 2014;54:726-49. doi: https://doi.org/10.1080/03630242.2014.932893
https://doi.org/10.1080/03630242.2014.93...
-2828 Knudsen HK, Staton-Tindall M, Oser CB, Havens JR, Leukefeld CG. Reducing risky relationships: a multisite randomized trial of a prison-based intervention for reducing HIV sexual risk behaviors among women with a history of drug use. AIDS Care. 2014;26(9):1071-9. doi: https://doi.org/10.1080/09540121.2013.878779
https://doi.org/10.1080/09540121.2013.87...
,3030 Fogel CI, Crandell JL, Neevel AM, Parker SD, Carry M, White BL, et al. Efficacy of an Adapted HIV and Sexually Transmitted Infection Prevention Intervention for Incarcerated Women: A Randomized Controlled Trial. Am J Public Health. 2015;105(4):802-9. doi: http://dx.doi.org/10.2105/AJPH.2014.302105
http://dx.doi.org/10.2105/AJPH.2014.3021...

31 Guedes TG, Linhares FMP, Morais SCRV, Ferreira IF, Mendonça TG, Silva FV, et al. Health education: strategy for sexual and reproductive care for women in custody. Procedia. 2015;174:821-5. doi: https://doi.org/10.1016/j.sbspro.2015.01.668
https://doi.org/10.1016/j.sbspro.2015.01...
-3232 Johnson JE, Peabody ME, Wechsberg WM, Rosen RK, Fernandes K, Zlotnick C. Feasibility of an HIV/STI Risk-Reduction Program for Incarcerated Women Who Have Experienced Interpersonal Violence. J Interpers Violence. 2015;30(18):3244-66. doi: https://doi.org/10.1177/0886260514555013
https://doi.org/10.1177/0886260514555013...
). Isso pode ser reflexo do crescente número de estudos voltados à construção de tecnologias desenvolvidas para melhorar o processo de assistência e educação em saúde. Neste sentido, frente à magnitude do problema das IST no contexto prisional, espera-se que nos próximos anos novas tecnologias possam ser produzidas para auxiliar as atividades desenvolvidas pelos profissionais dessas áreas e o seu efeito avaliado por meio de estudos robustos.

Além disso, o período de realização de novos estudos corresponde ao período de elevação do número de mulheres encarceradas no mundo. Houve um crescimento de mais de 50% de mulheres privadas de liberdade em todo o mundo desde o ano 2000, com valores que ultrapassam 700 mil(3333 ICPR. World Prison Brief. World Female Imprisonment List. [Internet]. 4. ed. London: ICPR; 2017 [cited Feb 10, 2020]. Available from: https://www.prisonstudies.org/sites/default/files/resources/downloads/world_female_prison_4th_edn_v4_web.pdf
https://www.prisonstudies.org/sites/defa...
). Somam-se a isso as mudanças produzidas no campo da educação em saúde e do ensino com a inserção de novas tecnologias.

Contudo, o uso de tecnologias ou equipamentos digitais não corresponde a uma inovação no ensino do ponto de vista metodológico. Estes recursos, quando aplicados no campo da educação, podem constituir uma ferramenta de auxílio no processo de ensino e aprendizagem. Faz-se necessário que as finalidades para seu uso sejam claras. Além disso, o uso de tecnologias educacionais demanda adaptações para os envolvidos nesse processo, inclusive do ambiente(3434 Wanderley TPSP, Batista MHJ, Dutra Jr LS, Silva VC. Docência em saúde: tempo de novas tecnologias da informação e comunicação. Rev Eletron Comun Inf Inov Saúde. 2018;12(4):488-501. doi: http://dx.doi.org/10.29397/reciis.v12i4.1522
http://dx.doi.org/10.29397/reciis.v12i4....
).

O fato de a maioria dos estudos ter sido desenvolvida nos Estados Unidos mostra a importância dada pela comunidade científica à problemática das IST nas mulheres encarceradas norte-americanas. Ao mesmo tempo, reflete a extensão do problema, uma vez que os Estados Unidos são o país que apresenta maior população de mulheres privadas de liberdade no mundo, com mais de 200 mil(3333 ICPR. World Prison Brief. World Female Imprisonment List. [Internet]. 4. ed. London: ICPR; 2017 [cited Feb 10, 2020]. Available from: https://www.prisonstudies.org/sites/default/files/resources/downloads/world_female_prison_4th_edn_v4_web.pdf
https://www.prisonstudies.org/sites/defa...
).

As demandas de saúde dessa população são complexas, o que é potencializado pela pouca visibilidade nas políticas públicas norte-americanas. Como consequência, menos recursos são destinados, quando comparado com a população carcerária masculina, o que resulta na incapacidade das instituições prisionais em responder às necessidades de saúde femininas(3535 Mignon, S. Health issues of incarcerated women in the United States. Ciênc Saúde Coletiva 2016;21(7):2051-9. doi: http://dx.doi.org/10.1590/1413-81232015217.05302016
http://dx.doi.org/10.1590/1413-812320152...
). Essa realidade é agravada quando se considera o panorama de países subdesenvolvidos que enfrentam inúmeros problemas em setores sociais sensíveis, como saúde, educação e segurança, e precisam lidar com quantidade de recursos financeiros limitados.

Sobre o idioma, é compreensível que o inglês, sendo a principal língua utilizada pela comunidade científica para divulgação de pesquisas(3636 Popova NG, Beavitt TA. English as a means of scientific communication: linguistic imperialism or interlingua? Integraciâ Obrazovaniâ. 2017;21(1):54-70. doi: http://dx.doi.org/10.15507/1991-9468.086.021.201701.054-070
http://dx.doi.org/10.15507/1991-9468.086...
), tenha marcado presença absoluta. As IST são consideradas um grave problema de saúde pública(11 World Health Organization. Sexually transmitted infections (STIs). [Internet]. 2019 [cited Jan 6, 2020]. Available from: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/sexually-transmitted-infections-(stis)
https://www.who.int/news-room/fact-sheet...
) e isso explica o fato de os estudos terem sido publicados especialmente em periódicos da área da saúde. Todavia, esse é um problema que, quando associado ao encarceramento, pode ser trabalhado de forma transversal, o que justifica a presença de artigos publicados em outras áreas do conhecimento(3131 Guedes TG, Linhares FMP, Morais SCRV, Ferreira IF, Mendonça TG, Silva FV, et al. Health education: strategy for sexual and reproductive care for women in custody. Procedia. 2015;174:821-5. doi: https://doi.org/10.1016/j.sbspro.2015.01.668
https://doi.org/10.1016/j.sbspro.2015.01...
-3232 Johnson JE, Peabody ME, Wechsberg WM, Rosen RK, Fernandes K, Zlotnick C. Feasibility of an HIV/STI Risk-Reduction Program for Incarcerated Women Who Have Experienced Interpersonal Violence. J Interpers Violence. 2015;30(18):3244-66. doi: https://doi.org/10.1177/0886260514555013
https://doi.org/10.1177/0886260514555013...
).

As pesquisas do tipo ensaio clínico randomizado foram os principais desenhos de estudo adotado pelos autores e mostraram que as intervenções realizadas foram testadas seguindo um método capaz de produzir evidências robustas. Os resultados provenientes de estudos dessa natureza representam uma das melhores evidências disponíveis no meio científico, dado o rigor com que são conduzidos(3737 Guerrera F, Renaud S, Tabbò F, Filosso PL. How to design a randomized clinical trial: tips and tricks for conduct a successful study in thoracic disease domain. J Thorac Dis. 2017;9(8):2692-6. doi: http://dx.doi.org/10.21037/jtd.2017.06.147
http://dx.doi.org/10.21037/jtd.2017.06.1...
). Isso reflete o nível elevado de evidência obtido pela maioria dos estudos, apesar de entre os ensaios clínicos apenas um ter obtido nível 1B. Isso ocorreu em função das perdas de seguimento, presentes nos demais ensaios, superiores a 20%, que faz com que sejam classificados como 2B(2323 Centre for Evidence-Based Medicine. Oxford Centre for Evidence-based Medicine - Levels of Evidence (March 2009). [Internet]. 2009 [cited Feb 15, 2020]. Available from: https://www.cebm.net/2009/06/oxford-centre-evidence-based-medicine-levels-evidence-march-2009/
https://www.cebm.net/2009/06/oxford-cent...
).

As intervenções nas quais as tecnologias descritas anteriormente foram empregadas variaram quanto à forma de emprego, deixando evidente um processo mais amplo que envolveu sessões em grupo e individuais(2525 Staton M, Strickland J, Webster JM, Leukefeld C, Oser C, Pike E. HIV prevention in rural Appalachian jails: Implications for reentry risk reduction among women who use drugs. AIDS Behav. 2018; 22(12):4009-18. doi: http://dx.doi.org/10.1007/s10461-018-2209-z
http://dx.doi.org/10.1007/s10461-018-220...
-2626 Gupta N, Schmidt H, Buisker T, Dufour MS, Goldenson J, Myers J, et al. After the Fact: A Brief Educational Program on HIV Postexposure Prophylaxis for Female Detainees in a Local Jail. J Correct Health Care. 2015;21(2):140-51. doi: https://doi.org/10.1177/1078345815572335
https://doi.org/10.1177/1078345815572335...
,2929 Lawrence J, Eldridge GD, Shelby MC, Little CE, Brasfield TL, O’Bannon RE. HIV risk reduction for incarcerated women: a comparison of brief interventions based on two theoretical models. J Consult Clin Psychol. 1997;65(3):504-9. doi: https://doi.org/10.1037//0022-006x.65.3.504
https://doi.org/10.1037//0022-006x.65.3....
,3131 Guedes TG, Linhares FMP, Morais SCRV, Ferreira IF, Mendonça TG, Silva FV, et al. Health education: strategy for sexual and reproductive care for women in custody. Procedia. 2015;174:821-5. doi: https://doi.org/10.1016/j.sbspro.2015.01.668
https://doi.org/10.1016/j.sbspro.2015.01...
-3232 Johnson JE, Peabody ME, Wechsberg WM, Rosen RK, Fernandes K, Zlotnick C. Feasibility of an HIV/STI Risk-Reduction Program for Incarcerated Women Who Have Experienced Interpersonal Violence. J Interpers Violence. 2015;30(18):3244-66. doi: https://doi.org/10.1177/0886260514555013
https://doi.org/10.1177/0886260514555013...
) e em alguns casos até acompanhamento após a liberdade(2727 DiClemente RJ, Davis TL, Swartzendruber A, Fasula AM, Boyce L, Gelaude D, et al. Efficacy of an HIV/STI sexual risk-reduction intervention for African American adolescent girls in juvenile detention centers: a randomized controlled trial. Women Health. 2014;54:726-49. doi: https://doi.org/10.1080/03630242.2014.932893
https://doi.org/10.1080/03630242.2014.93...
-2828 Knudsen HK, Staton-Tindall M, Oser CB, Havens JR, Leukefeld CG. Reducing risky relationships: a multisite randomized trial of a prison-based intervention for reducing HIV sexual risk behaviors among women with a history of drug use. AIDS Care. 2014;26(9):1071-9. doi: https://doi.org/10.1080/09540121.2013.878779
https://doi.org/10.1080/09540121.2013.87...
,3030 Fogel CI, Crandell JL, Neevel AM, Parker SD, Carry M, White BL, et al. Efficacy of an Adapted HIV and Sexually Transmitted Infection Prevention Intervention for Incarcerated Women: A Randomized Controlled Trial. Am J Public Health. 2015;105(4):802-9. doi: http://dx.doi.org/10.2105/AJPH.2014.302105
http://dx.doi.org/10.2105/AJPH.2014.3021...
). Isso reforça a concepção de que a tecnologia é mais um instrumento para auxiliar os profissionais no processo de educação em saúde e que os resultados obtidos não podem ser atribuídos exclusivamente ao seu emprego, mas ao conjunto da intervenção como um todo.

Sobre as IST, houve presença marcante do HIV/aids. A prevalência do HIV nas prisões é maior que na comunidade(3838 Golrokhi R, Farhoudi B, Taj L, Pahlaviani FG, Mazaheri-Tehrani E, Cossarizza A, et al. HIV Prevalence and Correlations in Prisons in Different Regions of the World: A Review Article. Open AIDS J. 2018;12:81-92. doi: http://dx.doi.org/10.2174/1874613601812010081
http://dx.doi.org/10.2174/18746136018120...
). Neste sentido, o combate à infecção pelo HIV nos ambientes prisionais representa um enorme desafio tanto para o sistema de saúde como para o judiciário. Além disso, é preciso considerar as repercussões que a infecção pelo HIV pode causar tanto no campo individual como coletivo. Igualmente, os custos associados à prevenção são notadamente inferiores aos dispendidos com tratamentos(3939 Sousa KAA, Araújo TME, Teles SA, Rangel EML, Nery IS. Factors associated with HIV prevalence in a prison population. Rev Esc Enferm USP. 2017;51:e03274. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S1980-220X2016040903274
http://dx.doi.org/10.1590/S1980-220X2016...
).

O material impresso foi frequentemente utilizado como tecnologia educacional nos estudos analisados, por vezes associado a outras tecnologias ou estratégias, como os simuladores dos órgãos sexuais(3131 Guedes TG, Linhares FMP, Morais SCRV, Ferreira IF, Mendonça TG, Silva FV, et al. Health education: strategy for sexual and reproductive care for women in custody. Procedia. 2015;174:821-5. doi: https://doi.org/10.1016/j.sbspro.2015.01.668
https://doi.org/10.1016/j.sbspro.2015.01...
-3232 Johnson JE, Peabody ME, Wechsberg WM, Rosen RK, Fernandes K, Zlotnick C. Feasibility of an HIV/STI Risk-Reduction Program for Incarcerated Women Who Have Experienced Interpersonal Violence. J Interpers Violence. 2015;30(18):3244-66. doi: https://doi.org/10.1177/0886260514555013
https://doi.org/10.1177/0886260514555013...
). Sabe-se que o ambiente prisional apresenta limitações quanto à entrada de recursos tecnológicos, ainda que educacionais. Tecnologias digitais ou que necessitam de acesso à internet dificilmente são empregadas nesse ambiente. Isso se relaciona com a escolha por materiais impressos, como folders, quadros, fotos e livretos(3131 Guedes TG, Linhares FMP, Morais SCRV, Ferreira IF, Mendonça TG, Silva FV, et al. Health education: strategy for sexual and reproductive care for women in custody. Procedia. 2015;174:821-5. doi: https://doi.org/10.1016/j.sbspro.2015.01.668
https://doi.org/10.1016/j.sbspro.2015.01...
-3232 Johnson JE, Peabody ME, Wechsberg WM, Rosen RK, Fernandes K, Zlotnick C. Feasibility of an HIV/STI Risk-Reduction Program for Incarcerated Women Who Have Experienced Interpersonal Violence. J Interpers Violence. 2015;30(18):3244-66. doi: https://doi.org/10.1177/0886260514555013
https://doi.org/10.1177/0886260514555013...
).

Outros recursos como vídeos e jogos também foram empregados(2727 DiClemente RJ, Davis TL, Swartzendruber A, Fasula AM, Boyce L, Gelaude D, et al. Efficacy of an HIV/STI sexual risk-reduction intervention for African American adolescent girls in juvenile detention centers: a randomized controlled trial. Women Health. 2014;54:726-49. doi: https://doi.org/10.1080/03630242.2014.932893
https://doi.org/10.1080/03630242.2014.93...

28 Knudsen HK, Staton-Tindall M, Oser CB, Havens JR, Leukefeld CG. Reducing risky relationships: a multisite randomized trial of a prison-based intervention for reducing HIV sexual risk behaviors among women with a history of drug use. AIDS Care. 2014;26(9):1071-9. doi: https://doi.org/10.1080/09540121.2013.878779
https://doi.org/10.1080/09540121.2013.87...

29 Lawrence J, Eldridge GD, Shelby MC, Little CE, Brasfield TL, O’Bannon RE. HIV risk reduction for incarcerated women: a comparison of brief interventions based on two theoretical models. J Consult Clin Psychol. 1997;65(3):504-9. doi: https://doi.org/10.1037//0022-006x.65.3.504
https://doi.org/10.1037//0022-006x.65.3....
-3030 Fogel CI, Crandell JL, Neevel AM, Parker SD, Carry M, White BL, et al. Efficacy of an Adapted HIV and Sexually Transmitted Infection Prevention Intervention for Incarcerated Women: A Randomized Controlled Trial. Am J Public Health. 2015;105(4):802-9. doi: http://dx.doi.org/10.2105/AJPH.2014.302105
http://dx.doi.org/10.2105/AJPH.2014.3021...
). Essas tecnologias podem ser construídas e utilizadas para dinamizar o processo de ensino e aprendizagem, sem necessidade de acesso à internet, o que favorece o seu emprego em ambientes prisionais.

Os vídeos são tecnologias educacionais que podem ser usadas na educação em saúde, de forma isolada ou em associação com outras tecnologias(4040 Sá GGM, Silva FL, Santos AMR, Nolêto JS, Gouveia MTO, Nogueira LT. Technologies that promote health education for the community elderly: integrative review. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2019;27:e3186. doi: http://dx.doi.org/10.1590/1518-8345.3171.3186
http://dx.doi.org/10.1590/1518-8345.3171...
). No contexto das IST, intervenções breves, baseadas em vídeos, podem ser consideradas ferramentas econômicas na prevenção de novos casos, especialmente em locais onde o tempo dos profissionais de saúde é limitado ou programas de prevenção com duração mais prolongada não estão disponíveis(4141 Williams AM, Gift TL, O’Donnell LN, Rietmeijer CA, Malotte CK, Margolis AD, et al. Assessment of the Cost-Effectiveness of a Brief Video Intervention for Sexually Transmitted Disease Prevention. Sex Transm Dis. 2020;47(2):130-5. doi: http://dx.doi.org/10.1097/OLQ.0000000000001109
http://dx.doi.org/10.1097/OLQ.0000000000...
).

Quanto ao uso de jogos, estes possibilitam ao educando memorização de informações, estímulo ao aprendizado, maior envolvimento, condições que favorecem seu uso em diversos momentos do processo de ensino-aprendizagem(4242 Gurgel SS, Taveira GP, Matias EO, Pinheiro PNC, Vieira NFC; Lima FET. Educational games: didactic resources utilized at teaching health education classes. Rev Min Enferm. 2017;21:e-1016. doi: http://dx.doi.org/10.5935/1415-2762.20170026
http://dx.doi.org/10.5935/1415-2762.2017...
). O jogo pode ser utilizado como estratégia de prevenção e cuidado continuado para doenças específicas, como o HIV. Assim, por meio de uma abordagem interativa e dinâmica, mudanças comportamentais importantes, relacionadas à saúde, podem ser alcançadas(4343 Hightow-Weidman LB, Muessig KE, Bauermeister JA, LeGrand S, Fiellin LE. The future of digital games for HIV prevention and care. Curr Opin HIV AIDS. 2017;12(5):501-7. doi: http://dx.doi.org/10.1097/COH.0000000000000399
http://dx.doi.org/10.1097/COH.0000000000...
).

Independente da tecnologia a ser utilizada, é importante considerar métodos ativos no processo de educação em saúde e entender que o seu uso é mais do que a simples inserção de um recurso tecnológico(4444 Stoltzfus JR, Libarkin J. Does the Room Matter? Active Learning in Traditional and Enhanced Lecture Spaces. CBE Life Sci Educ. 2016;15(68):1-10. doi: http://dx.doi.org/10.1187/cbe.16-03-0126
http://dx.doi.org/10.1187/cbe.16-03-0126...
). Uma revisão sistemática com metanálise mostrou que métodos ativos de aprendizagem promoveram melhor desempenho de educandos subrepresentados (minorias étnicas, raciais e de baixa renda) nos cursos de ciências, tecnologia, engenharia e matemática quando comparados a aulas tradicionais(4545 Theobald EJ, Hill MJ, Tran E, Agrawal S, Arroyo EN, Behling S, et al. Active learning narrows achievement gaps for underrepresented students in undergraduate science, technology, engineering, and math. Proc Natl Acad Sci U S A. 2020;117(12):6476-83. doi: http://dx.doi.org/10.1073/pnas.1916903117
http://dx.doi.org/10.1073/pnas.191690311...
).

Por fim, a maioria dos estudos destacou a importância dessas intervenções como estratégia viável para redução de comportamentos de risco e consequente prevenção de IST para mulheres encarceradas. Tais resultados podem fornecer subsídios para enfermeiros e demais profissionais da saúde no que se refere ao desenvolvimento de novas tecnologias e programas educacionais associados às IST no contexto prisional feminino.

Como limitação, tem-se o fato de a maioria dos estudos corresponder à realidade norte-americana, a qual apresenta particularidades quanto ao perfil da população de mulheres encarceradas, ao sistema de saúde e à justiça.

Conclusão

A presente revisão permitiu concluir que as tecnologias educacionais sobre infecções sexualmente transmissíveis mais utilizadas para mulheres encarceradas foram materiais impressos, isolados ou associados a simuladores dos órgãos genitais, vídeos e jogos. Essas tecnologias foram descritas, principalmente, em estudos do tipo ensaios clínicos randomizados com predomínio da abordagem sobre HIV/aids, o que ratifica a importância desse problema dentre as infecções que acometem mulheres encarceradas. Assim, o uso dessas tecnologias na perspectiva da educação em saúde pode contribuir para a prevenção desse grave problema de saúde pública no contexto da privação de liberdade.

Em termos de lacunas do conhecimento, observou-se a ausência de descrição por parte de alguns estudos sobre o processo de validação das tecnologias ou programas educacionais utilizados. Além disso, a carência de estudos em outros locais do mundo compromete a generalização dos resultados e o curto tempo de acompanhamento, quando presente, dificulta a mensuração do impacto da intervenção em longo prazo.

Novos estudos precisam ser desenvolvidos para avaliar o efeito dessas tecnologias, especialmente em outros países do mundo, a exemplo do Brasil. Igualmente, outras tecnologias sobre IST, prevalentes nessa população, necessitam ser produzidas, levando-se em consideração um sólido processo de validação e as particularidades presentes no sistema carcerário.

References

  • 1
    World Health Organization. Sexually transmitted infections (STIs). [Internet]. 2019 [cited Jan 6, 2020]. Available from: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/sexually-transmitted-infections-(stis)
    » https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/sexually-transmitted-infections-(stis)
  • 2
    World Health Organization. Report on global sexually transmitted infection surveillance. [Internet]. Geneva: WHO; 2018. [cited Feb 12, 2020]. Available from: https://www.who.int/reproductivehealth/publications/stis-surveillance-2018/en/
    » https://www.who.int/reproductivehealth/publications/stis-surveillance-2018/en/
  • 3
    Emerson AM, Carroll HF, Ramaswamy M. Education level as a predictor of condom use in jail-incarcerated women, with fundamental-cause analysis. Public Health Nurs. [Internet]. 2018 [cited July 14, 2019];35(4):273-80. Available from: http://dx.doi.org/10.1111/phn.12514
    » http://dx.doi.org/10.1111/phn.12514
  • 4
    Maruschak lM, Berzofsky M, Unangst J. Medical Problems of State and Federal Prisoners and Jail Inmates, 2011-12. [Internet]. Washington, D.C: Bureau of Justice Statistics; 2016 [cited Oct 14, 2019]. Available from: https://www.bjs.gov/content/pub/pdf/mpsfpji1112.pdf
    » https://www.bjs.gov/content/pub/pdf/mpsfpji1112.pdf
  • 5
    Besney JD, Angel C, Pyne D, Martell R, Keenan L, Ahmed R. Addressing Women’s Unmet Health Care Needs in a Canadian Remand Center: Catalyst for Improved Health? J Correct Health Care. 2018;24(3):276-94. doi: http://dx.doi.org/10.1177/1078345818780731
    » http://dx.doi.org/10.1177/1078345818780731
  • 6
    Wise A, Finlayson T, Nerlander L, Sionean C, Paz-Bailey G; NHBS Study Group. Incarceration, Sexual Risk-Related Behaviors, and HIV Infection Among Women at Increased Risk of HIV Infection, 20 United States Cities. J Acquir Immune Defic Syndr. 2017;75 Suppl 3:S261-7. doi: http://dx.doi.org/10.1097/QAI.0000000000001401
    » http://dx.doi.org/10.1097/QAI.0000000000001401
  • 7
    Felisberto M, Saretto AA, Wopereis S, Treitinger A, Machado MJ, Spada C. Prevalence of human immunodeficiency virus infection and associated risk factors among prison inmates in the City of Florianópolis. Rev Soc Bras Med Trop. 2016;49(5):620-3. doi: http://dx.doi.org/10.1590/0037-8682-0187-2016
    » http://dx.doi.org/10.1590/0037-8682-0187-2016
  • 8
    Pala KC, Baggio S, Tran NT, Girardin F, Wolff H, Gétaz L. Blood-borne and sexually transmitted infections: a cross-sectional study in a Swiss prison. BMC Infect Dis. 2018;18(1):539. doi: http://dx.doi.org/10.1186/s12879-018-3445-6
    » http://dx.doi.org/10.1186/s12879-018-3445-6
  • 9
    Adams JW, Lurie MN, King MRF, Brady KA, Galea S, Friedman SR, et al. Potential drivers of HIV acquisition in African-American women related to mass incarceration: an agent-based modelling study. BMC Public Health. 2018;18(1):1387-97. doi: http://dx.doi.org/10.1186/s12889-018-6304-x
    » http://dx.doi.org/10.1186/s12889-018-6304-x
  • 10
    Villarroel-Torrico M, Montaño K, Flores-Arispe P, Jeannot E, Flores-León A, Cossio N, et al. Syphilis, human immunodeficiency virus, herpes genital and hepatites B in a women’s prison in Cochabamba, Bolivia: prevalence and risk factors. Rev Esp Sanid Penit. 2018 [cited Feb 3, 2020];20(2):47-54. Available from: http://scielo.isciii.es/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1575-06202018000200047&lng=en&nrm=iso&tlng=en
    » http://scielo.isciii.es/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1575-06202018000200047&lng=en&nrm=iso&tlng=en
  • 11
    Domingues RMSM, Leal MC, Pereira APE, Ayres B, Sánchez AR, Larouzé B. Prevalence of syphilis and HIV infection during pregnancy in incarcerated women and the incidence of congenital syphilis in births in prison in Brazil. Cad Saúde Pública. 2017;33(11):e00183616. doi: http://dx.doi.org/10.1590/0102-311x00183616
    » http://dx.doi.org/10.1590/0102-311x00183616
  • 12
    Burghardt NO, Chow JM, Steiner A, Bauer HM. Trends in Chlamydia Screening, Test Positivity, and Treatment Among Females in California Juvenile Detention Facilities, 2003-2014. Sex Transm Dis. 2016;43(1):12-7. doi: http://dx.doi.org/10.1097/OLQ.0000000000000382
    » http://dx.doi.org/10.1097/OLQ.0000000000000382
  • 13
    Stephens T, Holliday RC, Hopkins S, Rose S, Braithwaite R, Smith S. Correlates of African American female adolescent offenders 3, 4-Methylenedioxymethamphetamine (MDMA or “Ecstasy”) use and sexually transmitted infection morbidity. J Hum Behav Soc Environ. 2016;26(2):194-201. doi: http://dx.doi.org/10.1080/10911359.2015.1083502
    » http://dx.doi.org/10.1080/10911359.2015.1083502
  • 14
    Courtemanche Y, Poulin C, Serhir B, Alary M. HIV and hepatitis C virus infections in Quebec’s provincial detention centres: comparing prevalence and related risky behaviours between 2003 and 2014-2015. Can J Public Health. 2018;109(3):353-61. doi: http://dx.doi.org/10.17269/s41997-018-0047-4
    » http://dx.doi.org/10.17269/s41997-018-0047-4
  • 15
    Moore A, Cox-Martin M, Dempsey AF, Berenbaum Szanton K, Binswanger IA. HPV Vaccination in Correctional Care: Knowledge, Attitudes, and Barriers Among Incarcerated Women. J Correct Health Care. 2019;25(3):219-30. doi: http://dx.doi.org/10.1177/1078345819853286
    » http://dx.doi.org/10.1177/1078345819853286
  • 16
    Conselho Nacional de Justiça (BR). Regras de Bangkok: regras das Nações Unidas para o tratamento de mulheres presas e medidas não privativas de liberdade para mulheres infratoras. [Internet]. 2016 [Acesso 24 jun 2020]. Disponível em: https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2019/09/cd8bc11ffdcbc397c32eecdc40afbb74.pdf
    » https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2019/09/cd8bc11ffdcbc397c32eecdc40afbb74.pdf
  • 17
    Muessig KE, Rosen DL, Farel CE, White BL, Filene EJ, Wohl DA. “Inside These Fences is Our Own Little World”: Prison-Based HIV Testing and HIV-Related Stigma Among Incarcerated Men and Women. AIDS Educ Prev. 2016;28(2):103-16. doi: http://dx.doi.org/10.1521/aeap.2016.28.2.103
    » http://dx.doi.org/10.1521/aeap.2016.28.2.103
  • 18
    Zin NM, Ishak I, Manoharan K. Knowledge, attitude and practice towards sexually transmitted diseases amongst the inmates of women shelters homes at Klang Valley. BMC Public Health. 2019;19(Suppl 4):639. doi: https://doi.org/10.1186/s12889-019-6863-5
    » https://doi.org/10.1186/s12889-019-6863-5
  • 19
    Maniva SJCF, Carvalho ZMF, Gomes RKG, Carvalho REFL, Ximenes LB, Freitas CH. Educational technologies for health education on stroke: an integrative review. Rev Bras Enferm. 2018;71(Suppl 4):1724-31. doi: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0041
    » https://doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0041
  • 20
    Wild CF, Nietsche EA, Salbego C, Teixeira E, Favero NB. Validation of educational booklet: an educational technology in dengue prevention. Rev Bras Enferm. 2019;72(5):1318-25. doi: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2018-0771
    » http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2018-0771
  • 21
    Whittemore R, Knafl K. The integrative review: updated methodology. J Adv Nurs. 2005;52(5):546-53. doi: http://dx.doi.org/ 10.1111/j.1365-2648.2005.03621.x
    » http://dx.doi.org/ 10.1111/j.1365-2648.2005.03621.x
  • 22
    Pollock A, Berge E. How to do a systematic review. Int J Stroke. 2018;13(2):138-56. doi: http://dx.doi.org/10.1177/1747493017743796
    » http://dx.doi.org/10.1177/1747493017743796
  • 23
    Centre for Evidence-Based Medicine. Oxford Centre for Evidence-based Medicine - Levels of Evidence (March 2009). [Internet]. 2009 [cited Feb 15, 2020]. Available from: https://www.cebm.net/2009/06/oxford-centre-evidence-based-medicine-levels-evidence-march-2009/
    » https://www.cebm.net/2009/06/oxford-centre-evidence-based-medicine-levels-evidence-march-2009/
  • 24
    Liberati A, Altman DG, Tetzlaff J, Mulrow C, Gøtzsche PC, Ioannidis JP, et al. The PRISMA statement for reporting systematic reviews and meta-analyses of studies that evaluate health care interventions: explanation and elaboration. PLoS Med. 2009;6(7):e1000100. doi: http://dx.doi.org/10.1371/journal.pmed.1000100
    » http://dx.doi.org/10.1371/journal.pmed.1000100
  • 25
    Staton M, Strickland J, Webster JM, Leukefeld C, Oser C, Pike E. HIV prevention in rural Appalachian jails: Implications for reentry risk reduction among women who use drugs. AIDS Behav. 2018; 22(12):4009-18. doi: http://dx.doi.org/10.1007/s10461-018-2209-z
    » http://dx.doi.org/10.1007/s10461-018-2209-z
  • 26
    Gupta N, Schmidt H, Buisker T, Dufour MS, Goldenson J, Myers J, et al. After the Fact: A Brief Educational Program on HIV Postexposure Prophylaxis for Female Detainees in a Local Jail. J Correct Health Care. 2015;21(2):140-51. doi: https://doi.org/10.1177/1078345815572335
    » https://doi.org/10.1177/1078345815572335
  • 27
    DiClemente RJ, Davis TL, Swartzendruber A, Fasula AM, Boyce L, Gelaude D, et al. Efficacy of an HIV/STI sexual risk-reduction intervention for African American adolescent girls in juvenile detention centers: a randomized controlled trial. Women Health. 2014;54:726-49. doi: https://doi.org/10.1080/03630242.2014.932893
    » https://doi.org/10.1080/03630242.2014.932893
  • 28
    Knudsen HK, Staton-Tindall M, Oser CB, Havens JR, Leukefeld CG. Reducing risky relationships: a multisite randomized trial of a prison-based intervention for reducing HIV sexual risk behaviors among women with a history of drug use. AIDS Care. 2014;26(9):1071-9. doi: https://doi.org/10.1080/09540121.2013.878779
    » https://doi.org/10.1080/09540121.2013.878779
  • 29
    Lawrence J, Eldridge GD, Shelby MC, Little CE, Brasfield TL, O’Bannon RE. HIV risk reduction for incarcerated women: a comparison of brief interventions based on two theoretical models. J Consult Clin Psychol. 1997;65(3):504-9. doi: https://doi.org/10.1037//0022-006x.65.3.504
    » https://doi.org/10.1037//0022-006x.65.3.504
  • 30
    Fogel CI, Crandell JL, Neevel AM, Parker SD, Carry M, White BL, et al. Efficacy of an Adapted HIV and Sexually Transmitted Infection Prevention Intervention for Incarcerated Women: A Randomized Controlled Trial. Am J Public Health. 2015;105(4):802-9. doi: http://dx.doi.org/10.2105/AJPH.2014.302105
    » http://dx.doi.org/10.2105/AJPH.2014.302105
  • 31
    Guedes TG, Linhares FMP, Morais SCRV, Ferreira IF, Mendonça TG, Silva FV, et al. Health education: strategy for sexual and reproductive care for women in custody. Procedia. 2015;174:821-5. doi: https://doi.org/10.1016/j.sbspro.2015.01.668
    » https://doi.org/10.1016/j.sbspro.2015.01.668
  • 32
    Johnson JE, Peabody ME, Wechsberg WM, Rosen RK, Fernandes K, Zlotnick C. Feasibility of an HIV/STI Risk-Reduction Program for Incarcerated Women Who Have Experienced Interpersonal Violence. J Interpers Violence. 2015;30(18):3244-66. doi: https://doi.org/10.1177/0886260514555013
    » https://doi.org/10.1177/0886260514555013
  • 33
    ICPR. World Prison Brief. World Female Imprisonment List. [Internet]. 4. ed. London: ICPR; 2017 [cited Feb 10, 2020]. Available from: https://www.prisonstudies.org/sites/default/files/resources/downloads/world_female_prison_4th_edn_v4_web.pdf
    » https://www.prisonstudies.org/sites/default/files/resources/downloads/world_female_prison_4th_edn_v4_web.pdf
  • 34
    Wanderley TPSP, Batista MHJ, Dutra Jr LS, Silva VC. Docência em saúde: tempo de novas tecnologias da informação e comunicação. Rev Eletron Comun Inf Inov Saúde. 2018;12(4):488-501. doi: http://dx.doi.org/10.29397/reciis.v12i4.1522
    » http://dx.doi.org/10.29397/reciis.v12i4.1522
  • 35
    Mignon, S. Health issues of incarcerated women in the United States. Ciênc Saúde Coletiva 2016;21(7):2051-9. doi: http://dx.doi.org/10.1590/1413-81232015217.05302016
    » http://dx.doi.org/10.1590/1413-81232015217.05302016
  • 36
    Popova NG, Beavitt TA. English as a means of scientific communication: linguistic imperialism or interlingua? Integraciâ Obrazovaniâ. 2017;21(1):54-70. doi: http://dx.doi.org/10.15507/1991-9468.086.021.201701.054-070
    » http://dx.doi.org/10.15507/1991-9468.086.021.201701.054-070
  • 37
    Guerrera F, Renaud S, Tabbò F, Filosso PL. How to design a randomized clinical trial: tips and tricks for conduct a successful study in thoracic disease domain. J Thorac Dis. 2017;9(8):2692-6. doi: http://dx.doi.org/10.21037/jtd.2017.06.147
    » http://dx.doi.org/10.21037/jtd.2017.06.147
  • 38
    Golrokhi R, Farhoudi B, Taj L, Pahlaviani FG, Mazaheri-Tehrani E, Cossarizza A, et al. HIV Prevalence and Correlations in Prisons in Different Regions of the World: A Review Article. Open AIDS J. 2018;12:81-92. doi: http://dx.doi.org/10.2174/1874613601812010081
    » http://dx.doi.org/10.2174/1874613601812010081
  • 39
    Sousa KAA, Araújo TME, Teles SA, Rangel EML, Nery IS. Factors associated with HIV prevalence in a prison population. Rev Esc Enferm USP. 2017;51:e03274. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S1980-220X2016040903274
    » http://dx.doi.org/10.1590/S1980-220X2016040903274
  • 40
    Sá GGM, Silva FL, Santos AMR, Nolêto JS, Gouveia MTO, Nogueira LT. Technologies that promote health education for the community elderly: integrative review. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2019;27:e3186. doi: http://dx.doi.org/10.1590/1518-8345.3171.3186
    » http://dx.doi.org/10.1590/1518-8345.3171.3186
  • 41
    Williams AM, Gift TL, O’Donnell LN, Rietmeijer CA, Malotte CK, Margolis AD, et al. Assessment of the Cost-Effectiveness of a Brief Video Intervention for Sexually Transmitted Disease Prevention. Sex Transm Dis. 2020;47(2):130-5. doi: http://dx.doi.org/10.1097/OLQ.0000000000001109
    » http://dx.doi.org/10.1097/OLQ.0000000000001109
  • 42
    Gurgel SS, Taveira GP, Matias EO, Pinheiro PNC, Vieira NFC; Lima FET. Educational games: didactic resources utilized at teaching health education classes. Rev Min Enferm. 2017;21:e-1016. doi: http://dx.doi.org/10.5935/1415-2762.20170026
    » http://dx.doi.org/10.5935/1415-2762.20170026
  • 43
    Hightow-Weidman LB, Muessig KE, Bauermeister JA, LeGrand S, Fiellin LE. The future of digital games for HIV prevention and care. Curr Opin HIV AIDS. 2017;12(5):501-7. doi: http://dx.doi.org/10.1097/COH.0000000000000399
    » http://dx.doi.org/10.1097/COH.0000000000000399
  • 44
    Stoltzfus JR, Libarkin J. Does the Room Matter? Active Learning in Traditional and Enhanced Lecture Spaces. CBE Life Sci Educ. 2016;15(68):1-10. doi: http://dx.doi.org/10.1187/cbe.16-03-0126
    » http://dx.doi.org/10.1187/cbe.16-03-0126
  • 45
    Theobald EJ, Hill MJ, Tran E, Agrawal S, Arroyo EN, Behling S, et al. Active learning narrows achievement gaps for underrepresented students in undergraduate science, technology, engineering, and math. Proc Natl Acad Sci U S A. 2020;117(12):6476-83. doi: http://dx.doi.org/10.1073/pnas.1916903117
    » http://dx.doi.org/10.1073/pnas.1916903117

Editado por

Editora Associada: Maria Lúcia Zanetti

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    06 Nov 2020
  • Data do Fascículo
    2020

Histórico

  • Recebido
    06 Abr 2020
  • Aceito
    15 Jul 2020
Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto / Universidade de São Paulo Av. Bandeirantes, 3900, 14040-902 Ribeirão Preto SP Brazil, Tel.: +55 (16) 3315-3451 / 3315-4407 - Ribeirão Preto - SP - Brazil
E-mail: rlae@eerp.usp.br