Acessibilidade / Reportar erro

Capillaria hepatica: alguns aspectos imunopatológicos da infecção espúria e da infecção verdadeira

Resumos

A fim de se observar uma possível proteção conferida pela infecção espúria contra uma infecção verdadeira por Capillaria hepatica, camundongos foram inoculados com ovos não embrionados (infecção espúria) e, posteriormente, com ovos embrionados (infecção verdadeira). Anticorpos específicos da classe IgG, detectados por teste imunoenzimático (ELISA), mostraram-se elevados a partir da segunda semana do experimento. O teste de hipersensibilidade cutânea tardia resultou negativo. O exame das lesões do fígado, assim como a contagem de ovos, utilizados como parâmetros para comparação entre os grupos de animais estudados, não apresentaram variação significativa indicando que a imunidade humoral induzida pela infecção espúria não tem potencial protetor.

Capillaria hepatica; Capilariase; ELISA


In order to evaluate a potential protective role of spurious infection on the development of capillaria, mice were infected with non-embrionated eggs (spurious infection) followed by inoculation with embrionated eggs (true infection). The humoral immune response was evaluated through enzyme- linked immunosorbent assay (ELISA) that revealed a raise in anti-Capillaria hepatica IgG antibody two weeks after the first infection. Delayed type hypersensivity test was consistently negative. Histopathologic examination and the C. hepatica egg burden from different groups didnt show any significant variation. The humoral immune response induced by spurious infection do not protect mice against a true infection.

Capillaria hepatica; Capillariasis; ELISA in capillariasis


ARTIGOS

Capillaria hepatica: alguns aspectos imunopatológicos da infecção espúria e da infecção verdadeira

Ivana NascimentoI; Moysés SadigurskyII

IDepartamento de Biomorfologia, ICS, Universidade Federal da Bahia, Salvador-Bahia-Brasil

IICentro de Pesquisas Gonçalo Moniz (FIOCRUZ/UFB A)

RESUMO

A fim de se observar uma possível proteção conferida pela infecção espúria contra uma infecção verdadeira por Capillaria hepatica, camundongos foram inoculados com ovos não embrionados (infecção espúria) e, posteriormente, com ovos embrionados (infecção verdadeira). Anticorpos específicos da classe IgG, detectados por teste imunoenzimático (ELISA), mostraram-se elevados a partir da segunda semana do experimento. O teste de hipersensibilidade cutânea tardia resultou negativo. O exame das lesões do fígado, assim como a contagem de ovos, utilizados como parâmetros para comparação entre os grupos de animais estudados, não apresentaram variação significativa indicando que a imunidade humoral induzida pela infecção espúria não tem potencial protetor.

Palavras-chave:Capillaria hepatica: Capilariase. ELISA.

ABSTRACT

In order to evaluate a potential protective role of spurious infection on the development of capillaria, mice were infected with non-embrionated eggs (spurious infection) followed by inoculation with embrionated eggs (true infection). The humoral immune response was evaluated through enzyme- linked immunosorbent assay (ELISA) that revealed a raise in anti-Capillaria hepatica IgG antibody two weeks after the first infection. Delayed type hypersensivity test was consistently negative. Histopathologic examination and the C. hepatica egg burden from different groups didnt show any significant variation. The humoral immune response induced by spurious infection do not protect mice against a true infection.

Keywords:Capillaria hepatica. Capillariasis. ELISA in capillariasis.

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

Recebido para publicação em 26/6/85.

Trabalho realizado com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

  • 1. Cheever A W. A quantitative post-mortem study of Schistosomiasis mansoni in raan. American Journal of Tropical Medicine and Hygiene 17:38-64, 1968.
  • 2. Chitwood BG. Capillaria hepatica from liver of Castor canadensis canadensis. Proceedings of the Helminthological Society of Washington 1:10, 1934.
  • 3. Cochrane JC, Sagorin Z, Wilcocks MG. Capillaria hepatica infection in man. South African Medical Journal 31:751-755, 1957.
  • 4. Ewing GM, Tilden IL. Capillaria hepatica: Report of fourth case of true human infestation. Journal of Pediatrics 48:341-348, 1956.
  • 5. Farhang-Azad A. Ecology of Capillaria hepatica (Bancroft, 1893) (Nematoda). 1. Dynamics of infection among norway rat population of the Baltimore zoo, Baltimore, Maryland. Journal of Parasitology, 63:117- 122, 1977.
  • 6. Foster AO, Johnson, CM. An explanation for the occurrence of Capillaria hepatica in human faeces suggested by the fmding of three new hosts used as food. Transactions of the Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene 32: 639-644, 1939.
  • 7. Freeman RS, Wright KA. Factors concemed with the epizootiology of Capillaria hepatica (Bancroft, 1893) (Nematoda) in a population of Peromyscus maniculabes in Algonquim Park, Canada. Journal of Parasitology 46: 373-382, 1960.
  • 8. Galvão VA. Capillaria hepatica, estudo da incidência em ratos de Salvador, Bahia e dados imunopatológicos preliminares. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 10:333-338, 1976.
  • 9. Galvão VA. Tentativa para detectar infecção por Capillaria hepatica no homem. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo 21:231-236, 1979.
  • 10. Juliano RV. Patologia geral dos granulomas. Um modelo de granuloma pulmonar produzido por ovos de Capillaria hepatica em camundongos. Tese de Mestrado. Universidade Federal da Bahia, Salvador, 1980.
  • 11. Lim BL, Yap LF, Krismansamy M. Capillaria hepatica infection of wild rodents in peninsular Malaysia. Asian Journal of Tropical Medicine and Public Health 8:354- 358, 1977.
  • 12. Lubinsky G, Jacobsen BR, Baron RN. Wildlife foci of Capillaria hepatica infections in Manitoba. Canadian Journal of Zoology 49: 1201-1202, 1971.
  • 13. Luttermoser GW. An experimental study of Capillaria hepatica in the rat and the mouse. American Journal of Hygiene 27: 321-340. 1938.
  • 14. MacQwown AL. Capillaria hepatica: report of genuine and spurious cases. American Journal of Tropical Medicine 30: 761-767, 1950.
  • 15,Otto GF, Berthrong M, Appleby RE, Rawlins JC, Wilbur O. Eosinophilia and hepatomegaly due to Capillaria hepatica infection. Bulletin of the Johns Hopkins Hospital 94:319-336, 1954.
  • 16. Rayboume RB, Solomon GB, Loulsby EJL. Capillaria hepatica granuloma formation to eggs. II. Peripheral immunological responses. Experimental Parasitology 36:244-253, 1974.
  • 17. Rayboume RB, Solomon GB. Capillaria hepatica, granuloma formation to eggs. III. Anti-immunoglobulin augmentation and reagin activity in mice. Experimental Parasitology 38:87-95, 1975.
  • 18. Santos MN, Barros CSL. Capillaria hepatica: parasitismo do cão e do gato no Estado do Rio Grande do Sul. Revista de Medicina Veterinaria 9: 133-140. 1973.
  • 19. Slais J. The fmding and identification of solitary Capillaria hepatica (Bancroft, 1893) in man from Europe. Folia Parasitologica (Praha) 20: 149-161, 1973.
  • 20. Solomon GB, Handley Jr. CO. Capillaria hepatica (Bancroft, 1893) in Appalachian mammals. Journal of Parasitology 57: 142-144, 1971.
  • 21. Solomon GB, Rayboume RB, Soulsby EJL. Serological studies on rodents infected with Capillaria hepatica Journal of Parasitology 60:732-734, 1974.
  • 22. Solomon GB. Soulsby EJL. Granuloma formation to Capillaria hepatica eggs. I. Descriptive definition. Experimental Parasitology 33:458-467, 1973.
  • 23. Zahner H. Geyer E., Schmidt H, Lammler G. Immunonisierung gagen Capillaria hepatica Die Wirkung von Erstinfektionen, roentgenattenuirten stadien, nicht embryonierten Eiern und loslichen Eiextrakten Zeitschrift für Parasitenkunde 64:17-28, 1980.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    06 Jun 2013
  • Data do Fascículo
    Mar 1986

Histórico

  • Recebido
    26 Jun 1985
  • Aceito
    26 Jun 1985
Sociedade Brasileira de Medicina Tropical - SBMT Caixa Postal 118, 38001-970 Uberaba MG Brazil, Tel.: +55 34 3318-5255 / +55 34 3318-5636/ +55 34 3318-5287, http://rsbmt.org.br/ - Uberaba - MG - Brazil
E-mail: rsbmt@uftm.edu.br