PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÃO RELACIONADA AO MANEJO DE CATETER ARTERIAL PERIFÉRICO

RESUMO

Objetivo:

descrever as evidências científicas sobre as boas práticas para o manejo de cateter arterial periférico.

Método:

revisão integrativa, realizada por meio de busca nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde, Biblioteca Virtual em Saúde Enfermagem, National Library of Medicine, Cochrane Library, Cumulative Index to Nursing & Allied Health, Excerpta Medica dataBASE, SciVerse Scopus TopCited e Web of Science em março de 2021. Foram incluídos artigos em português, inglês e espanhol, sem delimitação de tempo na busca.

Resultados:

foram encontrados 49 artigos. Na inserção, as medidas envolveram higienização das mãos, preparo da pele, técnica no touch, técnica asséptica e barreira de proteção, componentes estéreis e transdutores, inserção do cateter arterial periférico, tentativas de inserção, uso do ultrassom e medidas de conforto. Na manutenção, questões sobre o sítio de inserção, circuito da pressão arterial invasiva, conectores, curativo e estabilização foram identificadas e, na retirada, aspectos como complicações locais e sistêmicas, após retirada do cateter arterial periférico.

Conclusão:

o estudo fornece informações cruciais para o eficaz manejo do cateter arterial periférico, contribuindo para a redução de complicações e aprimoramento dos resultados clínicos. Ao atualizar suas práticas, os profissionais de saúde podem assegurar maior segurança e bem-estar aos pacientes, buscando sempre oferecer um atendimento de excelência.

DESCRITORES:
Dispositivos de Acesso Vascular; Sepse; Cateterismo Periférico; Adulto; Enfermagem

ABSTRACT

Objective:

to describe scientific evidence on good practices for peripheral arterial catheter management.

Method:

this is an integrative review, carried out through a search in the Latin American and Caribbean Literature in Health Sciences, Virtual Health Nursing Library, National Library of Medicine, Cochrane Library, Cumulative Index to Nursing & Allied Health, Excerpta Medica dataBASE, SciVerse Scopus TopCited and Web of Science databases in March 2021. Articles in Portuguese, English and Spanish, without time limits in the search, were included.

Results:

forty-nine articles were found. At insertion, measures involved hand hygiene, skin preparation, no-touch technique, aseptic technique and protective barrier, sterile components and transducers, peripheral arterial catheter insertion, insertion attempts, ultrasound and comfort measure use. During maintenance, issues regarding insertion site, invasive blood pressure circuit, connectors, dressing and stabilization were identified, and, during removal, aspects such as local and systemic complications after peripheral arterial catheter removal.

Conclusion:

the study provides crucial information for the effective management of peripheral arterial catheters, contributing to the reduction of complications and improvement of clinical results. By updating their practices, healthcare professionals can ensure greater safety and well-being for patients, always seeking to provide excellent care.

DESCRIPTORS:
Vascular access devices; Sepsis; Catheterization peripheral; Adult; Nursing

RESUMEN

Objetivo:

describir la evidencia científica sobre buenas prácticas para el manejo de catéteres arteriales periféricos.

Método:

revisión integradora, realizada a través de una búsqueda en las bases de datos Literatura Latinoamericana y del Caribe en Ciencias de la Salud, Biblioteca Virtual en Enfermería en Salud, National Library of Medicine, Cochrane Library, Cumulative Index to Nursing & Allied Health, Excerpta Medica dataBASE, SciVerse Scopus TopCited y Web of Science en marzo de 2021. Se incluyeron artículos en portugués, inglés y español, sin límite de tiempo en la búsqueda.

Resultados:

se encontraron 49 artículos. En la inserción, las medidas incluyeron higiene de manos, preparación de la piel, técnica de no contacto, técnica aséptica y barrera protectora, componentes y transductores estériles, Inserción de catéter arterial periférico, intentos de inserción, uso de ultrasonido y medidas de comodidad. Durante el mantenimiento se identificaron problemas relacionados con el sitio de inserción, circuito de presión arterial invasiva, conectores, vendaje y estabilización y, durante el retiro, aspectos como complicaciones locales y sistémicas, luego del retiro del catéter arterial periférico.

Conclusión:

el estudio proporciona información crucial para el manejo eficaz de los catéteres arteriales periféricos, contribuyendo a la reducción de complicaciones y mejora de los resultados clínicos. Al actualizar sus prácticas, los profesionales de la salud pueden garantizar una mayor seguridad y bienestar a los pacientes, buscando siempre brindar una excelente atención.

DESCRIPTORES:
Dispositivos de acceso vascular; Sepsis; Cateterismo periférico; Adulto; Enfermería

INTRODUÇÃO

As infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) ocorrem no ambiente hospitalar ou após a alta, e podem acarretar sérias complicações para os pacientes, como prolongamento da hospitalização, aumento dos custos de tratamento e, em casos mais graves, até mesmo risco de óbito1.

Destaca-se que a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e os setores que atendem pacientes críticos são locais de maior risco de IRAS, devido às características do paciente, maior constância do uso de antibióticos, maior contato profissional com o paciente e rompimento das barreiras teciduais durante procedimentos invasivos1^-5. Entre os procedimentos invasivos necessários ao paciente crítico, destaca-se a pressão arterial invasiva (PAI), que inclui a inserção de um cateter arterial periférico (CAP)6.

A PAI é considerada padrão-ouro em pacientes críticos hospitalizados, pois proporciona uma medida precisa e rigorosa, tornando-se crucial para a tomada de decisões6^-8. Complicações vasculares ou infecciosas podem surgir durante o uso de CAP, como dor, edema, isquemia e outros9. Justifica-se, então, a importância do conhecimento teórico-científico dos profissionais quanto ao manejo do dispositivo para evitar complicações que possam surgir.

Melhorias contínuas ao manejo do CAP e adesão às práticas de cuidados da equipe e do paciente são necessárias para a prevenção de IRAS. A utilização de cuidados sistemáticos garantirá segurança e qualidade do trabalho dos profissionais da UTI e redução dessas infecções10^-11. Nesse sentindo, esta pesquisa contribuirá para a prática de assistência à saúde segura, de modo a direcionar estratégias com vistas à diminuição de ocorrências com CAP. Portanto, o objetivo deste estudo foi descrever as evidências científicas sobre as boas práticas para o manejo de cateter arterial periférico.

MÉTODO

Trata-se de revisão integrativa da literatura, realizada por meio de seis etapas12: definição do tema ou pergunta de pesquisa; investigação nas bases de dados segundo critérios de busca adotados; coleta de dados; análise crítica dos estudos e classificação do nível de evidência; interpretação e síntese dos resultados; síntese do conhecimento. Para tanto, seguiu-se o fluxograma Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyse (PRISMA)13. A pergunta da revisão integrativa foi elaborada a partir da estratégia PICO14, que considerou (P) paciente - “adulto internado na UTI”, (I) intervenção - “CAP”, (C) comparação - “não se aplica” e (O) Outcome/Desfecho - “infecção”, o que gerou a seguinte questão norteadora: quais as evidências científicas acerca das medidas de prevenção e controle de infecção de corrente sanguínea relacionada ao manejo de Cateter Arterial Periférico em pacientes adultos hospitalizados?

A busca dos artigos ocorreu no mês de março de 2021 nas seguintes bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS); Biblioteca Virtual em Saúde Enfermagem (BDENF); Cumulative Index to Nursing & Allied Health (CINAHL); National Library of Medicine (PubMed); Cochrane Library (Cochrane); Excerpta Medica dataBASE (Embase); SciVerse Scopus TopCited(Scopus); e Web of Science descritas na Figura 1. O cruzamento ocorreu por meio dos descritores controlados “Dispositivos de Acesso Vascular”, “Sepse”, “Cateterismo Periférico”, “Adulto” e “Enfermagem”, pertencentes ao Medical Subject Headings (MeSH) e aos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS).

Foram incluídos artigos, protocolos, diretrizes e guidelines, publicados em português, inglês ou espanhol, sem delimitação do tempo de publicação relacionados ao CAP e que abrangiam a população adulta. Destaca-se que também foram incluídos estudos com outros cateteres, como o cateter intravenoso venoso periférico (CIVP) e o cateter venoso central (CVC), devido à escassez de artigos sobre cuidados específicos ao CAP, além do fato de que alguns cuidados destinados ao CIVP e ao CVC podem ser úteis ao CAP. Foram excluídos artigos duplicados, editoriais, dissertações, teses, trabalhos em outros idiomas e que não abrangiam o CAP na população adulta. Os resultados foram extraídos segundo instrumento de coleta de dados adaptado15. Para a definição do nível de evidência, utilizou-se a classificação segundo Evidence-Based Practice, Step by Step16. Após, foram produzidas categorias e subcategorias para designar os cuidados com o CAP em sua inserção, manutenção e retirada.

RESULTADOS

Ao total, foram incluídos na pesquisa 49 estudos, tais como artigos, diretrizes e guidelines, emergindo, posteriormente, categorias e subcategorias analíticas descritas Figura 1. Desses 49 estudos selecionados, 17 foram incluídos em mais de uma categoria.

Inserção do CAP17^-56: Inserção do CAP. Higienização das mãos. Preparo da pele. Técnica no touch. Técnica assépticas e barreira de proteção. Componentes estéreis e transdutores. Inserção do CAP. Tentativas de inserção. Uso do ultrassom (US). Medidas de conforto. Manutenção do CAP17^,20^,21^,24^,26^,35^-37^,40^,42^,48^,50^,55^-64: Sítio de inserção. Circuito da PAI. Conectores. Curativo. Estabilização. Proteção do curativo e dispositivos. Retirada do CAP37^,58^,65 Complicações locais e sistêmica. Infecção. Cuidados com o sítio após retirada do CAP. Desinfecção de componentes.

O Quadro 1 apresenta as características dos estudos incluídos na categoria “Inserção” segundo identificação do artigo (ID), delineamento, objetivo e abordagem e nível de evidência.

Figura 1 -
Fluxograma PRISMA adpatado13. Uberaba, MG, Brasil,2022.

Quadro 1 -
Características dos estudos incluídos na categoria “Inserção”.

ID* NE† local e data	Delineamento	Objetivo	Abordagem
O’Grady et al.17 NE†: VII EUA/2002	Revisão, diretriz	Criar uma diretriz para a prevenção de infecção relacionada à assistência a saúde relacionadas ao uso de cateteres intravasculares.	Higienização das mãos.
Maki, Crnich18 NE: VII Estados Unidos/2003	Revisão	Identificar os riscos de infecção relacionada à assistência a saúde por cateteres em cuidados intensivos.	Antissepsia da pele.
Cousins, O’Donnel19 NE†: V EUA/2004	Revisão	Examinar os locais de punção arterial em radial, braquial, axilar e femoral.	Local de punção.
Koh et al.20 NE†: VI Austrália/ 2008	Descritivo, quantitativo, observacional	Medir a colonização e as taxas de infecção da corrente sanguínea relacionada ao cateter em cateteres arteriais.	A escolha da artéria radial sem especificar qual lado do membro. Taxa de infecção.
Martins et al.21 NE†: VI Brasil/2008	Descritivo, observacional	Verificar a adesão dos profissionais de enfermagem às recomendações de assepsia na instalação e manuseio do CIVP‡.	Antissepsia da pele.
Small et al.22 NE: II Reino Unido/2008	Ensaio clínico randomizado	Comparar a eficácia do gluconato de clorexidina a 2% em álcool isopropílico a 70% e do álcool isopropílico a 70% para desinfecção da pele para prevenção de infecção relacionada à assistência a saúde por cateter.	Antissepsia da pele.
Lee et al.23 NE†: II Taiwan/2009	Ensaio clínico randomizado	Examinar se o intervalo de troca programada de 48 a 72 horas para 72 a 96 horas é um fator de risco para infecção de CIVP‡.	Antissepsia da pele.
López et al.24 NE†: II Espanha/2009	Ensaio clínico randomizado	Investigar o desempenho clínico de um sistema fechado de infusão comparado a um sistema aberto em CIVP‡.	Para antissepsia da pele, álcool a 70%.
Lemaster et al.25 NE†: V USA/2010	Revisão sistemática	Realizar uma revisão sistemática de estudos de CVC§ e CAPIII inseridos em emergência.	Linha invasivas e precauções de barreira máxima.
Koh et al.26 NE†: IV Austrália/2012	Descritivo, quantitativo, prospectivo e observacional	Determinar as taxas de colonização de cateteres após remoção.	Antissepsia da pele; barreira máxima estéril; campo e luva estéril.
Vezzani et al.27 NE†: VI I tália/2013	Descritivo, prospectivo, observacional, revisão	O uso de ultrassom como guia durante para procedimentos de acesso vascular.	Uso de ultrassom, teste de Allen.
López et al.28 NE†: II Espanha/2014	Ensaio clínico randomizado	Comparar o CIVP‡ de sistema fechado com CIVP‡ e de sistema aberto.	Antissepsia da pele.
Calero et al. 29 NE†: V Espanha/2015	Revisão sistemática	Estabelecer qual a solução antisséptica é mais adequada para antissepsia de pele na prevenção de infecção relacionada à assistência a saúde por uso de cateter.	Antissepsia da pele.
Melo et al. 30 NE†: VI Brasil/2015	Descritivo	Analisar os cuidados realizados pelos profissionais de enfermagem durante a punção venosa periférica.	Antissepsia da pele.
Choudhury et al.31 NE†: II Austrália/2016	Ensaio clínico randomizado	Determinar as estruturas da comunidade bacteriana na pele nos locais de inserção e nos CIVP‡ associados.	Antissepsia da pele.
Evans et al.32 NE†: IV Austrália/2016	Descritivo, quantitativo, comparativo	Avaliar a sensibilidade, a especificidade e a acurácia de dois métodos diagnósticos in situ para infecção relacionada à assistência à saúde relacionada ao uso de cateter em adultos internados por queimaduras.	Antissepsia da pele; técnica estéril; barreiras máximas de proteção e uso de ultrassom.
Kiefer, Keller, Weekes33 NE†: VI EUA/2016	Descritivo e prospectivo	Avaliar a incidência imediata e em curto prazo de complicações de cateteres na veia jugular interna.	Uso do ultrassom.
Zhang et al.34 NE†: VI Austrália/2016	Descritivo, quantitativo	Avaliar os resultados da cultura bacteriológica de cateteres intravasculares.	Colonização de CAPII.
Marsh et al.35 NE†: II Austrália/2018a	Ensaio clínico randomizado	Comparar dois métodos de cobertura para CIVP‡.	Antissepsia da pele.
Rickard et al.36 NE†: II Austrália/2018	Ensaio clínico randomizado	Comparar a eficácia e os custos de três tipos de curativos de poliuretano para CIVP‡.	Antissepsia da pele.
Timsit et al.37 NE†: V França/2018	Revisão	Fornecer informações atualizadas sobre o conhecimento disponível sobre epidemiologia e diagnóstico de complicações de CVC§ e CAP|| em Unidade Terapia Intensiva.	Uso de ultrassom.
Bakan, Arli38 NE†: Sem categorização Turquia/2019	Estudo metodológico, revisão	Desenvolver uma escala para avaliar do conhecimento e as atitudes de enfermeiros sobre prevenção de infecção relacionada à assistência a saúde relacionada ao uso de CIVP‡ e CVC§.	Higienização das mãos antes e após a inserção; uso de antissépticos e de luvas.
Choudhury et al.39 NE†: VI Austrália/2019	Descritivo, quantitativo	Avaliar o impacto da colonização do local de inserção de CIVP‡ e ocorrência de infecções primárias de corrente sanguínea.	Antissepsia da pele.
Lanza et al.40 NE†: VI Brasil/2019	Descritivo	Analisar a adesão dos profissionais de enfermagem às medidas preventivas de infecção por CIVP‡.	Antissepsia da pele.
Parreira et al. 41 NE†: III Portugal/2019	Ensaio clínico	Avaliar o impacto de torniquetes descartáveis de uso único e curativos poliuretano com bordas reforçadas na ocorrência de complicações relacionadas ao uso de CIVP‡.	Antissepsia da pele.
Simin et al.42 NE†: IV Sérvia/ 2019	Descritivo	Determinar a incidência, a gravidade e os fatores de risco de complicações induzidas por CIVP‡.	Para antissepsia da pele, álcool a 70%.
Simonetti et al.43 NE†: VI Itália/2019	Descritivo, transversal	Determinar o conhecimento teórico dos estudantes de enfermagem sobre diretrizes baseadas em evidências para o manejo de inserção de CIVP‡ e investigar potenciais fatores preditivos associados à adesão às recomendações.	Antissepsia da pele.
Buetti et al.44 NE†: IV França/2020	Descritivo, quantitativo, comparativo	Comparar o uso de dois tipos de curativos impregnados com gluconato de clorexidina para prevenção de infecções primárias de corrente sanguínea.	Antissepsia da pele, higiene das mãos; uso de luvas estéreis, campo estéril, máscara e capote.
Keogh et al. 45 NE†: II Austrália/2020	Ensaio clínico randomizado	Avaliar o impacto de uma intervenção multifacetada centrada na manutenção de CIVP‡.	Antissepsia da pele.
Jiménez-Martínez et al.46 NE†: VI México/2020	Descritivo	Analisar os benefícios da limpeza funcional do sítio de inserção de CIVP‡ como uma opção na manutenção.	Antissepsia da pele.
Larsen et al. 47 NE†: IV Austrália/2020	Descritivo, coorte prospectivo	Identificar os fatores de risco modificáveis e não modificáveis para falha de CIVP‡.	Antissepsia da pele, luvas estéreis e kit de transdutores estéril e descartável.
Liu et al. 48 NE†: VI China/2020	Descritivo	Identificar a incidência, os fatores de risco e os custos médicos de complicações relacionadas ao uso de CIVP‡.	Antissepsia da pele.
Pérez- Granda et al.49 NE†: II Espanha/2020	Ensaio clínico randomizado	Comparar as taxas de flebite e colonização de ponta de CIVP‡.	Monitorar local de inserção; antissepsia da pele; clorexidina alcoólica 2%; desinfecção do conector; higienização das mãos e troca de gaze/curativo.
Schults et al.50 NE†: VI Austrália/2020	descritivo, quantitativo, observacional	Descrever as práticas de inserção e manejo do CAP|| e complicações associadas.	Antissepsia da pele e uso de ultrassom.
Takahashi et al.51 NE: II Japão/2020	Ensaio clínico controlado	Estabelecer e avaliar um método de intervenção de um pacote de medidas para prevenir falhas do cateter.	Uso de ultrassom.
Timsit et al.52 NE†: VII França/2020	Revisão, diretriz	Elaborar diretrizes para o manejo de CVC§, CAP|| e cateteres de diálise em Unidade Terapia Intensiva.	Antissepsia da pele.
Vendramim et al.53 NE†: II Brasil/2020	Ensaio clínico randomizado	Investigar a não inferioridade da substituição de CIVP‡ clinicamente indicado em comparação com a troca rotineira, a cada 96 horas, para prevenir flebite.	Antissepsia da pele.
Blanco-Mavillard et al.54 NE†: II Espanha/2021	Ensaio clínico randomizado	Determinar a eficácia e os custos de uma intervenção multimodal para reduzir a falha de CIVP‡.	Antissepsia da pele.
Larsen et al.55 NE†: II Austrália/2021	Ensaio clínico randomizado	Comparar métodos de curativo e fixação de CAP|| para prevenir a falha do dispositivo em Unidade Terapia Intensiva para adultos.	Antissepsia da pele; uso de luvas estéreis e de lidocaína.
Rickard et al.56 NE†: II Austrália/2021	Ensaio clínico randomizado	Comparar a eficácia e os custos da substituição do conjunto de infusão de 7 dias versus 4 dias para prevenir infecções primárias de corrente sanguínea relacionada ao uso de cateteres.	Antissepsia da pele; uso de campo estéril e luva estéril.

• *ID: identificação do artigo; ^†NE: nível de evidência; ^‡CIVP: cateter venoso periférico; ^§CVC: cateter venoso central; ^||CAP: cateter arterial periférico.

O Quadro 2 apresenta as características dos estudos incluídos na categoria “Manutenção” segundo identificação do artigo (ID), delineamento, objetivo, abordagem e nível de evidência.

Quadro 2 -
Características dos estudos incluídos na categoria “Manutenção”.

ID* NE† local e data	Delineamento	Objetivo	Principais resultados Abordagem
Covey et al.57 NE†: VI EUA/1988	Descritivo	Examinar os efeitos de três protocolos de prevenção de infecção relacionada à assistência à saúde relacionada ao uso de cateter.	Troca do circuito estéril, solução fisiológica e transdutor.
Hospital Infection Control Practices Advisory Committe58 NE†: V EUA/1996	Revisão	Elaborar diretrizes para reduzir as complicações infecciosas associadas ao uso de dispositivos intravasculares.	Troca do curativo, do circuito estéril, solução fisiológica e transdutor.
O’Grady et al.17 NE†: VII EUA/2002	Revisão, diretriz	Criar uma diretriz para a prevenção de infecções relacionadas a cateteres intravasculares.	Tempo de troca de CAPII, troca do circuito estéril, solução fisiológica e transdutor a cada 96 horas.
Maki et al.59 NE†: VI EUA/2006	Revisão	Identificar os riscos absolutos e relativos de infecção da corrente sanguínea associados aos vários tipos de dispositivos intravasculares.	Manuseio do cateter.
Koh et al.20 NE†: VI Austrália/ 2008	Descritivo, quantitativo, observacional	Medir a colonização e as taxas de infecção da corrente sanguínea relacionada ao cateter em cateteres arteriais.	Troca do circuito estéril, solução fisiológica e transdutor.
Martins et al.21 NE†: VI Brasil/2008	Descritivo, observacional	Verificar a adesão dos profissionais de enfermagem às recomendações de assepsia na instalação e no manuseio do CIVP‡.	Antissepsia das conexões.
López et al.24 NE†: II Espanha/2009	Ensaio clínico randomizado	Investigar o desempenho clínico de um sistema fechado de infusão comparado a um sistema aberto em CIVP‡.	Curativo.
Koh et al.26 NE†: IV Austrália/2012	Descritivo, quantitativo, prospectivo e observacional	Determinar as taxas de colonização em segmentos de CVC§, CAP||, CIVP‡ não tunelizados e PICC¶ após remoção.	Troca do circuito estéril, solução fisiológica e transdutor.
López et al. 24 NE†: II Espanha/2014	Ensaio clínico controlado	Comparar CIVP‡ com sistema fechado e sistema aberto.	Curativo e desinfecção dos conectores.
Gunther et al.60 NE†: II França/2016	Ensaio clínico randomizado	Descrever as complicações pós-inserção de acessos intravasculares.	Curativo.
Loveday et al.61 NE†: V Inglaterra/2016	Revisão	Levantar as evidências quanto aos curativos impregnados com gluconato de clorexidina a 2%.	Curativo.
Marsh et al.35 NE†: II Austrália/2018a	Ensaio clínico randomizado	Comparar dois métodos de cobertura para CIVP‡.	Curativo.
Marsh et al. 62 NE†: II Austrália/2018b	Quantitativo, experimental, controlado randomizado	Comparar a inserção de um CIVP‡ por um médico e enfermeiro generalistas e especialistas.	Curativo.
Rickard et al.36 NE†: II Austrália/2018	Ensaio clínico randomizado	Comparar a eficácia e os custos curativos de poliuretano para CIVP‡.	Curativo e dispositivo para estabilização.
Timsit et al.37 NE†: V França/2018	Revisão	Fornecer informações atualizadas sobre o conhecimento disponível sobre epidemiologia e diagnóstico de complicações de CVC§ e arteriais em Unidade de Terapia Intensiva.	Tempo de troca do cateter.
Lanza et al.40 NE†: VI Brasil/2019	Quantitativo, transversal	Analisar a adesão dos profissionais de enfermagem às medidas preventivas de infecção por CIVP‡.	Antissepsia das conexões.
Etafa et al.63 NE†: VI Etiópia/2020	Descritivo	Avaliar o conhecimento de estudantes de enfermagem de graduação sobre diretrizes baseadas em evidências sobre o manejo de CIVP‡.	Higienização das mãos, curativo de poliuretano e gaze.
Liu et al.48 NE†: VI China/2020	Descritivo	Identificar a incidência, os fatores de risco e os custos médicos de complicações induzidas por CIVP‡.	O uso de filme transparente estéril.
Schults et al.50 NE†: VI Austrália/2020	Descritivo, quantitativo, observacional	Descrever as práticas de inserção e manejo dos CAP|| e complicações associadas.	Cobertura e estabilização para CAPII.
Larsen et al.55 NE†: II Austrália/2021	Ensaio clínico randomizado	Estabelecer a viabilidade de um estudo controlado randomizado comparando métodos de curativo e fixação de cateteres arteriais para prevenir a falha do dispositivo.	Complicações em uso do CAPII, com curativo.
Rickard et al.56 NE†: II Austrália/2021	Ensaio clínico randomizado	Comparar a eficácia e os custos da substituição do conjunto de infusão de 7 dias versus 4 dias para prevenir infecção da corrente sanguínea relacionada a CVC§, CVC§ tunelizado, PICC¶ e CAP||.	Troca do circuito estéril, solução fisiológica e transdutor, antissepsia dos conectores curativos.
Silva et al. 64 NE†: VI Brasil/2021	Descritivo	Identificar o controle da infecção da corrente sanguínea de CIVP‡.	Curativo.

• *ID: identificação do artigo; ^†NE: nível de evidência; ^||CAP: cateter arterial periférico; ^‡CIVP: cateter intravenoso periférico; ^§CVC: cateter venoso central; ^¶PICC: cateter venoso central de inserção periférica.

O Quadro 3 descreve as características dos estudos incluídos na categoria “Retirada” segundo identificação do artigo (ID), delineamento, objetivo, abordagem e nível de evidência.

Quadro 3 -
Características dos estudos incluídos na categoria “Retirada”.

ID* NE† local e data	Delineamento	Objetivo	Principais resultados abordagem
Hospital Infection Control Practices Advisory Committee58 NE†: V EUA/1996	Revisão	Elaborar diretrizes para reduzir as complicações infecciosas associadas ao uso de dispositivos intravasculares.	Tempo de uso do cateter.
Timsit et al.37 NE†: V França/2018	Revisão	Fornecer informações atualizadas sobre epidemiologia e diagnóstico de complicações de cateter venoso central e cateter arterial periférico.	Tempo de uso do cateter e complicações; ultrassom e antissepsia.
Lye et al.65 NE†: V Austrália/2019	Revisão	Avaliar a literatura atual relacionada à remoção versus retenção de cateteres venosos centrais e linhas intra-arteriais com suspeita de infecção na população adulta de Unidade de Terapia Intensiva.	Tempo de uso do cateter.

• *ID: identificação do artigo; ^†NE nível de evidência.

DISCUSSÃO

Os cuidados para inserção do CAP variaram entre os estudos, como a higienização das mãos e a antissepsia da pele com diferentes antissépticos.

Foram apontados nos estudos com evidência nível I em relação à higienização das mãos: água e sabão convencional ou aplicação de álcool em gel66; água e sabão líquido; álcool de 60 a 80% sem presença de sujidade1; solução à base de álcool a 60%, de etanol ou a 70% de álcool isopropílico sem presença de sujidade; sabão não antimicrobiano ou antimicrobiano com água67. O estudo encontrado na literatura ressaltou a importância da realização da higienização das mãos e uso de luvas para o manuseio do cateter38.

Quanto às recomendações para antissepsia da pele antes da inserção do CAP, nesta revisão foram identificadas variações18^,22^,23^,29^-31^,35^,39^,41^-43^,45^,46^,52^-54 sendo elas: clorexidina >0,5%1 com álcool39^,43 e como alternativa de tintura de iodo, iodóforo ou álcool a 70%30^,41^,42^,46^,53^,66, álcool 10%43, clorexidina à base de álcool29, clorexidina18^,41, clorexidina aquosa29^,67 e clorexidina gluconato a 2% em álcool22^,31^,35^,45^,46^,52^,54, álcool 75%23, iodopovidona a 10%23^,52^,68, sendo as investigações1^,66^,67^,68 nível de evidência I. Não foram encontrados nesta revisão estudos que utilizaram a técnica “no touch” para inserção de CAP. Contudo, não tocar a área após realizada a antissepsia do local de inserção66, exceto se a palpação for efetuada com luva estéril caso haja necessidade, é um cuidado recomendado para inserção de CVP, devido à não utilização de luva estéril no procedimento1^,69^,70. Quanto à barreira de proteção, estudos descreveram o uso de gorro25, luvas estéreis25,26^,32^,44^,47^,55^,56, campo estéril25^,26^,32^,56, máscara e capote25^,32^,44, ou seja, barreiras máximas de proteção1^,25^,26^,32^,66^,71. As evidências dos estudos oscilaram do nível I ao IV.

Investigação encontrada na literatura identificou o uso de kit de transdutores estéril e descartável juntamente com a bolsa de pressão47. Recomenda-se utilizar transdutor descartável1 ou esterilização de transdutor reutilizável, solução, tubulação e bolsa pressórica66, nível de evidência I. É importante salientar que, ao escolher a artéria radial como local de punção, é necessário realizar o teste de Allen27, devido à circulação colateral19, considerando-se a idade, a presença de comorbidade, as condições da pele, o estado psíquico do paciente, além da escolha do membro não dominante1 com forte evidência científica. Esses aspectos são importantes para o uso do CVP, e podem ser aplicadas para o uso do CAP, inclusive para escolher a artéria a ser puncionada69. O profissional deverá optar por um cateter com um calibre menor para evitar complicações, como flebite mecânica e obstrução de fluxo1. Nível de evidência I.

Não foram identificados neste estudo evidências sobre a quantidade de tentativas de inserção específicas ao CAP, porém são recomendadas para punção periférica1 e para CVP67 duas tentativas de punção por profissional e, no máximo, quatro tentativas no total. Nível de evidência I.

Além disso, um profissional com experiência deve ser acionado em caso de falhas1^,67. Estudos com recomendações do nível de evidência II e VI, identificaram que o uso do ultrassom (US)27^,32^,33^,37^,51, contribui para o sucesso de inserção e a minimização de complicações, auxiliando na redução de múltiplas tentativas, melhora da precisão do vaso e redução do estresse do paciente69. Nível de evidência I.

Para medida de conforto, além do uso de lidocaína a 1%55, o botão anestésico ao CAP com fio cirúrgico deve ser considerado quando houver necessidade10. Nível de evidência II e V.

A literatura recomenda observar a necessidade de permanência do dispositivo1, além de avaliá-lo a cada quatro horas. Em pacientes críticos, sedados e com déficit cognitivo, a avaliação deve ser feita a cada uma/duas horas e, ao menos, uma vez no plantão1 em pacientes internados69. Na presença de sinais flogísticos (eritema, edema, dor, sensibilidade, endurecimento, drenagem ou ruptura da pele e calor), o dispositivo deverá ser removido66, atentando-se também para outras alterações, como prurido, hematoma e diaforese55. Destaca-se que esta revisão não identificou nos estudos uma especificação de orientação sobre a inspeção. Nível de evidência I.

Quanto à troca do circuito estéril, das soluções fisiológicas e do transdutor, houve divergência entre os estudos, com resultados indicando a cada 96 horas17^,58 de quatro a sete dias56, 24 a 48 horas19^,57 e 72 horas20^,26. Em relação ao nível de evidência, os estudos foram de II ao V. Recomendações atuais CDC, ANVISA e GORSKI apontam que a troca deverá ser feita a cada 96 horas1^,66^,67, com altos níveis de evidência I. Estudo evidenciou que a troca de infusão por sete dias é segura, quando comparada a quatro dias56. Nível de evidência II.

Não há recomendações quanto ao uso de heparina juntamente com a solução fisiológica para manutenção do circuito do sistema de PAI1. Estudos descreveram a antissepsia dos conectores40 com álcool isopropílico a 70%56^,68, álcool a 70%21^,28^,49, sendo recomendações de nível II e VI, além de álcool etílico a 70%69. Nível de evidência I. Conectores devem ser trocados a cada desconexão ou com presença de sujidade1^,69.

O uso de cobertura estéril (gaze e fita adesiva estéril, transparente, semipermeável com membrana de poliueratano estéril e curativo de esponja impregnados com CHG a 2%) impede a infecção, reduzindo o deslocamento do cateter1^,24^,28^,48^,50^,56^,60^,61^,67 e outros estudos apontaram o uso de cobertura com clorexidina44^,69. Um estudo encontrado na literatura apontou tempo livre de complicações maior que 11horas quando utilizado curativo de fixação única em relação ao poliuretano35. Nível de evidência I ao IV.

Quanto ao manejo dos cuidados ao CAP, é importante ressaltar a necessidade de realizar treinamentos desde a sua formação profissional, uma vez que a adoção de boas práticas envolve a constante atualização63.

A troca do curativo deve ser realizada caso haja umidade, sujidade, descolamento da cobertura, perda do curativo, não necessidade do uso de dispositivo, tração, integridade da pele comprometida66^,67. Nível de evidência I. Divergindo da informação acima autores não apontaram período de troca do curativo62. Em relação à estabilização, o uso de fitas adesivas não estéreis e suturas não foi recomendado36^,50^,55. Nível de evidência II e VI. O uso de filmes de barreiras para proteção de pele para reduzir lesões de pele foi apontado em estudo69^. Nível de evidência I. Considerando que a inspeção do cateter contribui para o controle de infecção64.

Em relação à retirada, o uso de CAP após sete dias de uso do dispositivo aumenta o risco de infecção, principalmente quando usado em artéria femoral ao invés de radial37, nível de evidência V, embora não se tenha evidência em relação quanto a retirada do dispositivo com suspeita de infecção65.Referindo-se às complicações e à infecção, a inserção acima do ligamento inguinal pode aumentar o risco de hemorragia, embolia gasosa, lesão neurológica, oclusão vascular transitória, pseudoaneurisma e infecção. Em relação à inserção na radial D, pode ocorrer oclusão vascular transitória59^,72. Nível de evidência I. A divergência do calibre e diâmetro vaso, múltiplas tentativas, manipulação excessiva59 e quadro hemodinâmico do paciente contribuem para o risco de complicação de oclusão vascular arterial e retirada do cateter72.

Não foram identificados nesta revisão estudos acerca dos cuidados com o sítio de inserção após a sua retirada do CAP. Esperava-se encontrar evidências acerca do curativo oclusivo compressivo, para evitar complicações vasculares, como sangramentos e hematoma, o que não foi identificado. Cuidados com transdutores em relação ao reprocessamento foram evidenciados58^,66. Nível de evidência V e I respectivamente.

Não houve estudos que abordaram os cuidados específicos após a retirada do dispositivo e em relação ao desconforto ao uso do dispositivo. Ressalta-se a necessidade de estudos para preencher essas lacunas, para serem aplicados na prática clínica da enfermagem como: capacitação e treinamento para o manejo de CAP; avaliação da presença de dor ou desconforto; realização da técnica estéril de compressão; e observação de sinais de sangramento e hematoma nas primeiras 12 horas após retirada de CAP.

Considerando se os riscos de infecção, uma investigação apontou semelhança de colonização de CAP e CVC em pacientes críticos34^,59.

A limitação desta revisão considerou a análise de estudos disponíveis na íntegra por meio de acesso destinado a estudantes, servidores e docentes de uma universidade pública federal, o que pode não contemplar todos os estudos publicados no período selecionado para esta investigação.

CONCLUSÃO

A partir dos resultados desta revisão, foi possível identificar evidências acerca dos cuidados relacionados ao CAP, ressaltando-se a higienização das mãos, a antissepsia da pele, a barreira de proteção, o uso de transdutores, a utilização da tecnologia (US), a escolha da cobertura, os conectores e a desinfecção de componentes.

Portanto, é possível ressaltar que a importância dessas práticas favorece a melhor aplicação do CAP, minimizando complicações quanto ao uso do dispositivo relacionadas à dor ao paciente, à realização de múltiplas punções, entre outros eventos que devem ser evitados e questionados.

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NOTAS

• ORIGEM DO ARTIGO

  Extraído da dissertação - Prevenção e controle de infecção relacionada ao manejo de cateter arterial periférico em adultos internados: revisão integrativa, apresentada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Atenção à Saúde da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, em 2023.

• FINANCIAMENTO

  O presente trabalho foi realizado com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.

Editado por

EDITORES

Editores Associados: Gisele Cristina Manfrini, Ana Izabel Jatobá de Souza. Editor-chefe: Elisiane Lorenzini.

Datas de Publicação

• Publicação nesta coleção
  24 Maio 2024
• Data do Fascículo
  2024

Histórico

• Recebido
  27 Ago 2023
• Aceito
  27 Out 2023