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LÍNGUA COMO PRÁTICA SOCIAL: DESCONSTRUINDO FRONTEIRAS NA EDUCAÇÃO BILÍNGUE INTERCULTURAL

RESUMO

Apesar do programa de Educação Intercultural Bilíngue (EIB) do Peru estar tentando buscar novas direções, ele ainda carrega no seu bojo muitas das ideologias e práticas que o vem definindo desde que iniciou há meio século. Neste artigo, discuto o modo como algumas dessas ideologias e práticas relativas a línguas são reproduzidas em um programa de treinamento pré-serviço de professores em uma das universidades particulares da capital do país, a qual implementa uma política nacional de inclusão social para jovens falantes de quéchua oriundos de contextos vulneráveis. Tendo por base dicotomias diversas (L1/L2, uso do espanhol/uso do quéchua, práticas de letramento em espanhol/práticas de letramento em quéchua, falante de quéchua/falante de espanhol), o programa produz dois tipos de subjetividades hierarquizadas: uma relativa ao sujeito educado em quéchua e uma outra relativa ao sujeito educado em espanhol, ambas derivadas da noção de línguas como códigos discretos e vinculadas a determinados grupos etnolinguísticos e a práticas culturais bem demarcadas (GARCÍA et al., 2017). Em um contexto de novas dinâmicas socioculturais e de novos bilinguismos, os jovens alunos do programa subvertem essas dicotomias e começam a traçar novos caminhos para a EIB e para o quéchua no Peru.

Palavras-chave:
Quéchua; juventude; educação intercultural bilíngue

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