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Sobre feitiços e ritos: enfermidade e cura nas reduções jesuítico-guaranis, século XVII

On spells and rites: illness and cure in the Jesuit Guarany reductions in the XVII century

Resumos

Este artigo tem como objetivo principal apresentar as alterações nas práticas mágico-terapêuticas empregadas pelos Guarani, em decorrência do projeto jesuítico de civilização e de conversão que previa a concentração dos indígenas em reduções e a normatização de suas manifestações rituais e religiosas.

Reduções jesuíticas; Enfermidade; Cura.


This article has the main objective to introduce the alterations in the Guarani's magic- therapeutic practices, resulting of Jesuit's converting and civilization project, which demanded the concentration of the Indians in mission settlements and the regulation of ritual and devotional expressions.

Mission settlements; Illness; Cure.


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  • 1
    Furlong, 1962, p. 604.
  • 2
    De acordo com Furlong, os Guarani tinham seus médicos e "medicinas, estribando casitodas estas en el uso de cortezas, semillas, jugos de plantas y árboles de la región" (Furlong. Apud Echenique e Ferreira 1985, p. 252). Nora Echenique e Miriam Ferreira referem a utilização de ungüentos contra mosquitos e como protetor solar, além das escarificações feitas com "espinhas de pescados, aguijones de palmera o dientes de acutí, combatendo así la pesadez del cuerpo y el cansancio mismo", da "curación ignea" na cauterização de feridas; das ventosas e dos anti-helmínticos que viriam a ser empregados por toda a população colonial americana. (Idem, p. 252).
  • 3
    Cadogan, 1992, p. 182-185. Ver Echenique e Ferreira, 1985, p. 251 a 262: Este estudorefere-se a terapêutica empregada pelos guaranis e pelos missionários jesuítas em relação à disenteria, picadas de cobras, tratamentos oculares e para dores de ouvido, bem como para a cicatrização de feridas.
  • 4
    Cadogan, 1992, p. 112. Roque Laraia registra o costume: "a chegada de um estranho emdeterminadas comunidades pode ser considerada como a quebra da ordem social ou sobrenatural. Os xamã Suruí (índios Tupi do Pará) defumam com seus grandes charutos rituais os primeiros visitantes da aldeia, a fim de purificá-los e torná-los inofensivos". (Laraia, 1986, p. 76).
  • 5
    Cadogan, 1992, p. 230.
  • 6
    O Pe. Sepp acreditava que "la mayoría de los indígenas morían de parasitasis, debido a la voracidad con que consumían la carne semicruda, estas se pudren en el estómago y donde hay carne corrompida existen las lombrices y al aumentarse estas el estómago no retiene nada más lo que produce la desintería sangrienta (fluje de vientre com pujos y sangre mezclada)" (Echenique e Ferreira, 1985, p. 254). Segundo estas mesmas autoras, "la parasitosis reducía las expectativas de vida de los indígenas, a no más de cincuenta años". (Idem, p. 255)
  • 7
    Furlong, 1962, p. 604. De acordo com Echenique e Ferreira: "La viruela hemorrágica y negra es una enfermedad que se caracteriza por una erupción de pústulas com costras que al caer, acostumbran a dejar un hoyo en la piel." (Echenique e Ferreira, 1985, p. 253).
  • 8
    Conforme Biraben: "Algumas das maiores doenças epidêmicas que pontilhavam tragica-mente a humanidade foram, sem dúvida, a peste bubônica, a varíola, a gripe, a disenteria, o tifo e a sífilis. {...} A varíola caracteriza-se, entre as epidemias infecciosas, pela erupção de pústulas em todo o corpo, pela alta letalidade e grande contagiosidade. {...} No século XVII, Thomas Sydenham {...} inova na terapêutica, pois constata que grande número de pústulas, consideradas até então como uma força favorável da natureza para expulsar o veneno, era, ao contrário, um sinal desfavorável. Então ele suprime as sangrias e purgativos, até então usuais no tratamento inicial da moléstia {...}". (Biraben, 1984, p. 111 - 131).
  • 9
    Haubert, 1987, p. 254.
  • 10
    Leonhardt, 1937, p. 101. De acordo com Leonhardt: "{...}el Derecho Canónico {...} reflejala legislación de siglos al ordenar que 'los clérigos han de evitar, no sólo lo que es indecoroso, sino también lo que es ajeno a su estado. Sin indulto apostólico no deben ejercer la medicina ni la cirurgía. {...} Dice el canon 985: 'Son irregulares por delito los clérigos que ejercen la medicina o la cirurgía a ellos prohibida, si ejerciéndola causan la muerte." (Leonhardt, 1937, p. 102).
  • 11
    Leonhardt, 1937, p. 103.
  • 12
    Apud Leonhardt, 1937, p. 104.
  • 13
    Leonhardt, 1937, p. 110.
  • 14
    Apud Rabuske, 1978, p. 24.
  • 15
    Em razão disso, encontraremos os missionários que, "con más buena voluntad que cienciaadecuada, acudían al alivio de los enfermos" (Furlong, 1962, p. 604), aplicando sangrias, tão logo fosse constatada a epidemia. Considerada como cura profilática, exigiu a confecção de sangradores e o recrutamento de enfermeiros nas reduções, mas o próprio Padre Sepp, que enfrentou a peste de varíola em 1695, constatou que elas não se constituíam em remédios eficazes contra este mal.
  • 16
    Segundo Echenique e Ferreira, "en materia médica los europeos no estaban más adelantadosque los guaraníes" (Echenique e Ferreira, 1985, p. 251), o mesmo valendo particularmente para a medicina espanhola que "no estaba muy avanzada", sendo bastante comuns os curandeiros que, valendo-se de amuletos e talismãs, "asombraban a los galenos". (Idem, p. 252).
  • 17
    D. H. A., Tomo XX, 1924, p. 681.
  • 18
    Haubert, 1987, p. 254.
  • 19
    As doenças afetaram intensamente a dinâmica populacional dos Guarani que, conforme asfontes coloniais, estavam em crescimento nos séculos 16 e 17. Cabe aqui fazer referência ao estudo de arqueologia médica realizado por Silvio Palacios que contribui para o conhecimento sobre a saúde e a enfermidade dos guaranis nas reduções jesuíticas e que leva em conta que: "La característica de urbanización de los pueblos misioneros jesuítico-guaraníes, con la localización, generalmente uniforme, de la casa de los Padres, el Templo y el Cementerio, el número de habitantes, los años de existencia, la mortalidad comprobada y la seguridad que la gran mayoría eran enterrados en el cementerio de esqueletos de muestras óseas y otros vestigios podría estar asegurada" (Palacios, 1994, p. 54). "La mortalidad en las poblaciones antiguas, incluyendo la de las misiones jesuítico-guaraníes, era alta y los índices por grupos de edad atarían elevados con predominio de niños, jóvenes y adultos no muy mayores" (Idem, p. 46).
  • 20
    Melià, 1986, p. 57.
  • 21
    Melià, 1986, p. 87. Garlet observa que "os próprios missionários eram, em muitos casos, osagentes transmissores de doenças. Em algumas circunstâncias o efeito das epidemias frustrava as suas expectativas, enquanto que em outras assinava o aval de seu ingresso nas aldeias, sendo tomados por grandes pajés que sabiam como tratar estas novas e estranhas doenças. {...}". Por outro lado, "as epidemias, em muitos casos evacuavam as populações nativas de extensas áreas, liberando-as aos colonizadores. Acompanhando o histórico dos contatos entre os antigos Mbyá com a sociedade colonial, fica evidente que os colonos foram se estabelecendo sobre seu território à medida que as doenças produziam verdadeiras clareiras demográficas." (Garlet, 1997, p. 40-41).
  • 22
    Coimbra, 1991, p. 182.
  • 23
    Coimbra, 1991, p 179.
  • 24
    A delimitação espacial observada neste estudo abarca a Antiga Província Jesuítica do Paraguay,inicialmente chamada de Província do Paraguay, Chile y Tucumán, correspondendo aos territórios hoje ocupados pela Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile, a parte meridional da Bolívia e os estados brasileiros do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul.
  • 25
    Apud Vianna, 1970, p. 129.
  • 26
    Apud Vianna, 1970, p. 123.
  • 27
    Apud Vianna, 1970, p. 128-129.
  • 28
    Apud Vianna, 1970, p. 112. F. Noelli, em estudo sobre o impacto das epidemias entre osGuarani, afirma que "em vez de evitar os contatos, impedindo a contaminação, fruto da ignorância científica da época, não só os padres como os índios contaminados iam continuamente às aldeias, que muitas vezes ainda poderiam estar livres das doenças" (Noelli, 1999, p. 5).
  • 29
    Montoya, 1876.
  • 30
    Também Carlos Gatti, médico e etnógrafo dos Guarani do Paraguai, atribui o sentido dadopor Montoya, mbava = "mortandad, peste, epidemia" (Gatti, 1985).
  • 31
    Coimbra, 1991, p. 184.
  • 32
    Téllez, 1993, p. 19.
  • 33
    Vara(h), 1984, p. 97.
  • 34
    Conforme Clastres, "el pensamiento indígena determina {...} la enfermedad como rupturade la unidad personal alma-cuerpo, y la curación como restauración de esa unidad. {...} Para ciertos pueblos, los Guaraníes por ejemplo, el alma {...} se confunde con el nombre própio: el alma es el nombre. Así, una enfermedad particularmente grave puede ser diagnosticada como inadecuación del nombre a la persona enferma. La causa de la enfermedad es el error de denominación, el enfermo no posee el nombre-alma que le conviene. {...} La cura prueba que efectivamente ha encontrado el verdadero nombre {...}" (Clastres, 1987, p. 81).
  • 35
    Cadogan, 1950, p. 235.
  • 36
    Cadogan, 1992, p. 137.
  • 37
    Montoya, 1985, p. 25.
  • 38
    Montoya, 1985, p. 54.
  • 39
    O xamã é também percebido pelos Guarani como "un ser temible, capaz de destruir a susenemigos a leguas de distancia, su capacidad para realizar hechizos y destruir es ilimitada, y la amenaza de ser víctima de ellos está constantemente en la mente Guarani" (Vara(h), 1984, p. 98).
  • 40
    Montoya, 1985, p. 54 - 55.
  • 41
    Thomas, 1991, p. 527.
  • 42
    Thomas, 1991, p. 181.
  • 43
    Thomas, 1991, p. 527.
  • 44
    D. H. A., Tomo XX, 1924, p. 290. Lídia Schärer em seu artigo "San Ignácio y los milagrosen la salud a traves de las Cartas Anuas (1626 - 1639)" afirma: "la imagen de San Ignacio, es imagen del acto evangelizador" (Schärer, 1989, p. 257) e refere que sua manifestação curativa se estendia a "fracturas, fiebre crónica, ceguera y otras dolencias de la vista, parálisis de ambos miembros inferiores, dolores crónicos de cabeza; así como también acudia con las enfermedades mentales y como patrono protector de las mujeres embarazadas". (Idem, p. 259).
  • 45
    D. H. A., Tomo XX, 1924, p. 294.
  • 46
    Vale aqui referir as observações de Jacques Le Goff sobre as curas das escrófulas pelo toquerégio tratadas por Marc Bloch em "Os Reis Taumaturgos": "Às vezes, as doenças mais ou menos confundidas sob o nome de escrófulas ou alporcas curavam-se espontaneamente, se bem que amiúde de forma incompleta ou temporária. A natureza fazia o milagre. Como em geral a cura acontecia bastante tempo depois do cumprimento do rito de cura, as pessoas acreditavam facilmente na realidade de um milagre retardado". (Le Goff in Bloch, 1993, p. 27). Pode-se aqui estabelecer uma aproximação entre as curas milagrosas referidas por Bloch e as registradas pelos missionários nas Cartas Ânuas, na medida em que, em alguns casos, a "natureza" promovia a melhora do doente.
  • 47
    Em relação a este ponto, é preciso ressaltar que a medicina de outrora era praticamenteincapaz de descobrir e de avaliar as recidivas das doenças. Além disso, os médicos, à época (séc. XVII), não tinham a sua disposição nem uma terminologia muito rigorosa, nem métodos de diagnóstico muito seguros. Havia, segundo Marc Bloch, algumas doenças capazes de facilmente dar a ilusão de cura, "pois com bastante freqüência suas manifestações {...} desaparecem de forma espontânea, ainda que para reaparecer mais tarde". (Bloch, 1993, p. 277). Numa referência ao que denominou "explicação psicoterápica do milagre régio", Bloch nos lembra que: "No tempo em que os reis da Inglaterra benziam os cramp-rings, decerto se confundiam sob o nome de epilepsia {...} muitas outras desordens nervosas {...} que tinham origem puramente emocional ou que a neurologia moderna incluiria no grupo de fenômenos nascidos da sugestão ou da auto-sugestão {...} todos eles acidentes que um choque psíquico ou a influência sugestiva de um talismã são perfeitamente capazes de fazer desaparecer. {...} Segundo tudo indica, alguns dos usuários dos anéis deveram sua cura (ou talvez a atenuação de seus males) muito simplesmente à robusta fé que haviam devotado ao amuleto régio". (Idem, p. 272).
  • 48
    Apud Pastells, 1912, p. 163.
  • 49
    D. H. A., Tomo XX, 1924, p. 523.
  • 50
    Maeder, 1990, p. 167.
  • 51
    D. H. A., Tomo XX, 1924, p. 658.
  • 52
    Montoya, 1985, p. 141-145. De acordo com Bertoni, "Conviene recordar aquí un hechointeresante, que dejaría evidenciado el buen efecto del Kaá-hái, o Agrial, planta que debe su agradable acidez al ácido oxalico principalmente. Cuando el célebre Padre Montoya llegó a orillas del Yabebi-ry (Misiones, Argentina), con unos 10.000 prófugos del Guaihrá, se declaró tan recia epidemia de disentería, que murieron más de 2.000 de aquellos neófitos. Como faltasen víveres, los Guaraníes dieron en comer aquella suculenta verdura {...} El caso es que pronto se notaron los buenos efectos sobre la epidemia {...}". (Bertoni, 1927, p. 338).
  • 53
    D. H. A., Tomo XX, 1924, p. 287.
  • 54
    D. H. A., Tomo XX, 1924, p. 591.
  • 55
    Já se disse, muitas vezes, que os xamãs - viajantes no tempo e no espaço - são tradutorese profetas. Cabe-lhes, sem dúvida, interpretar o inusitado, conferir ao inédito um lugar inteligível, uma inserção na ordem das coisas. Essa ordenação não se faz, contudo, sem contestação e, freqüentemente, é objeto de ásperas disputas que se assentam tanto na política interna quanto nos sistemas de interpretação. Esta disputa será reatualizada com a chegada dos missionários. Por outro lado, de acordo com Manuela Carneiro da Cunha, observou-se, muitas vezes, o extraordinário florescimento do xamanismo em situações de dominação do tipo colonial, ou mais exatamente quando os povos indígenas foram capturados nas engrenagens do sistema colonial escravista.
  • 56
    D. H. A., Tomo XX, 1924, p. 556.
  • 57
    Echenique e Ferreira, 1985, p. 260.
  • 58
    É oportuno lembrar que o medo e a desconfiança iniciais foram cedendo diante do "poderde cura" demonstrado pelos missionários frente às doenças desconhecidas e à ineficácia das práticas tradicionais de cura dos karaí nativos. Conforme Garlet ,"não era a cura da alma ou do espírito que o demovia a aceitar o missionário, mas a cura dos males físicos". (Garlet, 1997, p. 41).
  • 59
    Maeder, 1984, p. 88.
  • 60
    Haubert, 1987, p. 253-254.
  • 61
    Haubert, 1987, p. 255.
  • 62
    Deve-se ressaltar que a eficácia da cura xamânica depende do medicamento, mas que estenão age autonomamente, senão como parte de todo o processo de cura xamânica. E é este processo que torna a cura socialmente aceitável, permitindo a atuação do xamã. Na verdade, qualquer fenômeno mágico é um fenômeno de crença e esta só pode nascer das necessidades coletivas do grupo. Marc Bloch, ao tratar dos rituais de cura em sua obra "Os Reis Taumaturgos", de 1923, nos alertava para a "a natureza profunda dos fenômenos sociais", reconhecendo que era mais revelador o fenômeno do milagre do que a cura em si. Ao analisar a questão da magia, Claude Lévi-Strauss (1968) ressalta que não se deve procurar a eficiência dos feiticeiros nos cânticos, poções ou misturas, pois a eficácia dos rituais reside no consenso que decorre do fato de o xamã curar por ser considerado por todos um grande xamã. O antropólogo refere ainda a importância do consenso social para o funcionamento do que denomina "complexo shamanístico" (Levi-Strauss, 1968, p. 162), isto porque o poder do xamã somente se mantém enquanto "cuenta con la fe y la participación de la comunidad" (Vara(h), 1984, p. 100). Para Lévi-Strauss, "la cura shamánica como una maniobra con un único protagonista", pois "el complejo shamánico se compone de tres protagonistas: enfermo, shamán y comunidad" (Lévi-Strauss, 1968, p. 162-163).
  • 63
    É possível observar uma singular uniformidade no tratamento das enfermidades pelosxamãs desde as Antilhas à Terra do Fogo: "Culasquiera que sean las modalidades de las curaciones, terminan siempre con la extracción de un objeto patógeno mediante fumigaciones y succiones. Solamente cuando el alma ha sido robada, la técnica del shamán cambia; pero aún en tal caso no es raro que éste combine la busca del alma perdida con la extracción de la substancia mágica" (Métraux, 1944, p. 160). Cabia ao xamã a reversão desses feitiços e, caso se trate de feitiçaria, "los gusanos 'extraídos' se colocan en un tubo de 'takwara' entre viruta tapándolo, el shaman lo entierra cerca del fuego; el mismo calor del fuego mata a la 'enfermedad' y fulmina al respectivo hechicero, pero son Tupã y Jakairá quienes reprenden espíritus y almas arbóreas indóciles" (Susnik, 1989, p. 157).
  • 64
    D. H. A., Tomo XX, 1924, p. 296.
  • 65
    Em seu estudo sobre a medicina pré-hispânica, Carmen Tellez remete à uniformidade dotratamento das enfermidades, pelos xamãs sul-americanos, já apontada por Métraux: "Ante el enfermo procedía a hablar con él y con sus familiares para averiguar la causa del mal, después le palpaba todo el cuerpo y procedía a chupar la parte lesa para con este ritual extraer el daño. Mediante drogas alucinatorias, se ponía en contacto con los espíritus y prognosticaba el curso de la enfermidad" (Téllez, 1993, p. 110).
  • 66
    Maeder, 1984, p. 87.
  • 67
    Conforme Biraben: "Em 30% dos casos, complicações oculares podem provocar umacegueira mais ou menos grave, quando houve ulceramento da córnea. Podem ocorrer ainda inflamações da retina, nevrites óticas, otites com surdez, orquites, hepatites, nefrites, problemas nervosos e mesmo paralisias e problemas nas articulações." (Biraben in: Marcílio, 1984, p. 126). O mesmo autor refere que a partir do século 17, o médico Thomas Sydenham passa a administrar aos doentes um xarope à base de vitríolo e algumas gotas de láudano, que atenuavam a erupção. (Idem, p. 131). Ainda sobre a farmacopéia indígena destacamos sua "multivariedad asombrosa, y debemos citar además de la quina febrífuga, el yiquirití, las andirobas, el tabaco entre otros, la importancia que tuvo como agente terapeutico la yerba mate." (Echenique e Ferreira, 1983, p, 257.)
  • 68
    Téllez, 1994, p. 20.
  • 69
    Sabe-se "que los indígenas utilizaban entre sus medicamientos la coca, el tabaco, y en especial la quina", mas foram os missionários jesuítas "quien más hicieron por difundir sus beneficios; hasta el punto de que en la lengua inglesa la quina se conoce com el nombre de Jesuit's Bark, Jesuit's Tree, Jesuit's Powder." (Echenique e Ferreira, 1983, p. 251.)
  • 70
    Téllez, 1993, p. 20.
  • 71
    Téllez, 1993, p. 20. Conforme Téllez: "Esta patología humoral que pasó a las tierras conquistadas por España, fue curiosamente introducida, más que por médicos o boticarios, por los misioneros y el clero en general, que eran quienes en realidad asistían a los enfermos tanto en los hospitales como en los lugares más remotos, llevando a los indios además de su fe, un nuevo concepto de medicina. Los misioneros, hombres educados en las doctrinas de su tiempo, conocedores de las lenguas y la literatura clásicas y en contacto directo con el pueblo, fueron, pues, el vehículo adecuado para la difusión de la medicina homural". (Téllez, 1993, p. 22).
  • 72
    D. H. A., Tomo XX, p. 472.
  • 73
    D. H. A., Tomo XX, 1924, p. 283-284. Conforme Bertoni: "Naturalmente las mordedu-ras de víboras constituian la mayor preocupación. Pero el número elevadisimo de plantas empleadas atestigua lo escaso y dudoso de los efectos. Lo cual era natural. Contrariamente a la opinión todavía muy arraigada (...) no existe ningún remedio seguro, ni vegetal ni outro, sobre el que se pueda contar para salvar la vida cualquier caso de mordedura de víboras. (...) Los remedios usados por los Guaraníes, contra el veneno ofídico, en cuanto a su acción efectiva, pertenecian a cuatro categorias diferentes, aunque alguno de ellos pudiese pertenecer a dos o tres categorias a la vez - la primera propendia a la eliminación del veneno; la segunda a su neutralización; la tercera a sostener la vitalidad, y la cuarta a prevenir los accidentes secundários y la infección general." (Bertoni, 1927, p. 357-358).
  • 74
    Montoya, 1985, p. 224-225.
  • 75
    Echenique e Ferreira, 1985, p. 258.
  • 76
    Leite, 1953, p. 84-85.
  • 77
    Leite, 1953, p. 86.
  • 78
    Maeder, 1984, p. 33.
  • 79
    Leonhradt, 1927, p. 102.
  • 80
    Maeder, 1984, p. 89.
  • 81
    Maeder, 1990, p. 147.
  • 82
    De acordo com Arata: "Los historiadores del Rio de la Plata (Lozano, Guevara, etc.), losviajeros (Azara, Demersay, Martin de Moussy, etc.) hablan todos com admiración unas veces, y con curiosidad e interes siempre de los Herbarios de las Plantas Medicinales de Misiones hechos por los padres jesuítas y transmitidos manuscritos de reducción en reducción, de convento en convento. (...) Los curanderos de la época colonial y aun nuestros médicos viejos, les atribuian grande importancia, a tal punto que se copiaban y volvían a copiar sigilosamente." (Arata, 1898, p. 430-431).
  • 83
    Arata, 1898, p. 443.
  • 84
    Apud Arata, 1898, p. 443. Bertoni chama a atenção, no entanto, para a importância dafarmacopéia indígena para as inovações da medicina moderna. "La creencia de que el conocimiento de las plantas medicinales de estos países se deba principalmente a los Padres Jesuítas, es bastante generalizada en el público de estos países. Sin embargo, es inexacta. Es indudable que los Jesuítas hicieron mucho; pero fue en el sentido de recoger las informaciones de los Indios, someterlos al crisol de la experiencia, y transmitirlas." (Bertoni, 1927, p. 382).

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jun 2005

Histórico

  • Recebido
    Ago 2004
  • Aceito
    Jan 2005
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