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Assistência de enfermagem no procedimento anestésico: revisão integrativa* * Extraído da dissertação "Assistência de enfermagem no procedimento anestésico: protocolo para segurança do paciente", Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo, 2015.

Resumo

OBJETIVO

Buscar evidências científicas disponíveis sobre as ações do profissional de enfermagem durante o procedimento anestésico.

MÉTODO

Revisão integrativa de artigos em português, inglês ou espanhol, indexados nas bases de dados MEDLINE/PubMed, CINAHL, LILACS, Cochrane Nacional, SciELO e no Portal BVS.

RESULTADOS

Foram analisados sete estudos que evidenciaram o trabalho do enfermeiro anestesista em países como Estados Unidos e regiões da Europa, com a elaboração do plano de anestesia e assistência ao paciente no que se refere à conferência de materiais e controles intraoperatórios. As barreiras para atuação do enfermeiro envolveram o trabalho conjunto ou supervisionado por anestesiologistas, a falta de diretrizes e políticas governamentais para o exercício legal da profissão, o conflito entre o enfermeiro e o sistema de saúde para manutenção da atuação em locais nos quais a especialidade possui legislação e protocolos definidos.

CONCLUSÃO

Mesmo com a fragilidade metodológica encontrada, os estudos indicaram grande diversidade de atuação do enfermeiro. Além disso, em países com a ausência da especialidade, como no Brasil, observou-se a necessidade de elaboração de diretrizes para assistência durante o procedimento anestésico.

Descritores:
Anestesia; Enfermagem Perioperatória; Enfermagem de Centro Cirúrgico; Segurança do Paciente; Revisão

Abstract

OBJECTIVE

To search for the scientific evidence available on nursing professional actions during the anesthetic procedure.

METHOD

An integrative review of articles in Portuguese, English and Spanish, indexed in MEDLINE/PubMed, CINAHL, LILACS, National Cochrane, SciELO databases and the VHL portal.

RESULTS

Seven studies were analyzed, showing nurse anesthetists' work in countries such as the United States and parts of Europe, with the formulation of a plan for anesthesia and patient care regarding the verification of materials and intraoperative controls. The barriers to their performance involved working in conjunction with or supervised by anesthesiologists, the lack of government guidelines and policies for the legal exercise of the profession, and the conflict between nursing and the health system for maintenance of the performance in places with legislation and defined protocols for the specialty.

Conclusion

Despite the methodological weaknesses found, the studies indicated a wide diversity of nursing work. Furthermore, in countries absent of the specialty, like Brazil, the need to develop guidelines for care during the anesthetic procedure was observed.

Descriptors:
Anesthesia; Perioperative Nursing; Operating Room Nursing; Patient Safety; Review

Resumen

OBJETIVO

Buscar evidencias científicas disponibles acerca de las acciones del profesional de enfermería durante el procedimiento anestésico.

MÉTODO

Revisión integradora de artículos en portugués, inglés o español, indexados en las bases de datos MEDLINE/PubMed, CINAHL, LILACS, Cochrane Nacional, SciELO y en el Portal BVS.

RESULTADOS

Fueron analizados siete estudios que evidenciaron el trabajo del enfermero anestesista en países como Estados Unidos y regiones de Europa, con el diseño del plan de anestesia y asistencia al paciente en lo que se refiere al chequeo de los materiales y controles intraoperatorios. Las barreras para la actuación del enfermero involucraron el trabajo conjunto o supervisado por anestesiólogos, la ausencia de directrices y políticas gubernamentales para el ejercicio legal de la profesión, el conflicto entre el enfermero y el sistema de salud para el mantenimiento de la actuación en sitios en donde la especialidad tiene legislación y protocolos definidos.

CONCLUSIÓN

Aun con la fragilidad metodológica encontrada, los estudios señalaron gran diversidad de actuación del enfermero. Además, en países que carecen de la especialidad, como Brasil, se advirtió la necesidad de elaboración de directrices para la asistencia durante el procedimiento anestésico.

Descriptores:
Anestesia; Enfermería Perioperatoria; Enfermería de Quirófano; Seguridad del Paciente; Revisión

Introdução

Em 1984, médicos anestesiologistas elaboraram o conceito de segurança do paciente nos Estados Unidos, no encontro do Comitê Internacional de Morbidade e Mortalidade Preveníveis. No ano seguinte, criou-se a Fundação para a Segurança do Paciente em Anestesiologia(11 Organização Mundial da Saúde. Aliança Mundial para a Segurança do Paciente. Segundo desafio global para a segurança do paciente: cirurgias seguras salvam vidas. Brasília: OPAS/MS/ANVISA; 2009.).

No início dos anos de 1990, um grupo internacional de anestesiologistas definiu como missão a elaboração de normas para a prática de anestesia, visando à uniformidade das ações e ao aumento da segurança do procedimento anestésico mundial. As normas, que incluíam assistência perianestésica e monitorização, foram aprovadas em 1992 no Congresso Mundial de Anestesia e adotadas como padrões mundiais pela World Federation of Societies of Anesthesiologists (WFSA). As revisões e atualizações dessas normas ocorreram em 2008 e 2010, em busca de melhorias e aprimoramento dos padrões(22 Merry AF, Cooper JB, Soyannwo O, Wilson IH, Eichhorn JH. An iterative process of global quality improvement: the International Standards for a Safe Practice of Anesthesia 2010. J Can Anesth. 2010;57(11):1021-6.).

Em 2002, a Assembleia Nacional da Organização Mundial da Saúde (OMS) elaborou uma resolução para segurança dos cuidados durante os procedimentos cirúrgicos, devido às altas taxas de morbidade e mortalidade relacionadas aos procedimentos. Foram definidos como padrões de qualidade para os serviços de saúde: prevenção de infecção de sítio cirúrgico; anestesia segura; equipes cirúrgicas seguras; e indicadores de assistência cirúrgica(33 Merry AF, Cooper JB, Soyannwo O, Wilson IH, Eichhorn JH. International Standards for a Safe Practice of Anesthesia 2010. J Can Anesth. 2010;57(11):1027-34.).

Em 2004, a OMS lançou o manual de cirurgia segura com o programaCirurgias Seguras Salvam Vidas , com o objetivo de informar os profissionais de saúde e administradores sobre a função e os padrões de segurança cirúrgica em saúde pública; definir medidas ou indicadores para a vigilância nacional e internacional da assistência à saúde; identificar padrões de segurança na sala de cirurgia, de acordo com uma lista de verificação(33 Merry AF, Cooper JB, Soyannwo O, Wilson IH, Eichhorn JH. International Standards for a Safe Practice of Anesthesia 2010. J Can Anesth. 2010;57(11):1027-34.).

A lista de verificação cirúrgica ou check list engloba ações para execução antes da indução anestésica, anterior à incisão cirúrgica e antes da saída de sala. As ações objetivam: assegurar o paciente por meio de intervenções corretas; presença de equipe cirúrgica em sala; funcionamento, disponibilidade de equipamentos e suprimentos necessários para a intervenção anestésica e cirúrgica; registro completo das intervenções realizadas no transoperatório; e identificação de problemas com equipamentos para manutenção.

O Ministério da Saúde, através da portaria n°1377, de 9 de julho de 2013, aprovou o protocolo para cirurgia segura elaborado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)(44 Brasil. Ministério da Saúde. Portaria GM. N. 1377, de 9 de julho de 2013. Aprova os protocolos de segurança do paciente [Internet]. Brasília; 2013 [citado 2013 jul. 25]. Disponível em: Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt137709072013.html
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis...
). Este protocolo orienta a aplicação da lista de verificação em todos os estabelecimentos de saúde que realizam procedimentos dentro ou fora do centro cirúrgico, envolvendo incisão no corpo humano ou introdução de equipamentos endoscópicos por qualquer profissional de saúde(55 Brasil. Ministério da Saúde; Agência Nacional de Vigilância Sanitária; Fundação Oswaldo Cruz. Protocolo para cirurgia segura [Internet]. Brasília; 2013 [citado 2014 jul. 25]. Disponível em: Disponível em: http://www.hospitalsantalucinda.com.br/downloads/protocolo_cirurgia_segura.pdf
http://www.hospitalsantalucinda.com.br/d...
).

A escolha do tipo de anestesia é de responsabilidade do anestesiologista e varia de acordo com condições clínicas do paciente; doenças preexistentes; condições mentais e psicológicas do paciente; tempo de recuperação pós-operatória; presença de dor pós-operatória; tipo e duração do procedimento cirúrgico, além da posição do paciente durante a cirurgia(66 Cangiani LM, Slullitel A, Potério GMB, Pires OC, Posso IP, Nogueira CS, et al. Tratado de anestesiologia. 7ª ed. São Paulo: Atheneu; 2011. v. 2.-77 Auler Junior JOC, Carmona MJC, Torres MLA, Ramalho AS. Anestesiologia básica. São Paulo: Manole; 2011. p. 437-40.).

O ato anestésico é primordial para o desenvolvimento seguro da cirurgia. Contudo, poucos são os dados na literatura científica nacional que abordam a segurança durante o procedimento anestésico pela ótica do enfermeiro. A avaliação das ações de enfermagem prestadas durante o ato anestésico tem como finalidade identificar as atividades da equipe de enfermagem na sala cirúrgica durante a anestesia, e como estas atividades podem contribuir para segurança do paciente e planejamento da assistência. Desta forma, a questão de pesquisa foi:Quais as ações de enfermagem são executadas durante o procedimento anestésico ?

Este estudo teve como objetivo fazer uma revisão integrativa da literatura, buscando evidências científicas disponíveis sobre as ações do profissional de enfermagem durante o procedimento anestésico.

Método

Estudo caracterizado por uma revisão integrativa da literatura, acerca de publicações na área de enfermagem e anestesia sobre cuidados na sala cirúrgica, no procedimento anestésico.

A revisão integrativa é composta por seis etapas, nas quais se sintetizam estudos anteriores sobre o tema em estudo, com uma análise do conhecimento já produzido e apontamentos sobre questões que podem ser respondidas com novos estudos(88 Mendes KDS, Silveira RCCP, Galvão CM. Revisão integrativa: método de pesquisa para incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto Contexto Enferm. 2008;17(4):758-64.).

A primeira etapa da revisão compreende a identificação do tema e seleção da hipótese ou questão de pesquisa: definição do problema, estratégias de busca, definição de palavras-chaves e descritores. A segunda etapa inclui a definição dos critérios de inclusão e exclusão do estudo: uso das bases de dados e seleção dos estudos baseado nos critérios. Na terceira etapa é feita a identificação dos estudos pré-selecionados: leitura dos resumos, palavras-chaves e títulos das publicações, e organização dos estudos. A quarta etapa envolve a categorização dos estudos selecionados: elaboração e uso de matriz de síntese, categorização e análise das informações e estudos selecionados. A quinta etapa engloba a análise e interpretação dos resultados. A sexta e última etapa corresponde à apresentação da revisão e síntese do conhecimento: criação de um documento que descreva com detalhes a revisão e as propostas de novos estudos(88 Mendes KDS, Silveira RCCP, Galvão CM. Revisão integrativa: método de pesquisa para incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto Contexto Enferm. 2008;17(4):758-64.-99 Botelho LLR, Cunha CCA, Macedo M. O método da revisão integrativa nos estudos organizacionais. Gestão Soc. 2011;11(5):121-36.).

Atualmente, a literatura científica revela que as melhores intervenções e ações em saúde fundamentam-se em evidências científicas, que permitem a elaboração de protocolos e diretrizes assistenciais. Os princípios fundamentais da medicina baseada em evidências caracterizam-se pela identificação da questão clínica que suscita dúvida, a realização de revisões sistemáticas de publicações científicas contemporâneas, a análise crítica das evidências encontradas nos artigos e a decisão validada pelas revisões sistemáticas de aplicação na prática clínica(1010 Medeiros RL, Stein A. Níveis de evidência e grau de recomendação da medicina baseada em evidências. Rev AMRIGS. 2002;46(1-2):43-6.).

A busca dos artigos foi realizada de janeiro a abril de 2014. Os critérios de inclusão do estudo foram: publicações escritas em português, inglês ou espanhol, publicadas entre 1978 e 2014, indexadas nas bases de dados MEDLINE, CINAHL, LILACS, Cochrane Nacional, SciELO; portais Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e MEDLINE/PubMed, sobre a assistência de enfermagem na sala cirúrgica durante o procedimento para pacientes adultos submetidos à anestesia geral. Salienta-se que esse intervalo de busca de 35 anos teve como propósito resgatar o início da assistência de enfermagem perioperatória e a ação do enfermeiro. Esse período de busca permitiu também a compreensão de como se desenvolveu os processos assistenciais e de que forma as práticas devem ser aprimoradas para melhoria dos cuidados e garantia da segurança do paciente.

Os critérios de exclusão do estudo foram: estudos definidos como relato de casos e casos clínicos; estudos realizados em pediatria devido às particularidades na assistência à criança; dissertações e teses que não tinham artigos publicados em periódicos, artigos repetidos nas bases de dados e estudos que não possuíssem textos publicados na íntegra, uma vez que se priorizou a manutenção do rigor metodológico necessário para esse tipo de metodologia.

Os descritores utilizados para busca foram selecionados de acordo com o tema proposto, através dos Descritores em Ciências da Saúde (DECS) e doMedical Subject Heading (MESH).

Para a estratégia de busca, foi utilizado o operador booleano AND, com os descritores: nurse role , patient safety ,anesthesia induction , anesthesia ,nurse anesthesia practice ; anestesia, enfermagem, perioperatório, papel do profissional de enfermagem, segurança do paciente.

Para a localização dos artigos na base de dados CINAHL foram utilizados os títulos anesthesia e nurse anesthesia practice , relacionados ao tema e à questão de pesquisa propostos

O Quadro 1representa a base de dados e os descritores utilizados para busca dos estudos.

Quadro 1
Base de dados e estratégia de busca selecionada

Os artigos foram escolhidos pela leitura do título e resumo presentes nas bases de dados, pertinentes à questão de pesquisa. As publicações que não possuíam resumos nas bases de dados foram selecionadas através da leitura na íntegra do estudo.

Os procedimentos de leitura para a seleção dos artigos foram realizados por três participantes, com formação em enfermagem. Em caso de divergência sobre a exclusão ou inclusão de um artigo, nova leitura seria feita e, se ainda permanecesse a divergência, seria realizada uma votação.

Para a análise do conteúdo dos artigos utilizou-se o formulário adaptado(1111 Ursi ES. Prevenção de lesões de pele no perioperatório: revisão integrativa da literatura [dissertação]. Ribeirão Preto: Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto; 2005.), denominado Instrumento para coleta de dados dos estudos selecionados , com os seguintes itens: 1) identificação (título do estudo, título do periódico, base de dados, autores, ano de publicação, idioma, local do estudo); 2) tema; 3) descritores ou palavras-chaves; 4) resumo (introdução, objetivos, método, resultados, conclusões); 5) introdução (justificativa da pesquisa, objetivos, revisão de literatura, hipóteses); 6) método (avaliação do comitê de ética e aplicação de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, tipo de pesquisa, desenho de estudo, população e seleção da amostra, critérios de elegibilidade do estudo, instrumento de coleta de dados, variáveis estudadas, análise dos dados); 7) resultados (número de participantes e justificativa de exclusão, descrição sociodemográfica dos participantes: gráficos, tabelas, figuras, análise estatística dos dados); 8) discussão (discussão dos dados obtidos de acordo com os objetivos propostos, discussão dos resultados obtidos comparados à literatura atual, limitações do estudo, implicações do estudo); 9) conclusões (interpretação de acordo com a justificativa e os objetivos do estudo, recomendações); 10) referências (norma utilizada).

A análise do nível de evidência dos estudos selecionados foi realizada através da classificação de Oxford. A classificação categoriza os estudos em cinco domínios (terapia, prevenção, etiologia e dano; prognóstico; diagnóstico; estudos de prevalência e diagnóstico diferencial; econômico e decisão) e níveis de evidência de 1 a 5, os quais definem o grau de recomendação de condutas assistenciais(1212 Centre for Evidence-Based Medicine. Levels of evidence [Internet]. Oxford; 2009 [cited 2013 July 25]. Available from: Available from: http://www.cebm.net/oxford-centre-evidence-based-medicine-levels-evidence-march-2009/
http://www.cebm.net/oxford-centre-eviden...
).

A busca nas bases de dados resultou em 221 artigos. Foram excluídos dos artigos selecionados 51 estudos encontrados no MEDLINE/PubMed por não responderem à questão de pesquisa; na base de dados CINAHL, oito dissertações que não foram transformadas em artigos, 40 estudos que não respondiam à questão de pesquisa e três artigos que não possuíam textos completos ou resumo disponíveis. Nas bases de dados LILACS e Cochrane Nacional, 14 estudos não estavam relacionados à questão de pesquisa; no portal BVS um estudo era de língua japonesa, dois estudos escritos em francês e 60 estudos não relacionados à questão de pesquisa.

Após avaliação do tipo de estudo, nove artigos foram excluídos da análise desta pesquisa por se caracterizarem como estudo de revisão da literatura, mantendo-se sete artigos.

Resultados

A Figura 1representa a seleção dos estudos incluídos na revisão.

Figura 1
Fluxograma do processo de seleção dos estudos - São Paulo, SP, Brasil, 2015

O Quadro 2 apresenta as características dos estudos selecionados. A base de dados CINAHL apresentou o maior número de artigos na área de enfermagem em anestesia.

Quadro 2
Características dos estudos selecionados e resultados - São Paulo, SP, Brasil, 2015

Conforme o Quadro 2, os artigos encontrados podem ser considerados do domínio 1 (terapia/prevenção/etiologia/dano) com níveis de evidência 5 (opinião de especialista, sem explicitar uma avaliação crítica ou baseada em estudos de fisiologia ou de princípios iniciais), segundo a classificação de Oxford.

O estudo E7 não faz parte da classificação citada anteriormente, pois de acordo com o método é considerado uma revisão sistemática (nível 1A) pelo autor, embora a descrição e o seguimento metodológico realizado no estudo não sejam compatíveis com a definição de níveis de evidência utilizada neste estudo.

Discussão

Os estudos selecionados demonstraram uma grande diversidade de atuação do enfermeiro em anestesia, com diferentes tipos de legislação, formação profissional e diretrizes de trabalho.

Os Estados Unidos e alguns países europeus possuem uma legislação clara, que define a atuação independente do enfermeiro em relação ao médico anestesiologista, com protocolos de cuidados que permitem a elaboração do plano anestésico e autonomia para execução da assistência durante o procedimento cirúrgico. O programa de formação é reconhecido pelas instituições de ensino e saúde, com processos completos de validação e avaliação contínua do profissional. Contudo, ao longo dos anos a especialidade vivencia movimentações políticas do governo e da classe médica em oposição à prática de enfermagem em anestesia, com o argumento de redução dos gastos pelos sistemas de saúde e falhas na qualidade dos cuidados oferecidos pelo enfermeiro.

O estudo E1 investigou a atuação profissional do enfermeiro anestesista americano, considerando o perfil de sua prática diária e os conhecimentos exigidos no teste de certificação da profissão. Os participantes foram divididos em dois grupos: assistencial e selecionado (diretores, representante de conselhos, membros do comitê da American Association of Nurse Anesthetists - AANA).

Nos Estados Unidos, o teste de certificação para obtenção do título de especialista em enfermagem anestésica é composto por cinco categorias, divididas por uma porcentagem de questões: 30% de ciências básicas; 5% para equipamentos, instrumentais e tecnologia; 30% para princípios básicos de anestesia; 31% para princípios avançados em anestesia e 4% para questões profissionais(2020 Plaus K, Muckle TJ, Henderson JP. Advancing recertification for nurse anesthetists in an environment of increased accountability. AANA J. 2011;79(5):413-18.). Os enfermeiros assistenciais consideraram que a anestesia básica tem maior importância de questões a serem avaliadas (38%) do que os princípios avançados (19%) no teste de certificação. O grupo selecionado apresentou maior tempo de experiência na área de enfermagem anestésica, menor atuação profissional com grupos de anestesia composto por médicos e maior participação em programa de educação. Desta forma, estes dados podem sugerir que o grupo selecionado possuía maior autonomia na prática em anestesia, justificando a maior valorização dos princípios de anestesia avançada, quando comparado ao grupo assistencial.

O E1 revelou que, dentre as atividades desenvolvidas, 87% do grupo assistencial prestavam assistência direta ao paciente e 33% do grupo selecionado trabalhavam em atividades relacionadas à educação. Este resultado demonstrou que o grupo assistencial estava mais próximo da prática diária, podendo descrever com maior clareza os princípios e ações realizadas na assistência.

Os enfermeiros informaram que executavam todos os tipos de anestesia (geral e regional); controle da via área com intubação orotraqueal ou máscara facial; monitorização básica de eletrocardiograma, capnografia, estetoscópio e pressão arterial não invasiva. A monitorização do paciente durante a anestesia é fundamental para fornecer parâmetros que direcionem a conduta adequada do enfermeiro anestesista(2121 Hawks SJ. Clinical aspects of nurse anesthesia practice: monitoring and decision making. Nurs Clin North Am. 1996;31(3):591-605.).

Os padrões recomendados pela AANA preconizam a realização da avaliação pré-anestésica e elaboração do plano de anestesia pelos enfermeiros certificados, considerando que estes profissionais possuem conhecimento e competência para execução dessas atividades(2222 Neft M, Quraishi JA, Greenier E. A closer look at the standards for nurse anesthesia practice.. AANA J 2013;81(2):92-6.). O artigo E7 indicou que políticas institucionais, questões administrativas e o trabalho dos médicos anestesiologistas são barreiras para o desenvolvimento completo das competências do enfermeiro. Já o estudo E3 demonstrou que enfermeiros de grupo trabalhavam principalmente em regiões urbanas e tinham limitações para atuar em procedimentos invasivos, devido o trabalho médico.

Crescentes mudanças nas políticas de saúde dos estados têm dificultado a atuação do profissional com autonomia, limitado à supervisão médica ou restrito em grupos de anestesia(2323 Garde JF. The anesthesia profession. Nurs Clin North Am. 1996;31(3):567-80.). Estudo demonstrou uma baixa participação de enfermeiros que atuavam em grupos de anestesia, na execução de bloqueios subaracnoides, anestesia peridural e bloqueio de plexo braquial, revelando uma limitação para atuação do enfermeiro quando há a participação do anestesiologista na assistência(2424 Alves SL. A study of occupational stress, scope of practice, and collaboration in nurse anesthetists practicing in anesthesia care team settings. AANA J 2012;73(6):443-52.). Uma revisão sistemática avaliou estudos que compararam a diferença entre o procedimento anestésico realizado por enfermeiros e anestesiologistas, não conseguindo identificar que existe uma diferença na qualidade dos serviços prestados pelos profissionais(2525 Lewis SR, Nicholson A, Smith AF, Alderson P. Physician anaesthetists versus non-physician providers of anaesthesia for surgical patients. Cochrane Database Syst Rev. 2014;(7):CD010357.).

Em 1997 o sistema de saúde americano, Medicare , determinou que cada estado decidiria a aplicação da regra de supervisão médica do trabalho executado por enfermeiros anestesistas. Em 1998, oito estados americanos decidiram não exigir a supervisão médica, seguindo em 2005 com a adesão de 14 estados americanos rurais. Estudo demonstrou não haver aumento do número de complicações ou mortalidade relacionada à anestesia após a mudança dos estados para a execução do trabalho de enfermagem em anestesia sem a supervisão de um médico(2626 Dulisse B, Cromwell J. No harm found when nurse anesthetists work without supervision by physicians. Health Aff. 2010;29(8):1469-75.).

O artigo E5 indicou que os enfermeiros de áreas rurais trabalhavam em sua maioria em pequenas comunidades, de maneira independente de instituições de saúde e com pequena execução de monitorização sofisticada (pressão intracraniana, cateter de artéria pulmonar), devido aos tipos de cirurgia. A pesquisa E2 revelou uma grande atuação do enfermeiro em áreas rurais, independentemente da supervisão ou do trabalho conjunto com o médico. O enfermeiro de áreas rurais tem um papel fundamental em suas regiões, principalmente nos Estados Unidos, onde ele é responsáveis por mais de 3 milhões de anestesias por ano, representando dois terços dos procedimentos em hospitais rurais(2626 Dulisse B, Cromwell J. No harm found when nurse anesthetists work without supervision by physicians. Health Aff. 2010;29(8):1469-75.).

A autonomia do enfermeiro anestesista em aéreas rurais não está relacionada diretamente ao reconhecimento da profissão e a legislações claras e definidas do exercício profissional, mas ao número reduzido de médicos em áreas mais distantes. Os anestesiologistas estão concentrados em áreas urbanas, nas instituições com atendimentos de maior complexidade e regiões com mais oportunidades de trabalho e acesso ao conhecimento(2727 Orkin FK. Rural realities. Anesthesiology. 1998;88(3):568-71.). No estudo E2 observou-se que os profissionais de países europeus atuavam mais em grupos, com execução da assistência na sala de cirurgia pelo enfermeiro e avaliação pré-anestésica e planejamento da anestesia pelo médico.

Um trabalho que avaliou o custo dos serviços prestados por enfermeiros anestesistas independentes, anestesiologistas ou enfermeiros sob supervisão médica, demonstrou o menor custo dos serviços oferecidos pela enfermagem quando comparado aos do anestesiologista. Além disso, ocorre um aumento de 16% dos gastos em anestesia quando utilizado o modelo de dois a quatro enfermeiros supervisionados por um anestesiologista, e de 30% quando um enfermeiro é supervisionado por um anestesiologista(2828 Hogan PF, Seifert RF, Moore CS, Simonson BE. Cost effectiveness analysis of anesthesia providers. Nurs Econon. 2010;28(3):159-69.).

As diferenças citadas no E2, entre o tempo de formação e as políticas locais de certificação da profissão de enfermeiro anestesista, indicam divergências na prática diária entre os profissionais e fragilidade na regulamentação da especialidade. O estudo demonstrou que apenas 40% dos profissionais tinham um curso de formação em anestesia por mais de 22 meses, sendo que a AANA preconiza cursos de formação com uma média de 28 a 36 meses e a International Federation of Nurse Anesthetists (IFNA) reconhece os cursos com uma média de formação de 2 anos. A diversidade de formação e regulamentação da profissão está presente mesmo nos países que reconhecem a especialidade de enfermagem em anestesia.

Em relação à qualidade da assistência do enfermeiro em anestesia, os pesquisadores do E4 avaliaram as reclamações de sistemas de seguro-saúde americanos, relacionadas a eventos adversos em atividades antes da indução anestésica. Com isso, foi possível detectar que cuidados relacionados à avaliação pré-anestésica influenciaram diretamente o trabalho do enfermeiro durante a indução: despreparo para o atendimento de uma intubação difícil, dificuldade no controle de alterações hemodinâmicas e consequente morte, associados ao planejamento inadequado da anestesia e ausência de avaliação prévia da via aérea.

Os autores no E6 apresentaram a opinião das coordenações institucionais de enfermagem e anestesiologia, as quais relataram uma grande participação de enfermeiros no auxilio ao médico durante a anestesia. O estudo demonstrou uma forte concordância entre anestesiologia e enfermagem, acerca do significativo papel da equipe de enfermagem na conferência dos equipamentos e no preparo de materiais para os cuidados em anestesia. A checagem do funcionamento de equipamentos e conferência da disponibilidade de materiais influenciam diretamente a segurança da assistência, prevenindo a falha ou indisponibilidade durante os momentos críticos da anestesia e promovendo a melhor qualidade dos cuidados. Uma pesquisa analisou os fatores que contribuíram para incidentes durante a anestesia, revelando que 26% dos incidentes relacionavam-se à falha na checagem do equipamento e mau funcionamento(2929 Williamson JA, Webb RK, Sellen A, Runciman WB, Van Der Walt JH. The Australian Incident Monitoring Study. Human failure: an analysis of 2000 incident reports. Anaesth Intensive Care. 1993;21(5):678-83.).

No estudo E6 os enfermeiros e anestesiologistas afirmaram que durante o intraoperatório o enfermeiro deve auxiliar na indução anestésica, monitorização do paciente, no posicionamento para anestesias regionais e na punção de acesso central. Mas, houve uma importante divergência entre os profissionais sobre a verificação da avaliação pré-anestésica, monitorização do paciente intraoperatório e suporte contínuo ao paciente, o que revela a falta de autonomia do enfermeiro para influenciar as condutas, as quais são planejadas e definidas pelo médico.

A Europa apresenta uma grande diversidade de atuação dos enfermeiros anestesistas, com legislações ou ausência das mesmas em diferentes países, além de conflitos entre os médicos e enfermeiros. Na Grã-Bretanha o papel do enfermeiro ainda não é definido, o que limita o entendimento entre os outros profissionais. Além disso, o surgimento de auxiliares de anestesia, profissionais que não são necessariamente da área de enfermagem, suscita a discussão sobre a real importância do enfermeiro em anestesia e qual o grau de autonomia destes profissionais(3030 Vickers MD. Anaesthetic team and the role of nurses--European perspective. Best Pract Res Clin Anaesthesiol. 2002;16(3):409-21.).

No Brasil, de acordo com o artigo 4° da lei n° 12.842 de 10 de julho de 2013, a execução da sedação profunda, bloqueios anestésicos e anestesia geral são atividades privativas do médico(3131 Brasil. Lei n. 12.842, de 10 de julho de 2013. Dispõe sobre o exercício da Medicina [Internet]. Brasília; 2013 [citado 2014 out. 22]. Disponível em: Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12842.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_At...
). Contudo, o enfermeiro de centro cirúrgico brasileiro pode auxiliar diretamente o anestesiologista na monitorização do paciente, indução anestésica, nos controles intraoperatórios e cuidados após a reversão, mas não pode planejar e controlar o plano de anestesia, como o enfermeiro americano(3232 Stein RH. The perioperative nurse's role in anesthesia management. AORN J. 1995; 62(5):794-804.-3333 Curi C, Peniche ACP. Enfermeiro anestesista: uma verticalização do enfermeiro perioperatório. Rev SOBECC. 2004;9(3):8-13.).

A Associação Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização (SOBECC) recomenda que o enfermeiro colabore no ato anestésico caso seja necessário(3434 Sociedade Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização. Práticas recomendadas. 6ª ed. São Paulo: SOBECC; 2013.), mas não há um padrão assistencial para os profissionais. Desta forma, cada instituição realiza uma prática, e os cuidados dependem da interação profissional entre o anestesiologista e a equipe de enfermagem.

Alguns estudos brasileiros discutiram as possibilidades de atuação do enfermeiro em anestesia, com a organização de um serviço(3535 Souza BHBP, Magdaleno VH, Araújo IEM. Organização de um serviço de enfermagem em anestesia. Rev SOBECC. 1999;4(1):20-3.)e a criação de uma especialização de enfermagem(3636 Sposito D, Gerdrait MCS. Anestesia: um campo possível para o enfermeiro no Brasil? Rev SOBECC.1999;4(2):13-7.), para que o enfermeiro pudesse atuar diretamente nos cuidados antes e durante a cirurgia. Todavia, seria necessária a modificação da estrutura curricular dos cursos de graduação e especialização em enfermagem, além da reformulação da legislação entre os conselhos de enfermagem e anestesia.

Como em alguns países da Europa e do Brasil, o ministério da saúde chinês ainda não reconhece a profissão de enfermagem em anestesia. Os modelos de formação são diversos, alguns enfermeiros têm uma base de formação teórica e outros aprendem sobre a profissão nas atividades práticas. O enfermeiro auxilia o anestesiologista na execução da indução anestésica, no preparo de equipamentos e medicamentos, porém tem pouca autonomia sobre a avaliação do paciente, elaboração do plano anestésico e sugestão de condutas(3737 Hu J, Fallacaro MD, Jiang L, Wang H. A view from China: scope of practice of the Chinese anesthesia nurse and a proposal for an evolving role.. AANA J 2013;81(1): 15-8.).

Existe uma forte resistência dos órgãos governamentais e sociedades médicas em definir as competências de profissionais não médicos em anestesia devido ao receio dos anestesiologistas em desvalorizar a especialidade pela crescente autonomia de outros profissionais, à redução significativa da oferta de médicos anestesiologistas, com a consequente diminuição da qualidade da assistência oferecida nos serviços de saúde(3838 Vickers MD. Non-physician anaesthetists: can we agree on their role in Europe? Eur J Anaesthesiol. 2000;17(9):537-41.).

A ausência da prática de enfermagem em anestesia no nosso país dificulta a realização de estudos experimentais, como ensaios clínicos randomizados controlados ou bem delineados, revisões sistemáticas ou metanálise sobre o assunto.

Os estudos aqui analisados apresentaram limitações, quando considerado o desenho metodológico e a estrutura, pois o tipo de estudo não está bem definido de acordo com a classificação de Oxford. Contudo, os artigos ofereceram subsídios para discussão sobre a atuação do enfermeiro em anestesia e mostraram os fatores que influenciam a assistência, abrindo um novo campo para perspectivas de atuação do enfermeiro perioperatório e a possibilidade de desenvolvimento de pesquisas com maior nível de evidência para o exercício profissional.

Nos países onde a profissão de enfermeiro anestesista é reconhecida, como nos Estados Unidos, os conselhos de classe e sociedades de especialistas têm o desafio de manter seus padrões de assistência aplicáveis à realidade local, com programas de avaliação contínua para melhoria das práticas diárias e procedimentos de certificação nacional com reavaliação da competência e formação adequada dos profissionais.

Em regiões que não permitem o exercício da anestesia por profissionais não médicos, como no Brasil, faz-se necessária a elaboração de diretrizes ou protocolos que orientem os profissionais para auxiliar o anestesiologista, definindo condutas para uniformidade da assistência prestada e atuação com conhecimento científico. Com isso, limitam-se infrações às leis que regem o exercício profissional e favorece a segurança do paciente.

O desenvolvimento desta revisão pode estimular e embasar pesquisas futuras sobre o trabalho do enfermeiro de centro cirúrgico na anestesia e de que forma o profissional pode ampliar suas práticas.

Conclusão

A revisão integrativa realizada mostrou uma fragilidade nos níveis de evidência encontrados nos artigos selecionados para análise, contudo indicou diferentes atuações do enfermeiro em anestesia, desde países com legislação e protocolos definidos, até regiões com auxílio e exercício da anestesia sem processos que definam a competência do enfermeiro e os limites do seu trabalho.

Diante do cenário internacional e considerando a legislação vigente no Brasil, a atuação do enfermeiro no procedimento anestésico é essencial para o planejamento e organização de materiais e equipamentos, trabalho conjunto com o anestesiologista durante a anestesia e acompanhamento do paciente ao término do procedimento anestésico-cirúrgico. O suporte oferecido pela equipe de enfermagem não pode depender apenas da interação entre enfermeiro e anestesiologista como um auxiliar, mas atuação com conhecimento científico e diretrizes para um cuidado com eficácia e qualidade, favorecendo a segurança do paciente.

A definição do papel do enfermeiro diante da anestesia, com protocolo de cuidados estabelecidos, orientaria o plano de assistência e demonstraria a importância do profissional em sala cirúrgica.

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    Extraído da dissertação "Assistência de enfermagem no procedimento anestésico: protocolo para segurança do paciente", Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo, 2015.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Fev 2016

Histórico

  • Recebido
    06 Maio 2015
  • Aceito
    06 Out 2015
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