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COMPORTAMENTOS PROXÊMICOS DE TÉCNICOS DE ENFERMAGEM DURANTE O ATO TRANSFUSIONAL EM CLIENTES HOSPITALIZADOS

RESUMO

Objetivo:

descrever os comportamentos proxêmicos de técnicos de enfermagem durante o ato transfusional em clientes hospitalizados.

Método:

estudo qualitativo, descritivo e exploratório, pautado em observação não participante, registrado em instrumento elaborado a partir da teoria do comportamento proxêmico. Participaram 18 técnicos de enfermagem de um hospital referência em hematologia e hemoterapia da Região Sudeste do Brasil, de abril a dezembro de 2022. A análise de dados priorizou o conteúdo temático.

Resultados:

destacaram-se o contato visual; o toque instrumental; o tom de voz normal e as distâncias íntima e pessoal. Estes, indicativos de acolhimento, atenção e vigilância técnica à realização do ato transfusional.

Conclusão:

há necessidade de despertar a consciência dos técnicos de enfermagem em relação aos comportamentos proxêmicos durante o acolhimento aos clientes. Isto é: ampliar a escuta, o vínculo, a efetiva convivência interpessoal e favorecer o alcance dos cuidados em saúde integral na hematologia e hemoterapia.

DESCRITORES:
Espaço pessoal; Comunicação não verbal; Ciências do comportamento; Serviço de hemoterapia; Transfusão de sangue; Enfermagem

ABSTRACT

Objective:

to describe nursing technicians' proxemic behaviors during transfusions in hospitalized clients.

Method:

a qualitative, descriptive and exploratory study based on non-participant observation, recorded in an instrument prepared from the Theory of Proxemic Behavior. The participants were 18 nursing technicians from a reference hospital for Hematology and Hemotherapy in the Brazilian Southeast Region, from April to December 2022. Data analysis prioritized thematic content.

Results:

the following stood out: eye contact; instrumental touch; normal tone of voice; and intimate and personal distances. These indicate welcoming, attention and technical vigilance when carrying out the transfusions.

Conclusion:

there is a need to raise nursing technicians' awareness regarding proxemic behaviors when welcoming clients. That is: expanding listening, bonding and effective interpersonal coexistence, and favoring the reach of comprehensive health care in Hematology and Hemotherapy.

DESCRIPTORS:
Personal space; Non-verbal communication; Behavioral sciences; Hemotherapy service; Blood transfusion; Nursing

RESUMEN

Objetivo:

describir los comportamientos proxémicos de técnicos de Enfermería durante transfusiones en clientes internados.

Método:

estudio cualitativo, descriptivo y exploratorio, basado en la observación no participante y registrado en un instrumento elaborado a partir de la Teoría del Comportamiento Proxémico. Los participantes fueron 18 técnicos de Enfermería de un hospital que es referencia en Hematología y Hemoterapia de la Región Sudeste de Brasil, entre abril y diciembre de 2022. En el análisis de los datos se priorizó el contenido temático.

Resultados:

se destacó lo siguiente: contacto visual; toque instrumental; tono de voz normal; y distancias íntima y personal; los cuales indican buen recibimiento, atención y vigilancia técnica al realizar las transfusiones.

Conclusión:

es necesario generar conciencia en los técnicos de Enfermería con respecto a los comportamientos proxémicos al recibir a los clientes. Eso implica: prestar más atención al escuchar y ampliar los vínculos y la convivencia interpersonal efectiva, además de favorecer el alcance de las medidas de atención en integrales en Hematología y Hemoterapia.

DESCRIPTORES:
Espacio personal; Comunicación no verbal; Ciencias del comportamiento; Servicio de hemoterapia; Transfusión sanguínea; Enfermería

INTRODUÇÃO

Comportamento proxêmico refere-se ao estudo das interações, proximidades e/ou distâncias estabelecidas entre pessoas e objetos, presença e/ou ausência de contato físico e social; tipos de espaço; gramática das relações interpessoais e variáveis relacionadas ao corpo1-2. Seu entendimento varia muito entre culturas e pode estar associado, também, aos indivíduos; situações e fenômenos como a emoção, por exemplo. Além disso, é capaz de demonstrar como pequenas mudanças no ambiente e linguagem corporal podem gerar efeitos significativos sobre as interações sociais2.

Em países como o Chile, manter uma distância íntima em público pode indicar ofensa, desrespeito, grosseria. No Irã, quando isso acontece, são esperadas atitudes como: cruzar os braços, colocar as mãos nos quadris ou até mesmo surgirem posturas corporais menos abertas e expansivas devido às normas socioculturais. No Brasil, essa é uma distância aceita em algumas situações. Geralmente, abraçar alguém quer indicar afeto, carinho, fraternidade ou intuição33. Farsani D, Rodrigues J. Proxemic and nonverbal communication in classroom interaction. Psicol Esc Educ [Internet]. 2021 [cited 2023 Oct 31];25:e229866. Available from: https://doi.org/10.1590/2175-35392021229866
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Para entender o conceito de comportamentos proxêmicos, seus oito fatores devem ser considerados. A postura-sexo, por exemplo, diz respeito à análise do sexo e posição das pessoas: de pé, sentado e deitado; o eixo sociófugo-sociópeto refere-se ao ângulo face a face, de costas e outras angulações de tronco e ombros; a cinestesia é pelo contato físico de curta distância, como o toque ou roçar de pele; o comportamento de contato é por meio das relações táteis: acariciar, agarrar, apalpar, segurar ou não manter contato físico; o código visual: “olho no olho” ou sua ausência; o térmico, que refere-se ao calor sentido; o olfativo às características e graus de odor apreendido e o volume da voz à percepção do espaço interpessoal11. Hall ET. A dimensão oculta. São Paulo, SP(BR): Martins Fontes; 2005.-22. Azevedo AL, Carvalho STA, Pessoa Júnior JM, Silva J, Santos BTU, Bastos SSF. Communication of nursing students in listening to patients in a psychiatric hospital. Esc Anna Nery [Internet]. 2017 [cited 2022 Oct 10];21(3):e20160325. Available from: https://doi.org/10.1590/2177-9465-EAN-2016-0325
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A teoria da comunicação não verbal proxêmica preocupa-se com o espaço, as distâncias, posturas mantidas e designa um conjunto de observações referentes ao seu uso. Assim, a cultura que as pessoas estão inseridas, a territorialidade e as variáveis do corpo na interação (independentemente do lugar) são denominadas aculturação44. Lacerda JFE, Santos PSP, Maia ER, Oliveira DR, Viana MCA, Cavalcante EGR. Effective communication in the nurse-patient relationship in the light of Transcultural Interprofessional Practice model. Rev Rene [Internet]. 2021 [cited 2022 Oct 15];22:e61443. Available from: https://doi.org/10.15253/2175-6783.20212261443
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. E, para tratar do seu uso, deve-se considerar: o espaço íntimo cuja distância é de até 45cm entre as pessoas, o espaço pessoal, que é de 46cm até 120cm, o espaço social, de 120cm até 370cm e o espaço público, acima de 370cm. Entender essas distâncias implica no reconhecimento das próprias posturas antes mesmo da chegada do cliente, uma vez que se complementa durante a realização dos cuidados11. Hall ET. A dimensão oculta. São Paulo, SP(BR): Martins Fontes; 2005..

Implica em tentativas para tornar o ambiente o mais terapêutico possível, envolto por profissionais conscientes sobre a própria posição. E mais: acerca também da apresentação da mobília, dos artefatos, cores, sons e vestimentas que se complementam à utilização de palavras22. Azevedo AL, Carvalho STA, Pessoa Júnior JM, Silva J, Santos BTU, Bastos SSF. Communication of nursing students in listening to patients in a psychiatric hospital. Esc Anna Nery [Internet]. 2017 [cited 2022 Oct 10];21(3):e20160325. Available from: https://doi.org/10.1590/2177-9465-EAN-2016-0325
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. E, mesmo que a comunicação não verbal proxêmica pareça ser uma barreira para muitos profissionais, expressões de dor, “viradas de rosto”, meneio negativo e/ou positivo da cabeça ou mesmo um gemido podem indicar necessidade de reconhecimento do espaço pessoal e territorial para avaliar e intervir55. Polack L. Nonverbal Communication. In: Polack L. Communicating effectively in the workforce [Internet]. USA: Wiley; 2020 [cited 2023 Oct 31]. Chapter 3. Available from: https://doi.org/10.1002/9781119746225.ch3
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-66. Moreira AG, Azevedo AL, Figueiredo NM, Oliveira LP, Araújo ST. Proxemic behavior of nursing in the hemodialysis setting. Acta Paul Enferm [Internet]. 2017 [cited 2022 Oct 10];30(4):343-9. Available from:Available from:https://doi.org/10.1590/1982-0194201700051
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A riqueza intersubjetiva presente no ambiente da hemoterapia é uma forma de comunicação que representa uma ferramenta importante para a prática profissional. Seja no acolhimento, na acomodação do cliente ao leito, na anamnese, no exame físico, ao puncionar uma veia, ao retirar a agulha, ao realizar o curativo ou mesmo no momento da “alta”, pode possibilitar melhoras significativas nas relações sociais e assistência77. Beserra GL, Oliveira PMP, Pagliuca LMF, Almeida PC, Anjos SJSB, Pinheiro AKB. Non-verbal nurse parturient communication in labor in Portuguese-speaking countries. Rev Lat Am Enfermagem [Internet]. 2019 [cited 2022 Oct 20];27:e3193. Available from: https://doi.org/10.1590/1518-8345.3032.3193
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-88. Valadares ES, Catani RR, Lacombe JB, Mendonça TM S, Silva CHM, Paro HBMS. Boosting nonverbal physician-patient communication in medical education. Rev Bras Educ Med [Internet]. 2021 [cited 2023 May 10];45(2):e085. Available from: https://doi.org/10.1590/1981-5271v45.2-20200327.ING
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. Garantir que esse ambiente seja produtor de bem-estar e qualidade de vida é algo de grande valia.

Considerá-la, portanto, durante o ato transfusional requer profissionais qualificados e conscientes, atentos às posturas, comportamentos e atitudes, fundamentos necessários para cuidar44. Lacerda JFE, Santos PSP, Maia ER, Oliveira DR, Viana MCA, Cavalcante EGR. Effective communication in the nurse-patient relationship in the light of Transcultural Interprofessional Practice model. Rev Rene [Internet]. 2021 [cited 2022 Oct 15];22:e61443. Available from: https://doi.org/10.15253/2175-6783.20212261443
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. Essa forma de comunicação deve ser entendida de modo dinâmico por exigir constante aproximação entre pessoas, escutas e olhares atentos e qualificados. É importante também proporcionar ambientes acolhedores; relações interpessoais saudáveis; expressões e manifestações de respeito e a criação de vínculos que, embora sejam momentâneos, podem ocorrer o tempo todo (em dias alternados, mês a mês, hora a hora, a cada minuto etc.), a depender do tempo de permanência do cliente na hospitalização22. Azevedo AL, Carvalho STA, Pessoa Júnior JM, Silva J, Santos BTU, Bastos SSF. Communication of nursing students in listening to patients in a psychiatric hospital. Esc Anna Nery [Internet]. 2017 [cited 2022 Oct 10];21(3):e20160325. Available from: https://doi.org/10.1590/2177-9465-EAN-2016-0325
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Embora essa não seja uma temática nova na área da saúde, ela apresenta algumas lacunas, como por exemplo a falta de estudos nacionais e internacionais sobre a comunicação não verbal proxêmica da equipe de enfermagem no ambiente da hemoterapia. Logo, o ato transfusional, os comportamentos e posturas expressas por enfermeiros durante esse procedimento, entre outros, tocam no âmago do ensino, pesquisa, gestão e assistência.

A enfermagem representa uma profissão na área da saúde preocupada com o ser humano e que também está atenta à comunicação não verbal proxêmica em vários espaços. Assim, delimitou-se para esse estudo o seguinte objetivo: descrever comportamentos proxêmicos de técnicos de enfermagem durante o ato transfusional em clientes hospitalizados.

MÉTODO

Este é um estudo qualitativo, descritivo-exploratório e observacional, ancorado no referencial teórico da comunicação não verbal proxêmica. Outrossim, contou com a participação de 18 técnicos de enfermagem, num total de 20 selecionados por conveniência.

Os critérios de inclusão empregados foram: ser técnico de enfermagem do plantão diurno, responsável pela transfusão e cuidado ao cliente, há pelo menos seis meses. Essa atuação mínima relaciona-se à necessidade de conhecer o cenário e sua complexidade. Foram excluídos os que estavam afastados do trabalho, no período da coleta de dados, por licença médica, os que estavam de férias, os que não participaram dos momentos propostos e os que demonstraram recusa por qualquer motivo. Com a alegação de sobrecarga de trabalho em decorrência da pandemia por covid-19, dois técnicos de enfermagem se recusaram a participar.

O cenário, uma enfermaria de hospital estadual de grande porte que é referência em hematologia e hemoterapia (localizado na região Sudeste do Brasil) foi escolhido de forma intencional. Ou seja, é um espaço comumente frequentado por enfermeiros, médicos, técnicos de enfermagem, clientes e familiares durante 24 horas, destinado à hospitalização e realização de cuidados ao cliente onco-hematológico.

Inicialmente, para obter acesso aos participantes, foi necessário realizar uma visita à coordenação de enfermagem para estabelecer bom contato. Foi um momento para esclarecer dúvidas sobre a condução da pesquisa e foi também informado que seria mantida, assegurada e ininterrupta a assistência ao cliente e realizado o agendamento para a produção de dados.

Subsequente, deu-se o encontro presencial com os técnicos de enfermagem e clientes, de forma privativa, em sistema de rodízio, das 7h às 7h30, onde foi feito o convite para participar do estudo e esclarecer suas dúvidas. Após o aceite, realizou-se uma explicação sobre a técnica de observação não participante utilizada para a produção de dados acerca dos itens que seriam contemplados.

A coleta de dados aconteceu de abril a dezembro de 2022, de segunda a sexta-feira, entre os horários das 8h às 12h após a inserção e familiarização de uma enfermeira no cenário. Treinada pelo autor principal, ela possui amplo conhecimento em pesquisa qualitativa na área da hematologia, com ênfase na comunicação verbal e não verbal durante o ato transfusional. Para tal utilizou-se, como instrumento, um roteiro de observação não participante.

As observações, realizadas presencial e individualmente, contemplaram a busca por fatores proxêmicos durante o ato transfusional. A duração média de cada observação foi de quatro horas por participante. Ressalta-se que foram realizados três testes-piloto também presenciais pela mesma enfermeira, cerca de 15 dias antes da coleta de dados, com duração média de quatro horas cada e incluídos no estudo por alcançar profundidade à temática.

Após a obtenção dos dados, procedeu-se com sua transcrição em meio eletrônico. No mesmo dia em que foi realizada, foi notório o respeito, a fidelidade e a integridade das informações. O encerramento das observações aconteceu quando se atingiu a saturação de dados pela repetição de informações apreendidas no tempo dispensado para coleta dos dados. Ou seja, quando foram identificados constructos teóricos relacionados à comunicação não verbal proxêmica do técnico de enfermagem durante o ato transfusional. Para o processo de transcrição e análise de dados, não houve a utilização de software.

A análise do conteúdo temático foi adotada99. Bardin L. Análise de conteúdo. Lisboa (PT): Edições 70; 2021. pelo seu aporte técnico, a qual está organizada em etapas distintas. Isto é, pré-análise; exploração do material ou codificação; tratamento, inferência e interpretação de resultados.

Na etapa de pré-análise foi realizada uma leitura flutuante e releitura exaustiva do material a fim de organizar os dados e alcançar o corpus de análise. Na etapa de exploração do material foram consideradas as unidades de registro de maior frequência (139 códigos iniciais), posteriormente agrupados em três subcategorias preliminares conforme semelhanças e diferenças semânticas. Na etapa de tratamento dos dados foram realizadas inferências bem como a interpretação do conteúdo apreendido nas observações. Assim, culminaram em uma grande categoria temática intitulada “comportamentos proxêmicos dos técnicos de enfermagem durante o ato transfusional”. Esta encontra-se embasada na teoria da comunicação não verbal proxêmica.

A comunicação proxêmica estuda o significado social do espaço no campo interacional e é determinada pelas distâncias e proximidades que as pessoas mantêm umas em relação às outras. Nela, estão inseridas as reações e mudanças de comportamentos apreendidas pelos sentidos da visão, da audição, do olfato e do tato. Estes, radares sensíveis e perceptíveis ao modo pelo qual as pessoas se colocam e movem umas em relação às outras, gerenciam, ocupam e agem em determinados espaços.

O espaço, neste ínterim, pode ser apreendido a partir das posturas intencionais ou não do homem em um processo que é inerente à construção de sua cultura e de sua aculturação. Sobre as características fixas do espaço, como: os edifícios, a distribuição dos cômodos de uma casa, da organização das cidades; semifixas: a apresentação de peças e mobiliário em um cômodo, a posição na qual a pessoa se senta em uma cadeira e a informal: os encontros estabelecidos com outras pessoas, os movimentos realizados próximo de um corpo, entre outros.

Para garantir o rigor metodológico da pesquisa, respeitou-se os princípios de adequabilidade, transferibilidade, confirmabilidade, credibilidade, em conformidade aos critérios estabelecidos no Consolidated Criteria for Reporting Qualitative Research (COREQ). Somado a isso, utilizou-se estratégias empregadas para obtenção de dados, tais como a apresentação sociodemográfica, de organização bem como a descrição detalhada de suas etapas1010. Souza VR dos S, Marziale MHP, Silva GTR, Nascimento PL. Tradução e validação para a língua portuguesa e avaliação do guia COREQ. Acta Paul Enferm [Internet]. 2021 [cited 2023 Jun 11];34:eAPE02631. Available from: https://doi.org/10.37689/acta-ape/2021AO02631
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O estudo atendeu a Resolução nº 466/2012, do Conselho Nacional de Saúde, que versa sobre pesquisas envolvendo seres humanos. Ressalta-se que os participantes receberam informações sobre as etapas contidas na pesquisa acerca da livre escolha de participação. Nesse momento foi disponibilizado o termo de consentimento livre e esclarecido para leitura, em duas vias, no idioma português e assinado posteriormente.

Para garantir o anonimato dos participantes, a identificação de cada um se deu pelas letras (TE), relativa à palavra "Técnico de Enfermagem". Em seguida, por numeração arábica, conforme sequência com que aconteceram as observações (TE1...TE18).

RESULTADOS

A maioria dos participantes eram mulheres (n=17), casadas (n=8), com idade entre 25 e 45 anos (n=12) e tempo de atuação no serviço de hemoterapia superior a 6,6 anos. Das 62 observações, houve um maior predomínio da posição sentada, (66,6%), ou seja, do fator proxêmico postura-sexo.

Outra posição apreendida foi a em pé, (100%), empregada pelos profissionais para se aproximarem do cliente. Prevaleceu a distância íntima, que associou a realização de procedimentos técnicos, tais como verificação da temperatura corporal, sinais vitais e a instalação do hemocomponente em (83,4%).

Foram considerados três ângulos dos interlocutores no eixo sociófugo-sociópeto, a saber: frente a frente, lateral (ou paralelo) e de costas. Como resultado, a maioria dos técnicos de enfermagem, 15 (83,4%), adotou o eixo frente a frente e, 3 (16,6%) o eixo lateral. Nesses casos, independentemente do cliente, continuaram a se comunicar com outros profissionais presentes na enfermaria.

Quanto aos fatores cinésicos ou cinestésicos, 15 (83,4%) técnicos de enfermagem demonstraram distância íntima e 03 (16,6%) mantiveram distância pessoal. Todos os clientes, isto é, 18 (100%) continuaram acomodados na cama no momento da interação e cuidado, sendo que 12 deles (66,6%) sentados e 6 (33,4%) deitados.

A expressão facial foi captada através da máscara entre profissional e clientes, pois o período de coleta de dados foi determinado pelas normas de segurança impostas aos serviços de saúde devido à pandemia da COVID-19. Ainda assim, foi possível observar em muitos profissionais, pela musculatura da testa e movimentos dos olhos, que predominaram a expressão facial de sorriso. Além disso, os clientes demonstraram tranquilidade ante os cuidados dos técnicos de enfermagem da hemoterapia durante toda instalação da transfusão.

De todos os participantes, 17 (94,4%) realizaram o toque instrumental. Não houve toque expressivo-instrumental, instrumental-afetivo e nem o toque expressivo. Percebeu-se, também, escassez de carícias, falta de toque demorado, de gesto de apreensão e garra. Somente 1 participante (5,5%) não tocou o cliente. Houve predominância do contato visual em 100%.

O fator proxêmico, volume da voz, demonstrado no momento da interação foi: normal (audível) para 17 (94,4%) técnicos de enfermagem e baixo para 1 (5,5%). Nenhuma verbalização foi realizada por meio de alteração da voz. Os profissionais envolvidos nessas interações comunicaram-se com os clientes por meio de vozes baixas, calmas, suaves e que tem o efeito de paz, carinho e amor.

No que se refere ao código olfativo, cabe destacar que todos os profissionais partilharam que o uso de máscara atrapalha na captação deste sentido. No entanto, todos (100%) relataram sentir algum cheiro no momento da interação, seja do próprio cliente, das lesões, de excretas, da alimentação ou de cuidados com a higiene. Cabe destacar que, para eles, os cheiros muitas vezes ultrapassam o ambiente de trabalho e permeiam o ambiente familiar como forma de lembrança do cuidado prestado no hospital.

Com base no aporte técnico e na análise observacional adotada, um quadro sinóptico foi elaborado a fim de demonstrar os comportamentos proxêmicos de técnicos de enfermagem durante o ato transfusional em clientes hospitalizados. Para tal, são apresentados os oito fatores da comunicação proxêmica e a frequência das informações apreendidas nas observações, descritos no Quadro 1.

Quadro 1 -
Comportamento proxêmico de técnicos de enfermagem durante o ato transfusional em clientes hospitalizados. Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2023. (n=18).

Os comportamentos proxêmicos observados incluíram o contato visual, o toque instrumental, tom de voz calma e normal, o distanciamento íntimo e pessoal (indicando que o cliente é bem-vindo), bem como atenção e supervisão técnica durante o ato transfusional.

DISCUSSÃO

A análise do perfil dos técnicos de enfermagem em hemoterapia revelou que a enfermagem é claramente generificada devido à sua trajetória histórica como profissão altamente feminina. Embora tenha havido um movimento de inclusão dos homens na profissão, os dados deste estudo mostraram que as mulheres ainda predominam no contexto da prática do tratamento da hemoterapia.

Observou-se, entre os 18 participantes do estudo, um elevado número de mulheres, o que confirma os dados do IBGE1111. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (BR). Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira: 2019 [Internet]. Rio de Janeiro, RJ(BR): IBGE; 2019 [cited 2023 Jun 11]. 134 p. Available from: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101678.pdf
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. Segundo o Instituto, a população brasileira é composta predominantemente por mulheres e dados do Conselho Federal de Enfermagem mostram que o tamanho da equipe de enfermagem continua com predomínio feminino. Ou seja, com 84,6% de mulheres, este dado confirma a informação acima, restando apenas 15,4% de homens1212. World Health Organization. State of the world’s nursing 2020: Investing in education, jobs and leadership. Geneva (CH): World Health Organization; 2020 [cited 2022 Jul 22]. Available from: https://www.who.int/publications/i/item/nursing-report-2020
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Considerando os fatores proxêmicos analisados com base na teoria da comunicação não verbal proxêmica, percebe-se que esses dados corroboram outros achados de pesquisas11. Hall ET. A dimensão oculta. São Paulo, SP(BR): Martins Fontes; 2005.. Portanto, enfatizam que a comunicação não verbal proxêmica é uma ferramenta de enfermagem que permite ao enfermeiro interagir, construir relações empáticas e prestar ajuda33. Farsani D, Rodrigues J. Proxemic and nonverbal communication in classroom interaction. Psicol Esc Educ [Internet]. 2021 [cited 2023 Oct 31];25:e229866. Available from: https://doi.org/10.1590/2175-35392021229866
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Estes achados são semelhantes aos encontrados em pesquisas com enfermeiros desenvolvidas na onco-hematologia pediátrica do Sudeste do Brasil. Ou seja, a comunicação verbal e não verbal têm, como forma de terapia, expressões, gestos e podem ter grandes significados para o cliente, permitindo, assim, que cumpra melhor adesão ao tratamento indicado1313. Montovanelli JEB, Araújo AB, Bittencourt EFS, Pinto HCL, Marins VSR, Rodrigues LTC, et al. Câncer Infantil/Pediátrico: cuidados de enfermagem em oncopediatria com foco central na humanização. J Inter Pesq Ciênc Eng Avançada [Internet]. 2023 [cited 2022 Nov 4];10(4):85-96. Available from: https://doi.org/10.22161/ijaers.104.10
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O elemento proxêmico destacado está relacionado com a posição básica do interlocutor, bem como o gênero dos participantes na comunicação e sua influência no comportamento das pessoas. Confirmou-se que o sexo foi um dos fatores que dificultou o distanciamento escolhido durante a interação11. Hall ET. A dimensão oculta. São Paulo, SP(BR): Martins Fontes; 2005.. Entretanto, não foi observada influência por parte dos técnicos de enfermagem em hemoterapia, pois neste serviço eles consideram esse fato relacionado à expertise técnica e instrumental. Em relação ao gênero do cliente, existe uma diferença entre homens e mulheres.

Dado de estudo internacional comparativo entre enfermeiros brasileiros e cabo-verdianos ressalta que, de 709 interações entre gestantes e enfermeiras, foi determinada a postura dos especialistas em pé durante a comunicação com a gestante para realização do exame. Esses tratamentos ocorrem na posição deitada (considerada normal) e o enfermeiro permanece em pé77. Beserra GL, Oliveira PMP, Pagliuca LMF, Almeida PC, Anjos SJSB, Pinheiro AKB. Non-verbal nurse parturient communication in labor in Portuguese-speaking countries. Rev Lat Am Enfermagem [Internet]. 2019 [cited 2022 Oct 20];27:e3193. Available from: https://doi.org/10.1590/1518-8345.3032.3193
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O tipo de eixo sociófugo-sociópeto está relacionado à orientação angular de uma pessoa em relação aos outros, o que reflete a extensão do desejo dos participantes por mais intimidade. A primeira frase expressa um desincentivo à interação, enquanto a segunda frase implica o contrário1414. Sancino A, Bicochi N, Bernardo GA, Percin C, Gesto C, Maragliano A, et al. Proxemic behaviors during gay/straight interactions: An automated analysis through kinect depth-sensing camera. J Pesq Sex [Internet]. 2023 [cited 2022 Nov 10];1-13. Available from: https://doi.org/10.1080/00224499.2023.219269
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. Ao analisar os dados sobre a comunicação não verbal proxêmica, constatou-se que a posição do interlocutor é frontal, sem posições de costas ou outros ângulos entre os participantes da pesquisa.

A maioria dos estudos apresentou o eixo sociópeto dominante em diferentes processos de interação, com posicionamentos face a face ou paralelos1515. Ghaemi Z, Engelke U, Jeny BEB. Mapas proxêmicos para visualização imersiva. Rev Bras Cartogr (Online) [Internet]. 2022 [cited 2022 Nov 3];49(3):205-19. Available from: https://doi.org/10.1080/1523040.2021.201394
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. Esse achado é bastante positivo porque esses cargos promovem a interação entre as pessoas e permitem o contato entre técnicos de enfermagem e clientes. Ou seja, eles ficam frente a frente e frente lateral. Os técnicos de enfermagem relutam, portanto, em falar de forma mais limitada devido à situação epidemiológica da COVID-19.

Fatores cinésicos ou cinestésicos analisam os movimentos que criam proximidade entre os interlocutores, como o contato físico, o toque e o posicionamento de cada pessoa na interação. O terceiro fator também é analisado por meio das quatro distâncias interpessoais: íntima, pessoal, social e pública, conforme a teoria da comunicação não verbal proxêmica11. Hall ET. A dimensão oculta. São Paulo, SP(BR): Martins Fontes; 2005..

Estudos desenvolvidos em Santiago, no Chile, destacam que os distanciamentos ocorrem em todas as interações interpessoais e a distância íntima ocorre entre 0 a 45 cm1616. Farsani D, Breda A, Alizadeh M, Zakariya YF. Unpacking the black-box of students’ visual attention in mathematics and English classrooms: Empirical evidence using mini-video recording gadgets. J Comput Assist Learn [Internet]. 2021 [cited 2022 Nov 5];37(3):773-81. Available from: https://doi.org/10.1111/jcal.12522
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. Destarte, o contato pessoal é muito utilizado nas interações cotidianas, ou seja, contato com distância máxima de 50 cm entre as pessoas. A distância de intimidade foi comum em outros momentos1414. Sancino A, Bicochi N, Bernardo GA, Percin C, Gesto C, Maragliano A, et al. Proxemic behaviors during gay/straight interactions: An automated analysis through kinect depth-sensing camera. J Pesq Sex [Internet]. 2023 [cited 2022 Nov 10];1-13. Available from: https://doi.org/10.1080/00224499.2023.219269
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;1717. Beserra GL, Oliveira PMP, Pagliuca LMF, Almeida PC, Anjos SJSB, Barbosa AS. Verbal communication of the parturient nurse’s dyad in the active phase of labor. Rev Bras Enferm [Internet]. 2020 [cited 2022 Nov 12];73(5):e20190266. Available from: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2019-0266 .
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-1818. Silva TASM, Coelho MJ, Figueiredo NMA. Semiologia das expressões corporais dos enfermeiros no cotidiano do serviço de emergência. Rev Enferm UFSM [Internet]. 2019 [cited 2022 Jun 15];9:e38:1-19. Available from: https://doi.org/10.5902/2179769229882
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, enquanto no presente estudo a distância foi principalmente a íntima. Essa é a distância mais próxima definida ao instalar o hemocomponente. Também é importante destacar a presença de três técnicos de enfermagem com distanciamento pessoal durante os cuidados de enfermagem na hemoterapia.

Os fatores cinésicos levam em consideração a posição das partes do corpo. Ao analisar os fatores de proximidade, nas interações dos profissionais médicos com os clientes do pronto socorro, foram observadas expressões faciais de: felicidade, seriedade, indiferença e confiança entre as pessoas22. Azevedo AL, Carvalho STA, Pessoa Júnior JM, Silva J, Santos BTU, Bastos SSF. Communication of nursing students in listening to patients in a psychiatric hospital. Esc Anna Nery [Internet]. 2017 [cited 2022 Oct 10];21(3):e20160325. Available from: https://doi.org/10.1590/2177-9465-EAN-2016-0325
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.

O comportamento proxêmico de contato envolve o toque em três formas táteis: instrumental, expressivo e/ou afetivo e o toque terapêutico1919. Mendes AM, Brás SC, Marques RM, Pontífice-Sousa P. Toque terapêutico no cuidado da enfermagem: uma análise conceitual. Acta Paul Enferm [Internet]. 2022 [cited 2022 Nov 10];35:eAPE00706. Available from: https://doi.org/10.37689/acta-ape/2022AR007066
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. Estudo desenvolvido com fisioterapeutas em Campinas, São Paulo, destacou o toque instrumental sendo um toque expressivo pouco destacado2020. Jamarim MFM, Silva CZ, Lima GMPA, Siqueira CL, Campos CJG. Nonverbal communication through touch: Meanings for physical therapists working in a hospital environment. Aquichan [Internet]. 2019 [cited 2022 Jun 19];19(4):e1942. Available from: https://doi.org/10.5294/aqui.2019.19.4. 2
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. Na comunicação não verbal proxêmica, relacionada à produção de enfermeiros e desenvolvida no Brasil e em Cabo Verde, constatou-se que os enfermeiros brasileiros demonstram falta de toque em suas interações1414. Sancino A, Bicochi N, Bernardo GA, Percin C, Gesto C, Maragliano A, et al. Proxemic behaviors during gay/straight interactions: An automated analysis through kinect depth-sensing camera. J Pesq Sex [Internet]. 2023 [cited 2022 Nov 10];1-13. Available from: https://doi.org/10.1080/00224499.2023.219269
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. Outros resultados mostraram que os bebês do sexo feminino foram mais afetados que os do sexo masculino2121. Vasconcelos SG, Paiva SS, Galvão MTG. Comunicação Proxêmica entre mãe e filho em Alojamento Conjunto. Rev Enferm UERJ [Internet]. 2006 [cited 2022 Sep 10];14(1):37-42. Available from: http://www.revenf.bvs.br/pdf/reuerj/v14n1/v14n1a06.pdf
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. Nesse contexto, o estudo com as mães que tocavam seus bebês apresentavam tipos variados de toque: acariciavam, agarravam, tocavam, seguravam por longos períodos o corpo do filho e outras tocavam diferentes partes do corpo2222. Farias LM, Cardoso MVLM, Silveira IP, Fernandes AFC. Comunicação proxêmica entre mãe e recém-nascido de risco na unidade neonatal. Rev Rene [Internet]. 2009 [cited 2022 Sep 14];10(2):52-7. Available from: http://periodicos.ufc.br/rene/article/view/4768
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.

No entanto, os resultados deste trabalho não demonstram diferenças significativas neste aspecto. A relevância do toque no tratamento de hemoterapia está documentada. O toque instrumental também é verificado no momento do estabelecimento da transfusão, na coleta de amostra para o teste transfusional e na verificação dos sinais vitais: visão, olfato e resposta ao toque. Tudo isso é de extrema importância para o cliente, pois o toque é considerado uma das ferramentas mais eficazes para estimular o vínculo entre profissional e cliente, enfermeiro e equipe2323. Silveira ACDA, Santos lMS, Costa PCF, Braga MNS, Borges TS, Costa AG. Sistematização da Assistência de Enfermagem segundo o conhecimento de enfermeiros do ambulatório de um hemocentro. Rev Enferm UFSM [Internet]. 2021 [cited 2023 Nov 5];2(11):e69. Available from: https://doi.org/10.5902/2179769264111
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,2424. Al-Shamaly HS. Patterns of communicating care and caring in the intensive care unit. Nurs Open [Internet]. 2022 [cited 2023 Nov 4];9(1):277-98. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8685886/pdf/NOP2-9-277.pdf
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,2525. Pacheco AMS, Beserra JMA, Rodrigues MP, Mota LR, Menezes Neto CM, Lima CG, et al. A comunicação interpessoal como ferramenta eficaz da equipe multiprofissional na promoção do bem-estar em um ambiente hospitalar. Braz J Implantol Health Sci [Internet]. 2023 [cited 2023 Nov 5];5(4):402-15. Available from: https://doi.org/10.36557/2674-8169.2023v5n4p402-415
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O elemento proxêmico código visual, determinado pelo modo de contato visual, domina a interação entre técnico de enfermagem e o cliente. A equipe de saúde utilizou o toque instrumental aliado ao toque expressivo, tornando o apoio técnico uma expressão de carinho e cuidado humano. Estudos confirmam essa observação1414. Sancino A, Bicochi N, Bernardo GA, Percin C, Gesto C, Maragliano A, et al. Proxemic behaviors during gay/straight interactions: An automated analysis through kinect depth-sensing camera. J Pesq Sex [Internet]. 2023 [cited 2022 Nov 10];1-13. Available from: https://doi.org/10.1080/00224499.2023.219269
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,1818. Silva TASM, Coelho MJ, Figueiredo NMA. Semiologia das expressões corporais dos enfermeiros no cotidiano do serviço de emergência. Rev Enferm UFSM [Internet]. 2019 [cited 2022 Jun 15];9:e38:1-19. Available from: https://doi.org/10.5902/2179769229882
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,2121. Vasconcelos SG, Paiva SS, Galvão MTG. Comunicação Proxêmica entre mãe e filho em Alojamento Conjunto. Rev Enferm UERJ [Internet]. 2006 [cited 2022 Sep 10];14(1):37-42. Available from: http://www.revenf.bvs.br/pdf/reuerj/v14n1/v14n1a06.pdf
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, que o técnico de enfermagem deve estar sempre disponível para atender esse cliente, proporcionando suporte, sigilo e comunicação eficaz.

Portanto, o contato visual entre duas pessoas ajuda determinar como ocorre a comunicação. Assim, a maior fonte de informação na interação corresponde à forma de demonstrar, prestar atenção e permitir a troca de informações44. Lacerda JFE, Santos PSP, Maia ER, Oliveira DR, Viana MCA, Cavalcante EGR. Effective communication in the nurse-patient relationship in the light of Transcultural Interprofessional Practice model. Rev Rene [Internet]. 2021 [cited 2022 Oct 15];22:e61443. Available from: https://doi.org/10.15253/2175-6783.20212261443
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É importante ressaltar que é necessário o acompanhamento de um técnico de enfermagem na hemoterapia para verificar se os hemocomponentes são transfundidos após a instalação ou não. E se ultrapassar quatro horas terá que ser descartado. Isso também pode ser explicado pelo profissional que tenta trazer a cura com o olhar. Estudo parecido encontrou abordagem semelhante ao olhar para a dispensação do farmacêutico. Invisível e além das aparências, reconhecendo-o como um profissional responsável e competente para ajudá-lo a compreender sua condição de saúde e os métodos de tratamento correspondentes2626. Santos MM, Souza VS, Almeida RGS, Wegner W, Figueira MCS, Machado CFT. Pediatric patient safety in the administration of blood components. Texto Contexto Enferm [Internet]. 2023 [cited 2023 Nov 5];32:e20220234. Available from: https://doi.org/10.1590/1980-265X-TCE-2022-0234en
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O fator volume da voz refere-se à percepção dos interlocutores em relação ao espaço interpessoal. Mediante classificação do volume e da intensidade da fala na interação11. Hall ET. A dimensão oculta. São Paulo, SP(BR): Martins Fontes; 2005., percebemos quatro tipos: baixo, normal, alto e nenhum. Em estudo2727. Torres GMC, Figueiredo IDT, Cândido JAB, Pinto AGA. Comunicação não-verbal no cuidado com usuários hipertensos na Estratégia Saúde da Familia. REFACS [Internet]. 2019 [cited 2022 Sep 17];7(3):284-95. Available from: https://doi.org/10.18554/refacs.v7i3.3570
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de interação na relação profissional-hipertenso, evidenciou-se o tom da voz suave, inclusive este, com voz serena, suave, normal e tranquila. Entretanto, em outro estudo, prevaleceu a voz normal2828. Silva MJP. Comunicação tem remédio: a comunicação nas relações interpessoais em saúde. 10th ed. São Paulo, SP(BR): Gente; 2017.. Volume e intensidade da voz podem estar relacionados com o espaço da comunicação e com o ambiente.

A voz alta foi destacada para falar com clientes com dificuldade auditiva e para abordar clientes em situações de desrespeito com os profissionais. Mas o cliente na hemoterapia necessita de voz normal, tranquila; de um toque sensível e sorriso entre máscaras para sentirem-se seguros.

Outro estudo ressaltou que a voz alta é falada por médicos do sexo masculino, pois estes ficam mais longe dos clientes e gastam mais tempo lendo os prontuários. Em contrapartida, as médicas tiveram clientes mais satisfeitos, pois apresentavam posturas corporais menos expansivas, empregaram voz mais suave, mais auto toque e transmitiram uma atmosfera mais médica, sendo o oposto para profissionais do sexo masculino2929. Mast MS, Kadji KK. How female and male physicians' communication is perceived differently. Patient Educ Couns [Internet]. 2018 [cited 2023 Jan 10];101(9):1697-701. Available from: https://doi.org/10.1016/j.pec.2018.06.003
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.

O código térmico destaca-se também neste estudo77. Beserra GL, Oliveira PMP, Pagliuca LMF, Almeida PC, Anjos SJSB, Pinheiro AKB. Non-verbal nurse parturient communication in labor in Portuguese-speaking countries. Rev Lat Am Enfermagem [Internet]. 2019 [cited 2022 Oct 20];27:e3193. Available from: https://doi.org/10.1590/1518-8345.3032.3193
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por parte de enfermeiros cabo-verdianos, pois fornece informações aos clientes referentes à localidade onde residiam e fazem indagações sobre o conforto do ambiente (temperatura). Os enfermeiros perguntaram se os clientes se sentiam confortáveis com a temperatura ambiente, se o local era climatizado e se o ambiente tinha luz natural.

Na presente pesquisa, o controle de temperatura ambiental e hemocomponente se faz necessário para um produto de qualidade e resolutivo para a demanda de saúde apresentada ao cliente. Assim, fez-se necessário realizar o controle de temperatura do hemocomponente, do cliente, do ambiente dos profissionais e como estes percebiam a temperatura no momento da instalação da transfusão66. Moreira AG, Azevedo AL, Figueiredo NM, Oliveira LP, Araújo ST. Proxemic behavior of nursing in the hemodialysis setting. Acta Paul Enferm [Internet]. 2017 [cited 2022 Oct 10];30(4):343-9. Available from:Available from:https://doi.org/10.1590/1982-0194201700051
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O fator proxêmico código olfativo, no contexto da complexidade hospitalar, é desvelado e aponta os sinais pessoais nas experiências vividas pelo grupo investigado durante o cuidado hospitalar transfusional. Observou-se que todos os técnicos de enfermagem usavam máscara, mas a equipe valorizava o olfato, pois este destacava-se como uma ferramenta de diálogo na assistência de enfermagem que prestamos.

O cuidado de enfermagem às pessoas submetidas ao tratamento de hemoterapia é repleto de odores que, de uma forma ou outra, são significativos e provocam reações de intensidade variadas. Os técnicos de enfermagem referiram que muitas vezes, no momento da instalação do hemocomponente, a equipe de enfermagem setorial está prestando cuidados de enfermagem às lesões das úlceras falciformes. Assim, quando retornam para casa, predomina o sentido olfativo vivenciado no ambiente hospitalar da hemoterapia.

Estimular o olfato pode criar memórias residuais. Assim, as memórias podem funcionar como fatores que eram até então desconhecidos por nós, técnicos de enfermagem participantes deste estudo. Ressaltam que muitas vezes voltam para casa com cheiro do cliente atendido. Portanto, os odores simbólicos que poluem e criam imagens que se formam no imaginário humano devem ampliar suas capacidades relacionais, visuais, expressivas, emocionais, dialógicas e de análise para fundamentar comportamentos de cuidado integral da pessoa cuidada3030. Meska MHG, Mano LY, Silva JP, Pereira Junior GA, Mazzo A. Emotional recognition for simulated clinical environment using unpleasant odors: quasi-experimental study. Rev Lat Am Enfermagem [Internet]. 2020 [cited 2023 Jan 10];28:e3248. Available from: https://doi.org/10.1590/1518-8345.2883.3248
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Como limitação do estudo, destaca-se que este fora realizado em um único Hemocentro localizado no Sudeste do Brasil, onde apontou questões peculiares deste cenário sem generalizar seus achados. Desta forma sugere-se, com a temática da comunicação não verbal proxêmica na hemoterapia, realizar outros estudos em outros Hemocentros e Hemonúcleos com outros contextos e cenários.

Apesar disso, busca-se contribuir com discussão profícua sobre a comunicação não verbal proxêmica no contexto da hemoterapia. Isso não significa que deva ser de maneira unilateral, antes, com reflexão em relação ao ato e competência do técnico de enfermagem na hemoterapia e de outros profissionais da saúde.

CONCLUSÃO

Os fatores proxêmicos identificados na pesquisa ressaltaram a importância do olhar, as distâncias, proximidades e a movimentação de comportamentos. Adicionalmente, observou-se a presença do toque instrumental como forma de cuidado humanizado, preservando a distância íntima e/ou social satisfatória. Todos os técnicos de enfermagem da equipe estiveram atentos aos sinais e expressões corporais e faciais, vocais e sonoras dos clientes durante as interações.

A postura corporal durante as observações, como manter-se em pé, ao lado ou à frente do cliente, foi interpretada do mesmo modo como percebiam as mudanças no tom de voz. Sinais não verbais por entre máscaras demonstraram inseguranças e incertezas de como iriam manter o cuidado diante da situação pandêmica estabelecida no momento de realização da pesquisa.

Logo, a comunicação não verbal proxêmica permite a ampliação, por parte do técnico de enfermagem, da maneira de cuidar. No ambiente hospitalar e no contexto da hemoterapia, isso representa uma ampliação da perspectiva para além da biologia do cliente, mas também para além de uma bolsa de hemocomponente. Assim, a comunicação efetiva verbal e não verbal representa a chave do relacionamento entre profissional-cuidador e cliente nos diversos contextos, em unidades hospitalares.

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NOTAS

  • ORIGEM DO ARTIGO

    Extraído da tese - O cuidado na dimensão sensível e técnica: comunicação proxêmica da equipe de enfermagem na hemoterapia, apresentada ao Programa de Pós-Graduação da Escola de Enfermagem Anna Nery, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 2023.
  • APROVAÇÃO DE COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

    Aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Estadual de Hematologia Arthur Siqueira Cavalcanti - HEMORIO, parecer n. 4.376.390, Certificado de Apresentação para Apreciação Ética 34612420.2.3001.5267.

Editado por

EDITORES

Editores Associados: Melissa Orlandi Honório Locks, Maria Lígia Bellaguarda Editor-chefe: Elisiane Lorenzini

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    29 Abr 2024
  • Data do Fascículo
    2024

Histórico

  • Recebido
    27 Ago 2023
  • Aceito
    21 Nov 2023
Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós Graduação em Enfermagem Campus Universitário Trindade, 88040-970 Florianópolis - Santa Catarina - Brasil, Tel.: (55 48) 3721-4915 / (55 48) 3721-9043 - Florianópolis - SC - Brazil
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