Acessibilidade / Reportar erro

BIOMECÂNICA DO ESPORTE ANTES E DEPOIS DOS JOGOS PARALIMPÍCOS RIO 2016

RESUMO

Introdução:

Eventos como os Jogos Paralímpicos deixam uma série de legados nas sociedades que as sediam. Não seria diferente quando se trata do desenvolvimento do conhecimento científico associado, em especial a biomecânica do esporte.

Objetivo:

Investigar a produção científica brasileira produzida em biomecânica no esporte paralímpico no ciclo que antecedeu e sucedeu os Jogos Paralímpicos Rio 2016, além de fornecer insights para novos estudos.

Métodos:

Foram realizadas buscas na Plataforma Lattes, sendo habilitados os filtros “Assunto” e “Doutores”, com as palavras-chave “Paralímpico” e “Paralympic”. Ao todo, foram encontrados 723 autores que publicaram artigo(s) relacionado(s) com o tema. Após acessar os currículos, os artigos foram triados e identificados, resultando em 37 artigos que preencheram todos os critérios de inclusão.

Resultados:

Os resultados mostram que a) Após Londres-2012, o Brasil tem aumentado o número de publicações; b) Grande parte das produções (87%) são oriundas de Instituições Públicas, c) Após Rio-2016 houve uma maior participação de outras regiões do Brasil na produção do conhecimento na área, d) Apesar do Brasil ser referência em algumas modalidades coletivas, modalidades individuais como o powerlifting e o atletismo, são as mais pesquisadas, e) Mulheres ainda são minoria, tanto como participantes das pesquisas quanto na autoria das publicações, f) As produções atingem elevados extratos de qualidade, g) As técnicas de pesquisa em biomecânica mais utilizadas foram a cinemática e dinamometria.

Conclusão:

A biomecânica no esporte paralímpico tem se valido do legado gerado pelas paralimpíadas Rio-2016. Como desafios futuros para os pesquisadores, destacam-se: manutenção da qualidade das produções, ampliação dos estudos para as modalidades coletivas, aumento da participação de outros entes federados na produção do conhecimento na área, promoção de uma maior equidade de gênero e incorporação de novas técnicas de pesquisa em biomecânica. Nível de Evidência II; Estudo de Revisão.

Descritores:
Paratletas; Fenômenos Biomecânicos; Esportes para Pessoas com Deficiência

ABSTRACT

Introduction:

Events such as the Paralympic Games leave a series of legacies in the host societies. This is also applicable to the development of associated scientific knowledge, particularly in the field of sports biomechanics.

Objective:

The objective of this study is to investigate the Brazilian scientific production in the field of biomechanics in Paralympic sports during the cycle that preceded and followed the Rio 2016 Paralympic Games. Additionally, the study aims to provide insights for future research endeavors.

Methods:

The search was conducted on the Lattes Platform, utilizing the filters “Assunto” and “Doutores” and the keywords “Paralímpico” and “Paralympic.” In total, 723 authors were identified who published articles related to the topic. Subsequently, the curricula were accessed, and the articles were sorted and identified, resulting in 37 articles that met all inclusion criteria.

Results:

The results indicate that: a) Brazil witnessed an increase in the number of publications after London 2012; b) The majority of these productions (87%) originate from Public Institutions; c) There was a greater participation of other regions of Brazil in the production of knowledge in the area after Rio 2016; d) Individual modalities such as powerlifting and athletics were the most researched, despite Brazil's reference status in some collective modalities; e) Women remain a minority, both as participants in research and as authors of publications; f) The productions demonstrate high levels of quality; g) The most commonly used research techniques in biomechanics were kinematics and dynamometry.

Conclusion:

The field of biomechanics in Paralympic sports has significantly benefited from the legacy generated by the Rio 2016 Paralympics. As future challenges for researchers, the following aspects stand out: maintaining the quality of productions, expanding studies to include collective modalities, increasing the participation of other federated entities in the production of knowledge in this field, promoting greater gender equity, and incorporating new research techniques in biomechanics. Level of Evidence II; Review Study.

Keywords:
Para-Athletes; Biomechanical Phenomena; Sports for Persons with Disabilities

RESUMEN

Introducción:

Eventos como los Juegos Paralímpicos dejan una serie de legados en las sociedades anfitrionas. Esto también es aplicable al desarrollo de conocimiento científico asociado, especialmente en el campo de la biomecánica deportiva.

Objetivo:

El objetivo de este estudio es investigar la producción científica brasileña en el campo de la biomecánica en deportes paralímpicos durante el ciclo que precedió y siguió a los Juegos Paralímpicos de Río 2016. Además, el estudio tiene como propósito brindar ideas para futuros esfuerzos de investigación.

Métodos:

La búsqueda se realizó en la Plataforma Lattes, utilizando los filtros “ Assunto “ y “Doutores” y las palabras clave “Paralímpico” y “Paralympic”. En total, se identificaron 723 autores que publicaron artículos relacionados con el tema. Posteriormente, se accedió a los currículos y se clasificaron e identificaron los artículos, lo que resultó en 37 artículos que cumplieron con todos los criterios de inclusión.

Resultados:

Los resultados indican que: a) Brasil experimentó un aumento en el número de publicaciones después de Londres 2012; b) La mayoría de estas producciones (87%) provienen de Instituciones Públicas; c) Después de Río 2016, hubo una mayor participación de otras regiones de Brasil en la producción de conocimiento en el área; d) Las modalidades individuales, como levantamiento de pesas y atletismo, fueron las más investigadas, a pesar del estatus de referencia de Brasil en algunas modalidades colectivas; e) Las mujeres siguen siendo una minoría, tanto como participantes en investigaciones como autoras de publicaciones; f) Las producciones demuestran altos niveles de calidad; g) Las técnicas de investigación más utilizadas en biomecánica fueron la cinemática y la dinamometría.

Conclusión:

El campo de la biomecánica en deportes paralímpicos ha sido significativamente beneficiado por el legado generado por los Juegos Paralímpicos de Río 2016. Como desafíos futuros para los investigadores, se destacan los siguientes aspectos: mantener la calidad de las producciones, ampliar los estudios para incluir modalidades colectivas, aumentar la participación de otras entidades federadas en la producción del conocimiento en este campo, promover una mayor equidad de género e incorporar nuevas técnicas de investigación en biomecánica. Nivel de Evidencia II; Estudio de Revisión.

Descriptores:
Paratletas; Fenómenos Biomecánicos; Deportes para Personas con Discapacidad

INTRODUÇÃO

Nas Paralimpíadas Tóquio-2020 o Brasil obteve o mesmo número de medalhas do Rio-2016 (72 medalhas), porém superou a quantidade de ouros (22 medalhas). Nesse mesmo ano, o Brasil fez história ao alcançar a 100ª medalha de ouro em jogos paralímpicos, atingindo um total de 109 medalhas.11 Comitê Paralímpico Brasileiro. A melhor campanha de todos os tempos: Brasil termina os Jogos Paralímpicos de Tóquio com recorde de ouros e feitos inéditos [Internet]. 2021 [accessed in 2021 Sep 19]. Available from: https://www.cpb.org.br/noticia/detalhe/3570/a-melhor-campanha-de-todos-os-tempos-brasil-termina-os-jogos-paralimpicos-de-toquio-com-recorde-de-ouros-e-feitos-ineditos.
https://www.cpb.org.br/noticia/detalhe/3...
A evolução do esporte paralímpico brasileiro teve um grande salto a partir da criação do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) em 1995, que iniciou a organização e o planejamento do esporte como o conhecemos, e desde Pequim-2008 tem se figurado entre os Top-10 das potências paralímpicas. Outro fator que tem colaborado com evolução do desempenho brasileiro é a estreita relação entre CPB e as Universidades, em especial as públicas, por meio da criação de Centros de Referência, Seminários Paralímpicos e Congressos Paralímpicos Internacionais. Tais estratégias, além de serem importantes para ampliar o acesso dos paratletas a locais de treinamento, também contribuem para a formação de recursos humanos e divulgação de conhecimentos científicos produzidos sobre o tema. Parte desse conhecimento científico produzido no âmbito do esporte paralímpico tem sido empregado na melhoria das rotinas de treinamento desses atletas, refletindo na melhora do desempenho esportivo.22 Loturco I, Pereira LA, Winckler C, Bragança JR, Da Fonseca RA, Kobal R, et al. Performance Changes of Elite Paralympic Judo Athletes during a Paralympic Games Cycle: A Case Study with the Brazilian National Team. J Hum Kinet. 2017;60(1):217-24.,33 Loturco I, Bishop C, Ramirez-Campillo R, Romano F, Alves M, Pereira LA, et al. Optimum power loads for elite boxers: Case study with the brazilian national olympic team. Sports (Basel). 2018;6(3):95.

De acordo com a Academia Brasileira de Ciências,44 Academia Brasileira de Ciências. Universidades públicas respondem por mais de 95% da produção científica do Brasil [Internet]. 2019 [accessed 2021 Sep 19]. Available from: http://www.abc.org.br/2019/04/15/universidades-publicas-respondem-por-mais-de-95-da-producao-cientifica-do-brasil/.
http://www.abc.org.br/2019/04/15/univers...
95% de toda produção científica brasileira é desenvolvida por instituições públicas. Portanto, dependem em grande parte de financiamento público. No entanto, os recursos destinados a ciência e tecnologia tem sofrido sucessivos cortes orçamentários que afetam a evolução do conhecimento científico em todas as áreas,55 Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Orçamento de 2020 mostra redução acima de 80% para o fomento científico [Internet]. 2020 [accessed 2021 Sep 19]. Available from: http://portal.sbpcnet.org.br/noticias/orcamento-de-2020-mostra-reducao-acima-de-80-para-o-fomento-cientifico/.
http://portal.sbpcnet.org.br/noticias/or...
não sendo diferente nas ciências do esporte. Nesse contexto, encontra-se a biomecânica do esporte, uma área de atuação da biomecânica, que pode ser definida como a aplicação das leis da mecânica a organismos vivos e tecidos biológicos,66 Donskoi D, Atsiorski MV. Biomecânica de los ejercícios físicos: manual. Moscou: Raduga; 1988.. A biomecânica é parte do currículo obrigatório dos principais cursos de Educação Física do Brasil.

Tradicionalmente a biomecânica do esporte faz uso de técnicas de pesquisa que envolvem cinemetria, dinamometria, antropometria e eletromiografia,77 Amadio AC, Costa PHL, Sacco ICN, Serrão JC, Araujo RC, Mochizuki L, et al. Introdução à biomecânica para análise do movimento humano: descrição e aplicação dos métodos de medição. Rev Bras Fisioter. 1999;3(2):41-54. podendo ser usadas de maneira isolada ou associada, com o intuito de abordar diversas formas do movimento humano. No entanto, nos últimos anos, pesquisadores brasileiros que trabalham com biomecânica do esporte tem incluído a termografia infravermelha88 Teixeira RM, Dellagrana RA, Priego-Quesada JI, Machado JCBP, Silva JF da, Reis TMP dos, et al. Muscular strength imbalances are not associated with skin temperature asymmetries in soccer players. Life (Basel). 2020;10(7):102.,99 Silva W da, Machado ÁS, Lemos AL, Andrade CF de, Priego-Quesada JI, Carpes FP. Relationship between exercise-induced muscle soreness, pain thresholds, and skin temperature in men and women. J Therm Biol. 2021;100: 103051. e a ultrassonografia1010 Orssatto LB da R, Detanico D, Kons RL, Sakugawa RL, Silva Junior JN da, Diefenthaeler F. Photobiomodulation therapy does not attenuate fatigue and muscle damage in judo athletes: A randomized, triple-blind, placebo-controlled trial. Front Physiol. 2019;10:811. como técnicas para avaliar a regulação térmica e a arquitetura muscular, respectivamente, e suas relações com aspectos como produção de força, fadiga muscular, entre outros. Sabendo da importância que a pesquisa em ciências do esporte possui para gerar conhecimento aplicado e qualificar profissionais que atuarão no esporte, imagina-se que o Brasil, por ser uma potência paralímpica, também tenha um volume importante de conhecimento científico sendo gerado nessa temática. No entanto, no melhor de nosso conhecimento não foram encontrados na literatura estudos que tivessem agrupado a produção científica brasileira envolvendo a biomecânica no esporte paralímpico.

Portanto, neste estudo descrevemos a produção científica brasileira em biomecânica no esporte paralímpico publicada no ciclo que antecedeu e sucedeu os Jogos Paralímpicos Rio-2016. Temos como hipótese que os Jogos Paralímpicos do Rio-2016 deixaram legados, inclusive na cultura científica em torno do paradesporto, em especial na biomecânica e que isso tem perdurado, apesar das dificuldades enfrentadas pela ciência brasileira nos últimos anos.

MATERIAIS E MÉTODOS

Seleção dos artigos

Considerando que o estudo se restringiu apenas a produção científica brasileira, optamos por realizar a busca na Plataforma Lattes. Foram realizadas duas buscas em 26 de setembro de 2021, sendo habilitados na plataforma os filtros “Assunto” e “Doutores”. Inicialmente utilizou-se a palavra-chave “Paralímpico”, sendo encontrados 393 autores. Na segunda busca a palavra-chave utilizada foi “Paralympic”, sendo encontrados 330 autores. Ao todo foram encontrados 723 autores com alguma publicação relacionada ao tema. Merece destaque o fato que a Plataforma Lattes não permite a utilização de algoritmos mais avançados de busca. A seguir, os avaliadores (YBH) e (KSGS) acessaram todos os currículos, no qual os artigos foram triados e identificados.

Os critérios de inclusão adotados foram: a) O 1º autor deveria ser brasileiro; b) Os artigos deveriam envolver modalidades paralímpicas; c) Nos artigos deveria ter sido usado alguma técnica de pesquisa em biomecânica; d) Serem publicação em revistas internacionais; e) Terem sido publicados entre janeiro de 2012 a setembro de 2021. Após a leitura dos títulos dos artigos, foi realizado o download para o gerenciador de referências Mendeley®, onde foram removidos os artigos duplicados. Todos tiveram seus resumos lidos a fim de confirmar a proximidade do tema (biomecânica e esporte paralímpico). Caso houvesse dúvidas entre os avaliadores, um terceiro avaliador (MR) era consultado. Ao todo 37 artigos atenderam os critérios de inclusão e tem seus detalhes descritos na Tabela 1.

Tabela 1
Visão geral dos estudos em biomecânica e esporte paralímpico.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Cronologia das publicações

O maior quantitativo de artigos publicados envolvendo a biomecânica em esportes paralímpicos ocorreu no ano da Paralimpíada do Rio-20161111 Gorla J, Costa e Silva ADA, Borges M, Tanhoffer RA, Godoy PS, Calegari DR, et al. Impact of wheelchair rugby on body composition of subjects with tetraplegia: A pilot study. Arch Phys Med Rehabil. 2016;97(1):92-6.

12 Lemos V de A, Alves E da S, Schwingel P, Rosa JPP, Silva A da, Winckler C, et al. Analysis of the body composition of Paralympic athletes: Comparison of two methods. Eur J Sport Sci. 2016;16(8):955-64.

13 Loturco I, Nakamura FY, Winckler C, Bragança JR, Da Fonseca RA, Moraes-Filho J, et al. Strength-Power Performance of Visually Impaired Paralympic and Olympic Judo Athletes from the Brazilian National Team: A Comparative Study. J Strength Cond Res. 2016;31(3):743-9.

14 Loturco I, Winckler C, Lourenço TF, Veríssimo A, Kobal R, Kitamura K, et al. Effects of compression clothing on speed–power performance of elite Paralympic sprinters: a pilot study. SpringerPlus. 2016;5(1):1047.

15 Pereira L, Winckler C, Abad CCC, Kitamura K, Veríssimo A, Nakamura FY, et al. Power and speed differences between Brazilian Paralympic sprinters with visual impairment and their guides. Adapt Phys Activ Q. 2016;33(4):311-23.

16 Santos SDS, Krishnan C, Alonso AC, Greve JMDA. Trunk Function Correlates Positively with Wheelchair Basketball Player Classification. Am J Phys Med Rehabil. 2016;96(2):101-8.
-1717 Sousa APS, Ferreira HR, Filho JF. Dermatoglyphic profile and hand grip strength of the finalists athletes in the Brazilian paracanoe championship. J Exerc Physiol Online. 2016;19(1):50-6. e Tóquio-2020,1818 dos Santos MDM, Aidar FJ, de Souza RF, dos Santos JL, da Silva de Mello A, Neiva HP, et al. Does the grip width affect the bench press performance of paralympic powerlifters?. Int J Sports Physiol Perform. 2020;1-8.

19 Fischer G, Figueiredo P, Ardigò LP. Bioenergetics and Biomechanics of Handcycling at Submaximal Speeds in Athletes with a Spinal Cord Injury. Sports (Basel). 2020;8(2):16.

20 Fraga GS, Aidar FJ, Matos DG, Marçal AC, Santos JL, Souza RF, et al. Effects of ibuprofen intake in muscle damage, body temperature and muscle power in paralympic powerlifting athletes. Int J Environ Res Public Health. 2020;17(14):5157.

21 Loturco I, McGuigan MR, Reis VP, Santos S, Yanci J, Pereira LA, et al. Relationship between power output and speed-related performance in brazilian wheelchair basketball players. Adapt Phys Activ Q. 2020;37(4):508-17.

22 Ribeiro Neto F, Dorneles JR, Luna RM, Spina MA, Gonçalves CW, Costa RRG. Performance Differences Between the Arched and Flat Bench Press in Beginner and Experienced Paralympic Powerlifters. J Strength Cond Res. 2022;36(7):1936-43.

23 Sampaio CRSF, Aidar FJ, Ferreira ARP, Dos Santos JL, Marçal AC, de Matos DG, et al. Can creatine supplementation interfere with muscle strength and fatigue in brazilian national level paralympic powerlifting?. Nutrients. 2020;12(9):2492.
-2424 Weber MVR, Fernandes DZ, Vieira ER, Ferreira SA, da Silva DF, Queiroga MR. Adaptation of Anaerobic Field-Based Tests for Wheelchair Basketball Athletes. Res Q Exerc Sport. 2021;92(4):715-22. quando estavam previstos os jogos no Japão (as paralimpíadas foram realizadas em 2021 devido a Pandemia de COVID-19), ambos com sete publicações. É interessante notar que no ano das Paralimpíadas de Londres-2012, não foram encontrados artigos científicos que tivessem abordado o tema, porém nessa edição dos Jogos paralímpicos (Londres-2012) o Brasil possuía o recorde de medalhas de ouro até Tóquio-2020. Na Figura 1A podemos observar os números de medalhas nos últimos três ciclos paralímpicos. Curiosamente, o aumento no desempenho das medalhas de ouro coincidiu com o avanço nas publicações de artigos científicos envolvendo a biomecânica e o paradesporto, como pode ser visto na figura 1B.

Figura 1
Caracterização dos artigos

Regionalidade das publicações

Em relação a origem das publicações (Figura 1C), com exceção das produzidas pelo Núcleo de Alto Rendimento (NAR) de São Paulo1313 Loturco I, Nakamura FY, Winckler C, Bragança JR, Da Fonseca RA, Moraes-Filho J, et al. Strength-Power Performance of Visually Impaired Paralympic and Olympic Judo Athletes from the Brazilian National Team: A Comparative Study. J Strength Cond Res. 2016;31(3):743-9.,1414 Loturco I, Winckler C, Lourenço TF, Veríssimo A, Kobal R, Kitamura K, et al. Effects of compression clothing on speed–power performance of elite Paralympic sprinters: a pilot study. SpringerPlus. 2016;5(1):1047.,2121 Loturco I, McGuigan MR, Reis VP, Santos S, Yanci J, Pereira LA, et al. Relationship between power output and speed-related performance in brazilian wheelchair basketball players. Adapt Phys Activ Q. 2020;37(4):508-17.,2525 Loturco I, Pereira LA, Winckler C, Santos WL, Kobal R, McGuigan M. Load-Velocity Relationship in National Paralympic Powerlifters: A Case Study. Int J Sports Physiol Perform. 2019;14(4):531-5.

26 Loturco I, Winckler C, Kobal R, Cal Abad CC, Kitamura K, Veríssimo AW, et al. Performance changes and relationship between vertical jump measures and actual sprint performance in elite sprinters with visual impairment throughout a Parapan American games training season. Front Physiol. 2015;6:323.
-2727 Ribeiro Neto F, Loturco I, Lopes GH, Dorneles JR, Gorla JI, Costa RRG. Correlations Between Medicine Ball Throw With Wheelchair Mobility and Isokinetic Tests in Basketball Para-Athletes. J Sport Rehabil. 2022;31(1):125-9. e da Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação,2222 Ribeiro Neto F, Dorneles JR, Luna RM, Spina MA, Gonçalves CW, Costa RRG. Performance Differences Between the Arched and Flat Bench Press in Beginner and Experienced Paralympic Powerlifters. J Strength Cond Res. 2022;36(7):1936-43.,2828 Aidar FJ, Clemente FM, de Matos DG, Marçal AC, de Souza RF, Moreira OC, et al. Evaluation of strength and muscle activation indicators in sticking point region of national-level paralympic powerlifting athletes. J Funct Morphol Kinesiol. 2021;6(2):43. todas as demais tiveram seu primeiro autor vinculado a uma das 13 (87%) Universidades Públicas relatadas, totalizando 28 artigos publicados. Merecem destaque a UFS1818 dos Santos MDM, Aidar FJ, de Souza RF, dos Santos JL, da Silva de Mello A, Neiva HP, et al. Does the grip width affect the bench press performance of paralympic powerlifters?. Int J Sports Physiol Perform. 2020;1-8.,2020 Fraga GS, Aidar FJ, Matos DG, Marçal AC, Santos JL, Souza RF, et al. Effects of ibuprofen intake in muscle damage, body temperature and muscle power in paralympic powerlifting athletes. Int J Environ Res Public Health. 2020;17(14):5157.,2323 Sampaio CRSF, Aidar FJ, Ferreira ARP, Dos Santos JL, Marçal AC, de Matos DG, et al. Can creatine supplementation interfere with muscle strength and fatigue in brazilian national level paralympic powerlifting?. Nutrients. 2020;12(9):2492.,2929 Resende M de A, Aidar FJ, Resende RBV, Reis GC, Barros L de O, de Matos DG, et al. Are strength indicators and skin temperature affected by the type of warm-up in paralympic powerlifting athletes?. Healthcare (Basel). 2021;9(8):923.

30 Teles LJL, Aidar FJ, de Matos DG, Marçal AC, de Almeida-Neto PF, Neves EB, et al. Static and dynamic strength indicators in paralympic power-lifters with and without spinal cord injury. Int J Environ Res Public Health. 2021;18(11):5907.
-3131 Machado F, Correia RF, Ribeiro AN, dos Santos Neto SR dos S, Vieira IB, Gorla JI. Isokinetic Peak of Torque and Fatigue Index in Simulated Wheelchair Propulsion in Elite Wheelchair Rugby Players. Manual Therapy, Posturology & Rehabilitation Journal. 2018;16:564. e UNICAMP1111 Gorla J, Costa e Silva ADA, Borges M, Tanhoffer RA, Godoy PS, Calegari DR, et al. Impact of wheelchair rugby on body composition of subjects with tetraplegia: A pilot study. Arch Phys Med Rehabil. 2016;97(1):92-6.,3232 Monezi LA, Magalhães TP, Morato MP, Mercadante LA, Furtado OLP da C, Misuta MS. Time-motion analysis of goalball players in attacks: differences of the player positions and the throwing techniques. Sports Biomech. 2019;18(5):470-81.

33 Campos LFCC, Borin JP, Nightingale T, Costa e Silva AA, Araújo PF, Gorla JI. Alterations of Cardiorespiratory and Motor Profile of Paralympic 5-a-side Football Athletes during 14-Week In-Season Training. Int J Sports Sci. 2014;4(6A):85-90.

34 Zoppi CC, dos Santos-Júnior CR, Guerreiro TS, Porto YC, Montenegro IHP de M, da Silva TFA, et al. Physiological and performance improvements during a training season in paralympic rowers. J Exerc Physiol Online. 2014;17(3):88-101.

35 Campos LFCC, De Athayde Costa E Silva A, Teixeira Fabrício Dos Santos LG, Trevisan Costa L, Montagner PC, Borin JP, et al. Effects of training in physical fitness and body composition of the brazilian 5-a-side football team. Rev Andal Med Deport. 2013;6(3):91-5.
-3636 Bernardina GRD, Dos Santos MDM, Resende RA, De Mello MT, Albuquerque MR, Paolucci LA, et al. Asymmetric velocity profiles in Paralympic powerlifters performing at different exercise intensities are detected by functional data analysis. J Biomech. 2021;123:110523. como sendo instituições públicas com o maior número de artigos publicados, com seis artigos de cada instituição. Entretanto, o maior número de publicações por instituição foi produzido pelo NAR, com sete artigos publicados. Assim, fica evidente a importância das Universidades Públicas para a produção de conhecimento envolvendo o esporte paralímpico e biomecânica. É digno de nota que no ciclo que antecedeu os jogos paralímpicos do Rio-2016, grande parte das publicações eram oriundas de instituições localizadas na região sudeste, em especial do estado de São Paulo. Já no ciclo iniciado após a Rio-2016, observamos que as instituições da região sudeste continuaram produzindo grande parte do conhecimento em biomecânica do paradesporto, mas houve maior participação das regiões sul, nordeste, norte e centro-oeste como pode ser visto na Figura 1D, indicando uma ampliação geográfica na produção do conhecimento sobre o tema.

Modalidades investigadas

Dentre as modalidades paralímpicas, as que geraram maior quantitativo de publicações na área de biomecânica do esporte foram o powerlifting1818 dos Santos MDM, Aidar FJ, de Souza RF, dos Santos JL, da Silva de Mello A, Neiva HP, et al. Does the grip width affect the bench press performance of paralympic powerlifters?. Int J Sports Physiol Perform. 2020;1-8.,2222 Ribeiro Neto F, Dorneles JR, Luna RM, Spina MA, Gonçalves CW, Costa RRG. Performance Differences Between the Arched and Flat Bench Press in Beginner and Experienced Paralympic Powerlifters. J Strength Cond Res. 2022;36(7):1936-43.,2323 Sampaio CRSF, Aidar FJ, Ferreira ARP, Dos Santos JL, Marçal AC, de Matos DG, et al. Can creatine supplementation interfere with muscle strength and fatigue in brazilian national level paralympic powerlifting?. Nutrients. 2020;12(9):2492.,2525 Loturco I, Pereira LA, Winckler C, Santos WL, Kobal R, McGuigan M. Load-Velocity Relationship in National Paralympic Powerlifters: A Case Study. Int J Sports Physiol Perform. 2019;14(4):531-5.,2929 Resende M de A, Aidar FJ, Resende RBV, Reis GC, Barros L de O, de Matos DG, et al. Are strength indicators and skin temperature affected by the type of warm-up in paralympic powerlifting athletes?. Healthcare (Basel). 2021;9(8):923.

30 Teles LJL, Aidar FJ, de Matos DG, Marçal AC, de Almeida-Neto PF, Neves EB, et al. Static and dynamic strength indicators in paralympic power-lifters with and without spinal cord injury. Int J Environ Res Public Health. 2021;18(11):5907.
-3131 Machado F, Correia RF, Ribeiro AN, dos Santos Neto SR dos S, Vieira IB, Gorla JI. Isokinetic Peak of Torque and Fatigue Index in Simulated Wheelchair Propulsion in Elite Wheelchair Rugby Players. Manual Therapy, Posturology & Rehabilitation Journal. 2018;16:564.,3737 Borges MVDO, Sousa EC De, Rego JTP, Medeiros RMV, Spina MA, Cabral BG de AT, et al. Electromyographic analysis of bench press in paralympic athletes. Medicina Sportiva. 2014;X(4):2452-6.,3838 Antunes D, Rossato M, Kons RL, Sakugawa RL, Fischer G. Neuromuscular features in sprinters with cerebral palsy: Case studies based on paralympic classification. J Exerc Rehabil. 2017;13(6):716-21. e o atletismo,1212 Lemos V de A, Alves E da S, Schwingel P, Rosa JPP, Silva A da, Winckler C, et al. Analysis of the body composition of Paralympic athletes: Comparison of two methods. Eur J Sport Sci. 2016;16(8):955-64.,1414 Loturco I, Winckler C, Lourenço TF, Veríssimo A, Kobal R, Kitamura K, et al. Effects of compression clothing on speed–power performance of elite Paralympic sprinters: a pilot study. SpringerPlus. 2016;5(1):1047.,1515 Pereira L, Winckler C, Abad CCC, Kitamura K, Veríssimo A, Nakamura FY, et al. Power and speed differences between Brazilian Paralympic sprinters with visual impairment and their guides. Adapt Phys Activ Q. 2016;33(4):311-23.,2727 Ribeiro Neto F, Loturco I, Lopes GH, Dorneles JR, Gorla JI, Costa RRG. Correlations Between Medicine Ball Throw With Wheelchair Mobility and Isokinetic Tests in Basketball Para-Athletes. J Sport Rehabil. 2022;31(1):125-9.,3939 Silva A, Zanca G, Alves ES, De Aquino Lemos V, Gávea SA, Winckler C, et al. Isokinetic assessment and musculoskeletal complaints in paralympic athletes: A longitudinal study. Am J Phys Med Rehabil. 2015;94(10):768-74.

40 Squarcini CFR, Pires MLN, Lopes C, Benedito-Silva AA, Esteves AMU, Cornelissen-Guillaume G, et al. Free-running circadian rhythms of muscle strength, reaction time, and body temperature in totally blind people. Eur J Appl Physiol. 2013;113(1):157-65.
-4141 Oliveira GL de, Oliveira TAP de, Valentim-Silva JR, Fernandes Filho J. Dermatoglyphic Profile and Body Composition of Athletes from the Brazilian Five-a-Side National Football Team. Int J Sports Sci. 2018;8(3):78-82. ambas as modalidades individuais. Já entre as modalidades coletivas, o basquetebol em cadeira de rodas foi o que mais deu origem a publicações,1616 Santos SDS, Krishnan C, Alonso AC, Greve JMDA. Trunk Function Correlates Positively with Wheelchair Basketball Player Classification. Am J Phys Med Rehabil. 2016;96(2):101-8.,2121 Loturco I, McGuigan MR, Reis VP, Santos S, Yanci J, Pereira LA, et al. Relationship between power output and speed-related performance in brazilian wheelchair basketball players. Adapt Phys Activ Q. 2020;37(4):508-17.,2424 Weber MVR, Fernandes DZ, Vieira ER, Ferreira SA, da Silva DF, Queiroga MR. Adaptation of Anaerobic Field-Based Tests for Wheelchair Basketball Athletes. Res Q Exerc Sport. 2021;92(4):715-22.,2828 Aidar FJ, Clemente FM, de Matos DG, Marçal AC, de Souza RF, Moreira OC, et al. Evaluation of strength and muscle activation indicators in sticking point region of national-level paralympic powerlifting athletes. J Funct Morphol Kinesiol. 2021;6(2):43. como pode ser observado na Figura 1E. É interessante notar que apesar do Brasil ser considerado o país do futebol, ter conquistado em Tóquio-2020 a 5ª medalha de ouro seguida na modalidade Futebol de 5 e possuir grupos de pesquisa consolidados no estudo da biomecânica do futebol, somente três estudos investigaram aspectos biomecânicos dessa modalidade.3434 Zoppi CC, dos Santos-Júnior CR, Guerreiro TS, Porto YC, Montenegro IHP de M, da Silva TFA, et al. Physiological and performance improvements during a training season in paralympic rowers. J Exerc Physiol Online. 2014;17(3):88-101.,3636 Bernardina GRD, Dos Santos MDM, Resende RA, De Mello MT, Albuquerque MR, Paolucci LA, et al. Asymmetric velocity profiles in Paralympic powerlifters performing at different exercise intensities are detected by functional data analysis. J Biomech. 2021;123:110523.,4242 Rubio K, Veloso RC. As mulheres no esporte brasileiro: entre os campos de enfrentamento e a jornada heroica. Revista USP. 2019;(122):49-62.. Esses dados indicam que o Brasil possui grande potencial para estudar a biomecânica do esporte em modalidades paralímpicas coletivas, uma vez que possuímos recursos humanos capacitados para isso.

Representação feminina

Ao todo, 626 paratletas fizeram parte das 37 publicações. Destes, 495 (79%) foram homens e somente 131 (21%) mulheres. Quando comparado percentualmente com os 259 integrantes da delegação brasileira que estiveram nos Jogos Paralímpicos de Tóquio-2020, o percentual de mulheres aumentou para 40% (103). A participação feminina é ainda maior quando se observa o quadro de medalhas, no qual 45% do total das medalhas conquistadas em Tóquio-2020 foram por mulheres. Sabemos que a participação feminina no esporte tem sido incentivada e vem crescendo nos últimos anos,4343 Coswig V, Silva ADACE, Barbalho M, de Faria FR, Nogueira CD, Borges M, et al. Assessing the validity of the MyJUMP2 app for measuring different jumps in professional cerebral palsy football players: An experimental study. JMIR Mhealth Uhealth. 2019;7(1):e11099. no entanto, observa-se que ainda existe uma grande disparidade em relação aos paratletas homens como participantes das pesquisas. Nesse sentido, nossa sugestão é para que em futuras pesquisas sejam consideradas uma maior participação de mulheres paratletas. Vale ressaltar que a falta de representatividade feminina também aconteceu na primeira autoria dos artigos utilizados nessa revisão, estando presente em apenas 16% dos artigos analisados.

Qualidade das publicações

Apesar do fato do Qualis CAPES estar em processo de reformulação no período de 2019-2022, optamos por avaliar a qualidade das revistas por meio da lista WebQualis 2013-2016 disponível na Plataforma Sucupira, vigente à época de nosso estudo. Dos 37 artigos publicados, 29 estavam inseridos em periódicos de extratos superiores (A1, A2, B1), sendo 15 artigos em Qualis A1,1111 Gorla J, Costa e Silva ADA, Borges M, Tanhoffer RA, Godoy PS, Calegari DR, et al. Impact of wheelchair rugby on body composition of subjects with tetraplegia: A pilot study. Arch Phys Med Rehabil. 2016;97(1):92-6.

12 Lemos V de A, Alves E da S, Schwingel P, Rosa JPP, Silva A da, Winckler C, et al. Analysis of the body composition of Paralympic athletes: Comparison of two methods. Eur J Sport Sci. 2016;16(8):955-64.
-1313 Loturco I, Nakamura FY, Winckler C, Bragança JR, Da Fonseca RA, Moraes-Filho J, et al. Strength-Power Performance of Visually Impaired Paralympic and Olympic Judo Athletes from the Brazilian National Team: A Comparative Study. J Strength Cond Res. 2016;31(3):743-9.,1616 Santos SDS, Krishnan C, Alonso AC, Greve JMDA. Trunk Function Correlates Positively with Wheelchair Basketball Player Classification. Am J Phys Med Rehabil. 2016;96(2):101-8.,1818 dos Santos MDM, Aidar FJ, de Souza RF, dos Santos JL, da Silva de Mello A, Neiva HP, et al. Does the grip width affect the bench press performance of paralympic powerlifters?. Int J Sports Physiol Perform. 2020;1-8.,2222 Ribeiro Neto F, Dorneles JR, Luna RM, Spina MA, Gonçalves CW, Costa RRG. Performance Differences Between the Arched and Flat Bench Press in Beginner and Experienced Paralympic Powerlifters. J Strength Cond Res. 2022;36(7):1936-43.,2424 Weber MVR, Fernandes DZ, Vieira ER, Ferreira SA, da Silva DF, Queiroga MR. Adaptation of Anaerobic Field-Based Tests for Wheelchair Basketball Athletes. Res Q Exerc Sport. 2021;92(4):715-22.,2525 Loturco I, Pereira LA, Winckler C, Santos WL, Kobal R, McGuigan M. Load-Velocity Relationship in National Paralympic Powerlifters: A Case Study. Int J Sports Physiol Perform. 2019;14(4):531-5.,2727 Ribeiro Neto F, Loturco I, Lopes GH, Dorneles JR, Gorla JI, Costa RRG. Correlations Between Medicine Ball Throw With Wheelchair Mobility and Isokinetic Tests in Basketball Para-Athletes. J Sport Rehabil. 2022;31(1):125-9.,2828 Aidar FJ, Clemente FM, de Matos DG, Marçal AC, de Souza RF, Moreira OC, et al. Evaluation of strength and muscle activation indicators in sticking point region of national-level paralympic powerlifting athletes. J Funct Morphol Kinesiol. 2021;6(2):43.,3737 Borges MVDO, Sousa EC De, Rego JTP, Medeiros RMV, Spina MA, Cabral BG de AT, et al. Electromyographic analysis of bench press in paralympic athletes. Medicina Sportiva. 2014;X(4):2452-6.,4040 Squarcini CFR, Pires MLN, Lopes C, Benedito-Silva AA, Esteves AMU, Cornelissen-Guillaume G, et al. Free-running circadian rhythms of muscle strength, reaction time, and body temperature in totally blind people. Eur J Appl Physiol. 2013;113(1):157-65.,4141 Oliveira GL de, Oliveira TAP de, Valentim-Silva JR, Fernandes Filho J. Dermatoglyphic Profile and Body Composition of Athletes from the Brazilian Five-a-Side National Football Team. Int J Sports Sci. 2018;8(3):78-82.,4444 Medeiros RMV, Alves E da S, Lemos V de A, Schwingel PA, Silva A da, Vital R, et al. Assessment of Body Composition and Sport Performance of Brazilian Paralympic Swim Team Athletes. J Sport Rehabil. 2016;25(4):364-70.,4545 Simim MAM, Da Mota GR, Marocolo M, Da Silva BVC, De Mello MT, Bradley PS. The demands of amputee soccer impair muscular endurance and power indices but not match physical performance. Adapt Phys Activ Q. 2018;35(1):76-92. seis em Qualis A222 Loturco I, Pereira LA, Winckler C, Bragança JR, Da Fonseca RA, Kobal R, et al. Performance Changes of Elite Paralympic Judo Athletes during a Paralympic Games Cycle: A Case Study with the Brazilian National Team. J Hum Kinet. 2017;60(1):217-24.,1515 Pereira L, Winckler C, Abad CCC, Kitamura K, Veríssimo A, Nakamura FY, et al. Power and speed differences between Brazilian Paralympic sprinters with visual impairment and their guides. Adapt Phys Activ Q. 2016;33(4):311-23.,2121 Loturco I, McGuigan MR, Reis VP, Santos S, Yanci J, Pereira LA, et al. Relationship between power output and speed-related performance in brazilian wheelchair basketball players. Adapt Phys Activ Q. 2020;37(4):508-17.,2323 Sampaio CRSF, Aidar FJ, Ferreira ARP, Dos Santos JL, Marçal AC, de Matos DG, et al. Can creatine supplementation interfere with muscle strength and fatigue in brazilian national level paralympic powerlifting?. Nutrients. 2020;12(9):2492.,3333 Campos LFCC, Borin JP, Nightingale T, Costa e Silva AA, Araújo PF, Gorla JI. Alterations of Cardiorespiratory and Motor Profile of Paralympic 5-a-side Football Athletes during 14-Week In-Season Training. Int J Sports Sci. 2014;4(6A):85-90.,4646 Feitosa WG, Correia R de A, Barbosa TM, Castro FA de S. Kinematic, coordinative and efficiency parameters of physically impaired swimmers at maximum aerobic power speed. Open Sports Sci J. 2019;12:35-43. e oito em Qualis B1.1717 Sousa APS, Ferreira HR, Filho JF. Dermatoglyphic profile and hand grip strength of the finalists athletes in the Brazilian paracanoe championship. J Exerc Physiol Online. 2016;19(1):50-6.,2020 Fraga GS, Aidar FJ, Matos DG, Marçal AC, Santos JL, Souza RF, et al. Effects of ibuprofen intake in muscle damage, body temperature and muscle power in paralympic powerlifting athletes. Int J Environ Res Public Health. 2020;17(14):5157.,3131 Machado F, Correia RF, Ribeiro AN, dos Santos Neto SR dos S, Vieira IB, Gorla JI. Isokinetic Peak of Torque and Fatigue Index in Simulated Wheelchair Propulsion in Elite Wheelchair Rugby Players. Manual Therapy, Posturology & Rehabilitation Journal. 2018;16:564.,3535 Campos LFCC, De Athayde Costa E Silva A, Teixeira Fabrício Dos Santos LG, Trevisan Costa L, Montagner PC, Borin JP, et al. Effects of training in physical fitness and body composition of the brazilian 5-a-side football team. Rev Andal Med Deport. 2013;6(3):91-5.,3636 Bernardina GRD, Dos Santos MDM, Resende RA, De Mello MT, Albuquerque MR, Paolucci LA, et al. Asymmetric velocity profiles in Paralympic powerlifters performing at different exercise intensities are detected by functional data analysis. J Biomech. 2021;123:110523.,3939 Silva A, Zanca G, Alves ES, De Aquino Lemos V, Gávea SA, Winckler C, et al. Isokinetic assessment and musculoskeletal complaints in paralympic athletes: A longitudinal study. Am J Phys Med Rehabil. 2015;94(10):768-74.,4747 Kons RL, Sakugawa RL, Rossato M, Diefenthaeler F, Detanico D. Neuromuscular and postural control in visually and nonvisually impaired judo athletes: Case study. J Exerc Rehabil. 2019;15(1):60-6.,4848 Song YG, Won YH, Park SH, Ko MH, Seo JH. Changes in body temperature in incomplete spinal cord injury by digital infrared thermographic imaging. Ann Rehabil Med. 2015;39(5):696-704. É interessante notar que, em função da heterogeneidade dos grupos amostrais, esperávamos um maior número de publicações no formato “Estudos de Caso”. No entanto, observamos apenas 2 publicações3939 Silva A, Zanca G, Alves ES, De Aquino Lemos V, Gávea SA, Winckler C, et al. Isokinetic assessment and musculoskeletal complaints in paralympic athletes: A longitudinal study. Am J Phys Med Rehabil. 2015;94(10):768-74.,4848 Song YG, Won YH, Park SH, Ko MH, Seo JH. Changes in body temperature in incomplete spinal cord injury by digital infrared thermographic imaging. Ann Rehabil Med. 2015;39(5):696-704. nesse formato, sendo ambas em revistas Qualis B1. Nesse sentido, acreditamos que diante da variedade de deficiências, mais estudos de caso com paratletas envolvendo modalidades individuais e parâmetros biomecânicos possam ser publicados.

Técnicas de pesquisa em biomecânica

Na Figura 1F podemos verificar as técnicas de pesquisa mais utilizadas nos estudos. Encontramos a cinemática 3D4747 Kons RL, Sakugawa RL, Rossato M, Diefenthaeler F, Detanico D. Neuromuscular and postural control in visually and nonvisually impaired judo athletes: Case study. J Exerc Rehabil. 2019;15(1):60-6. e 2D,3737 Borges MVDO, Sousa EC De, Rego JTP, Medeiros RMV, Spina MA, Cabral BG de AT, et al. Electromyographic analysis of bench press in paralympic athletes. Medicina Sportiva. 2014;X(4):2452-6. além de fotocélulas,1414 Loturco I, Winckler C, Lourenço TF, Veríssimo A, Kobal R, Kitamura K, et al. Effects of compression clothing on speed–power performance of elite Paralympic sprinters: a pilot study. SpringerPlus. 2016;5(1):1047.,1515 Pereira L, Winckler C, Abad CCC, Kitamura K, Veríssimo A, Nakamura FY, et al. Power and speed differences between Brazilian Paralympic sprinters with visual impairment and their guides. Adapt Phys Activ Q. 2016;33(4):311-23.,2121 Loturco I, McGuigan MR, Reis VP, Santos S, Yanci J, Pereira LA, et al. Relationship between power output and speed-related performance in brazilian wheelchair basketball players. Adapt Phys Activ Q. 2020;37(4):508-17.,3434 Zoppi CC, dos Santos-Júnior CR, Guerreiro TS, Porto YC, Montenegro IHP de M, da Silva TFA, et al. Physiological and performance improvements during a training season in paralympic rowers. J Exerc Physiol Online. 2014;17(3):88-101.,3636 Bernardina GRD, Dos Santos MDM, Resende RA, De Mello MT, Albuquerque MR, Paolucci LA, et al. Asymmetric velocity profiles in Paralympic powerlifters performing at different exercise intensities are detected by functional data analysis. J Biomech. 2021;123:110523. plataformas de contato22 Loturco I, Pereira LA, Winckler C, Bragança JR, Da Fonseca RA, Kobal R, et al. Performance Changes of Elite Paralympic Judo Athletes during a Paralympic Games Cycle: A Case Study with the Brazilian National Team. J Hum Kinet. 2017;60(1):217-24.,1313 Loturco I, Nakamura FY, Winckler C, Bragança JR, Da Fonseca RA, Moraes-Filho J, et al. Strength-Power Performance of Visually Impaired Paralympic and Olympic Judo Athletes from the Brazilian National Team: A Comparative Study. J Strength Cond Res. 2016;31(3):743-9.

14 Loturco I, Winckler C, Lourenço TF, Veríssimo A, Kobal R, Kitamura K, et al. Effects of compression clothing on speed–power performance of elite Paralympic sprinters: a pilot study. SpringerPlus. 2016;5(1):1047.
-1515 Pereira L, Winckler C, Abad CCC, Kitamura K, Veríssimo A, Nakamura FY, et al. Power and speed differences between Brazilian Paralympic sprinters with visual impairment and their guides. Adapt Phys Activ Q. 2016;33(4):311-23.,2727 Ribeiro Neto F, Loturco I, Lopes GH, Dorneles JR, Gorla JI, Costa RRG. Correlations Between Medicine Ball Throw With Wheelchair Mobility and Isokinetic Tests in Basketball Para-Athletes. J Sport Rehabil. 2022;31(1):125-9.,4444 Medeiros RMV, Alves E da S, Lemos V de A, Schwingel PA, Silva A da, Vital R, et al. Assessment of Body Composition and Sport Performance of Brazilian Paralympic Swim Team Athletes. J Sport Rehabil. 2016;25(4):364-70. e transdutores lineares.22 Loturco I, Pereira LA, Winckler C, Bragança JR, Da Fonseca RA, Kobal R, et al. Performance Changes of Elite Paralympic Judo Athletes during a Paralympic Games Cycle: A Case Study with the Brazilian National Team. J Hum Kinet. 2017;60(1):217-24.,1313 Loturco I, Nakamura FY, Winckler C, Bragança JR, Da Fonseca RA, Moraes-Filho J, et al. Strength-Power Performance of Visually Impaired Paralympic and Olympic Judo Athletes from the Brazilian National Team: A Comparative Study. J Strength Cond Res. 2016;31(3):743-9.,1414 Loturco I, Winckler C, Lourenço TF, Veríssimo A, Kobal R, Kitamura K, et al. Effects of compression clothing on speed–power performance of elite Paralympic sprinters: a pilot study. SpringerPlus. 2016;5(1):1047.,2121 Loturco I, McGuigan MR, Reis VP, Santos S, Yanci J, Pereira LA, et al. Relationship between power output and speed-related performance in brazilian wheelchair basketball players. Adapt Phys Activ Q. 2020;37(4):508-17.,2525 Loturco I, Pereira LA, Winckler C, Santos WL, Kobal R, McGuigan M. Load-Velocity Relationship in National Paralympic Powerlifters: A Case Study. Int J Sports Physiol Perform. 2019;14(4):531-5.,2727 Ribeiro Neto F, Loturco I, Lopes GH, Dorneles JR, Gorla JI, Costa RRG. Correlations Between Medicine Ball Throw With Wheelchair Mobility and Isokinetic Tests in Basketball Para-Athletes. J Sport Rehabil. 2022;31(1):125-9.,2929 Resende M de A, Aidar FJ, Resende RBV, Reis GC, Barros L de O, de Matos DG, et al. Are strength indicators and skin temperature affected by the type of warm-up in paralympic powerlifting athletes?. Healthcare (Basel). 2021;9(8):923.

30 Teles LJL, Aidar FJ, de Matos DG, Marçal AC, de Almeida-Neto PF, Neves EB, et al. Static and dynamic strength indicators in paralympic power-lifters with and without spinal cord injury. Int J Environ Res Public Health. 2021;18(11):5907.
-3131 Machado F, Correia RF, Ribeiro AN, dos Santos Neto SR dos S, Vieira IB, Gorla JI. Isokinetic Peak of Torque and Fatigue Index in Simulated Wheelchair Propulsion in Elite Wheelchair Rugby Players. Manual Therapy, Posturology & Rehabilitation Journal. 2018;16:564.. Observamos o emprego na dinamometria em publicações envolvendo medidas com plataformas de força,1313 Loturco I, Nakamura FY, Winckler C, Bragança JR, Da Fonseca RA, Moraes-Filho J, et al. Strength-Power Performance of Visually Impaired Paralympic and Olympic Judo Athletes from the Brazilian National Team: A Comparative Study. J Strength Cond Res. 2016;31(3):743-9.,3939 Silva A, Zanca G, Alves ES, De Aquino Lemos V, Gávea SA, Winckler C, et al. Isokinetic assessment and musculoskeletal complaints in paralympic athletes: A longitudinal study. Am J Phys Med Rehabil. 2015;94(10):768-74.,4848 Song YG, Won YH, Park SH, Ko MH, Seo JH. Changes in body temperature in incomplete spinal cord injury by digital infrared thermographic imaging. Ann Rehabil Med. 2015;39(5):696-704. células de carga,1818 dos Santos MDM, Aidar FJ, de Souza RF, dos Santos JL, da Silva de Mello A, Neiva HP, et al. Does the grip width affect the bench press performance of paralympic powerlifters?. Int J Sports Physiol Perform. 2020;1-8.,2020 Fraga GS, Aidar FJ, Matos DG, Marçal AC, Santos JL, Souza RF, et al. Effects of ibuprofen intake in muscle damage, body temperature and muscle power in paralympic powerlifting athletes. Int J Environ Res Public Health. 2020;17(14):5157.,2323 Sampaio CRSF, Aidar FJ, Ferreira ARP, Dos Santos JL, Marçal AC, de Matos DG, et al. Can creatine supplementation interfere with muscle strength and fatigue in brazilian national level paralympic powerlifting?. Nutrients. 2020;12(9):2492.,2929 Resende M de A, Aidar FJ, Resende RBV, Reis GC, Barros L de O, de Matos DG, et al. Are strength indicators and skin temperature affected by the type of warm-up in paralympic powerlifting athletes?. Healthcare (Basel). 2021;9(8):923.,3131 Machado F, Correia RF, Ribeiro AN, dos Santos Neto SR dos S, Vieira IB, Gorla JI. Isokinetic Peak of Torque and Fatigue Index in Simulated Wheelchair Propulsion in Elite Wheelchair Rugby Players. Manual Therapy, Posturology & Rehabilitation Journal. 2018;16:564. dinamômetros isocinéticos,1616 Santos SDS, Krishnan C, Alonso AC, Greve JMDA. Trunk Function Correlates Positively with Wheelchair Basketball Player Classification. Am J Phys Med Rehabil. 2016;96(2):101-8.,2828 Aidar FJ, Clemente FM, de Matos DG, Marçal AC, de Souza RF, Moreira OC, et al. Evaluation of strength and muscle activation indicators in sticking point region of national-level paralympic powerlifting athletes. J Funct Morphol Kinesiol. 2021;6(2):43.,3232 Monezi LA, Magalhães TP, Morato MP, Mercadante LA, Furtado OLP da C, Misuta MS. Time-motion analysis of goalball players in attacks: differences of the player positions and the throwing techniques. Sports Biomech. 2019;18(5):470-81.,3939 Silva A, Zanca G, Alves ES, De Aquino Lemos V, Gávea SA, Winckler C, et al. Isokinetic assessment and musculoskeletal complaints in paralympic athletes: A longitudinal study. Am J Phys Med Rehabil. 2015;94(10):768-74.

40 Squarcini CFR, Pires MLN, Lopes C, Benedito-Silva AA, Esteves AMU, Cornelissen-Guillaume G, et al. Free-running circadian rhythms of muscle strength, reaction time, and body temperature in totally blind people. Eur J Appl Physiol. 2013;113(1):157-65.
-4141 Oliveira GL de, Oliveira TAP de, Valentim-Silva JR, Fernandes Filho J. Dermatoglyphic Profile and Body Composition of Athletes from the Brazilian Five-a-Side National Football Team. Int J Sports Sci. 2018;8(3):78-82. manuais1717 Sousa APS, Ferreira HR, Filho JF. Dermatoglyphic profile and hand grip strength of the finalists athletes in the Brazilian paracanoe championship. J Exerc Physiol Online. 2016;19(1):50-6.,2424 Weber MVR, Fernandes DZ, Vieira ER, Ferreira SA, da Silva DF, Queiroga MR. Adaptation of Anaerobic Field-Based Tests for Wheelchair Basketball Athletes. Res Q Exerc Sport. 2021;92(4):715-22.,4141 Oliveira GL de, Oliveira TAP de, Valentim-Silva JR, Fernandes Filho J. Dermatoglyphic Profile and Body Composition of Athletes from the Brazilian Five-a-Side National Football Team. Int J Sports Sci. 2018;8(3):78-82.,4848 Song YG, Won YH, Park SH, Ko MH, Seo JH. Changes in body temperature in incomplete spinal cord injury by digital infrared thermographic imaging. Ann Rehabil Med. 2015;39(5):696-704. e lombares.4141 Oliveira GL de, Oliveira TAP de, Valentim-Silva JR, Fernandes Filho J. Dermatoglyphic Profile and Body Composition of Athletes from the Brazilian Five-a-Side National Football Team. Int J Sports Sci. 2018;8(3):78-82. Interessante destacar que não encontramos estudo que tenha avaliado a distribuição de pressão em paratletas.

Quatro estudos1818 dos Santos MDM, Aidar FJ, de Souza RF, dos Santos JL, da Silva de Mello A, Neiva HP, et al. Does the grip width affect the bench press performance of paralympic powerlifters?. Int J Sports Physiol Perform. 2020;1-8.,2929 Resende M de A, Aidar FJ, Resende RBV, Reis GC, Barros L de O, de Matos DG, et al. Are strength indicators and skin temperature affected by the type of warm-up in paralympic powerlifting athletes?. Healthcare (Basel). 2021;9(8):923.,3131 Machado F, Correia RF, Ribeiro AN, dos Santos Neto SR dos S, Vieira IB, Gorla JI. Isokinetic Peak of Torque and Fatigue Index in Simulated Wheelchair Propulsion in Elite Wheelchair Rugby Players. Manual Therapy, Posturology & Rehabilitation Journal. 2018;16:564.,3838 Antunes D, Rossato M, Kons RL, Sakugawa RL, Fischer G. Neuromuscular features in sprinters with cerebral palsy: Case studies based on paralympic classification. J Exerc Rehabil. 2017;13(6):716-21. relataram ter empregado a eletromiografia, sendo que todos envolveram análises de músculos do tronco ou membros superiores. Nossa busca reportou apenas dois estudos que utilizaram a termografia infravermelha2020 Fraga GS, Aidar FJ, Matos DG, Marçal AC, Santos JL, Souza RF, et al. Effects of ibuprofen intake in muscle damage, body temperature and muscle power in paralympic powerlifting athletes. Int J Environ Res Public Health. 2020;17(14):5157.,3030 Teles LJL, Aidar FJ, de Matos DG, Marçal AC, de Almeida-Neto PF, Neves EB, et al. Static and dynamic strength indicators in paralympic power-lifters with and without spinal cord injury. Int J Environ Res Public Health. 2021;18(11):5907. e nenhum estudo relatou a utilização da ultrassonografia no contexto da biomecânica do esporte. Considerando que pessoas com lesão medular, dependendo do nível de lesão, tendem a apresentar alterações na termoregulação4949 Griggs KE, Leicht CA, Price MJ, Goosey-Tolfrey VL. Thermoregulation during intermittent exercise in athletes with a spinal-cord injury. Int J Sports Physiol Perform. 2015;10(4):469-75.,5050 Tay MRJ. Relationship Between Ultrasound Measurements of Quadriceps and Discharge Outcomes in Patients With Spinal Cord Injury. Arch Phys Med Rehabil. 2021;102(10):e64., o uso da termografia infravermelha poderia ser uma importante ferramenta de análise em atletas de modalidades como o rúgbi em cadeira de rodas e basquetebol em cadeira de rodas, além é claro das modalidades do atletismo. Por outro lado, muitas deficiências resultam em alterações crônicas nas propriedades músculo-tendíneas51 que poderiam ser identificadas por meio da ultrassonografia. Nesse sentido, reforçamos a necessidade da ampliação do emprego de outras técnicas de pesquisa em biomecânica para além dos métodos tradicionalmente empregados.

Nosso estudo possui limitações, como a incerteza de termos atingido todas as publicações que poderiam fazer parte dos critérios de inclusão. Isso deve-se as limitações de busca da própria Plataforma Lattes, que impossibilitam o cruzamento de palavras-chave. No entanto, a busca nesta plataforma mostra-se um caminho de fácil acesso para treinadores e atletas buscarem pesquisadores e pesquisas na área que possam lhe ser úteis em suas rotinas de treinamento. Deste modo, no melhor de nosso conhecimento acreditamos que este trabalho é o primeiro a mapear a produção científica brasileira envolvendo a biomecânica no esporte paralímpico no ciclo que antecedeu e sucedeu os jogos Paralímpicos Rio-2016.

CONCLUSÃO

Nossos resultados nos permitem concluir que: a) A produção científica envolvendo biomecânica do esporte paralímpico apresentou um aumento no ciclo paralímpico que antecedeu o Rio-2016, mantendo-se elevada no ciclo paralímpico posterior; b) A Rio-2016 marcou uma expansão para outras regiões brasileiras de grupos que estudam a biomecânica no esporte paralímpico; c) As universidades públicas lideram a produção científica na área; d) O principal foco dos estudos ainda são modalidades individuais; e) As mulheres ainda enfrentam dificuldades de serem inseridas na pesquisa (participação e autoria) envolvendo biomecânica no paradesporto; f) As publicações envolvendo o tema atingem periódicos de alto impacto; g) A cinemática e a dinamometria são as técnicas de medida em biomecânica mais utilizadas nas publicações, porém novos insights poderão ser obtidos com a inclusão de novas técnicas de medida.

AGRADECIMENTOS

Este trabalho foi realizado com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código Financeiro 001 e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM).

REFERENCES

  • 1
    Comitê Paralímpico Brasileiro. A melhor campanha de todos os tempos: Brasil termina os Jogos Paralímpicos de Tóquio com recorde de ouros e feitos inéditos [Internet]. 2021 [accessed in 2021 Sep 19]. Available from: https://www.cpb.org.br/noticia/detalhe/3570/a-melhor-campanha-de-todos-os-tempos-brasil-termina-os-jogos-paralimpicos-de-toquio-com-recorde-de-ouros-e-feitos-ineditos
    » https://www.cpb.org.br/noticia/detalhe/3570/a-melhor-campanha-de-todos-os-tempos-brasil-termina-os-jogos-paralimpicos-de-toquio-com-recorde-de-ouros-e-feitos-ineditos
  • 2
    Loturco I, Pereira LA, Winckler C, Bragança JR, Da Fonseca RA, Kobal R, et al. Performance Changes of Elite Paralympic Judo Athletes during a Paralympic Games Cycle: A Case Study with the Brazilian National Team. J Hum Kinet. 2017;60(1):217-24.
  • 3
    Loturco I, Bishop C, Ramirez-Campillo R, Romano F, Alves M, Pereira LA, et al. Optimum power loads for elite boxers: Case study with the brazilian national olympic team. Sports (Basel). 2018;6(3):95.
  • 4
    Academia Brasileira de Ciências. Universidades públicas respondem por mais de 95% da produção científica do Brasil [Internet]. 2019 [accessed 2021 Sep 19]. Available from: http://www.abc.org.br/2019/04/15/universidades-publicas-respondem-por-mais-de-95-da-producao-cientifica-do-brasil/
    » http://www.abc.org.br/2019/04/15/universidades-publicas-respondem-por-mais-de-95-da-producao-cientifica-do-brasil/
  • 5
    Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Orçamento de 2020 mostra redução acima de 80% para o fomento científico [Internet]. 2020 [accessed 2021 Sep 19]. Available from: http://portal.sbpcnet.org.br/noticias/orcamento-de-2020-mostra-reducao-acima-de-80-para-o-fomento-cientifico/
    » http://portal.sbpcnet.org.br/noticias/orcamento-de-2020-mostra-reducao-acima-de-80-para-o-fomento-cientifico/
  • 6
    Donskoi D, Atsiorski MV. Biomecânica de los ejercícios físicos: manual. Moscou: Raduga; 1988.
  • 7
    Amadio AC, Costa PHL, Sacco ICN, Serrão JC, Araujo RC, Mochizuki L, et al. Introdução à biomecânica para análise do movimento humano: descrição e aplicação dos métodos de medição. Rev Bras Fisioter. 1999;3(2):41-54.
  • 8
    Teixeira RM, Dellagrana RA, Priego-Quesada JI, Machado JCBP, Silva JF da, Reis TMP dos, et al. Muscular strength imbalances are not associated with skin temperature asymmetries in soccer players. Life (Basel). 2020;10(7):102.
  • 9
    Silva W da, Machado ÁS, Lemos AL, Andrade CF de, Priego-Quesada JI, Carpes FP. Relationship between exercise-induced muscle soreness, pain thresholds, and skin temperature in men and women. J Therm Biol. 2021;100: 103051.
  • 10
    Orssatto LB da R, Detanico D, Kons RL, Sakugawa RL, Silva Junior JN da, Diefenthaeler F. Photobiomodulation therapy does not attenuate fatigue and muscle damage in judo athletes: A randomized, triple-blind, placebo-controlled trial. Front Physiol. 2019;10:811.
  • 11
    Gorla J, Costa e Silva ADA, Borges M, Tanhoffer RA, Godoy PS, Calegari DR, et al. Impact of wheelchair rugby on body composition of subjects with tetraplegia: A pilot study. Arch Phys Med Rehabil. 2016;97(1):92-6.
  • 12
    Lemos V de A, Alves E da S, Schwingel P, Rosa JPP, Silva A da, Winckler C, et al. Analysis of the body composition of Paralympic athletes: Comparison of two methods. Eur J Sport Sci. 2016;16(8):955-64.
  • 13
    Loturco I, Nakamura FY, Winckler C, Bragança JR, Da Fonseca RA, Moraes-Filho J, et al. Strength-Power Performance of Visually Impaired Paralympic and Olympic Judo Athletes from the Brazilian National Team: A Comparative Study. J Strength Cond Res. 2016;31(3):743-9.
  • 14
    Loturco I, Winckler C, Lourenço TF, Veríssimo A, Kobal R, Kitamura K, et al. Effects of compression clothing on speed–power performance of elite Paralympic sprinters: a pilot study. SpringerPlus. 2016;5(1):1047.
  • 15
    Pereira L, Winckler C, Abad CCC, Kitamura K, Veríssimo A, Nakamura FY, et al. Power and speed differences between Brazilian Paralympic sprinters with visual impairment and their guides. Adapt Phys Activ Q. 2016;33(4):311-23.
  • 16
    Santos SDS, Krishnan C, Alonso AC, Greve JMDA. Trunk Function Correlates Positively with Wheelchair Basketball Player Classification. Am J Phys Med Rehabil. 2016;96(2):101-8.
  • 17
    Sousa APS, Ferreira HR, Filho JF. Dermatoglyphic profile and hand grip strength of the finalists athletes in the Brazilian paracanoe championship. J Exerc Physiol Online. 2016;19(1):50-6.
  • 18
    dos Santos MDM, Aidar FJ, de Souza RF, dos Santos JL, da Silva de Mello A, Neiva HP, et al. Does the grip width affect the bench press performance of paralympic powerlifters?. Int J Sports Physiol Perform. 2020;1-8.
  • 19
    Fischer G, Figueiredo P, Ardigò LP. Bioenergetics and Biomechanics of Handcycling at Submaximal Speeds in Athletes with a Spinal Cord Injury. Sports (Basel). 2020;8(2):16.
  • 20
    Fraga GS, Aidar FJ, Matos DG, Marçal AC, Santos JL, Souza RF, et al. Effects of ibuprofen intake in muscle damage, body temperature and muscle power in paralympic powerlifting athletes. Int J Environ Res Public Health. 2020;17(14):5157.
  • 21
    Loturco I, McGuigan MR, Reis VP, Santos S, Yanci J, Pereira LA, et al. Relationship between power output and speed-related performance in brazilian wheelchair basketball players. Adapt Phys Activ Q. 2020;37(4):508-17.
  • 22
    Ribeiro Neto F, Dorneles JR, Luna RM, Spina MA, Gonçalves CW, Costa RRG. Performance Differences Between the Arched and Flat Bench Press in Beginner and Experienced Paralympic Powerlifters. J Strength Cond Res. 2022;36(7):1936-43.
  • 23
    Sampaio CRSF, Aidar FJ, Ferreira ARP, Dos Santos JL, Marçal AC, de Matos DG, et al. Can creatine supplementation interfere with muscle strength and fatigue in brazilian national level paralympic powerlifting?. Nutrients. 2020;12(9):2492.
  • 24
    Weber MVR, Fernandes DZ, Vieira ER, Ferreira SA, da Silva DF, Queiroga MR. Adaptation of Anaerobic Field-Based Tests for Wheelchair Basketball Athletes. Res Q Exerc Sport. 2021;92(4):715-22.
  • 25
    Loturco I, Pereira LA, Winckler C, Santos WL, Kobal R, McGuigan M. Load-Velocity Relationship in National Paralympic Powerlifters: A Case Study. Int J Sports Physiol Perform. 2019;14(4):531-5.
  • 26
    Loturco I, Winckler C, Kobal R, Cal Abad CC, Kitamura K, Veríssimo AW, et al. Performance changes and relationship between vertical jump measures and actual sprint performance in elite sprinters with visual impairment throughout a Parapan American games training season. Front Physiol. 2015;6:323.
  • 27
    Ribeiro Neto F, Loturco I, Lopes GH, Dorneles JR, Gorla JI, Costa RRG. Correlations Between Medicine Ball Throw With Wheelchair Mobility and Isokinetic Tests in Basketball Para-Athletes. J Sport Rehabil. 2022;31(1):125-9.
  • 28
    Aidar FJ, Clemente FM, de Matos DG, Marçal AC, de Souza RF, Moreira OC, et al. Evaluation of strength and muscle activation indicators in sticking point region of national-level paralympic powerlifting athletes. J Funct Morphol Kinesiol. 2021;6(2):43.
  • 29
    Resende M de A, Aidar FJ, Resende RBV, Reis GC, Barros L de O, de Matos DG, et al. Are strength indicators and skin temperature affected by the type of warm-up in paralympic powerlifting athletes?. Healthcare (Basel). 2021;9(8):923.
  • 30
    Teles LJL, Aidar FJ, de Matos DG, Marçal AC, de Almeida-Neto PF, Neves EB, et al. Static and dynamic strength indicators in paralympic power-lifters with and without spinal cord injury. Int J Environ Res Public Health. 2021;18(11):5907.
  • 31
    Machado F, Correia RF, Ribeiro AN, dos Santos Neto SR dos S, Vieira IB, Gorla JI. Isokinetic Peak of Torque and Fatigue Index in Simulated Wheelchair Propulsion in Elite Wheelchair Rugby Players. Manual Therapy, Posturology & Rehabilitation Journal. 2018;16:564.
  • 32
    Monezi LA, Magalhães TP, Morato MP, Mercadante LA, Furtado OLP da C, Misuta MS. Time-motion analysis of goalball players in attacks: differences of the player positions and the throwing techniques. Sports Biomech. 2019;18(5):470-81.
  • 33
    Campos LFCC, Borin JP, Nightingale T, Costa e Silva AA, Araújo PF, Gorla JI. Alterations of Cardiorespiratory and Motor Profile of Paralympic 5-a-side Football Athletes during 14-Week In-Season Training. Int J Sports Sci. 2014;4(6A):85-90.
  • 34
    Zoppi CC, dos Santos-Júnior CR, Guerreiro TS, Porto YC, Montenegro IHP de M, da Silva TFA, et al. Physiological and performance improvements during a training season in paralympic rowers. J Exerc Physiol Online. 2014;17(3):88-101.
  • 35
    Campos LFCC, De Athayde Costa E Silva A, Teixeira Fabrício Dos Santos LG, Trevisan Costa L, Montagner PC, Borin JP, et al. Effects of training in physical fitness and body composition of the brazilian 5-a-side football team. Rev Andal Med Deport. 2013;6(3):91-5.
  • 36
    Bernardina GRD, Dos Santos MDM, Resende RA, De Mello MT, Albuquerque MR, Paolucci LA, et al. Asymmetric velocity profiles in Paralympic powerlifters performing at different exercise intensities are detected by functional data analysis. J Biomech. 2021;123:110523.
  • 37
    Borges MVDO, Sousa EC De, Rego JTP, Medeiros RMV, Spina MA, Cabral BG de AT, et al. Electromyographic analysis of bench press in paralympic athletes. Medicina Sportiva. 2014;X(4):2452-6.
  • 38
    Antunes D, Rossato M, Kons RL, Sakugawa RL, Fischer G. Neuromuscular features in sprinters with cerebral palsy: Case studies based on paralympic classification. J Exerc Rehabil. 2017;13(6):716-21.
  • 39
    Silva A, Zanca G, Alves ES, De Aquino Lemos V, Gávea SA, Winckler C, et al. Isokinetic assessment and musculoskeletal complaints in paralympic athletes: A longitudinal study. Am J Phys Med Rehabil. 2015;94(10):768-74.
  • 40
    Squarcini CFR, Pires MLN, Lopes C, Benedito-Silva AA, Esteves AMU, Cornelissen-Guillaume G, et al. Free-running circadian rhythms of muscle strength, reaction time, and body temperature in totally blind people. Eur J Appl Physiol. 2013;113(1):157-65.
  • 41
    Oliveira GL de, Oliveira TAP de, Valentim-Silva JR, Fernandes Filho J. Dermatoglyphic Profile and Body Composition of Athletes from the Brazilian Five-a-Side National Football Team. Int J Sports Sci. 2018;8(3):78-82.
  • 42
    Rubio K, Veloso RC. As mulheres no esporte brasileiro: entre os campos de enfrentamento e a jornada heroica. Revista USP. 2019;(122):49-62.
  • 43
    Coswig V, Silva ADACE, Barbalho M, de Faria FR, Nogueira CD, Borges M, et al. Assessing the validity of the MyJUMP2 app for measuring different jumps in professional cerebral palsy football players: An experimental study. JMIR Mhealth Uhealth. 2019;7(1):e11099.
  • 44
    Medeiros RMV, Alves E da S, Lemos V de A, Schwingel PA, Silva A da, Vital R, et al. Assessment of Body Composition and Sport Performance of Brazilian Paralympic Swim Team Athletes. J Sport Rehabil. 2016;25(4):364-70.
  • 45
    Simim MAM, Da Mota GR, Marocolo M, Da Silva BVC, De Mello MT, Bradley PS. The demands of amputee soccer impair muscular endurance and power indices but not match physical performance. Adapt Phys Activ Q. 2018;35(1):76-92.
  • 46
    Feitosa WG, Correia R de A, Barbosa TM, Castro FA de S. Kinematic, coordinative and efficiency parameters of physically impaired swimmers at maximum aerobic power speed. Open Sports Sci J. 2019;12:35-43.
  • 47
    Kons RL, Sakugawa RL, Rossato M, Diefenthaeler F, Detanico D. Neuromuscular and postural control in visually and nonvisually impaired judo athletes: Case study. J Exerc Rehabil. 2019;15(1):60-6.
  • 48
    Song YG, Won YH, Park SH, Ko MH, Seo JH. Changes in body temperature in incomplete spinal cord injury by digital infrared thermographic imaging. Ann Rehabil Med. 2015;39(5):696-704.
  • 49
    Griggs KE, Leicht CA, Price MJ, Goosey-Tolfrey VL. Thermoregulation during intermittent exercise in athletes with a spinal-cord injury. Int J Sports Physiol Perform. 2015;10(4):469-75.
  • 50
    Tay MRJ. Relationship Between Ultrasound Measurements of Quadriceps and Discharge Outcomes in Patients With Spinal Cord Injury. Arch Phys Med Rehabil. 2021;102(10):e64.

Editado por

Editor Associado responsável pelo processo de revisão: André Pedrinelli

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    18 Set 2023
  • Data do Fascículo
    2024

Histórico

  • Recebido
    25 Jan 2022
  • Aceito
    25 Maio 2023
Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte Av. Brigadeiro Luís Antônio, 278, 6º and., 01318-901 São Paulo SP, Tel.: +55 11 3106-7544, Fax: +55 11 3106-8611 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: atharbme@uol.com.br