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PÓS-HUMANISMO E PÓS-HUMANO revisão sistemática em bases científicas

RESUMO

Refletir sobre os conceitos relacionados ao tema “pós-humanismo” e suas abordagens pela Ciência da Informação (CI) e demais áreas da Ciência. Foram analisados os trabalhos sobre pós-humanismo indexados na Web of Science, Scopus, Scielo, Library, Information Science and Technology Abstracts (LISTA), Information Science and Technology Abstracts (ISTA), Emerald, Base de Dados Referencial de Artigos de Periódicos em Ciência da Informação (BRAPCI) e Base do Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação (BENANCIB) no período de 2010 a 2020. Possui objetivos exploratórios e descritivos. Um estudo bibliométrico com coleta e análise dos dados a revisão sistemática com aplicação do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyse (PRISMA). Os resultados apresentam um recorte da literatura sobre o tema e teve 33 textos analisados, reunidos em 11 áreas, indexados por 108 palavras-chave, com 45 autores dos respectivos textos e 1124 referências, sendo oito pesquisadores recorrentes. O pós-humanismo aponta para uma perspectiva onde o humano perde seu protagonismo como ser dominante do universo e passa a desenvolver parcerias com as máquinas, os animais e o meio ambiente. Na CI os estudos indicam a preocupação para entender como o humano está se preparando para ressignificar a análise de informações considerando-se que ele não é mais capaz de armazenar tudo. Os resultados indicam que estamos em um período histórico em que não é válido levantar questões sobre o que faremos quando as pessoas se tornarem pós-humanas, porque já vivenciamos esta realidade, e portanto, os estudos devem ser pautados naquilo que podemos fazer agora para atender aos padrões e exigências de consumo desses indivíduos.

PALAVRAS-CHAVE:
Pós-humanismo; Pós-humano; Ciência da Informação; Tecnologia da informação e comunicação

ABSTRACT

To reflect on the concepts related to the “post-humanism” theme and its approaches by Information Science (CI) and other areas of Science. This paper analyzed the articles on post-humanism indexed on the Web of Science, Scopus, Scielo, Library, Information Science and Technology Abstracts (LIST), Information Science and Technology Abstracts (ISTA), Emerald, the Referential Database of Scientific Journals Articles were analyzed of Information (BRAPCI) and Base of the National Research Meeting in Information Science (BENANCIB) in the period from 2010 to 2020. It has exploratory and descriptive objectives. A bibliometric study with data collection and analysis and systematic review using the Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyze (PRISMA). The results present a section of the literature on the subject and had 33 texts analyzed, gathered in 11 areas, indexed by 108 keywords, with 45 authors of the respective texts and 1124 references, of which eight are recurrent researchers. Post-humanism points to a perspective where the human loses its role as the dominant being of the universe and starts to develop partnerships with machines, animals and the environment. At CI, studies indicate the concern to understand how the human is preparing to reframe the analysis of information considering that he is no longer able to store everything. The results indicate that we are in a historical period in which it is not valid to raise questions about what we will do when people become post-human, because we have already experienced this reality, and therefore, studies should be based on what we can do now to meet consumption patterns and requirements of these individuals.

KEYWORDS:
Posthumanism; Posthuman; Information Science; Information and communication technology

1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Há consenso entre pesquisadores em Pós-humanismo que os estudos dessa área sugiram em 1960 com a publicação do artigo “Cyborgs and space” de Manfred E. Clynes e Nathan S. Kline. Nele, os autores indicam a necessidade de se criar um organismo cibernético (ou apenas ciborgue) que integre as funções vitais do ser humano e a praticidade dos dispositivos tecnológicos de modo a dar possibilidade para os astronautas sobreviverem quando estes tivessem em missões espaciais. Vale destacar o caráter prospectivo dos autores, o que remete aos melhores romances e produções cinematográficas em ficção científica.

Este pensamento de coexistência entre máquina e humano gerador do termo ciborgue, recebeu desenvolvimento e aprimoramento por Donna Jeanne Haraway em 1985HARAWAY, Donna Jeanne. A Manifesto for Cyborgs: Science, Technology, and Socialist Feminism in the 1980s. Socialist Review, v. 80, p. 65-107, 1985., de modo a significar qualquer hibridização entre homem e máquina. Ainda, em clima profético, afirmou que a partir do século XX todos os humanos, de alguma forma, se tornariam quimeras ou híbridos teorizados, em suma, ciborgues.

Com o uso exponencial de tecnologias, é possível afirmar que a profecia de Haraway se confirmou. Temos casas inteligentes, usamos smartphones e dispositivos wearables como extensões de nosso corpo, precisamos da colocação de marcapassos, óculos e aparelhos auditivos para melhorar nossa qualidade de vida, nos locomovemos com carros, aviões e outros transportes, nos alimentamos de transgênicos e ultraprocessados, e mesmo quando o produto é considerado natural, foi colhido, separado, embalado e transportado por máquinas e, quando ficamos doentes, nossa vida depende de máquinas que bombeiam o ar por nós, afere nos batimentos e nos injeta drogas para que possamos sobreviver, entre tantas outras facilidades e necessidades propiciadas pela tecnologia. Diante disso, ainda somos considerados humanos ou nos tornamos pós-humanos?

O conceito de humano é adaptado a partir da área a que está ligada: para a religião é o ser imagem e semelhança do divino e seu herdeiro no planeta terra, para a biologia um mamífero vertebrado que evoluiu de um primata para a espécie homo sapiens, para o direito o ser dotado de razão e consciência que possui liberdade e igualdade em dignidade e direitos, para a Ciência da Informação o principal emissor e receptor de informações, enquanto que para os modelos sociais de cultura foi se alterando ao longo do tempo, em período pregresso mulheres, negros, deficientes e outras minorias eram considerados seres inferiores aos humanos, ou seja, homens brancos e de posses. (SALDANHA, 2012SALDANHA, Gustavo Silva. Humano, Inumano, Pós-humano: o homem na, da e para a Ciência da Informação. Ponto de Acesso, Salvador, v. 6, n. 3, p. 107, 2012. Disponível em: https://www.brapci.inf.br/index.php/res/v/62120. Acesso em: 28 mar. 2020.
https://www.brapci.inf.br/index.php/res/...
; FERREIRA, 2017FERREIRA, Hugo. Antes do pós-humano: insetos sociais, mamíferos superiores e a (re)construção de fronteiras entre os humanos e os animais na modernidade. Ilha do Desterro, v. 70, n. 2, p. 15-27, 2017. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-80262017000200015⟨=pt. Acesso em: 28 mar. 2020.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=s...
; BITTAR, 2019BITTAR, Eduardo C. B. A Teoria do Direito, a Era Digital e o Pós-Humano: o novo estatuto do corpo sob um regime tecnológico e a emergência do Sujeito Pós-Humano de Direito. Revista Direito e Práxis, v. 10, n. 2, p. 933-961, 2019.)

De modo amplo, de acordo com Campbell, O’Driscoll e Saren (2010CAMPBELL, Norah; O’DRISCOLL, Aidan; SAREN, Michael. The posthuman: The end and the beginning of the human. Journal of Consumer Behaviour, v. 9, n. 2, p. 86-101, 2010. Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1002/cb.306. Acesso em: 8 abr. 2020.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/...
), o conceito de pós-humano é usado para descrever qualquer coisa que amplia a capacidade humana, então, algo tão onipresente, banal, antigo e humano quanto o uso de ferramentas poderia ser descrito como pós-humano. Alguns autores ainda agregam a este conceito para o aspecto biológico, levando em considerações que o corpo humano não veio agraciado com um dispositivo fonador, a capacidade evolutiva de produzir que depois se tornou na linguagem como a conhecemos, é considerada uma habilidade pós-humana ou que caracteriza este ser como um “humano digital”. (HAVLÍK, 2019HAVLÍK, Vladimír. The naturalness of artificial intelligence from the evolutionary perspective. AI and Society, v. 34, n. 4, p. 889-898, 2019. Disponível em: https://link.springer.com/content/pdf/10.1007/s00146-018-0829-5.pdf. Acesso em: 8 abr. 2020.
https://link.springer.com/content/pdf/10...
)

Nesta perspectiva, cabe uma explanação à cerca das diferenças entre pós-humanismo e humanidade digital. Enquanto o primeiro se propõe a abarcar os estudos que envolvem a hibridização entre humano e a tecnologia, o segundo é um campo interdisciplinar com foco na interseção entre a computação e a área de humanas, estudando como a informação afeta grande parte das disciplinas e o que estas têm a contribuir para o nosso conhecimento em formato computacional. (KIRSCHENBAUM, 2010KIRSCHENBAUM, M. G. What is Digital Humanities and What’s it doing in English Departments? ADE Bulletin, n. 150, 2010. Disponível em: https://mkirschenbaum.files.wordpress.com/2011/03/ade-final.pdf. Acesso em: 26 abr. 2020.
https://mkirschenbaum.files.wordpress.co...
)

Neste ínterim, surge a seguinte questão: Como o tema é abordado na literatura disponível sobre pós-humanismo na Web of Science, Scopus, Scielo, Library, Information Science and Technology Abstracts (LISTA), Information Science and Technology Abstracts (ISTA), Emerald, Base de Dados Referencial de Artigos de Periódicos em Ciência da Informação (BRAPCI) e Base do Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação (BENANCIB)? Buscamos responder a esta questão trazendo análises quantitativas acerca das bases de dados, além de desenvolver graficamente uma nuvem de palavras-chave e uma rede de autoria e coautoria, entre outras técnicas de caracterização e categorização dos dados. Este estudo se justifica pela emergência do tema e suas conexões com as pesquisas na área de Ciência da Informação, foi desenvolvido com a utilização criteriosa do método de revisão sistemática com os Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA), aborda um assunto atual, uma vez que a adoção de tecnologias no dia-a-dia vem se tornando cada vez mais recorrente. O objetivo deste estudo foi: Analisar elementos qualitativos e quantitativos nos trabalhos sobre pós-humanismo indexados na BENANCIB, BRAPCI, Emerald, ISTA, LISTA, Scielo, Scopus e Web of Science no período de 2010 a 2020.

2 PERCURSO METODOLÓGICO

Este é um estudo com objetivos exploratório e descritivo, que utilizou a bibliografia como principal fonte de dados, este sendo indicado por Marconi e Lakatos (2017MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2017.) como um tipo de pesquisa documental indireta que permite a interpretação crítica de determinado material. Em consonância com esta fonte, utilizamos a coleta Bibliométrica como uma técnica que permite inferir estatisticamente a bibliografia científica sobre determinado tema.

Diante disso, este trabalho possui abordagem qualitativa e quantitativa. A primeira porque permite explorar os fenômenos em profundidade e extrair os significados dos dados por meio de um processo indutivo e recorrente; enquanto que a segunda possibilita um processamento sequencial e dedutivo dos dados, de modo a trazer respaldo comprobatório para as inferências que surgirem da análise de causa-efeito (SAMPIERE, COLLADO, LÚCIO, 2013). Os dois métodos foram utilizados de modo a maximizar os benefícios, diminuindo as incertezas e ampliando o rigor metodológico deste estudo.

O principal instrumento para coleta e análise dos dados foi o PRISMA ou em tradução livre os Itens principais de relatório para revisões sistemáticas e meta-análises. A recomendação PRISMA consiste em uma lista de checagem com 27 itens que quanto mais for seguida, maior confiabilidade metodológica agrega a pesquisa. Quem utiliza a revisão sistemática se beneficia ao entrar em contato com uma pesquisa menos sujeita a vieses e que pode apresentar estimativas mais próximas da verdade.

Em geral, nove etapas são seguidas para a elaboração de uma revisão sistemática, são elas: elaboração da pergunta de pesquisa, delineamento da estratégia de busca, efetiva busca na literatura, seleção dos estudos pertinentes, extração dos dados, avaliação da qualidade metodológica dos estudos incluídos, síntese dos dados, avaliação da qualidade das evidências e redação e publicação dos resultados (GALVÃO; PANSANI, 2015GALVÃO, Taís Freire; PANSANI, Thais de Souza Andrade. Principais itens para relatar Revisões sistemáticas e Meta-análises: A recomendação PRISMA. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, v.24, n.2, p.335-342, 2015.). No que concerne a seleção dos trabalhos, apresentamos na Tabela 1.

Tabela 1
Resultados nas bases de dados

As buscas indicadas na Tabela 1, ocorreram no período entre 28 de março a 07 de abril de 2020 nas seguintes bases: Web of Science, Scopus, Scielo, LISTA, ISTA, Emerald, BRAPCI e BENANCIB. Estas foram escolhidas tendo em vista a relevância de cada uma para a Ciência da Informação (CI), além de abrangerem outras áreas do conhecimento correlatas, possuírem extenso acervo e serem conveniadas à Plataforma de Periódicos CAPES, que facilitou o acesso aos artigos pertinentes.

Os termos de buscas utilizados para o início da busca sistemática foram Pós-humanismo, Pós-humano, Posthumanism e Posthuman. Estes quatro foram utilizados entre aspas para dar maior precisão aos resultados. A julgar a multiplicidade de idiomas que as respectivas bases indexam utilizamos os termos em português e inglês. Uma restrição necessária foi a temporalidade, portanto, após a busca inicial redefinimos a recuperação para trabalhos publicados de 2010 a 2020, um critério de exclusão aplicado foi de que um dos referidos termos deveriam estar presentes nos metadados do trabalho como título, resumo ou palavras-chave e ainda, apenas artigos de periódicos e eventos foram elegíveis, tendo em vista que estes são os formatos mais utilizados pelos pesquisadores em razão da rapidez da divulgação com os pares. (MARCONI; LAKATOS, 2017MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2017.)

Inicialmente foram recuperados 3.424 trabalhos, após a aplicação dos filtros de temporalidade (2.254, excluídos) e 579 que não atenderam o critério dos metadados, foram identificados que 68 destes possuíam pertinência com o escopo deste trabalho. Ao analisarmos as referências observamos que havia 31 trabalhos duplicados, que foram excluídos de modo a restar uma incidência por título obtendo 37 documentos. Portanto os resultados apresentados neste artigo, são um recorte da literatura sobre o tema.

Ao iniciar as leituras dos trabalhos na íntegra, percebeu-se que quatro não eram possíveis de serem acessados quer seja por não mais estarem disponíveis nos periódicos e sites de eventos ou pelo Digital Object Identifier (DOI) não estar válido. Em face desse percurso, a seleção bibliográfica formadora deste trabalho corresponde a 33 artigos de periódico e eventos publicados no período de 2010 a 2020 e indexados pelas oito bases indicadas.

3 RESULTADOS E ANÁLISES

Dentre os 33 artigos pertinentes a esta pesquisa, cinco tiveram altos índices de citação, de acordo com o Google Acadêmico em 17 de abril de 2020, e estão indicados na Tabela 2. Quanto aos demais, três tiveram entre três e sete citações, quatro tiveram duas menções, nove contaram com uma citação e 12 ainda não possuíam nenhuma citação até o término da coleta para este artigo.

Tabela 2
Descrição dos artigos mais citados

Haja vista os dados da pesquisa e a delimitação temporal de 2010 a 2020, 46% (ou 15) dos artigos pertinentes foram publicados em 2019, 9% (ou 3) nos anos 2018, 2015 e 2014 cada, 6% (ou 2) em 2017, 2012 e 2010 cada, enquanto que, 3% (ou 1) foi publicado em 2020, 2016 e 2013. O valor para o ano de 2020 é compreensível considerando-se que durante a coleta dos dados estávamos no primeiro semestre do respectivo ano e há uma esperança que mais trabalhos sejam publicados no vigente ano.

No que concerne aos idiomas de publicação dos artigos, temos que 16 (ou 48%) tem o português como língua original, enquanto que, 14 (ou 42%) foram encontrados em inglês e ainda 3 (ou 10%) tiveram sua íntegra elaborada em espanhol. Vislumbramos assim o interesse na temática por parte dos periódicos lusófonos e anglófonos, tendo em conta que o idioma principal para a ciência é o inglês, foi relevante a disposição de tantos artigos em português e espanhol sobre o tema.

3.1 Pesquisadores em pós-humanismo

Os 33 artigos que serviram como insumo para este estudo, tiveram 45 autores e apenas um autor voltou a trabalhar o assunto. Marcelo El Khouri Buzato (Universidade Estadual de Campinas, Brasil) foi autor de artigos publicados em 2019BUZATO, Marcelo El Khouri. O pós-humano é agora: uma apresentação. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, SP, v. 58, n. 2, p. 478-495, 2019. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-18132019000200478⟨=pt. Acesso em: 28 mar. 2020.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=s...
“O pós-humano é agora: uma apresentação” e “Posthumanism and assistive technologies: on the social inclusion/exclusion of low-tech cyborgs”, este último em parceria com Elizabeth Kath e Osorio Guimarães Neto (ambos da Royal Melbourne Institute of Technology, Austrália).

Quanto a proveniência destes 45 autores, extraímos dos currículos presente nos trabalhos que 13 (30%) são do Brasil, sete (16%) do Reino Unido, quatro (9%) de Portugal, três (7%) da Austrália, Colômbia e Estados Unidos da América cada, dois (4%) da Irlanda e um (2%) da Alemanha, Áustria, Chile, Croácia, Eslováquia, Espanha, Japão, México, Nova Zelândia e República Tcheca cada.

No que concerne as instituições que estes 45 autores estão vinculados, dentre as mais incidentes temos três (6%) são da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Universidade Federal do Rio de Janeiro cada, e dois (4%) da Royal Melbourne Institute of Technology, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade de Coimbra, University of East London e University of Edinburgh cada, enquanto que as demais instituições tiveram apenas uma incidência. Tendo como parâmetro básico a frequência de publicação e as relações de parcerias em coautoria dos textos, criamos a Figura 1 utilizando o aplicativo VOSviewer, que ilustra as relações entre os autores de um texto e a destes com os demais autores da temática.

Figura 1
Publicações em coautoria

Analisando a Figura 1, percebemos que há pesquisadores na temática pós-humanista, mas que nesta a mostra estes não formam agrupamentos com outros cientistas de modo a criarem redes de cooperação para desenvolvimento de pesquisas na área. O que ocorre são parcerias de coautorias para publicação de até dois artigos no tema, e em seguida essa parceria é dissolvida e/ou os pesquisadores mantêm seus esforços em outros campos científicos. O resultado apresentado na figura 1 é um fenômeno comum, observado quando se analisa redes de coautoria, contudo ao se analisar uma amostra maior tais relações possivelmente apresentem configurações diferentes.

Considerando o número de autores que publicaram novamente sobre pós-humanismo ser insuficiente para tecer análises profundas, buscamos nas referências dos 33 artigos os autores e trabalhos mais recorrentes. Isso se mostrou uma profícua fonte de dados, pois quanto mais um autor é citado, maior será a pertinência dos seus estudos para a área.

Foram verificados 1.124 trabalhos referenciados nos artigos da amostra, usando como base dados altimétricos da rede social ResearchGate elaboramos a Tabela 3. Os índices altimétricos indicam a pertinência dos trabalhos publicados pelo autor e o nível de aceitação pelos pares. A ResearchGate apresenta o score RG, número de citações e leituras dos textos publicados pelos autores mais recorrentes, bem como o índice de recomendação das pesquisas do referido autor para os demais usuários da rede. Os dados altimétricos desta plataforma foram selecionados para este trabalho pois e a mais utilizadas no ocidente, promove contato entre pesquisadores e o compartilhamento de informações e documentos científicos, entre os autores e os interessados em suas pesquisas. As redes sociais acadêmicas se apresentam como um canal promissor para comunicação científica.

Tabela 3
Autores e suas altimetrias

Fukuyama é pesquisador da Stanford University (Estados Unidos) e apresenta o maior score RG dos oito autores. Ocorreram nove citações pelos autores dos artigos pertinentes a este estudo, dentre elas a mais frequente foi o livro publicado no Brasil em 2003 intitulado “Nosso futuro pós-humano: consequências da revolução da biotecnologia”. Que de acordo com o Google Acadêmico possui cerca de 3476 citações. O autor indica em seu perfil no ResearchGate que trabalha com as temáticas ligadas a relações internacionais, políticas públicas e administração pública.

Já Braidotti atua pela Utrecht University (Holanda) nos temas ligados aos estudos de gênero em especial o movimento feminista, filosofia social e política, ética e cultura. Dentre as 17 citações que seus trabalhos tiveram, os mais frequentes são os livros “The Posthuman” publicado em 2013 e “The Posthuman Glossary” de 2018. Este último sendo de relevância alta, porque a autora em parceria com Maria Hlavajova, editaram um dicionário de quase 600 páginas com os principais termos ligados ao Pós-humanismo, indicando um breve contexto histórico para criação dos termos, áreas correlatas e outros termos que possam ser sinônimos ou complementares.

Enquanto que o pesquisador da University of Massachusetts Boston (Estados Unidos), Hughes, atua nas áreas de política social, filosofia política e social, filosofia da ciência e ética. Foi citado 10 vezes em múltiplos trabalhos, dentro o principal documento está o livro “Citizen cyborg: why democratic societies must respond to the redesigned human of the future” publicado em 2004.

A pesquisadora Donna Haraway da University of California, Santa Cruz (Estados Unidos), é considerada uma das precursoras dos estudos em pós-humanismo com a publicação do seu artigo “Manifesto for cyborgs: science, technology and socialist feminism in the 1980’s” em 1985, que foi revisado pela autora em 1991 e deu origem ao capítulo “A Cyborg Manifesto: Science, Technology, and Socialist-Feminism in the Late Twentieth Century” publicado no livro “Simians, Cyborgs, and Women”. Haraway, em seu perfil no ResearchGate, indica atuar nas áreas de antropologia social e cultural, teoria sociológica e, estudos de gênero em especial a teoria e movimento feminista.

Latour atua nas áreas de história da filosofia, da ciência e da arte, inovação e tecnologia científica, sendo pesquisador da Sciences Po Paris (França). Dentre as 11 referências encontradas nos artigos pertinentes a este estudo, três foram as mais recorrentes, são elas: “We have never been modern” de 1991 que foi traduzida e publicada no Brasil em 1994 como “Jamais fomos modernos: ensaio de antropologia simétrica”, “Ciência em ação: como seguir cientistas e engenheiros sociedade afora” de 2000 e “Reassembling the social: an introduction to Actor-Network-Theory” de 2005.

E ainda Buzato, que não teve grandes índices de referências em outros trabalhos, mas foi o único autor que voltou a pesquisar a temática de Pós-humanismo. Ele indicou em seu perfil no ResearchGate que atua nas áreas de semiótica, alfabetização digital, pós-humanismo, estudos críticos de dados e datafiction.

Os autores Michel Foucault (in memorian) e Niklas Boström também foram usados como referências frequentemente, no entanto, não possuem seus perfis cadastrados no ResearchGate e, portanto, não foi possível mensurar suas altimetrias. Para complementar os dados foi utilizando o Google Acadêmico, que permitiu verificar os índices de citações que indicam Foucault com o valor mais alto entre os oito autores com foco para seu trabalho mais citado “The History of Sexuality” de 1978, enquanto que, Boström está em terceiro lugar no que concerne este índice e seu trabalho mais citado é “In defense of posthuman dignity” de 2005.

3.2 Áreas que publicaram sobre pós-humanismo

Todos os 33 documentos analisados para esta revisão sistemática são artigos publicados em periódicos e eventos científicos, indexados pelas bases indicadas. Um dos critérios para inclusão era que os documentos possuíssem palavras-chaves indicadas pelos autores como termos que caracterizam seus trabalhos.

Foram encontradas 108 palavras-chave e 12 delas se repetiram, são elas: posthumanism (ou seus sinônimos em outros idiomas e grafias como póshumano, pós-humano, post-humanism, posthumanismo, posthumanity e pós-humanismo) com 20 recorrências (18%), com nove ou 8% transhumanism (sinônimo de transhumanismo, transumanismo e transumano), com cinco ou 4% biotechnology (sinônimo de biotecnologia e biotecnologías) e cyborg (sinônimo de ciborgue e ciborguismo) com quatro ou 3% technology (sinônimo de tecnologia, tecnología) e Humanismo cada, com três ou 2% biopolitics (sinônimo de biopolítica), human enhancement e natureza humana cada, e com duas recorrências ou 1% cada tivemos bioética, Ciência da Informação e personal identity. As demais 96 palavras-chave só tiveram uma incidência, todas estão apresentadas na Figura 2, esta criada com o auxílio do aplicativo VOSviewer.

Figura 2
Palavras-chave incidentes

A Figura 2 foi desenvolvida tendo por base o vínculo entre as palavras-chave, gerando 123 conexões. Nela é possível perceber uma relação central dos termos posthumanism, transhumanism e posthuman, indicando que estas são as palavras-chaves relevantes para a temática e possuem conexões fortes entre si e com as demais. Por outro lado, temos as palavras-chave “artificial inteligence”, “automation”, “disability”, “artifact”, “end user” e “computer-mediated communication” que não possuem vínculos com os três termos centrais e, portanto, podemos inferir que foram resultados de trabalhos isolados dentro da amostra estudada.

Após a coleta e análise dos dados bibliométricos e altimétricos, foi realizada a leitura integral dos 33 artigos que compõem o escopo deste trabalho. Durante o desenvolvimento desta atividade percebemos que os autores ao escreverem os trabalhos se relacionam com 11 áreas do conhecimento científico, e que, portanto, sugere que estas áreas sofrem maior influência do pós-humanismo em seus estudos, são elas: a Bioética e Saúde, a Filosofia, a Linguística, a Teologia, a Ciência da Informação, a Sociologia, a Tecnologia, o Trabalho, a Administração, as Artes e o Direito.

  • 1ª Bioética e Saúde: questões éticas das tecnologias de aprimoramento humano, orientações bioéticas para evolução pós-humana, biohacking, tecnologias assistivas e ciborguização de pessoas com deficiências, a enfermagem e o cuidado com uso de máquinas, bioética e características humanas, rivalidade empírica entre transhumanistas e bioconservadores, biotecnociência e o Argumento de Benefício do Pós-Humano (PBA) foram temas abordados por: Galvis (2013GALVIS, Cristian. La condición post-orgánica: tema de encuentro y tensión entre bioética y biopolítica. Revista Latinoamericana de Bioética, v. 13, n. 1, 2013. Disponível em: http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1657-47022013000100005&lan g=pt. Acesso em: 28 mar. 2020.
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    ); Vilaça, Dias (2014VILAÇA, Murilo Mariano; DIAS, Maria Clara Marques. Transumanismo e o futuro (pós-) humano. Physis: Revista de Saúde Coletiva, v. 24, n. 2, p. 341-362, 2014. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-73312014000200341⟨=pt. Acesso em: 28 mar. 2020.
    http://www.scielo.br/scielo.php?script=s...
    ).

  • 2ª Filosofia: produção, administração e controle biopolítico da subjetividade, tecnociência e teoria filosófica, benefícios e desvantagens de uma ontologia pós-humanista para o campo da herança, soluções tecnocráticas para a crise climática, imortalidade e ciência, a dualidade entre natural e artificial para criatividade, pós-humanismo filosófico, cultural e crítico, anti-humanismo, meta-humanismo e as fronteiras entre os conceitos de humanismo, transhumanismo e pós-humanismo foram temas abordados por: Beinsteiner (2019BEINSTEINER, Andreas. Cyborg agency: The technological self-production of the (post-) human and the anti-hermeneutic trajectory. Thesis Eleven, v. 153, n. 1, p. 113-133, 2019. Disponível em: https://journals.sagepub.com/doi/pdf/10.1177/07255136. Acesso em: 8 abr. 2020.
    https://journals.sagepub.com/doi/pdf/10....
    ); Ferrando (2019FERRANDO, Francesca. Pós-Humanismo, Transumanismo, Anti-Humanismo, Meta-Humanismo e novos materialismos. Revista de Filosofia: Aurora, v. 31, n. 54, p. 958-971, 2019.); Havlík (2019HAVLÍK, Vladimír. The naturalness of artificial intelligence from the evolutionary perspective. AI and Society, v. 34, n. 4, p. 889-898, 2019. Disponível em: https://link.springer.com/content/pdf/10.1007/s00146-018-0829-5.pdf. Acesso em: 8 abr. 2020.
    https://link.springer.com/content/pdf/10...
    ); Maia (2017MAIA, João Jerónimo Machadinha. Humano, pós-humano e transumano: fronteiras dúbias e indefinidas num mundo desigual. Revista de História das Ideias, v. 35, n. 2, p. 47-70, 2017. Disponível em: https://digitalis-dsp.uc.pt/bitstream/10316.2/43302/1/Humano%2C pós-humano e transumano%3Afronteiras dúbias e indefinidas num mundo desigual.pdf. Acesso em: 6 abr. 2020.
    https://digitalis-dsp.uc.pt/bitstream/10...
    ); Odorčák (2020ODORČÁK, Juraj. Scientific immortalism and the problematic future of technocentric immortality. Journal for the Study of Religions and Ideologies, v. 19, n. 55, p. 53-68, 2020. Disponível em: http://jsri.ro/ojs/index.php/jsri/article/view/1184. Acesso em: 7 abr. 2020.
    http://jsri.ro/ojs/index.php/jsri/articl...
    ); Sterling (2020STERLING, Colin. Critical heritage and the posthumanities: problems and prospects, International Journal of Heritage Studies, v. 26, n.1, 2020. Disponível em: https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/13527258.2020.1715464. Acesso em: 28 mar. 2020.
    https://www.tandfonline.com/doi/full/10....
    ); Villaroel (2015).

  • 3ª Linguística: a linguagem gerada por dispositivos computacionais, em especial os textos poéticos, a partir da perspectiva dos estudos literários, a inteligência demonstrada pelos animais (que não os primatas) de acordo com a linguagem desenvolvida por cada espécie, e como a mineração de textos com uso da inteligência artificial molda e é moldada pelo novo comportamento linguístico do humano foram temas abordados por: Buzato (2019BUZATO, Marcelo El Khouri. O pós-humano é agora: uma apresentação. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, SP, v. 58, n. 2, p. 478-495, 2019. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-18132019000200478⟨=pt. Acesso em: 28 mar. 2020.
    http://www.scielo.br/scielo.php?script=s...
    ); Ferreira (2017FERREIRA, Hugo. Antes do pós-humano: insetos sociais, mamíferos superiores e a (re)construção de fronteiras entre os humanos e os animais na modernidade. Ilha do Desterro, v. 70, n. 2, p. 15-27, 2017. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-80262017000200015⟨=pt. Acesso em: 28 mar. 2020.
    http://www.scielo.br/scielo.php?script=s...
    ); Marques (2019MARQUES, Ana. Poesia ciborgue e pós-humanização da linguagem: da externalização tecnológica à recuperação da autonomia humana. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, SP, v. 58, n. 2, p. 566-578, 2019. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-18132019000200566⟨=pt. Acesso em: 28 mar. 2020.
    http://www.scielo.br/scielo.php?script=s...
    ); Matos, Jacinto, Alvarez (2019MATOS, José Claudio; JACINTO, Eliana Maria dos Santos Bahia; ALVAREZ, Edgar Bisset. Humanidades digitais e a simbiose entre humano e máquina: algumas reflexões comparativas entre a interpretação e a mineração de textos. Logeion: Filosofia da Informação, v. 6, n. 1, p. 126-145, 2019. Disponível em: https://www.brapci.inf.br/index.php/res/v/122023. Acesso em: 28 mar. 2020.
    https://www.brapci.inf.br/index.php/res/...
    ).

  • 4ª Teologia: o entendimento de humano pelas religiões tradicionais como o budismo e o cristianismo frente as novas tecnologias, a questão da integridade do ser, da promoção da vida e da mudança comportamental, e a ética, do ponto de vista teológico, para melhoria e aumento das capacidades humanas foram temas abordados por: Hammes (2018HAMMES, Erico Joao. Transumanismo e Pós-humanismo: uma aproximação ético-teológica. Perspectiva Teológica, v. 50, n. 3, p. 431-452, 2018. Disponível em: http://faje.edu.br/periodicos/index.php/perspectiva/article/view/4068. Acesso em: 6 abr. 2020.
    http://faje.edu.br/periodicos/index.php/...
    ); Hughes (2019HUGHES, James J. Buddhism and Our Posthuman Future. Sophia, v. 58, n. 4, p. 653-662, 2019.); Rocha (2018ROCHA, Abdruschin Schaeffer. Provocações pós-humanistas à teologia cristã. Perspectiva teológica, v. 50, n. 3, p. 453-472, 2018. Disponível em: http://faje.edu.br/periodicos/index.php/perspectiva/article/view/3993. Acesso em: 6 abr. 2020.
    http://faje.edu.br/periodicos/index.php/...
    ).

  • 5ª Ciência da Informação: de que maneira o humano está se preparando para ressignificar a análise de informações considerando-se que ele não é mais capaz de armazenar tudo e precisa do auxílio das tecnologias para isso e a filosofia da informação enquanto insumo teórico para debate e análise da atual sociedade pós-humanista foram temas abordados por: Prado (2014PRADO, Marcos Aparecido Rodrigues do. A Ciência da Informação na Perspectiva do Pós-Humano. DataGramaZero, Rio de Janeior, v. 15, n. 2, 2014. Disponível em: https://www.brapci.inf.br/index.php/res/v/8270. Acesso em: 28 mar. 2020.
    https://www.brapci.inf.br/index.php/res/...
    ); Saldanha (2012SALDANHA, Gustavo Silva. Humano, Inumano, Pós-humano: o homem na, da e para a Ciência da Informação. Ponto de Acesso, Salvador, v. 6, n. 3, p. 107, 2012. Disponível em: https://www.brapci.inf.br/index.php/res/v/62120. Acesso em: 28 mar. 2020.
    https://www.brapci.inf.br/index.php/res/...
    ).

  • 6ª Sociologia: o projeto de melhoria humana que exerce ampla e profunda influência na cultura e na sociedade contemporâneas e as relações entre máquina, vida e o humano promovidas pelo capitalismo industrial que modificam as relações sociais foram temas abordados por: Herazo-Bustos, Cassiani-Miranda (2015); Vandenberghe (2010VANDENBERGHE, Frédéric. Jamais fomos humanos. Liinc em Revista, Rio de Janeiro, v. 6, n. 2, p. 214-314, 2010. Disponível em: https://www.brapci.inf.br/index.php/res/v/93559. Acesso em: 28 mar. 2020.
    https://www.brapci.inf.br/index.php/res/...
    )

  • 7ª Tecnologia: como o uso de robôs em situação de guerra podem alterar a forma como as guerras ocorrem ao redor do globo e a relação de dependência que ocorre atualmente entre o humano e seus dispositivos móveis como smartphone foram temas abordados por:

  • Cudworth, Hobden (2015CUDWORTH, Erika; HOBDEN, Steve. The posthuman way of war. Security Dialogue, v. 46, n. 6, p. 513-529, 2015. Disponível em: https://journals.sagepub.com/doi/pdf/10.1177/0967010615596499. Acesso em: 8 abr. 2020.
    https://journals.sagepub.com/doi/pdf/10....
    ); Marchant, O’Donohoe (2019MARCHANT, Caroline; O’DONOHOE, Stephanie. Homo prostheticus? Intercorporeality and the emerging adult-smartphone assemblage. Information Technology & People, v. 32, n. 2, p. 453-474, 2019. Disponível em: www.emeraldinsight.com/0959-3845.htm. Acesso em: 28 mar. 2020.
    www.emeraldinsight.com/0959-3845.htm...
    ).

  • 8ª Trabalho: oportunidades e desigualdades no mercado de trabalho mediante a realidade das tecnologias pós-humanistas, tendências futuras para a área, alguns atributos humanos que podem ser melhorados por meio da ciborguização e alguns serviços que podem ser desempenhados por esse tipo de profissional foram temas abordados por: Garry, Harwood (2019GARRY, Tony; HARWOOD, Tracy. Cyborgs as frontline service employees: a research agenda. Journal of Service Theory and Practice, v. 29, n. 4, p. 415-437, 2019.); Ozkazanc-Pan (2019).

  • 9ª Administração: Campbell, O’Driscoll, Saren (2010CAMPBELL, Norah; O’DRISCOLL, Aidan; SAREN, Michael. The posthuman: The end and the beginning of the human. Journal of Consumer Behaviour, v. 9, n. 2, p. 86-101, 2010. Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1002/cb.306. Acesso em: 8 abr. 2020.
    https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/...
    ) se propõe a analisar teoricamente como os padrões de consumo podem mudar mediante o processo de transhumanismo com foco num futuro pós-humanista.

  • 10ª Artes: Santos (2012SANTOS, David Rodrigues dos. Entre Cyborgs e Avatares: produções artísticas no seio da tecnologia ou o advento de novos invólucros humanos. Estúdio, v. 3, n. 5, 2012. Disponível em: http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1647-61582012000100067&la ng=pt. Acesso em: 28 mar. 2020.
    http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?scri...
    ) traça um comparativo prático entre as produções audiovisuais com foco no humano e aquelas que enfocam no pós-humano, com análise na produção cinematográfica de 2009 “Avatar” do diretor James Cameron.

  • 11ª Direito: Bittar (2019BITTAR, Eduardo C. B. A Teoria do Direito, a Era Digital e o Pós-Humano: o novo estatuto do corpo sob um regime tecnológico e a emergência do Sujeito Pós-Humano de Direito. Revista Direito e Práxis, v. 10, n. 2, p. 933-961, 2019.) faz uma prospecção no tema de impacto social do corpo modificado pelas tecnologias pós-humanista perante a teoria do direito, de modo a tentar responder a questão: se o humano passar por um processo de ciborguização, quais direitos e deveres deverão ser reescritos para compactuar com essa nova realidade?

Há, ainda, uma dicotomia frequentemente abordada pelos autores entre bioconservadores e os transhumanista. Para Ferrando (2019FERRANDO, Francesca. Pós-Humanismo, Transumanismo, Anti-Humanismo, Meta-Humanismo e novos materialismos. Revista de Filosofia: Aurora, v. 31, n. 54, p. 958-971, 2019.) a transhumanidade corresponde ao período histórico entre a humanidade, onde o humano é compreendido como a força motriz dos estudos e sua condição deve ser preservada, conceito este largamente pesquisado e defendido por Habermas (2004HABERMAS, Jürgen. O futuro da natureza humana. São Paulo: Martins Fontes, 2004.), e o período pós-humanista, onde o humano já terá passando pelo processo de simbiose com a tecnologia. Este processo de humano para pós-humano possui uma comunidade a favor dessas mudanças, os transhumanistas e outra que acredita que a preservação da naturalidade do homem é a melhor opção para a população, a estes é dada a denominação de bioconservadores. (VILAÇA, DIAS, 2014VILAÇA, Murilo Mariano; DIAS, Maria Clara Marques. Transumanismo e o futuro (pós-) humano. Physis: Revista de Saúde Coletiva, v. 24, n. 2, p. 341-362, 2014. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-73312014000200341⟨=pt. Acesso em: 28 mar. 2020.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=s...
)

Quanto a abordagem metodológica dos artigos, temos que 85% (28) deles são teóricos, ou seja, desenvolveram suas pesquisas de modo a traçar comparativos epistemológicos entre o pós-humanismo e suas respectivas áreas, dentre as que mais publicaram neste tipo estão a Filosofia, o Direito e a Ciência da Informação. Enquanto que cinco (15%) artigos tem abordagem prática, ou seja, trazem aplicabilidades para o pós-humanismo em suas respectivas áreas, são eles: Ferreira (2017FERREIRA, Hugo. Antes do pós-humano: insetos sociais, mamíferos superiores e a (re)construção de fronteiras entre os humanos e os animais na modernidade. Ilha do Desterro, v. 70, n. 2, p. 15-27, 2017. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-80262017000200015⟨=pt. Acesso em: 28 mar. 2020.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=s...
) e Marques (2019MARQUES, Ana. Poesia ciborgue e pós-humanização da linguagem: da externalização tecnológica à recuperação da autonomia humana. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, SP, v. 58, n. 2, p. 566-578, 2019. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-18132019000200566⟨=pt. Acesso em: 28 mar. 2020.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=s...
) da Linguística, Garry, Harwood (2019GARRY, Tony; HARWOOD, Tracy. Cyborgs as frontline service employees: a research agenda. Journal of Service Theory and Practice, v. 29, n. 4, p. 415-437, 2019.) do Trabalho, Marchant, O’Donohoe (2019MARCHANT, Caroline; O’DONOHOE, Stephanie. Homo prostheticus? Intercorporeality and the emerging adult-smartphone assemblage. Information Technology & People, v. 32, n. 2, p. 453-474, 2019. Disponível em: www.emeraldinsight.com/0959-3845.htm. Acesso em: 28 mar. 2020.
www.emeraldinsight.com/0959-3845.htm...
) da Tecnologia, e Santos (2012SANTOS, David Rodrigues dos. Entre Cyborgs e Avatares: produções artísticas no seio da tecnologia ou o advento de novos invólucros humanos. Estúdio, v. 3, n. 5, 2012. Disponível em: http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1647-61582012000100067&la ng=pt. Acesso em: 28 mar. 2020.
http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?scri...
) das Artes.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O desenvolvimento desse trabalho ajuda na percepção da pluridisciplinaridade que o pós-humanismo agrega ao conhecimento científico. Tivemos como resultado uma percepção da afinidade de assuntos entre os 33 artigos pertinentes, e os reunimos em 11 áreas, são elas: Administração, Artes, Bioética e Saúde, Ciência da Informação, Direito, Filosofia, Linguística, Sociologia, Tecnologia, Teologia e Trabalho.

As áreas convergem para o conceito de pós-humano como um ser moderno, capaz de feitos incríveis desde sobreviver a uma doença crônica (com uso de medicamentos, próteses e outras tecnologias) até povoar outros planetas. E pós-humanismo como uma série de estudos de modo a aperfeiçoar e adaptar o pós-humano para realidade vivida no dia-a-dia, além de prospectar as fragilidades que este ser pode vir a ter e suprir essas carências.

Dentre os conceitos de pós-humanismo e pós-humano apresentados nos artigos pertinentes, evidenciamos os do Quadro 1 como os mais recorrentes na literatura.

Quadro 1
Conceitos de Pós-humano e Pós-humanismo

Em consonância com o exposto, Campbell, O’Driscoll, Saren (2010CAMPBELL, Norah; O’DRISCOLL, Aidan; SAREN, Michael. The posthuman: The end and the beginning of the human. Journal of Consumer Behaviour, v. 9, n. 2, p. 86-101, 2010. Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1002/cb.306. Acesso em: 8 abr. 2020.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/...
) enfatizam que já chegamos num período histórico em que não adianta levantar questões sobre o que faremos quando as pessoas se tornarem pós-humanas, porque já vivenciamos esta realidade, e portanto, os estudos devem ser pautados naquilo que podemos fazer agora para atender aos padrões e exigências de consumo desses indivíduos, de modo a tirar o maior número de benesses possíveis das tecnologias, que são tanto força motriz para estes novos padrões como resultado destes.

Como limitação do trabalho é importante indicar que o recorte temporal deixou quase dois terços dos textos recuperados inicialmente fora desta análise, contudo entendemos que os artigos mais recentes incorporam parte do conteúdo das publicações mais antigas, como pôde ser percebido na análise das referências. Publicações mais antigas tendem a apresentar mais problemas em relação aos metadados e ao acesso ao conteúdo completo.

Concluímos este artigo com a convicção de que o objetivo proposto foi alcançado e a problemática respondida, sem, no entanto, com a intenção de esgotar o tema, mas sim, trazer à luz da ciência um conteúdo que viabilizará novas pesquisas, de modo a indicar ao leitor os principais autores e textos disponíveis na literatura científica sobre pós-humanismo.

REFERÊNCIAS

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  • BITTAR, Eduardo C. B. A Teoria do Direito, a Era Digital e o Pós-Humano: o novo estatuto do corpo sob um regime tecnológico e a emergência do Sujeito Pós-Humano de Direito. Revista Direito e Práxis, v. 10, n. 2, p. 933-961, 2019.
  • BUZATO, Marcelo El Khouri. O pós-humano é agora: uma apresentação. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, SP, v. 58, n. 2, p. 478-495, 2019. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-18132019000200478⟨=pt Acesso em: 28 mar. 2020.
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  • CAMPBELL, Norah; O’DRISCOLL, Aidan; SAREN, Michael. The posthuman: The end and the beginning of the human. Journal of Consumer Behaviour, v. 9, n. 2, p. 86-101, 2010. Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1002/cb.306 Acesso em: 8 abr. 2020.
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    » http://www.guicolandia.net/files/expansao/Cyborgs_Space.pdf
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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    18 Set 2023
  • Data do Fascículo
    2020

Histórico

  • Recebido
    10 Out 2020
  • Aceito
    10 Nov 2020
  • Publicado
    19 Nov 2020
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