Acessibilidade / Reportar erro

BIOECOLOGIA DE HEMEROBIÍDEOS (NEUROPTERA, HEMEROBIIDAE)

BIOECOLOGY OF HEMEROBIIDS (NEUROPTERA, HEMEROBIIDAE)

RESUMO

Trata-se de uma abordagem sobre a bioecologia de hemerobiídeos (Neuroptera, Hemerobiidae); são também feitas considerações a respeito da associação daqueles predadores a pragas agrícolas e de seu uso em programas de controle biológico.

PALAVRAS-CHAVE:
Biologia; controle biológico; hemerobiídeos; Neuroptera; predador.

ABSTRACT

The bioecology of hemerobiids is reviewed. Some aspects related with their association with crop pests and the use of these agents in biological control programs are given.

KEY WORDS:
Biological control; biology; hemerobiids; Neuroptera; predator.

Os hemerobiídeos (Neuroptera, Hemerobiidae) são insetos holometábolos. Os ovos, de forma oval ou elíptica, com comprimento entre 0,5 a 1,0 mm, são aproximadamente duas vezes mais longos que seu diâmetro, sem pedicelo e, em sua maioria, de coloração amarelada que varia conforme o gênero e a fase de desenvolvimento embrionário (CARPENTER, 1940CARPENTER, F.M. A revisión of the Neartic Hemerobiidae, Berothidae, Sisyridae, Polystoechotidae and Dilaridae (Neuroptera). Proc. Am. Acad. Arts Sci., v.74, n.7, p.193-278, 1940.; RIEK, 1973RIEK, E.F. Neuroptera (lacewings). In: COMMONWEALTH SCIENTIFIC AND INDUSTRIAL RESEARCH ORGANIZATION. The insects of Australia: a textbook for students and research workers. Melbourne: Melbourne University Press, 1973. p.472-494.; GONZÁLEZ OLAZO, 1981GONZÁLEZ OLAZO, E.V. El genero Megalomus Rambur (Neurop. - Planipennia - Hemerobiidae) en Argentina y Chile. Acta Zool. Lill., v.36, n.2, p.97-113, 1981.; PENNY & MONSERRAT, 1983PENNY, N.D. & MONSERRAT, V.J. Neuroptera of the Amazon basin Part 10-Hemerobiidae. Acta Amazon., v.13, n.56, p.879-909, 1983.; OSWALD, 1993OSWALD, J.D. Revision and cladistic analysis of the world genera of the family Hemerobiidae (Insecta: Neuroptera). J. N. Y. Entomol. Soc., v.101, n.2, p.143299, 1993.). As larvas são fusiformes, com cabeça pequena e arredondada; o aparelho bucal é do tipo mandibular sugador com maxilas e mandíbulas alongadas e sulcadas; o tórax e abdome não apresentam cerdas laterais e dorsais (CARPENTER, 1940CARPENTER, F.M. A revisión of the Neartic Hemerobiidae, Berothidae, Sisyridae, Polystoechotidae and Dilaridae (Neuroptera). Proc. Am. Acad. Arts Sci., v.74, n.7, p.193-278, 1940.; GONZÁLEZ OLAZO, 1981GONZÁLEZ OLAZO, E.V. El genero Megalomus Rambur (Neurop. - Planipennia - Hemerobiidae) en Argentina y Chile. Acta Zool. Lill., v.36, n.2, p.97-113, 1981.; SMITH, 1923SMITH, R.C. The life histories and stages of some hemerobiids and allied species (Neuroptera). Ann. Entomol. Soc. Am., v.16, p.129-151, 1923.). As pupas, do tipo exarada, desenvolvem-se no interior de casulos de fios de seda (CARPENTER, 1940CARPENTER, F.M. A revisión of the Neartic Hemerobiidae, Berothidae, Sisyridae, Polystoechotidae and Dilaridae (Neuroptera). Proc. Am. Acad. Arts Sci., v.74, n.7, p.193-278, 1940.). Nos adultos, de aparelho bucal mandibular sugador, a coloração do corpo varia do amarelo palha ao marrom, com olhos negros e brilhantes e asas hialinas, reticuladas por nervuras amarelo palha que, em algumas espécies, podem apresentar manchas de coloração marrom (TJEDER, 1961TJEDER, B. Neuroptera - Planipennia. the lacewings of Southern Africa 4. Family Hemerobiidae. In: HANSTROM, B.; BRINCK, P.; RUDEBEC, G. (Eds.). South African life. Stockholm: Swedish Natural Science Research Council, 1961. p.296-408 (South African Life, 8).).

Os hemerobiídeos são considerados importantes agentes para o controle de pragas e atuam como excelentes predadores, tanto na fase larval como na fase adulta, de afídeos, coccídeos e ovos de lepidópteros (GONZÁLEZ OLAZO, 1981GONZÁLEZ OLAZO, E.V. El genero Megalomus Rambur (Neurop. - Planipennia - Hemerobiidae) en Argentina y Chile. Acta Zool. Lill., v.36, n.2, p.97-113, 1981.; PENNY & MONSERRAT, 1983PENNY, N.D. & MONSERRAT, V.J. Neuroptera of the Amazon basin Part 10-Hemerobiidae. Acta Amazon., v.13, n.56, p.879-909, 1983.; O SWALD, 1993). O hábito alimentar, o tipo de aparelho bucal dos adultos e longevidade destes insetos acentuam as qualidades destes predadores.

FASE DE OVO

Os ovos, colocados isoladamente ou em pequenos grupos, são comumente encontrados na superfície inferior de folhas infestadas com pulgões, galhos ou cascas de árvores e plantas (CARPENTER, 1940CARPENTER, F.M. A revisión of the Neartic Hemerobiidae, Berothidae, Sisyridae, Polystoechotidae and Dilaridae (Neuroptera). Proc. Am. Acad. Arts Sci., v.74, n.7, p.193-278, 1940.; RIEK, 1973RIEK, E.F. Neuroptera (lacewings). In: COMMONWEALTH SCIENTIFIC AND INDUSTRIAL RESEARCH ORGANIZATION. The insects of Australia: a textbook for students and research workers. Melbourne: Melbourne University Press, 1973. p.472-494.; GONZÁLEZO LAZO, 1981; PENNY & MONSERRAT 1983PENNY, N.D. & MONSERRAT, V.J. Neuroptera of the Amazon basin Part 10-Hemerobiidae. Acta Amazon., v.13, n.56, p.879-909, 1983.; OSWALD, 1993OSWALD, J.D. Revision and cladistic analysis of the world genera of the family Hemerobiidae (Insecta: Neuroptera). J. N. Y. Entomol. Soc., v.101, n.2, p.143299, 1993.). Segundo MIERMONT & CANARD (1975)MIERMONT, Y. & CANARD, M. Biologie du prédateur aphidiphage Eumicromus angulatus [Neur.: Hemerobiidae]: Études au laboratoire et observations dans le sud-ouest de la France. Entomophaga, v.20, n.2, p.179-191, 1975., a oviposição geralmente é feita sobre estruturas fibrosas ou superfícies ásperas.

De acordo com SMITH (1923)SMITH, R.C. The life histories and stages of some hemerobiids and allied species (Neuroptera). Ann. Entomol. Soc. Am., v.16, p.129-151, 1923. quando da eclosão dos ovos de hemerobiídeos as larvas utilizam-se de uma estrutura que se assemelha a um pequeno espinho para romper o cório. RIEK (1973)RIEK, E.F. Neuroptera (lacewings). In: COMMONWEALTH SCIENTIFIC AND INDUSTRIAL RESEARCH ORGANIZATION. The insects of Australia: a textbook for students and research workers. Melbourne: Melbourne University Press, 1973. p.472-494. afirmou que, a eclosão dos ovos ocorre em uma ou duas semanas. CARPENTER (1940)CARPENTER, F.M. A revisión of the Neartic Hemerobiidae, Berothidae, Sisyridae, Polystoechotidae and Dilaridae (Neuroptera). Proc. Am. Acad. Arts Sci., v.74, n.7, p.193-278, 1940. mencionou que o período de incubação, em geral, varia de 5 a 12 dias; no entanto, existem relatos de ovos postos durante o inverno que só eclodiram na primavera seguinte.

Em condições de laboratório, SAMSON & BLOOD (1979)SAMSON, P.R. & BLOOD, P.R.B. Biology and temperature relationships of Chrysopa sp., Micromus tasmaniae and Nabis capsiformis. Entomol. Exp. Appl., v.25, n.3, p.253259, 1979. observaram que a fase de ovo de Micromus tasmaniae (Walker, 1860) teve duração média de 5,6, 4,0 e 3,6 dias a 18, 23 e 28º C, respectivamente. KILLINGTON (1931KILLINGTON, F.J. Notes on the life-history of Sympherobius fuscescens Wall. (= inconspicuus McL.) [Neuroptera]. Entomologist, v.64, n.821, p.217-223, 1931., 1932KILLINGTON, F.J. The life history of Hemerobius simulans Walker (= orotypus Wall.) (Neuroptera, Hemerobiidae). Entomol. Mon. Mag., v.68, n.819, p.176180, 1932.) mencionou que ovos de Hemerobius simulans Walker, 1853 e de Sympherobius fuscescens (Wallengren, 1863) tiveram um período embrionário de 9 a 10 dias e de 13 a 14 dias, respectivamente, sem especificar as condições do experimento. SOUZA & CIOCIOLA (1997)SOUZA, B. & CIOCIOLA, A.I. Efeito de diferentes dietas sobre a fecundidade e longevidade de Nusalala uruguaya (Navás, 1923) (Neuroptera: Hemerobiidae). Pesqu. Agropecu. Bras., v.32, n.1, p.27-32, 1997. relataram que o período de incubação de Nusalala tessellatta (Gerstaecker, 1888) (= Nusalala uruguaya (Navás, 1922)) foi de 5 dias, com variação de poucas horas a 25 ± 2º C, UR = 70 ± 10% e fotofase de 14 horas.

FASE DE LARVA

As larvas de Hemerobiidae são tipicamente predadoras e semelhantes às de Chrysopidae; no entanto, não carregam detritos de suas presas aderidos ao corpo (CARPENTER, 1940CARPENTER, F.M. A revisión of the Neartic Hemerobiidae, Berothidae, Sisyridae, Polystoechotidae and Dilaridae (Neuroptera). Proc. Am. Acad. Arts Sci., v.74, n.7, p.193-278, 1940.). RIEK (1973)RIEK, E.F. Neuroptera (lacewings). In: COMMONWEALTH SCIENTIFIC AND INDUSTRIAL RESEARCH ORGANIZATION. The insects of Australia: a textbook for students and research workers. Melbourne: Melbourne University Press, 1973. p.472-494., GONZÁLEZ OLAZO (1981)GONZÁLEZ OLAZO, E.V. El genero Megalomus Rambur (Neurop. - Planipennia - Hemerobiidae) en Argentina y Chile. Acta Zool. Lill., v.36, n.2, p.97-113, 1981. e PENNY & MONSERRAT (1983)PENNY, N.D. & MONSERRAT, V.J. Neuroptera of the Amazon basin Part 10-Hemerobiidae. Acta Amazon., v.13, n.56, p.879-909, 1983. afirmaram que as larvas são muito ativas e velozes e que o último segmento do abdome é freqüentemente utilizado para auxiliar na locomoção. Segundo SMITH (1923)SMITH, R.C. The life histories and stages of some hemerobiids and allied species (Neuroptera). Ann. Entomol. Soc. Am., v.16, p.129-151, 1923., as larvas ao se moverem balançam rapidamente a cabeça de um lado para outro. NEW (1975)NEW, T.R. The biology of Chrysopidae and Hemerobiidae (Neuroptera), with reference to their usage as biocontrol agents: a review. Trans. R. Entomol. Soc. Lond., v.127, n.2, p.115-140, 1975. afirmou que a eficiência de larvas de crisopídeos e de hemerobiídeos em localizar suas presas pode ser devido a sua elevada capacidade de movimento.

CARPENTER (1940)CARPENTER, F.M. A revisión of the Neartic Hemerobiidae, Berothidae, Sisyridae, Polystoechotidae and Dilaridae (Neuroptera). Proc. Am. Acad. Arts Sci., v.74, n.7, p.193-278, 1940. relatou que todas as espécies conhecidas de hemerobiídeos passam por três ínstares, dos quais o último é o mais longo e que, após o seu completo desenvolvimento, as larvas tecem um casulo de seda onde ocorre a pupação. SMITH (1923)SMITH, R.C. The life histories and stages of some hemerobiids and allied species (Neuroptera). Ann. Entomol. Soc. Am., v.16, p.129-151, 1923. observou larvas de hemerobiídeos alimentando-se de ovos e larvas de sua própria espécie e de espécies afins; larvas de Hemerobius humulinus Linnaeus, 1758 (= H. humuli Linnaeus, 1761) foram criadas no mesmo recipiente até a fase adulta, quando lhes era fornecida alimentação abundante, o que indica ser o canibalismo resultado de pressão ambiental. Corroborando aquela afirmação, SOUZA & CIOCIOLA (1995)SOUZA, B. & CIOCIOLA, A.I. Aspectos comportamentais de Nusalala uruguaya (Navás) (Neuroptera: Hemerobiidae), em laboratório. An. Soc. Entomol. Bras., v.24, n.1, p.173-175, 1995. observaram o canibalismo entre larvas de N. tessellata na ausência ou quando da baixa disponibilidade de presas.

SMITH (1923)SMITH, R.C. The life histories and stages of some hemerobiids and allied species (Neuroptera). Ann. Entomol. Soc. Am., v.16, p.129-151, 1923. mencionou que a duração mínima do período larval entre os hemerobiídeos varia de 8 a 10 dias; tal período, segundo CARPENTER (1940)CARPENTER, F.M. A revisión of the Neartic Hemerobiidae, Berothidae, Sisyridae, Polystoechotidae and Dilaridae (Neuroptera). Proc. Am. Acad. Arts Sci., v.74, n.7, p.193-278, 1940., pode variar de 12 a 24 dias.

RAYCHAUDHURI et al. (1981)RAYCHAUDHURI, D.N.; GHOSH, D.; PODDAR, S.C.; GHOSH, S.K. Notes on an aphidophagous insect, Micromus timidus Hagen (Neuroptera: Hemerobiidae). Sci. Cult., v.47, p.223-224, 1981. relataram que a duração média dos ínstares larvais de Micromus timidus Hagen, 1853 foi de 2, 2 e 3-4 dias, respectivamente, e que as larvas de 1 o, 2o e 3o ínstares podem consumir de 10-16, 31-40 e 99-123 afídeos, respectivamente, a uma temperatura de 23,4-29,5º C e 42-57% de umidade relativa.

SOUZA et al. (1990)SOUZA, B.; MATIOLI, J.C.; CIOCIOLA, A.I. Biologia comparada de Nusalala uruguaya (Navás, 1923) (Neuroptera: Hemerobiidae) alimentada com diferentes espécies de afídeos. I. fase de larva. An. Esc. Super. Agric. Luiz de Queiroz, v.47, parte 2, p.283-300, 1990. observaram que a duração total média da fase larval de N. tessellata, alimentada com Uroleucon sp. (= Dactynotus sp.) (Hemiptera, Aphididae) foi de 6,73 ± 1,94 dias e que o consumo médio/larva foi de 135 pulgões, a 25 ± 2º C, umidade relativa de 70 ± 10% e fotofase de 14 horas.

FASES DE PRÉ-PUPA E PUPA

Segundo CARPENTER (1940)CARPENTER, F.M. A revisión of the Neartic Hemerobiidae, Berothidae, Sisyridae, Polystoechotidae and Dilaridae (Neuroptera). Proc. Am. Acad. Arts Sci., v.74, n.7, p.193-278, 1940., o período de pré-pupa é curto. Os casulos são constituídos de fios de seda produzidos pelos tubos de Malpighi e a extremidade anal da larva é utilizada como fiandeira na sua confecção (SMITH, 1923SMITH, R.C. The life histories and stages of some hemerobiids and allied species (Neuroptera). Ann. Entomol. Soc. Am., v.16, p.129-151, 1923.). Segundo este autor o casulo é branco, constituído de dupla estrutura: a externa formada por fios mais separados e frouxos e a interna mais compacta; no interior do casulo a larva passa por histogênese e organogênese, transformando-se em pupa, que apresenta a cabeça e os segmentos terminais do abdome curvados ventralmente. A superfície dorsal do abdome da pupa é freqüentemente dotada de espinhos ou enrugações que a auxiliam a sair do casulo (SMITH, 1923SMITH, R.C. The life histories and stages of some hemerobiids and allied species (Neuroptera). Ann. Entomol. Soc. Am., v.16, p.129-151, 1923.).

KILLINGTON (1931KILLINGTON, F.J. Notes on the life-history of Sympherobius fuscescens Wall. (= inconspicuus McL.) [Neuroptera]. Entomologist, v.64, n.821, p.217-223, 1931., 1932KILLINGTON, F.J. The life history of Hemerobius simulans Walker (= orotypus Wall.) (Neuroptera, Hemerobiidae). Entomol. Mon. Mag., v.68, n.819, p.176180, 1932.) observou que o período pupal de H. simulans e S. fuscescens durou 8 e 13 dias, respectivamente. SMITH (1923)SMITH, R.C. The life histories and stages of some hemerobiids and allied species (Neuroptera). Ann. Entomol. Soc. Am., v.16, p.129-151, 1923. encontrou uma duração para o período pré-pupal de 6,1, 7,0 e 4,1 dias para H. humulinus, Hemerobius stigmaterus Fitch, 1855 e S. amiculus (Fitch, 1855), respectivamente, e período pupal de 9,8, 5,2 e 5,87 dias, respectivamente.

SOUZA et al. (1989)SOUZA, B.; CIOCIOLA, A.I.; MATIOLI, J.C. Biologia comparada de Nusalala uruguaya (Navás, 1923) (Neuroptera: Hemerobiidae) alimentada com diferentes espécies de afídeos. II. Fase de pré-pupa, pupa e adulta. An.S oc. Entomol. Bras., v.18, supl., p.43-51, 1989. alimentando larvas de N. tessellata com Uroleucon sp., encontraram uma duração média para o período pré-pupal de 4,00 ± 0,27 dias; o peso médio das pupas, sem distinção de sexo, foi de 7,54 ± 0,29 mg e a duração desta fase foi de 7,88 ± 0,14 dias, com uma viabilidade pupal de 100%.

FASE ADULTA

Os adultos de hemerobiídeos apresentam hábitos crepusculares ou noturnos (CARPENTER, 1940CARPENTER, F.M. A revisión of the Neartic Hemerobiidae, Berothidae, Sisyridae, Polystoechotidae and Dilaridae (Neuroptera). Proc. Am. Acad. Arts Sci., v.74, n.7, p.193-278, 1940.; NEW, 1975NEW, T.R. The biology of Chrysopidae and Hemerobiidae (Neuroptera), with reference to their usage as biocontrol agents: a review. Trans. R. Entomol. Soc. Lond., v.127, n.2, p.115-140, 1975.; GONZÁLEZ OLAZO, 1981GONZÁLEZ OLAZO, E.V. El genero Megalomus Rambur (Neurop. - Planipennia - Hemerobiidae) en Argentina y Chile. Acta Zool. Lill., v.36, n.2, p.97-113, 1981.). Segundo NEW (1975)NEW, T.R. The biology of Chrysopidae and Hemerobiidae (Neuroptera), with reference to their usage as biocontrol agents: a review. Trans. R. Entomol. Soc. Lond., v.127, n.2, p.115-140, 1975. o fato da oviposição ser predominantemente noturna reflete o hábito crepuscular ou noturno destes predadores. CUTRIGHT (1923)CUTRIGHT, C.R. Life history of Micromus posticus Walker. J. Econ. Entomol., v.16, p.448-456, 1923. relatou que durante o dia os adultos ficam em repouso na página inferior das folhas.

SMITH (1923)SMITH, R.C. The life histories and stages of some hemerobiids and allied species (Neuroptera). Ann. Entomol. Soc. Am., v.16, p.129-151, 1923. e GONZÁLEZ OLAZO (1981)GONZÁLEZ OLAZO, E.V. El genero Megalomus Rambur (Neurop. - Planipennia - Hemerobiidae) en Argentina y Chile. Acta Zool. Lill., v.36, n.2, p.97-113, 1981. relataram que os crisopídeos e os hemerobiídeos não são bons voadores; suas asas, quando em repouso, ficam dispostas em forma de telhado sobre o corpo. Segundo CARPENTER (1940)CARPENTER, F.M. A revisión of the Neartic Hemerobiidae, Berothidae, Sisyridae, Polystoechotidae and Dilaridae (Neuroptera). Proc. Am. Acad. Arts Sci., v.74, n.7, p.193-278, 1940. e SOUZA & CIOCIOLA (1995)SOUZA, B. & CIOCIOLA, A.I. Aspectos comportamentais de Nusalala uruguaya (Navás) (Neuroptera: Hemerobiidae), em laboratório. An. Soc. Entomol. Bras., v.24, n.1, p.173-175, 1995. os adultos de hemerobiídeos fingem-se de mortos quando molestados. SMITH (1923)SMITH, R.C. The life histories and stages of some hemerobiids and allied species (Neuroptera). Ann. Entomol. Soc. Am., v.16, p.129-151, 1923. afirmou que este comportamento pode durar poucos segundos ou prolongar-se por períodos maiores.

Segundo NEW (1975)NEW, T.R. The biology of Chrysopidae and Hemerobiidae (Neuroptera), with reference to their usage as biocontrol agents: a review. Trans. R. Entomol. Soc. Lond., v.127, n.2, p.115-140, 1975. o acasalamento ocorre no início da fase adulta. CARPENTER (1940)CARPENTER, F.M. A revisión of the Neartic Hemerobiidae, Berothidae, Sisyridae, Polystoechotidae and Dilaridae (Neuroptera). Proc. Am. Acad. Arts Sci., v.74, n.7, p.193-278, 1940. relatou que a cópula ocorre à noite, com os dois insetos em posição linear e, em muitos hemerobiídeos observa-se que, após o acasalamento, as fêmeas curvam o abdome para frente, por entre as pernas e tocam sua extremidade com a boca, o que sugere a presença de um espermatóforo extraído do macho após o pareamento. KILLINGTON (1931)KILLINGTON, F.J. Notes on the life-history of Sympherobius fuscescens Wall. (= inconspicuus McL.) [Neuroptera]. Entomologist, v.64, n.821, p.217-223, 1931. relatou que para S. fuscescens, na presença da fêmea, o macho corre ativamente sobre ela com as asas estendidas horizontalmente, vibrando as antenas; ao encontrar a fêmea, o macho bate suas antenas contra ela por um momento, faz movimentos em semi-círculos sobre ela e efetua a cópula, que dura cerca de 1,5 minuto e a fêmea alimenta-se posteriormente do espermatóforo dos machos.

Segundo NEW (1975)NEW, T.R. The biology of Chrysopidae and Hemerobiidae (Neuroptera), with reference to their usage as biocontrol agents: a review. Trans. R. Entomol. Soc. Lond., v.127, n.2, p.115-140, 1975., os hemerobiídeos podem produzir centenas de ovos. GONZÁLEZ OLAZO (1981)GONZÁLEZ OLAZO, E.V. El genero Megalomus Rambur (Neurop. - Planipennia - Hemerobiidae) en Argentina y Chile. Acta Zool. Lill., v.36, n.2, p.97-113, 1981. relatou que o número de ovos produzidos oscila entre 50 e 660. SMITH (1923)SMITH, R.C. The life histories and stages of some hemerobiids and allied species (Neuroptera). Ann. Entomol. Soc. Am., v.16, p.129-151, 1923. relatou que algumas fêmeas do gênero Hemerobius Linnaeus, 1758 reduzem a oviposição sob condições de laboratório (30 a 40 ovos). RAYCHAUDHURI et al. (1981)RAYCHAUDHURI, D.N.; GHOSH, D.; PODDAR, S.C.; GHOSH, S.K. Notes on an aphidophagous insect, Micromus timidus Hagen (Neuroptera: Hemerobiidae). Sci. Cult., v.47, p.223-224, 1981. observaram que fêmeas de M. timidus colocaram 11 ovos em 24 horas e que estes eclodiram 6 a 7 dias depois. SOUZA & CIOCIOLA (1995)SOUZA, B. & CIOCIOLA, A.I. Aspectos comportamentais de Nusalala uruguaya (Navás) (Neuroptera: Hemerobiidae), em laboratório. An. Soc. Entomol. Bras., v.24, n.1, p.173-175, 1995. relataram que N. tessellata apresentou uma capacidade média de oviposição de 482,9 ovos com viabilidade de 94,4% quando os adultos foram alimentados com Uroleucon sp. Ainda segundo aqueles autores, a longevidade média observada para machos e fêmeas desta espécie foi de 75,8 e 67,5 dias, respectivamente.

De acordo com SMITH (1923)SMITH, R.C. The life histories and stages of some hemerobiids and allied species (Neuroptera). Ann. Entomol. Soc. Am., v.16, p.129-151, 1923., os hemerobiídeos alimentam-se do fluido do corpo da presa que, geralmente, é totalmente devorada. CARPENTER (1940)CARPENTER, F.M. A revisión of the Neartic Hemerobiidae, Berothidae, Sisyridae, Polystoechotidae and Dilaridae (Neuroptera). Proc. Am. Acad. Arts Sci., v.74, n.7, p.193-278, 1940. relatou que os adultos se alimentam essencialmente do mesmo alimento consumido na fase larval. Segundo STETZL & DEVETAK (1999)STELZL, M. & DEVETAK, D. Neuroptera in agricultural ecosystems. Agric. Ecosyst. Environ., v.74, n.1-3, p.305321, 1999., os hemerobiídeos são predadores generalistas de insetos e ácaros; a maior parte de suas presas são afídeos, o que torna este grupo interessante para o controle biológico.

Três espécies de Megalomus Rambur, 1842 estudados por Killington consumiram uma média de 315 afídeos durante um período de nove semanas (CARPENTER, 1940CARPENTER, F.M. A revisión of the Neartic Hemerobiidae, Berothidae, Sisyridae, Polystoechotidae and Dilaridae (Neuroptera). Proc. Am. Acad. Arts Sci., v.74, n.7, p.193-278, 1940.). LAIDLAW (1936)LAIDLAW, W.B.R. The brown lacewing flies (Hemerobidae): their importance as controls of Adelges cooleyi Gillette. Entomol. Mon. Mag., v.72, p.164-174, 1936. relatou que adultos de Hemerobius stigma Stephens, 1836 consumiram cerca de quinze mil ovos e ninfas de Adelges Vallot, 1836 (Hemiptera, Adelgidae) durante dois meses. Segundo SOUZA & CIOCIOLA (1995)SOUZA, B. & CIOCIOLA, A.I. Aspectos comportamentais de Nusalala uruguaya (Navás) (Neuroptera: Hemerobiidae), em laboratório. An. Soc. Entomol. Bras., v.24, n.1, p.173-175, 1995. o consumo médio de pulgões pelos adultos de N. tessellata, alimentados com Uroleucon sp. foi de 507,3 exemplares para machos e 275,8 para fêmeas.

RIEK (1973)RIEK, E.F. Neuroptera (lacewings). In: COMMONWEALTH SCIENTIFIC AND INDUSTRIAL RESEARCH ORGANIZATION. The insects of Australia: a textbook for students and research workers. Melbourne: Melbourne University Press, 1973. p.472-494. afirmou que os adultos de hemerobiídeos podem viver por vários meses. SAMSON & BLOOD (1979)SAMSON, P.R. & BLOOD, P.R.B. Biology and temperature relationships of Chrysopa sp., Micromus tasmaniae and Nabis capsiformis. Entomol. Exp. Appl., v.25, n.3, p.253259, 1979. relataram que adultos de M. tasmaniae, alimentados com Aphis gossypii Glover, 1877 (Hemiptera, Aphididae) tiveram longevidade de 56 ± 35, 52 ± 26 e 20 ± 13 dias, à temperatura de 18, 23 e 30º C e fotoperíodo de 14 horas.

ASSOCIAÇÃO COM PRAGAS AGRÍCOLAS

A ocorrência de hemerobiídeos em agroecossistemas é relatada em diversas regiões do mundo, alimentando-se de diferentes presas (Tabela 1). Estes insetos são, geralmente, mais abundantes em regiões de clima temperado e são tolerantes a baixas temperaturas (HENRY et al., 1992HENRY, C.S.; P ENNY, N.D.; A DAMS, P.A. The neuropteroid orders of Central America (Neuroptera and Megaloptera). In: QUINTERO, D. & AIELLO, A. (Eds.). Insects of Panama and Mesoamerica: selected studies. Oxford: Oxford University Press, 1992. p.432458.). Segundo SMITH( 1923SMITH, R.C. The life histories and stages of some hemerobiids and allied species (Neuroptera). Ann. Entomol. Soc. Am., v.16, p.129-151, 1923.), CARPENTER (1940)CARPENTER, F.M. A revisión of the Neartic Hemerobiidae, Berothidae, Sisyridae, Polystoechotidae and Dilaridae (Neuroptera). Proc. Am. Acad. Arts Sci., v.74, n.7, p.193-278, 1940., NEW (1975)NEW, T.R. The biology of Chrysopidae and Hemerobiidae (Neuroptera), with reference to their usage as biocontrol agents: a review. Trans. R. Entomol. Soc. Lond., v.127, n.2, p.115-140, 1975. e MONSERRAT (1990)MONSERRAT, V.J. Systematic studies on Hemerobiidae. In: MANSELL, M.W. & ASPOCK, H. (Eds.) Advances in neuropterology. Proceedings of the Third International Symposium on Neuropterology, 1988, Berg en Dal; Kruger National Park, R.S. Pretoria, ________ South Africa: Dept. Agricultural Development, 1990. p.67-88. dentre as presas consumidas pelos hemerobiídeos destacam-se os afídeos, coccídeos, psilídeos, ácaros e outras espécies de corpo macio.

Tabela 1
Espécies de hemerobiídeos (Neuroptera, Hemerobiidae) associados a pragas de diferentes culturas e países de ocorrência.

CHAGAS et al. (1982)CHAGAS, E.F. DAS; SILVEIRA NETO, S.; BRAZ, A.J.B.P.; MATEUS, C.P.B.; COELHO, I.P. Flutuação populacional de pragas e predadores em citros. Pesqu. Agropecu. Bras., v.17, n.6, p.817-824, 1982. realizaram estudo para determinar o comportamento dos insetos-praga e dos insetos-predadores em citros Citrus spp. (Rutaceae) no Brasil e relataram a ocorrência de Megalomus sp. e Hemerobius sp. predando Aleurothrixus floccosa (Maskell, 1895) e Toxoptera citricidus (Kirkaldy, 1907) (Hemiptera, Aleyrodidae e Aphididae), respectivamente.

Na Argentina, em citros, é citada a ocorrência de Hemerobius bolivari Banks, 1910, H. hageni Navás, 1918, Megalomus impudicus (Gerstaecker, 1888), Nomerobius argentinensis (González Olazo, 1987GONZÁLEZ OLAZO, E.V. Los neuropteros asociados con los cultivos cítricos de la provincia de Tucumán y descripción de una nueva especie de Nomerobius (Hemerobiidae). CIRPON, Rev. Invest., v.1-4, p.37-54, 1987.), Nomerobius psychodoides (Blanchard, 1851), Nusalala tessellata (Gerstaecker, 1888), Sympherobius marmoratipennis (Blanchard, 1851) e S. miranda (Navás, 1920) associados a Toxoptera aurantii (Fonscolombe, 1841) (Hemiptera, Aphididae) e a Phyllocnistis citrella Stainton, 1856 (Lepidoptera, Gracillariidae) (GONZÁLEZ OLAZO, 1987GONZÁLEZ OLAZO, E.V. Los neuropteros asociados con los cultivos cítricos de la provincia de Tucumán y descripción de una nueva especie de Nomerobius (Hemerobiidae). CIRPON, Rev. Invest., v.1-4, p.37-54, 1987.; REGUILÓN & GONZÁLEZ OLAZO, 2000REGUILÓN, C. & GONZÁLEZ OLAZO, E.V. Especies de Hemerobiidae (Neuroptera: Planipennia) asociadas con los cultivos cítricos de la provincia de Tucumán, Argentina. In: CONGRESSO ARGENTINO, 23., CONGRESSO LATINOAMERICANO, 10., CONGRESSO IBEROAMERICANO DE HORTICULTURA, 3., 2000, Mendoza, AR. Resumo. Mendoza: 2000. Trabajo 277.).

A presença de crisopídeos e hemerobiídeos associados a afídeos em cultivos de maçãs e de outras frutíferas no sul da Espanha foi observada por SANTOS ROJO & MARCOS-GARCIA (1998)SANTOS ROJO, F.M.B & MARCOS-GARCIA, M.A. Presence of predatory lacewing (Neuroptera: Chrysopidae, Hemerobiidae) on Mediterranean crops. Acta Zool. Cracov., v.41, n.2, p.173-181, 1998. que registraram quatro espécies de crisopídeos e uma espécie de hemerobiídeo (Hemerobius sp.) predando treze espécies de afídeos. Na Hungria, SZABÓ & SZENTKIRÁLYI (1981)SZABÓ, S.; SZENTKIRÁLYI, F. Communities of Chrysopidae and Hemerobiidae (Neuroptera) in some apple-orchards. Acta Phyto-pathol. Acad. Sci. Hung., v.16, n.1-2, p.157169, 1981. observaram a presença de dez espécies de hemerobiídeos em pomares experimentais, comerciais e abandonados de maçãs: H. humulinus, Wesmaelius subnebulosus (Stephens, 1836) e Micromus angulatus (Stephens, 1836) (= Eumicromus angulatus (Stephens, 1836)) foram as espécies mais freqüentes. Os autores relataram também que seis espécies coletadas em pomares comerciais demonstraram tolerância aos tratamentos com inseticidas utilizados.

Segundo STETZL & DEVETAK (1999)STELZL, M. & DEVETAK, D. Neuroptera in agricultural ecosystems. Agric. Ecosyst. Environ., v.74, n.1-3, p.305321, 1999. as espécies de Hemerobiidae que apresentaram potencial de uso em programas de controle biológico e/ou integrado de pragas na América do Norte, Ásia e Europa são: Drepanepteryx phalaenoides (Linnaeus, 1758) em árvores de Sambucus (Caprifoliaceae), Malus e Prunus (Rosaceae); W. subnebulosus em pomares e vinhedos; H. humulinus em pomares e parques; H. pini Stephens, 1836 em Pinus e Picea (Pinaceae); H. micans Olivier, 1792 em árvores de Malus, Pyrus e Prunus (Rosaceae); Micromus variegatus (Fabricius, 1793) em vinhedos e M. angulatus (Stephens, 1836) em milho Zea mays L. (Gramineae).

Na Califórnia (EUA), em citros, COLE (1933)COLE, F.R. Natural control of the citrus mealybug. J. Econ. Entomol., v.26, p.855-864,1933. citou a ocorrência de Sympherobius angustus (Banks, 1904), S. barberi (Banks, 1903) e S. californicus Banks, 1911 como predadores de Pseudococcus citri (Risso, 1813) (Hemiptera, Pseudococcidae).

Na Austrália, M. tasmaniae é um dos principais predadores de afídeos da roseira (Rosaceae), Macrosiphum rosae (L., 1758) (Hemiptera, Aphididae) (MAELZER, 1977MAELZER, D.A. The biology and main causes of changes in numbers of the rose aphid, Macrosiphum rosae (L.), on cultivated roses in South Australia. Aust. J. Zool., v.25, p.269-284, 1977.), de Aphis gossypii Glover, 1877 (Hemiptera, Aphididae) e de ovos de Heliothis spp. (Lepidoptera, Noctuidae), na cultura do algodoeiro Gossypium hirsutum L. (Malvaceae) (SAMSON & BLOOD, 1980SAMSON, P.R. & BLOOD, P.R.B. Voracity and Searching ability of Chrysopa signata (Neuroptera: Chrysopidae), Micromus tasmaniae (Neuroptera: Hemerobiidae) and Tropiconabis capsiformis (Hemiptera: Nabidae). Aust. J. Zool., v.28, p.575-580, 1980.) e de afídeos no cultivo de batata Solanum tuberosum L. (Solanaceae) (HUSSEIN, 1984HUSSEIN, M.Y. A spray technique for mass release of eggs of Micromus tasmaniae Walker (Neuroptera: Hemerobiidae). Crop Prot., v.3, n.3, p.369-378, 1984.).

USO DE HEMEROBIÍDEOS EM PROGRAMAS DE CONTROLE BIOLÓGICO

Na ordem Neuroptera, as famílias Chrysopidae e Hemerobiidae apresentam grande interesse agrícola devido ao importante papel que exercem como predadores de pragas (STELZEL & DEVETAK, 1999STELZL, M. & DEVETAK, D. Neuroptera in agricultural ecosystems. Agric. Ecosyst. Environ., v.74, n.1-3, p.305321, 1999.). A utilização de hemerobiídeos como agentes de controle biológico de pragas é viável e promissora, devido ao seu ciclo biológico relativamente curto, sua elevada capacidade predatória nas fases larval e adulta, seu alto potencial reprodutivo e a grande longevidade da fase adulta (RIVNAY, 1943RIVNAY, E. A study on the efficiency of Sympherobius amicus Navás in controlling Pseudococcus citri Risso on citrus in Palestine. Bull. Soc. Fouad Ler Entomol., v.27, p.57-77, 1943.; NEW, 1975NEW, T.R. The biology of Chrysopidae and Hemerobiidae (Neuroptera), with reference to their usage as biocontrol agents: a review. Trans. R. Entomol. Soc. Lond., v.127, n.2, p.115-140, 1975.; GARLAND , 1978GARLAND, J.A. Observations on survival of eggs of Hemerobius stigma (Neuroptera: Hemerobiidae) following exposure to frost. Manit. Entomol., v.12, p.61-62, 1978.; NEUENSCHWANDER & HAGEN, 1980NEUENSCHWANDER, P. & HAGEN, K.S. Role of the predator Hemerobius pacificus in a non-insecticide treated artichoke field. Environ. Entomol., v.9, n.5, p.492-495, 1980.). NEW (1975)NEW, T.R. The biology of Chrysopidae and Hemerobiidae (Neuroptera), with reference to their usage as biocontrol agents: a review. Trans. R. Entomol. Soc. Lond., v.127, n.2, p.115-140, 1975., MEYERDIRK et al. (1979)MEYERDIRK, D.E.; FRENCH, J.V.; HART, W.G. & CHANDLER, L.D. Citrus mealybug: Effect of pesticide residues on adults of the natural enemy complex. J. Econ. Entomol., v.72, n.6, p.893-895,1979. e SYRETT & PENMAN (1980)SYRETT, P. & PENMAN, D.R. Studies of insecticide toxicity to lucerne aphids and their predators. N. Z. J. Agric. Res., v.23, p.575-580, 1980. adicionaram àquelas características o fato de algumas espécies de hemerobiídeos apresentarem boa resistência a alguns inseticidas, o que aumenta as perspectivas para utilização daqueles predadores em programas de manejo integrado de pragas.

Os primeiros esforços para utilização de neurópteros como predadores de pragas datam do início do século XX quando Bodenheimer & Guttfeld (1929) citados por STELZEL & DEVETAK (1999)STELZL, M. & DEVETAK, D. Neuroptera in agricultural ecosystems. Agric. Ecosyst. Environ., v.74, n.1-3, p.305321, 1999. estudaram o potencial de Sympherobius fallax Navás, 1908 contra P. citri em pomares citrícolas.

Na Palestina, foram obtidos excelentes resultados com a criação massal de Sympherobius amicus Navás, 1915 para o controle da cochonilha do citros P. citri e, em 1939, existiam seis laboratórios produzindo predadores a serem utilizados naquele cultivo (RIVNAY, 1943RIVNAY, E. A study on the efficiency of Sympherobius amicus Navás in controlling Pseudococcus citri Risso on citrus in Palestine. Bull. Soc. Fouad Ler Entomol., v.27, p.57-77, 1943.).

HUSSEIN (1984)HUSSEIN, M.Y. A spray technique for mass release of eggs of Micromus tasmaniae Walker (Neuroptera: Hemerobiidae). Crop Prot., v.3, n.3, p.369-378, 1984., na Austrália, obteve resultados satisfatórios com a liberação massal de ovos de Micromus tasmaniae Walker para o controle biológico de afídeos da batata.

AMMAN & SPEERS (1971)AMMAN, G.D. & SPEERS, C.F. Introduction and evaluation of predators from India and Pakistan for control of the balsam woolly aphid (Homoptera: Adelgidae) in North Carolina. Can. Entomol., v.103, n.4, p.528-533, 1971. realizaram a introdução, nos Estados Unidos da América, de vários predadores procedentes da Índia e do Paquistão, dentre eles, Hemerobius sp. para o controle de Adelges piceae (Ratzeburg, 1843) (Hemiptera, Adelgidae), praga de Abies fraseri (Pursh) Poir. (Pinaceae), na Carolina do Norte; a inexistência de evidências do estabelecimento destes predadores foi atribuída, principalmente, à diferença climática.

REGUILÓN & GONZÁLEZ OLAZO (2000)REGUILÓN, C. & GONZÁLEZ OLAZO, E.V. Especies de Hemerobiidae (Neuroptera: Planipennia) asociadas con los cultivos cítricos de la provincia de Tucumán, Argentina. In: CONGRESSO ARGENTINO, 23., CONGRESSO LATINOAMERICANO, 10., CONGRESSO IBEROAMERICANO DE HORTICULTURA, 3., 2000, Mendoza, AR. Resumo. Mendoza: 2000. Trabajo 277. ressaltaram que a espécie Hemerobius bolivari Banks, 1910 é um importante agente de controle biológico de algumas pragas que ocorrem na cultura dos citros na Argentina.

No Brasil são escassos os estudos sobre a presença de hemerobiídeos em agroecossistemas. CHAGAS et al. (1982)CHAGAS, E.F. DAS; SILVEIRA NETO, S.; BRAZ, A.J.B.P.; MATEUS, C.P.B.; COELHO, I.P. Flutuação populacional de pragas e predadores em citros. Pesqu. Agropecu. Bras., v.17, n.6, p.817-824, 1982. realizaram estudo da flutuação populacional de pragas e predadores em citros e relataram a ocorrência de vários predadores, dentre os quais Megalomus sp. e Hemerobius sp. LARA & FREITAS (2002)LARA, R.I.R. & FREITAS, S. DE. Caracterização morfológica de adultos de Nusalala tessellata (Gerstaecker, 1888) (Neuroptera, Hemerobiidae). Rev. Bras. Entomol., v.46, n.4, p.523-530, 2002. relataram a ocorrência de N. tessellata em Lavras (MG), Jaboticabal, Nuporanga, Ribeirão Preto e Santa Rosa de Viterbo (SP) e Cascavel e São Mateus do Sul (PR) em cultivos de algodão, citros, erva-mate Ilex paraguariensis St. Hill.(Aquifoliaceae), milho, soja Glycine max (L.) Merr. (Leguminosae), e sorgo Sorghum bicolor (L.) Moench (Poaceae). LARA & PERIOTO (2003)LARA, R.I.R. & PERIOTO, N.W. Primeiros registros de Sympherobius miranda (Navás, 1920) (Neuroptera, Hemerobiidae) em cultura de café (Coffea arabica L.) para o Brasil. In: SIMPÓSIO DE CONTROLE BIOLÓGICO, 8., 2003, São Pedro, SP. Resumos. São Pedro: 2003. p.149. registraram a ocorrência do gênero Megalomus e das espécies Hemerobius domingensis Banks, 1941, N. tessellata e S. miranda em Ribeirão Preto (SP), em cultivo de café Coffea arabica L. (Rubiaceae).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  • AGUILAR F.P.G. & LAMAS, C.J.M. Apuntes sobre el control biológico y el control integrado de las plagas agrícolas en el Peru. II. - El cultivo del algonodero. Rev. Peru. Entomol., v.23, n.1, p.91-97, 1980.
  • ALFONSO AGUILERA, P. & CARLOS PACHECO, V. Determinacion de depredadores del pulgon del avellano europeo, Myzocallis coryli (Goeze) (Homoptera: Aphididae) en la IX region del Chile. Rev. Chil. Entomol., v.22, n.1, p.1719, 1995.
  • AMMAN, G.D. & SPEERS, C.F. Introduction and evaluation of predators from India and Pakistan for control of the balsam woolly aphid (Homoptera: Adelgidae) in North Carolina. Can. Entomol., v.103, n.4, p.528-533, 1971.
  • ANGALET, G.W. & STEVENS, N.A. The natural enemies of Brachycolus asparagi in New Jersey and Delaware. Environ. Entomol., v.6, n.1, p.97-100, 1977.
  • BARTLETT, B.R. & LLOYD, D.C. Mealybugs attacking citrus in California - A survey of their natural enemies and the release of new parasites and predators. J. Econ. Entomol., v.51, n.1, p.90-93, 1958.
  • CAMPBELL, C.A.M. & CONE, W.W. Influence of predators on population development of Phorodon humuli (Homoptera: Aphididae) on hops. Environ. Entomol., v.23, n.6, p.1391-1396, 1994.
  • CARPENTER, F.M. A revisión of the Neartic Hemerobiidae, Berothidae, Sisyridae, Polystoechotidae and Dilaridae (Neuroptera). Proc. Am. Acad. Arts Sci., v.74, n.7, p.193-278, 1940.
  • CHAGAS, E.F. DAS; SILVEIRA NETO, S.; BRAZ, A.J.B.P.; MATEUS, C.P.B.; COELHO, I.P. Flutuação populacional de pragas e predadores em citros. Pesqu. Agropecu. Bras., v.17, n.6, p.817-824, 1982.
  • COLE, F.R. Natural control of the citrus mealybug. J. Econ. Entomol., v.26, p.855-864,1933.
  • CUTRIGHT, C.R. Life history of Micromus posticus Walker. J. Econ. Entomol., v.16, p.448-456, 1923.
  • GARLAND, J.A. Observations on survival of eggs of Hemerobius stigma (Neuroptera: Hemerobiidae) following exposure to frost. Manit. Entomol., v.12, p.61-62, 1978.
  • GONZÁLEZ OLAZO, E.V. El genero Megalomus Rambur (Neurop. - Planipennia - Hemerobiidae) en Argentina y Chile. Acta Zool. Lill., v.36, n.2, p.97-113, 1981.
  • GONZÁLEZ OLAZO, E.V. Los neuropteros asociados con los cultivos cítricos de la provincia de Tucumán y descripción de una nueva especie de Nomerobius (Hemerobiidae). CIRPON, Rev. Invest., v.1-4, p.37-54, 1987.
  • HENRY, C.S.; P ENNY, N.D.; A DAMS, P.A. The neuropteroid orders of Central America (Neuroptera and Megaloptera). In: QUINTERO, D. & AIELLO, A. (Eds.). Insects of Panama and Mesoamerica: selected studies Oxford: Oxford University Press, 1992. p.432458.
  • HUSSEIN, M.Y. A spray technique for mass release of eggs of Micromus tasmaniae Walker (Neuroptera: Hemerobiidae). Crop Prot., v.3, n.3, p.369-378, 1984.
  • KILLINGTON, F.J. Notes on the life-history of Sympherobius fuscescens Wall. (= inconspicuus McL.) [Neuroptera]. Entomologist, v.64, n.821, p.217-223, 1931.
  • KILLINGTON, F.J. The life history of Hemerobius simulans Walker (= orotypus Wall.) (Neuroptera, Hemerobiidae). Entomol. Mon. Mag., v.68, n.819, p.176180, 1932.
  • LAIDLAW, W.B.R. The brown lacewing flies (Hemerobidae): their importance as controls of Adelges cooleyi Gillette. Entomol. Mon. Mag., v.72, p.164-174, 1936.
  • LARA, R.I.R. & FREITAS, S. DE. Caracterização morfológica de adultos de Nusalala tessellata (Gerstaecker, 1888) (Neuroptera, Hemerobiidae). Rev. Bras. Entomol., v.46, n.4, p.523-530, 2002.
  • LARA, R.I.R. & PERIOTO, N.W. Primeiros registros de Sympherobius miranda (Navás, 1920) (Neuroptera, Hemerobiidae) em cultura de café (Coffea arabica L.) para o Brasil. In: SIMPÓSIO DE CONTROLE BIOLÓGICO, 8., 2003, São Pedro, SP. Resumos São Pedro: 2003. p.149.
  • MAELZER, D.A. The biology and main causes of changes in numbers of the rose aphid, Macrosiphum rosae (L.), on cultivated roses in South Australia. Aust. J. Zool., v.25, p.269-284, 1977.
  • MCMULLEN, R.D. & JONG, C. New records and discussion of predators of the pear psylla, Psylla pyricola Forster, in British Columbia. J. Entomol. Soc. Br. Columbia, v.64, n.1, p.35-40, 1967.
  • MEYERDIRK, D.E.; FRENCH, J.V.; HART, W.G. & CHANDLER, L.D. Citrus mealybug: Effect of pesticide residues on adults of the natural enemy complex. J. Econ. Entomol., v.72, n.6, p.893-895,1979.
  • MICHAUD, J.P. Sources of mortality in colonies of brown citrus aphid, Toxoptera citricida. Biol. Control, v.44, n.3, p.347-367, 1999.
  • MIERMONT, Y. & CANARD, M. Biologie du prédateur aphidiphage Eumicromus angulatus [Neur.: Hemerobiidae]: Études au laboratoire et observations dans le sud-ouest de la France. Entomophaga, v.20, n.2, p.179-191, 1975.
  • MILNE, W.M. & BISHOP, A.L. The role of predators and parasites in the natural regulation of lucerne aphids in eastern Australia. J. Appl. Ecol., v.24, n.3, p.893-905, 1987.
  • MONSERRAT, V.J. Systematic studies on Hemerobiidae. In: MANSELL, M.W. & ASPOCK, H. (Eds.) Advances in neuropterology Proceedings of the Third International Symposium on Neuropterology, 1988, Berg en Dal; Kruger National Park, R.S. Pretoria, ________ South Africa: Dept. Agricultural Development, 1990. p.67-88.
  • NEUENSCHWANDER, P. & HAGEN, K.S. Role of the predator Hemerobius pacificus in a non-insecticide treated artichoke field. Environ. Entomol., v.9, n.5, p.492-495, 1980.
  • NEW, T.R. The biology of Chrysopidae and Hemerobiidae (Neuroptera), with reference to their usage as biocontrol agents: a review. Trans. R. Entomol. Soc. Lond., v.127, n.2, p.115-140, 1975.
  • OSWALD, J.D. Revision and cladistic analysis of the world genera of the family Hemerobiidae (Insecta: Neuroptera). J. N. Y. Entomol. Soc., v.101, n.2, p.143299, 1993.
  • PENNY, N.D. & MONSERRAT, V.J. Neuroptera of the Amazon basin Part 10-Hemerobiidae. Acta Amazon., v.13, n.56, p.879-909, 1983.
  • RAYCHAUDHURI, D.N.; GHOSH, D.; PODDAR, S.C.; GHOSH, S.K. Notes on an aphidophagous insect, Micromus timidus Hagen (Neuroptera: Hemerobiidae). Sci. Cult., v.47, p.223-224, 1981.
  • REGUILÓN, C. & GONZÁLEZ OLAZO, E.V. Especies de Hemerobiidae (Neuroptera: Planipennia) asociadas con los cultivos cítricos de la provincia de Tucumán, Argentina. In: CONGRESSO ARGENTINO, 23., CONGRESSO LATINOAMERICANO, 10., CONGRESSO IBEROAMERICANO DE HORTICULTURA, 3., 2000, Mendoza, AR. Resumo Mendoza: 2000. Trabajo 277.
  • RIEK, E.F. Neuroptera (lacewings). In: COMMONWEALTH SCIENTIFIC AND INDUSTRIAL RESEARCH ORGANIZATION. The insects of Australia: a textbook for students and research workers Melbourne: Melbourne University Press, 1973. p.472-494.
  • RIVNAY, E. A study on the efficiency of Sympherobius amicus Navás in controlling Pseudococcus citri Risso on citrus in Palestine. Bull. Soc. Fouad Ler Entomol., v.27, p.57-77, 1943.
  • SAMSON, P.R. & BLOOD, P.R.B. Biology and temperature relationships of Chrysopa sp., Micromus tasmaniae and Nabis capsiformis. Entomol. Exp. Appl., v.25, n.3, p.253259, 1979.
  • SAMSON, P.R. & BLOOD, P.R.B. Voracity and Searching ability of Chrysopa signata (Neuroptera: Chrysopidae), Micromus tasmaniae (Neuroptera: Hemerobiidae) and Tropiconabis capsiformis (Hemiptera: Nabidae). Aust. J. Zool., v.28, p.575-580, 1980.
  • SANTOS ROJO, F.M.B & MARCOS-GARCIA, M.A. Presence of predatory lacewing (Neuroptera: Chrysopidae, Hemerobiidae) on Mediterranean crops. Acta Zool. Cracov., v.41, n.2, p.173-181, 1998.
  • SMITH, R.C. The life histories and stages of some hemerobiids and allied species (Neuroptera). Ann. Entomol. Soc. Am., v.16, p.129-151, 1923.
  • SOUZA, B.; CIOCIOLA, A.I.; MATIOLI, J.C. Biologia comparada de Nusalala uruguaya (Navás, 1923) (Neuroptera: Hemerobiidae) alimentada com diferentes espécies de afídeos. II. Fase de pré-pupa, pupa e adulta. An.S oc. Entomol. Bras., v.18, supl., p.43-51, 1989.
  • SOUZA, B.; MATIOLI, J.C.; CIOCIOLA, A.I. Biologia comparada de Nusalala uruguaya (Navás, 1923) (Neuroptera: Hemerobiidae) alimentada com diferentes espécies de afídeos. I. fase de larva. An. Esc. Super. Agric. Luiz de Queiroz, v.47, parte 2, p.283-300, 1990.
  • SOUZA, B. & CIOCIOLA, A.I. Aspectos comportamentais de Nusalala uruguaya (Navás) (Neuroptera: Hemerobiidae), em laboratório. An. Soc. Entomol. Bras., v.24, n.1, p.173-175, 1995.
  • SOUZA, B. & CIOCIOLA, A.I. Efeito de diferentes dietas sobre a fecundidade e longevidade de Nusalala uruguaya (Navás, 1923) (Neuroptera: Hemerobiidae). Pesqu. Agropecu. Bras, v.32, n.1, p.27-32, 1997.
  • STELZL, M. & DEVETAK, D. Neuroptera in agricultural ecosystems. Agric. Ecosyst. Environ., v.74, n.1-3, p.305321, 1999.
  • SYRETT, P. & PENMAN, D.R. Studies of insecticide toxicity to lucerne aphids and their predators. N. Z. J. Agric. Res., v.23, p.575-580, 1980.
  • SZABÓ, S.; SZENTKIRÁLYI, F. Communities of Chrysopidae and Hemerobiidae (Neuroptera) in some apple-orchards. Acta Phyto-pathol. Acad. Sci. Hung., v.16, n.1-2, p.157169, 1981.
  • TJEDER, B. Neuroptera - Planipennia. the lacewings of Southern Africa 4. Family Hemerobiidae. In: HANSTROM, B.; BRINCK, P.; RUDEBEC, G. (Eds.). South African life Stockholm: Swedish Natural Science Research Council, 1961. p.296-408 (South African Life, 8).

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    21 Jun 2024
  • Data do Fascículo
    Oct-Dec 2003

Histórico

  • Recebido
    20 Ago 2003
  • Aceito
    01 Dez 2003
Instituto Biológico Av. Conselheiro Rodrigues Alves, 1252 - Vila Mariana - São Paulo - SP, 04014-002 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: arquivos@biologico.sp.gov.br