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Adaptação transcultural para o Português Brasileiro do Perfil de Qualidade de Vida relacionado a Voz

RESUMO

Objetivo

Traduzir e adaptar de forma transcultural o Iranian Voice Quality of Life Profile (IVQLP) para o português brasileiro (PB).

Método

O processo de adaptação transcultural foi realizado por meio de cinco etapas: tradução do IVQLP para o PB por três especialistas nativos do PB e fluentes no inglês americano; elaboração de uma versão de consenso; retrotradução por um especialista nativo do inglês americano e fluente no PB; análise por um comitê de cinco especialistas e elaboração da versão final do instrumento em PB, denominado IVQLP-Br; e pré-teste. O IVQLP-Br tem o objetivo de avaliar os impactos da voz de uma forma mais abrangente, englobando vários domínios da vida dos indivíduos, apresenta 43 itens e uma chave de respostas de cinco pontos. Para o pré-teste foi acrescida como opção para o respondente a alternativa “não aplicável”. Participaram do pré-teste 36 indivíduos adultos com risco autorrelatado para disfonia.

Resultados

Na etapa de tradução 10 itens foram modificados e na retrotradução, 15 itens necessitaram de ajustes. Nenhum item precisou ser reformulado após a aplicação na população-alvo, pois a opção “não aplicável” apareceu em doze respostas, porém, sem significância estatística.

Conclusão

Conclui-se que a versão traduzida do IVQLP para o PB, denominado IVQLP-Br, apresentou equivalência transcultural e pode ser utilizada para uma análise mais detalhada do impacto da voz nos diferentes domínios da vida dos indivíduos. Após a validação, o IVQLP-Br poderá contribuir tanto para a prática clínica, quanto para pesquisas com falantes do PB.

Descritores:
Voz; Disfonia; Protocolos; Tradução; Fonoaudiologia; Autoavaliação

ABSTRACT

Purpose

To cross-culturally adapt the Voice Quality of Life Profile (IVQLP) into Brazilian Portuguese (BP).

Methods

The cross-cultural adaptation process was performed in five stages: translation of the IVQLP into BP by three native BP experts fluent in American English; preparation of a consensus version; back-translation by a native American English expert fluent in BP; analysis by a committee of five experts and preparation of the final version of the instrument in BP, which was named IVQLP-Br; and pre-testing. The IVQLP-Br aims to assess the impacts of the voice more comprehensively, encompassing various areas of an individual’s life. It has 43 items and a five-level response key. For the pre-test, the alternative “not applicable” was added as a response option. Thirty-six adults with self-reported risk of dysphonia participated in the pre-test.

Results

In the translation stage, ten items were modified, and during the back-translation, 15 items required adjustments. No questions required reformulation after the application of the IVQLP-Br in the target population, because the option “not applicable” appeared in 12 responses without statistical significance.

Conclusion

The version of the IVQLP translated into BP, named the IVQLP-Br, exhibited cross-cultural equivalence and was administrable for a more detailed analysis of the impact of the voice in different domains of an individual’s life. After validation, the IVQLP-Br will be able to contribute both to clinical practice and to research with BP speakers.

Keywords:
Voice; Dysphonia; Protocols; Translation; Speech Pathology; Self-assessment

INTRODUÇÃO

Qualquer dificuldade ou desvio da emissão vocal que impeça a produção natural da voz pode ser denominado de disfonia(11 Behlau M, Pontes P. Avaliação e tratamento das disfonias. São Paulo: Lovise; 1995.). A voz é multidimensional, e por isso, a disfonia pode impactar diversos aspectos da qualidade de vida dos indivíduos, sejam eles físicos, funcionais, emocionais ou culturais. Ela pode gerar limitações na comunicação interpessoal, estresse e ansiedade, além de isolamento social, dependendo do grau de comprometimento vocal e emocional(22 Dehqan A, Yadegari F, Scherer RC, Asgari A, Dabirmoghadam P. Iranian Voice Quality of Life Profile (IVQLP): factor Analysis. J Voice. 2017;31(5):576-82. http://doi.org/10.1016/j.jvoice.2017.01.001 PMid:28190663.
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).

Devido a importância da dimensão de autopercepção vocal no quadro de disfonia, a ASHA recomenda cinco procedimentos de avaliação multidimensional da voz, fazendo parte deles a autoavaliação do indivíduo a respeito do seu problema de voz(33 Patel RR, Awan SN, Barkmeier-Kraemer J, Courey M, Deliyski D, Eadie T, et al. Recommended protocols for instrumental assessment of voice: American Speech-Language-Hearing Association Expert Panel to Develop a Protocol for Instrumental Assessment of Vocal Function. Am J Speech Lang Pathol. 2018;27(3):887-905. http://doi.org/10.1044/2018_AJSLP-17-0009 PMid:29955816.
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). Além disso, tanto médicos como fonoaudiólogos na clínica vocal sugerem avaliação multidimensional para se compor um melhor diagnóstico do paciente(44 Behlau M, Madazio G, Vaiano T, Pacheco C, Badaró F. Voice evaluation – contribution of the speech-language pathologist voice specialist – SLP-V: part A. History of the problem and vocal behaviour data, self-assessment and auditory perceptual judgement. Hear Balance Commun. 2021;19(5):311-7. http://doi.org/10.1080/21695717.2021.2020509.
http://doi.org/10.1080/21695717.2021.202...
). Os dados da autoavaliação vocal não podem ser obtidos por meio de análises realizadas pelo clínico(55 Gasparini G, Behlau M. Quality of life: validation of the Brazilian version of the voice-related quality of life (V-RQOL) measure. J Voice. 2009;23(1):76-81. http://doi.org/10.1016/j.jvoice.2007.04.005 PMid:17628396.
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) e, portanto, essa dimensão de avaliação não pode ser desprezada. A autoavaliação de diversos aspectos de um problema é procedimento realizado pelo próprio sujeito por meio de instrumentos de análise da autopercepção, com itens relacionados ao objetivo que se quer avaliar, denominados de habilidade ou construto(66 Almeida LN, Nascimento JA, Behlau M, Roseno AV, Aguiar A, Almeida AA. Processo de validação de instrumentos de autoavaliação da voz no Brasil. Audiol Commun Res. 2021;26:e2364. http://doi.org/10.1590/2317-6431-2020-2364.
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).

A aplicação de instrumentos de autoavaliação vocal é uma estratégia importante, rápida e de fácil aplicação para compreender o impacto de um possível problema vocal na perspectiva do paciente. O resultado pode ajudar a estimar como será a adesão do paciente ao tratamento(77 Camargo MRMC, Zambon F, Moreti F, Behlau M. Translation and cross-cultural adaptation of the Brazilian version of the Adapted Borg CR10 for Vocal Effort Ratings. CoDAS. 2019;31(5):e20180112. http://doi.org/10.1590/2317-1782/20192018112 PMid:31691744.
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), além de ampliar a percepção do mesmo em relação ao seu problema de voz. Esses protocolos também permitem que os fonoaudiólogos coletem um conjunto de medidas válidas e confiáveis ​​que podem ser utilizadas em conjunto com os demais procedimentos que compõem a avaliação multidimensional da voz para observação da evolução do paciente.

Um dos construtos de grande relevância na área de voz que pode ser mensurado por meio de instrumentos de autoavaliação é a qualidade de vida. Ela é definida como a percepção do indivíduo de sua condição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações(88 The WHOQOL Group. The World Health Organization quality of life assessment (WHOQOL): position paper from the World Health Organization. Soc Sci Med. 1995;41(10):1403-9. PMid:8560308.). Essa definição inter-relaciona o meio ambiente com aspectos físicos, psicológicos, nível de independência, relações sociais e crenças pessoais(99 Fleck MPA. O instrumento de avaliação de qualidade de vida da Organização Mundial da Saúde (WHOQOL-100): características e perspectivas. Ciênc saúde coletiva. 2000;5(1):33-38.).

Devido à complexidade e subjetividade desse conceito, faz-se necessário que na clínica vocal haja instrumentos que investiguem como diferentes aspectos do quadro clínico(1010 Higginson IJ, Carr AJ. Measuring quality of life: using quality of life measures in the clinical setting. BMJ. 2001;322(7297):1297-300. http://doi.org/10.1136/bmj.322.7297.1297 PMid:11375237.
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) impactam na qualidade de vida do sujeito. Em português brasileiro há apenas um instrumento para análise da qualidade de vida relacionada a voz validado atualmente, o QVV – Qualidade de Vida em Voz(55 Gasparini G, Behlau M. Quality of life: validation of the Brazilian version of the voice-related quality of life (V-RQOL) measure. J Voice. 2009;23(1):76-81. http://doi.org/10.1016/j.jvoice.2007.04.005 PMid:17628396.
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).

Recentemente surgiu um instrumento denominado Iranian Voice Quality Of Life Profile (IVQLP)(22 Dehqan A, Yadegari F, Scherer RC, Asgari A, Dabirmoghadam P. Iranian Voice Quality of Life Profile (IVQLP): factor Analysis. J Voice. 2017;31(5):576-82. http://doi.org/10.1016/j.jvoice.2017.01.001 PMid:28190663.
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,1111 Dehqan A, Yadegari F, Asgari A, Scherer RC, Dabirmoghadam P. Development and Validation of an Iranian Voice Quality of Life Profile (IVQLP) Based on a Classic and Rasch Rating Scale Model (RSM). J Voice. 2017;31(1):113.e19-29. http://doi.org/10.1016/j.jvoice.2016.03.018 PMid:27342754.
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). Ele é de origem iraniana, composto por 43 itens, que se dividem nos fatores: físico (itens 1 a 5), que se refere a dificuldade ou não do indivíduo em utilizar a voz; emocional (itens 6 a 26), que diz respeito ao estado emocional decorrente ao uso da voz; e, funcional em relação ao trabalho, comunicação diária e atividades sociais (itens 27 a 43), itens relacionados ao uso da voz em ambientes que requerem uma comunicação mais efetiva. Trata-se de um protocolo de autoavaliação, validado, e que é considerado mais aprofundado na mensuração do impacto da disfonia na qualidade de vida do paciente, o que possibilita, a partir dos resultados, compreender com mais detalhes o impacto do problema de voz nos diferentes domínios que compõem a qualidade de vida, podendo contribuir na conduta clínica e em pesquisas científicas.

Os procedimentos de tradução, adaptação e validação de instrumentos vem crescendo de forma significativa na área da Fonoaudiologia no Brasil, porém ainda é necessário sistematizar o percurso metodológico. Para a realização da validação, é imprescindível passar pelas etapas citadas, bem como utilizar diretrizes internacionais que garantam a efetiva obtenção das propriedades psicométricas ou clinimétricas do teste(1212 Pernambuco L, Espelt A, Magalhães HV Jr, Lima KC. Recomendações para elaboração, tradução, adaptação transcultural e processo de validação de testes em Fonoaudiologia. CoDAS. 2017;29(3):e20160217. http://doi.org/10.1590/2317-1782/20172016217 PMid:28614460.
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).

Para a aplicação de um instrumento em um novo idioma e cultura há diferentes recomendações na literatura.

As recomendações internacionais do Scientific Advisory Committee (SAC) of Medical Outcome Trust(1313 Aaronson N, Alonso J, Burnam A, Lohr KN, Patrick DL, Perrin E, et al. Assessing health status and quality-of-life instruments: attributes and review criteria. Qual Life Res. 2002;11(3):193-205. http://doi.org/10.1023/A:1015291021312 PMid:12074258.
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) são as mais aceitas na área de Voz. O SAC recomenda que a adaptação transcultural seja composta pelas etapas de tradução, síntese, retrotradução, análise por um comitê de especialistas e pré-teste.

Dessa forma, para que seja possível utilizar o IVQLP no Brasil, faz-se necessário realizar sua tradução e adaptação transcultural para o português brasileiro, de acordo com as recomendações do SAC.

Após essa etapa de adaptação, inicia-se o processo de validação que também tem como base as etapas do SAC, sendo elas: modelo conceitual e de medida; confiabilidade; validade; sensibilidade; interpretabilidade; demanda de administração e resposta; modos alternativos de aplicação e adaptação linguística e cultural(66 Almeida LN, Nascimento JA, Behlau M, Roseno AV, Aguiar A, Almeida AA. Processo de validação de instrumentos de autoavaliação da voz no Brasil. Audiol Commun Res. 2021;26:e2364. http://doi.org/10.1590/2317-6431-2020-2364.
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).

Sabemos que outros instrumentos, como o QVV(55 Gasparini G, Behlau M. Quality of life: validation of the Brazilian version of the voice-related quality of life (V-RQOL) measure. J Voice. 2009;23(1):76-81. http://doi.org/10.1016/j.jvoice.2007.04.005 PMid:17628396.
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) e o Índice de Desvantagem Vocal - IDV(1414 Costa T, Oliveira G, Behlau M. Validação do Voice Handicap Index: 10 (VHI-10) para o português brasileiro. CoDAS. 2013;25(5):482-5. http://doi.org/10.1590/S2317-17822013000500013 PMid:24408554.
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) são amplamente aceitos, validados e utilizados em diversas línguas. Contudo, foram protocolos pioneiros, mais antigos e propostos sem o rigor científico atualmente presente nos instrumentos mais modernos, como o IVQLP. Além disso, a adaptação será o primeiro passo para que seja iniciado o processo de validação do instrumento, para que uma nova possibilidade de escolha clínica será dada ao fonoaudiólogo, que poderá contar com mais dimensões de análise com esse novo instrumento, explorando outros aspectos de influência de um problema de voz na qualidade de vida. Por essas razões, entende-se que o IVQLP mereça adaptação transcultural ao português brasileiro e posterior validação, por analisar de uma forma mais detalhada o impacto da voz nos diferentes domínios da vida dos indivíduos, além de contribuir tanto para a prática clínica, quanto para pesquisas.

Dessa forma, o objetivo deste estudo foi adaptar transculturalmente o instrumento IVQLP para português brasileiro.

MÉTODO

Trata-se de um estudo observacional transversal. A presente pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Sergipe (CAAE:47463021.9.0000.5546 de 01/10/2021). Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

Os procedimentos realizados seguiram as recomendações internacionais do SACC of Medical Outcome Trust (1313 Aaronson N, Alonso J, Burnam A, Lohr KN, Patrick DL, Perrin E, et al. Assessing health status and quality-of-life instruments: attributes and review criteria. Qual Life Res. 2002;11(3):193-205. http://doi.org/10.1023/A:1015291021312 PMid:12074258.
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). As etapas foram: tradução, síntese, retrotradução, análise por um comitê especialista e pré-teste.

Tradução

O IVQLP foi traduzido para o português brasileiro por três fonoaudiólogos brasileiros, especialistas em voz, nativos do português brasileiro e falantes do inglês americano. Os tradutores foram orientados a realizarem a tradução conceitual de acordo com os aspectos culturais do idioma alvo.

Síntese

Foi elaborada uma versão de síntese entre as traduções. Para isso considerou-se a concordância entre as três traduções. As discordâncias foram resolvidas pelos autores.

Retrotradução

A versão síntese em PB foi retrotraduzida por um fonoaudiólogo, especialista em voz, nativo do inglês americano e fluente no português brasileiro.

Análise do comitê de especialistas

Participaram do comitê de especialistas cinco fonoaudiólogos brasileiros, especialistas em voz, nativos do português brasileiro e falantes do inglês americano. O comitê foi composto por fonoaudiólogos especialistas em voz que não haviam participado das etapas anteriores.

A versão retrotraduzida foi inicialmente comparada à versão original em inglês do instrumento, a fim de verificar possíveis incoerências conceituais. Os problemas encontrados foram discutidos e, quando necessário, modificações foram realizadas, chegando-se a uma versão final em português brasileiro.

Pré-teste

A versão final do instrumento em português brasileiro foi aplicada em indivíduos da população-alvo. Para o pré-teste, os indivíduos da população-alvo responderam a versão final traduzida e adaptada para o PB do IVQLP. Trata-se de um instrumento com 43 itens e uma chave de resposta em escala Likert de quatro pontos, que vai de não é um problema (1) a é um grande problema (4). Para o pré-teste foi acrescentada a chave da resposta a opção “não aplicável”, para identificação de itens não compreendidos ou não apropriados para a população-alvo ou para a cultura brasileira.

O recrutamento dos participantes para o pré-teste foi realizado por meio da divulgação em redes sociais e pelo e-mail institucional de um convite para participar da pesquisa que continha o link de participação. A coleta de dados foi realizada no formato on-line pelo Google Forms, onde houve 52 respondentes.

Para a seleção da amostra os voluntários responderam a um questionário amostral com perguntas diretas relacionadas aos critérios de inclusão e exclusão (Apêndice A Apêndice A QUESTIONÁRIO Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino Idade: Possui queixa vocal: ( ) Sim ( ) Não Possui alterações neurológicas: ( ) Sim ( ) Não Possui alterações cognitivas: ( ) Sim ( ) Não ) como a presença de queixa vocal, alterações neurológicas ou cognitivas, além de responderem também a versão validada em PB do Índice de Desvantagem Vocal (IDV-10)(1414 Costa T, Oliveira G, Behlau M. Validação do Voice Handicap Index: 10 (VHI-10) para o português brasileiro. CoDAS. 2013;25(5):482-5. http://doi.org/10.1590/S2317-17822013000500013 PMid:24408554.
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). Os participantes que relataram nesse questionário alterações neurológicas ou cognitivas que não permitia compreender os itens do instrumento da pesquisa foram excluídos. Foram incluídos nessa etapa os participantes com idade entre 18 e 60 anos, nacionalidade brasileira, na faixa de risco para disfonia (IDV-10 com escore acima do ponto de corte de 7,5 pontos), totalizando 36 participantes.

O IDV-10 é um protocolo de autoavaliação que avalia a autopercepção do impacto de alteração vocal, composto por 10 itens e uma chave de resposta de 5 níveis, entre nunca (0) e sempre (4). O instrumento produz um escore total único, calculado por somatório simples das respostas de seus itens, podendo variar de 0 (nenhuma desvantagem) e 40 (desvantagem máxima). O instrumento possui um ponto de corte de 7,5 pontos, sendo que os participantes que têm escores de 8 ou mais pontos são considerados com risco para disfonia(1414 Costa T, Oliveira G, Behlau M. Validação do Voice Handicap Index: 10 (VHI-10) para o português brasileiro. CoDAS. 2013;25(5):482-5. http://doi.org/10.1590/S2317-17822013000500013 PMid:24408554.
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).

A análise de dados do pré-teste foi realizada com o software SPSS 25.0. Foi realizada a comparação da proporção de respostas não-aplicáveis e da proporção de indivíduos que marcaram opções habituais da chave de resposta do instrumento (respostas na escala de likert de 1 a 4) com o Teste de Igualdade de Duas Proporções. O valor de p<0,05 foi considerado significante.

RESULTADOS

O processo de tradução, síntese, retrotradução e análise do comitê de especialistas encontra-se no Quadro 1. Na síntese da tradução houve consenso em 33 itens. Os itens que não apresentaram consenso foram: 3, 12, 17, 25, 29, 31, 36, 37, 38 e 43. Esses itens foram ajustados pelos autores com o objetivo de se conseguir uma linguagem mais fácil e clara para os respondentes.

Quadro 1
Processo de tradução, síntese, retrotradução e análise do comitê de especialistas Voice Quality of Life Profile (IVQLP)

Após a retrotradução, na análise do comitê de especialistas, foram necessários ajustes em 15 itens: 4, 5, 10, 13, 14, 17, 27, 28, 29, 30, 33, 34, 35, 38 e 43. O pronome “eu” foi acrescentado em todas as afirmações para evitar dúvida ou erro de interpretação. No instrumento original, “Por causa da minha voz” vinha descrita somente antes dos itens 6 e 33. Para facilitar a compreensão e evitar erro ao interpretar as afirmativas, o comitê de especialistas incluiu “Por causa da minha voz” no início dos itens 6 a 43.

Participaram do pré-teste 36 adultos na faixa de risco para distúrbios vocais, com idade média de 39,39±13,15 anos, sendo 25 do sexo feminino e 11 do sexo masculino. Dos participantes, 32 (88,89%) possuíam queixa vocal e 4 (11,11%) não possuíam.

No pré-teste, a opção “não aplicável” foi marcada nos itens 4, 5, 6, 7, 12, 13, 14, 18, 32 e 34. Porém, a proporção de marcação da opção não aplicável foi significativamente menor que a das opções da chave de resposta tradicional para todos os itens do instrumento no pré-teste (Tabela 1).

Tabela 1
Análise do pré-teste na população-alvo

A versão final do IVQLP traduzida e adaptada para o PB foi denominada de IVQLP-Br (Anexo A Apêndice A QUESTIONÁRIO Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino Idade: Possui queixa vocal: ( ) Sim ( ) Não Possui alterações neurológicas: ( ) Sim ( ) Não Possui alterações cognitivas: ( ) Sim ( ) Não ), apresenta 43 itens, e uma chave de respostas de quatro níveis.

DISCUSSÃO

Os protocolos de autoavaliação têm sido muito utilizados na prática clínica na área da saúde a fim de compreender o impacto de um possível problema vocal na perspectiva do paciente, além de ajudar a estimar sua adesão ao tratamento(22 Dehqan A, Yadegari F, Scherer RC, Asgari A, Dabirmoghadam P. Iranian Voice Quality of Life Profile (IVQLP): factor Analysis. J Voice. 2017;31(5):576-82. http://doi.org/10.1016/j.jvoice.2017.01.001 PMid:28190663.
http://doi.org/10.1016/j.jvoice.2017.01....
,55 Gasparini G, Behlau M. Quality of life: validation of the Brazilian version of the voice-related quality of life (V-RQOL) measure. J Voice. 2009;23(1):76-81. http://doi.org/10.1016/j.jvoice.2007.04.005 PMid:17628396.
http://doi.org/10.1016/j.jvoice.2007.04....
,77 Camargo MRMC, Zambon F, Moreti F, Behlau M. Translation and cross-cultural adaptation of the Brazilian version of the Adapted Borg CR10 for Vocal Effort Ratings. CoDAS. 2019;31(5):e20180112. http://doi.org/10.1590/2317-1782/20192018112 PMid:31691744.
http://doi.org/10.1590/2317-1782/2019201...
,1111 Dehqan A, Yadegari F, Asgari A, Scherer RC, Dabirmoghadam P. Development and Validation of an Iranian Voice Quality of Life Profile (IVQLP) Based on a Classic and Rasch Rating Scale Model (RSM). J Voice. 2017;31(1):113.e19-29. http://doi.org/10.1016/j.jvoice.2016.03.018 PMid:27342754.
http://doi.org/10.1016/j.jvoice.2016.03....
,1414 Costa T, Oliveira G, Behlau M. Validação do Voice Handicap Index: 10 (VHI-10) para o português brasileiro. CoDAS. 2013;25(5):482-5. http://doi.org/10.1590/S2317-17822013000500013 PMid:24408554.
http://doi.org/10.1590/S2317-17822013000...

15 Zambon F, Moreti F, Nanjundeswaran C, Behlau M. Equivalência cultural da versão brasileira do Vocal Fatigue Index – VFI. CoDAS. 2017;29(2):e20150261. http://doi.org/10.1590/2317-1782/20172015261 PMid:28300936.
http://doi.org/10.1590/2317-1782/2017201...
-1616 Behlau M, Oliveira G, Santos LMA, Ricarte A. Validação no Brasil de protocolos de auto-avaliação do impacto de uma disfonia. Pró-Fono Rev Atual Cient. 2009;21(4):326-32. http://doi.org/10.1590/S0104-56872009000400011.
http://doi.org/10.1590/S0104-56872009000...
).

A adaptação transcultural dos instrumentos de autoavaliação tem em vista a adequação para sua aplicabilidade na população desejada. Por meio dela é possível que as diferenças socioculturais entre as culturas e os idiomas sejam resolvidas, não sendo, dessa forma, uma mera tradução. A adaptação e posterior validação do instrumento tem sido muito utilizada nas áreas da Fonoaudiologia para fornecer instrumentos com boas propriedades psicométricas em português brasileiro para a clínica vocal(1515 Zambon F, Moreti F, Nanjundeswaran C, Behlau M. Equivalência cultural da versão brasileira do Vocal Fatigue Index – VFI. CoDAS. 2017;29(2):e20150261. http://doi.org/10.1590/2317-1782/20172015261 PMid:28300936.
http://doi.org/10.1590/2317-1782/2017201...
,1616 Behlau M, Oliveira G, Santos LMA, Ricarte A. Validação no Brasil de protocolos de auto-avaliação do impacto de uma disfonia. Pró-Fono Rev Atual Cient. 2009;21(4):326-32. http://doi.org/10.1590/S0104-56872009000400011.
http://doi.org/10.1590/S0104-56872009000...
).

O IVQLP, protocolo originalmente iraniano, já utilizado na língua inglesa, tem se destacado por ser um instrumento mais aprofundado que os instrumentos já validados para o português brasileiro. Provavelmente isso ocorre porque ele traz uma análise de um número maior de domínios relacionados a qualidade de vida em voz. Ele é composto por itens dos domínios físico,emocional e funcional, sendo que esse último se subdivide ainda em três subescalas, funcional em relação ao trabalho, comunicação diária e atividades sociais do paciente. É possível observar que o IVQLP aprofunda-se na relação voz x emocional e voz x relação com o trabalho, como vemos na questão 25 por exemplo, que diz “por causa da minha voz, eu me sinto incapaz”, ou ainda na questão 30, “por causa da minha voz, eu tive problemas para ser promovido no meu trabalho”, buscando reconhecer de forma aprofundada o impacto da voz nos diferentes domínios da vida dos indivíduos, o que contribui para um planejamento terapêutico direcionado às necessidades do paciente. Além disso, parece ser um interessante instrumento a ser usado nas pesquisas com os falantes do Português Brasileiro.

Para a tradução e adaptação transcultural do instrumento para o português brasileiro, três fonoaudiólogos especialistas em voz e fluentes no inglês, realizaram traduções do mesmo. A partir disso, uma versão de síntese foi elaborada e os próprios autores resolveram as discordâncias existentes entre si. Em seguida, foi realizada a retrotradução, em que o comitê de especialistas, necessitou ajustar 15 itens, além de acrescentar a frase “Por causa da minha voz” antes das questões de 6 a 43, a fim de deixar as afirmações mais claras, evitando assim, dúvidas ou erros de interpretação.

No pré-teste foi observado que a opção de resposta “não aplicável” foi assinalada doze vezes, sendo 2 vezes nos itens 4 e 6, e uma vez nos itens 5, 7, 12, 13, 14, 18, 32 e 34. Porém, esses números não obtiveram proporção significativamente maior que as opções da chave de resposta tradicional para nenhum dos itens do instrumento no pré-teste, portanto nenhuma questão precisou ser modificada. Entende-se que, de um modo geral, a população-alvo compreendeu os 43 itens, e que eles são aplicáveis no PB.

Dessa forma, foi possível produzir uma versão adaptada transculturalmente para o PB do IVQLP(1010 Higginson IJ, Carr AJ. Measuring quality of life: using quality of life measures in the clinical setting. BMJ. 2001;322(7297):1297-300. http://doi.org/10.1136/bmj.322.7297.1297 PMid:11375237.
http://doi.org/10.1136/bmj.322.7297.1297...
,1111 Dehqan A, Yadegari F, Asgari A, Scherer RC, Dabirmoghadam P. Development and Validation of an Iranian Voice Quality of Life Profile (IVQLP) Based on a Classic and Rasch Rating Scale Model (RSM). J Voice. 2017;31(1):113.e19-29. http://doi.org/10.1016/j.jvoice.2016.03.018 PMid:27342754.
http://doi.org/10.1016/j.jvoice.2016.03....
), chamada IVQLP-Br. Entendemos que esse instrumento possa contribuir na clínica vocal, acrescentando informações úteis para o manejo do caso. Embora mais longo que outros questionários disponíveis para a clínica vocal, como o IDV(1414 Costa T, Oliveira G, Behlau M. Validação do Voice Handicap Index: 10 (VHI-10) para o português brasileiro. CoDAS. 2013;25(5):482-5. http://doi.org/10.1590/S2317-17822013000500013 PMid:24408554.
http://doi.org/10.1590/S2317-17822013000...
) e o QVV(55 Gasparini G, Behlau M. Quality of life: validation of the Brazilian version of the voice-related quality of life (V-RQOL) measure. J Voice. 2009;23(1):76-81. http://doi.org/10.1016/j.jvoice.2007.04.005 PMid:17628396.
http://doi.org/10.1016/j.jvoice.2007.04....
), é mais abrangente que este último, o único que aborda o conceito de qualidade de vida, até então. Contudo, o presente estudo ateve-se apenas à adaptação transcultural e é necessário a continuidade do estudo com a realização da validação para demonstrar as propriedades psicométricas do instrumento e comprovar que o IVQLP-Br é válido, confiável e tem boa acurácia diagnóstica em PB.

CONCLUSÃO

Conclui-se que a versão traduzida do IVQLP para o PB, denominada IVQLP-Br, apresentou equivalência transcultural, e, após todas as etapas da validação serem concluídas, poderá ser utilizada para uma observação mais aprofundada dos impactos da voz nos diferentes domínios da vida dos indivíduos, podendo contribuir tanto para a prática clínica, quanto para pesquisas com falantes do PB.

Apêndice A QUESTIONÁRIO

Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino

Idade:

Possui queixa vocal: ( ) Sim ( ) Não

Possui alterações neurológicas: ( ) Sim ( ) Não

Possui alterações cognitivas: ( ) Sim ( ) Não

Anexo A. Perfil de qualidade de vida relacionado à voz (IVQLP-Br)

Responda às seguintes perguntas dependendo do tamanho do seu problema. Use a seguinte escala:

1 = nenhum, não é um problema

2 = é um problema pequeno

3 = é um problema moderado

4 = é um problema grande

1. Eu tenho problemas para falar muito ao telefone 1 2 3 4
2. Eu tenho problemas para falar alto 1 2 3 4
3. Eu tenho dor de cabeça quando eu falo 1 2 3 4
4. Eu tenho problemas para manter a minha voz quando eu falo 1 2 3 4
5. A minha voz às vezes está boa e às vezes ruim 1 2 3 4
6. Por causa da minha voz, eu fico nervoso (a) 1 2 3 4
7. Por causa da minha voz, eu sinto que incomodo os outros 1 2 3 4
8. Por causa da minha voz, eu tenho dificuldades para fazer amigos 1 2 3 4
9. Por causa da minha voz, eu perdi a autoconfiança 1 2 3 4
10. Por causa da minha voz, eu tenho problemas para expressar quem eu sou 1 2 3 4
11. Por causa da minha voz, eu tenho problemas para expressar minhas ideias 1 2 3 4
12. Por causa da minha voz, eu fico com vergonha 1 2 3 4
13. Por causa da minha voz, eu perco a calma 1 2 3 4
14. Por causa da minha voz, eu sou ridicularizado (a) 1 2 3 4
15. Por causa da minha voz, eu me sinto rejeitado (a) e sozinho (a) 1 2 3 4
16. Por causa da minha voz, eu me sinto frustrado (a) 1 2 3 4
17. Por causa da minha voz, eu evito responder aos outros 1 2 3 4
18. Por causa da minha voz, eu me sinto ansioso (a) 1 2 3 4
19. Por causa da minha voz, eu não tenho esperança no futuro 1 2 3 4
20. Por causa da minha voz, eu congelo quando falo 1 2 3 4
21. Por causa da minha voz, eu me sinto humilhado (a) 1 2 3 4
22. Por causa da minha voz, eu me sinto deprimido (a) 1 2 3 4
23. Por causa da minha voz, eu estou mais agressivo (a) 1 2 3 4
24. Por causa da minha voz, eu estou mais frágil 1 2 3 4
25. Por causa da minha voz, eu me sinto incapaz 1 2 3 4
26. Por causa da minha voz, eu sinto que os outros não levam as minhas opiniões a sério 1 2 3 4
27. Por causa da minha voz, meu desempenho no trabalho foi prejudicado 1 2 3 4
28. Por causa da minha voz, eu perdi meu trabalho 1 2 3 4
29. Por causa da minha voz, eu estou ganhando menos e tenho problemas financeiros 1 2 3 4
30. Por causa da minha voz, eu tive problemas para ser promovido no meu trabalho 1 2 3 4
31. Por causa da minha voz, eu perdi oportunidades no meu trabalho 1 2 3 4
32. Por causa da minha voz, eu fui rebaixado (a) no meu trabalho 1 2 3 4
33. Por causa da minha voz, eu tenho problemas em me comunicar 1 2 3 4
34. Por causa da minha voz, eu evito falar sempre que possível 1 2 3 4
35. Por causa da minha voz, eu sou mal interpretado (a) pelos outros 1 2 3 4
36. Por causa da minha voz, os outros têm dificuldades em entender o que eu falo 1 2 3 4
37. Por causa da minha voz, eu evito fazer perguntas em várias situações 1 2 3 4
38. Por causa da minha voz, as pessoas pedem para eu falar mais alto 1 2 3 4
39. Por causa da minha voz, as pessoas pedem para eu falar mais claro 1 2 3 4
40. Por causa da minha voz, eu tenho dificuldades de falar em locais barulhentos 1 2 3 4
41. Por causa da minha voz, eu tenho problemas para participar de atividades sociais 1 2 3 4
42. Por causa da minha voz, eu evito falar em público 1 2 3 4
43. Por causa da minha voz, eu participo menos das decisões familiares 1 2 3 4
  • Trabalho realizado no Centro de Estudos da Voz – CEV - São Paulo (SP), Brasil.
  • Fonte de financiamento: nada a declarar.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    31 Maio 2024
  • Data do Fascículo
    2024

Histórico

  • Recebido
    06 Fev 2023
  • Aceito
    07 Ago 2023
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