EDITORIAL Cenários da Saúde Indígena e desafios para as Políticas Públicas Santos, Ricardo Ventura Garnelo, Luiza Tavares, Felipe Guimarães Tavares, Inara do Nascimento Pontes, Ana Lucia de Moura |
ARTIGO TEMÁTICO Os sentidos da atenção diferenciada para os profissionais de saúde no DSEI Alto Rio Negro-AM, Brasil Feitosa, Maria Rosineide Gama Pontes, Ana Lucia de Moura Resumo em Português: Resumo Este artigo discute os sentidos dados à diretriz da atenção diferenciada pelos profissionais de saúde da Equipe Multidisciplinar da Saúde Indígena (EMSI) que atuam no Distrito Sanitário Especial Indígena do Alto Rio Negro. Estudo qualitativo exploratório, a partir da perspectiva da hermenêutica-dialética, com características descritivas e analíticas, no qual foram realizadas 15 entrevistas semiestruturadas com profissionais das Equipes Multidisciplinares da Saúde Indígena e procedeu-se à análise de conteúdo. Como resultado das análises, são apresentados quatro núcleos de sentidos: Atenção diferenciada como um modo de fazer atenção primária no território; Atuação realizada de acordo com as diferenças culturais da população; Autoatenção, medicina tradicional e a construção dos itinerários terapêuticos; e Desafios e dificuldades dos profissionais em lidar com os cuidados tradicionais. Na percepção dos profissionais, a atenção diferenciada está vinculada a condições de realização do trabalho nessa modalidade de atenção primária e, para a sua atuação, destacam a necessidade de respeitar as diferenças culturais da população assistida. Os profissionais reconhecem os usos e efetividade das práticas e conhecimentos indígenas, e as especificidades por regiões.Resumo em Espanhol: Resumen Este artículo analiza los sentidos que le otorgan a la diretriz de atención diferenciada los profesionales de la salud del Equipo Multidisciplinario de Salud Indígena (EMSI) que actúan en el Distrito Especial de Salud Indígena Alto Río Negro. Se trata de un estudio cualitativo exploratorio, desde la perspectiva de la hermenéutica-dialéctica, con características descriptivas y analíticas, en el que se realizaron 15 entrevistas semiestructuradas a profesionales de los Equipos Multidisciplinarios de Salud Indígena y se realizó análisis de contenido. Se presentan cuatro sentidos centrales como resultado de los análisis: a) Atención diferenciada como forma de brindar atención primaria en el territorio; b) Acción realizada de acuerdo con las diferencias culturales de la población; c) Autocuidado, medicina tradicional y construcción de itinerarios terapéuticos; y d) Desafíos y dificultades que enfrentan los profesionales al abordar el cuidado tradicional. En la percepción de los profesionales, la atención diferenciada está vinculada a las condiciones para el desempeño del trabajo en ese tipo de atención primaria y, para su actuación, destacan la necesidad de respetar las diferencias culturales de la población asistida. Los profesionales reconocen los usos y la eficacia de las prácticas y conocimientos indígenas, y las especificidades por región. Sin embargo, reportan dificultades y falta de apoyo para implementar una atención diferenciada de calidad.Resumo em Inglês: Abstract This article discusses the meanings of differentiated health care guideline given by health professionals from the Indigenous Health Multidisciplinary Team (EMSI) who work at the Alto Rio Negro Special Indigenous Health District (DSEI-ARN). This exploratory, descriptive, analytical, and qualitative study conducted 15 semi-structured interviews with professionals from the Indigenous Health Multidisciplinary Teams of the DSEI-ARN, which were submitted to content analysis. The four meaning cores identified from the analyses were: Differentiated care as a way of providing primary care in the territory; Actions conducted under the population’s cultural differences; Self-care, traditional medicine, and the construction of therapeutic itineraries; and Professionals’ challenges and difficulties in addressing traditional indigenous health care. In the professionals’ perspective, differentiated health care is linked to the conditions for working in this primary care type. For their performance, they refer to the need to respect the cultural differences of the Indigenous population. Professionals recognize the use and effectiveness of Indigenous practices, knowledge, and regional specificities. |
ARTIGO TEMÁTICO Implementação da Política de Saúde Indígena: uma análise etnográfica das práticas assistenciais no Alto Rio Solimões Cerri, Roberta Aguiar Garnelo, Luiza Resumo em Português: Resumo Este estudo analisa a implementação da política de saúde indígena, focando nas práticas assistenciais das equipes de saúde do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena no Alto Rio Solimões, região amazônica. Utilizando a etnografia como recurso metodológico, investiga-se a dinâmica entre participantes, discursos e poder na execução da política, revelando uma complexa interconexão entre as práticas e outras realidades contextuais. Três fenômenos emergem como influências críticas nas práticas assistenciais: o modelo médico-assistencial, o modelo sanitarista e a cultura do desempenho. Os modelos médico-assistencial e sanitarista se perpetuam. A cultura do desempenho introduz um paradigma de controle baseado em indicadores quantitativos e metas pré-definidas, afetando a identidade profissional, as interações sociais e a eficácia das ações. Às margens da instituição, outras práticas diárias são induzidas pelas necessidades temporais, sentimentos subjetivos e redes locais de poder desafiando estruturas e convenções sociais. A política de saúde indígena foi reformulada pelas práticas influenciadas por velhas políticas, e remodeladas pelas técnicas induzidas pela burocracia, distanciando-se de sua agenda ideológica.Resumo em Espanhol: Resumen Este estudio analiza la implementación de la política de salud indígena, centrándose en las prácticas asistenciales de los equipos de salud del Subsistema de Atención a la Salud Indígena en el Alto Rio Solimões, en la región amazónica. Utilizando la etnografía como recurso metodológico, se investigan las dinámicas entre participantes, discursos y poder en la ejecución de la política, revelando una compleja interconexión entre las prácticas y otras realidades contextuales. Tres fenómenos emergen como influencias críticas en las prácticas asistenciales: el modelo médico-asistencial, el modelo sanitarista y la cultura del desempeño. Los modelos médico-asistencial y sanitarista se perpetúan. La cultura del desempeño introduce un paradigma de control basado en indicadores cuantitativos y metas predefinidas, afectando la identidad profesional, las interacciones sociales y la eficacia de las acciones. A las márgenes de la institución, otras prácticas cotidianas son inducidas por necesidades temporales, sentimientos subjetivos y redes locales de poder, desafiando estructuras y convenciones sociales. La política de salud indígena ha sido reformulada por prácticas influenciadas por antiguas políticas, y remodelada por técnicas inducidas por la burocracia, distanciándose de su agenda ideológica.Resumo em Inglês: Abstract This study analyzes the implementation of the Indigenous Health Policy, focusing on the care practices of health teams of the Indigenous Health Care Subsystem in the Upper Solimões River in the Amazon region. Using ethnography as a methodological resource, the dynamics among participants, discourses, and power in the implementation of the policy are investigated, revealing a complex interconnection between practices and other contextual realities. Three phenomena emerge as critical influences on care practices: the medical-care model, the sanitation model, and the culture of performance. The medical-care and sanitation models are perpetuated. The culture of performance introduces a control paradigm based on quantitative indicators and pre-defined goals, affecting professional identity, social interactions, and the effectiveness of actions. On the margins of the institution, other daily practices are induced by temporal needs, subjective feelings, and local networks of power, thus challenging social structures and conventions. The Indigenous Health Policy was reformulated by practices influenced by old policies and was remodeled by techniques induced by bureaucracy, distancing itself from its ideological agenda. |
ARTIGO TEMÁTICO Estratégias governamentais e comunitárias em Pernambuco, Brasil, para o enfrentamento da COVID-19 Casanova, Ângela Oliveira Marchon-Silva, Verônica Reis, Ana Cristina Gomes, Marcelly de Freitas Cesaro, Bruna Campos De Souza, Rafaela Barros Chagas de Cunha, Maria Luiza Silva Cruz, Marly Marques da Resumo em Português: Resumo Este estudo de caso buscou analisar arranjos e estratégias da rede de atores no território do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Pernambuco para a garantia do direito à saúde dos indígenas na pandemia da COVID-19. A pesquisa foi realizada através de análise documental, oficina de trabalho e pesquisa de campo. O Plano de Contingência para COVID-19 em Povos Indígenas do DSEI Pernambuco contemplou ações de vigilância, assistência laboratorial e farmacêutica, comunicação e gestão. Com a modelização deste documento, percebeu-se que não foram integradas ações voltadas para as especificidades locais: em seu desenho inicial, desde o nível nacional, lideranças indígenas não foram ouvidas para a adequação deste plano. Por outro lado, destaca-se a ação destas lideranças e sua mobilização para mitigar os efeitos da pandemia na população. Fatores contextuais foram citados como facilitadores e dificultadores da implementação do plano; e o mapeamento da rede sociotécnica local permitiu identificar atores e actantes estratégicos no enfrentamento da pandemia da COVID-19 e verificar a sua atuação ou inoperância. Os achados deste estudo refletem problemas recorrentes da organização do sistema de saúde indígena.Resumo em Espanhol: Resumen Este estudio de caso buscó analizar los dispositivos y estrategias de la red de actores en el territorio del Distrito Sanitario Especial Indígena (DSEI) de Pernambuco para garantizar el derecho a la salud de los indígenas durante la pandemia de la COVID-19. La investigación se llevó a cabo mediante análisis documental, un taller e investigación de campo. El Plan de Contingencia para COVID-19 en Pueblos Indígenas del DSEI Pernambuco incluía acciones de vigilancia, asistencia laboratorial y farmacéutica, comunicación y gestión. Con la modelización de este documento, se observó que no se integraron acciones dirigidas a las especificidades locales: en su diseño inicial, desde el nivel nacional, no se escuchó a los líderes indígenas para la adecuación de este plan. Por otro lado, se destacan las acciones de estos líderes y su movilización para mitigar los efectos de la pandemia en la población. Los factores contextuales fueron citados como facilitadores y obstaculizadores de la implementación del plan; y el mapeo de la red sociotécnica local permitió identificar actores y actantes estratégicos en el enfrentamiento a la pandemia de la COVID-19 y verificar su acción o inacción. Los hallazgos de este estudio reflejan problemas recurrentes en la organización del sistema de salud indígena.Resumo em Inglês: Abstract This case study analyzed arrangements and strategies of the network actors in the Special Indigenous Sanitary District (DSEI) Pernambuco’s territory to guarantee the right to health of Indigenous populations during the COVID-19 pandemic. This work was carried out through document analysis, workshops, and field research. The Contingency Plan for COVID-19 in Indigenous Peoples of DSEI Pernambuco included surveillance actions, laboratory and pharmaceutical assistance, communication, and management. With the modeling of this document, it was noticed that actions aimed at local specificities were not integrated: in its initial design, at the national level, the voice of Indigenous leaders was not heard when formulating this plan. By contrast, the actions of these leaders and their mobilization to mitigate the effects of the pandemic on the Indigenous population stands out. Contextual factors were cited as facilitators and obstacles to the plan’s implementation; the local sociotechnical network mapping also made it possible to identify strategic actors and actants in the face of the COVID-19 pandemic and verify their performance or ineffectiveness. The findings of this study reflect recurrent problems in the organization of the Indigenous health system. |
ARTIGO TEMÁTICO Saúde mental na comunidade Tupinambá da Serra do Padeiro, sul da Bahia, Brasil: comunidade e luta como fontes de saúde Mendes, Leonardo José de Alencar Varga, István van Deursen Torrenté, Mônica de Oliveira Nunes de Resumo em Português: Resumo Este trabalho apresenta concepções e práticas ligadas à saúde mental na comunidade indígena Tupinambá da Serra do Padeiro, no sul da Bahia. Pesquisa de natureza qualitativa, utiliza o método da cartografia para mapeamento de processos e relações existentes no território Tupinambá. Observação participante, entrevistas semiestruturadas, diário de campo e estudos bibliográficos foram as técnicas de produção de dados. A responsabilidade compartilhada caracteriza o modo como se organiza o cuidado da medicina indígena no território. Os fatores de produção do sofrimento psicossocial, as práticas de cuidado e de enfrentamento dos conflitos, são compreendidos a partir das interações entre modos de cuidado indígenas e não-indígenas. A inseparabilidade entre psíquico e social conjuga-se com as dimensões territoriais, reforçando a ligação entre saúde mental e o cotidiano comunitário. A luta pelo território possibilita a reconstrução de um ethos subjetivo que recusa a servidão, deslocando-se de condições de precariedade e subalternização anteriores, com a expulsão do território, para outros processos de subjetivação mais autônomos e coletivos. O exemplo da Serra do Padeiro colabora para levantar que a saúde maior, quem dá, é a luta.Resumo em Espanhol: Resumen Este trabajo presenta conceptos y prácticas relacionados con la salud mental en la comunidad indígena Tupinambá de Serra do Padeiro, en el sur de Bahía. Esta investigación cualitativa utiliza el método cartográfico para mapear los procesos y relaciones existentes en el territorio Tupinambá. La observación participante, las entrevistas semiestructuradas, los diarios de campo y los estudios bibliográficos fueron las técnicas utilizadas para producir los datos. La responsabilidad compartida caracteriza la forma en que se organiza el cuidado de la medicina indígena en el territorio. Los factores que producen sufrimiento psicosocial, las prácticas de atención y el enfrentamiento de los conflictos se comprenden a partir de las interacciones entre los modos de atención indígenas y no indígenas. La inseparabilidad entre lo psíquico y lo social se combina con las dimensiones territoriales, reforzando el vínculo entre la salud mental y la vida cotidiana de la comunidad. La lucha por el territorio permite reconstruir un ethos subjetivo que rechaza la servidumbre, pasando de condiciones anteriores de precariedad y subalternización, con la expulsión del territorio, a otros procesos de subjetivación más autónomos y colectivos. El ejemplo de Serra do Padeiro demuestra que la mayor fuente de salud proviene de la lucha.Resumo em Inglês: Abstract This work presents concepts and practices linked to mental health in the Tupinambá Indigenous community of Serra do Padeiro in southern Bahia, Brazil. This qualitative cartographic research mapped existing processes and relationships in the Tupinambá territory. Data production techniques were participant observation, semi-structured interviews, field diary, and bibliographic studies. Shared responsibility characterizes how Indigenous medicine care is organized in the territory. The factors that produce psychosocial distress, care practices, and conflict coping are understood from the interactions between Indigenous and non-Indigenous ways of care. The inseparability between psychic and social is combined with territorial dimensions, reinforcing the link between mental health and daily community life. The struggle for territory enables the reconstruction of a subjective ethos that refuses servitude, moving from previous conditions of precariousness and subalternity, with expulsion from the territory to other more autonomous and collective subjectivation processes. The example of Serra do Padeiro highlights that the struggle offers the most significant health. |
ARTIGO TEMÁTICO I Fórum de Saúde Indígena: construção e capilarização da Agenda da Saúde Indígena nos anos de 1990 Abrunhosa, Marcela Alves Machado, Felipe Rangel de Souza Pontes, Ana Lúcia de Moura Santos, Ricardo Ventura Resumo em Português: Resumo As conferências nacionais de saúde indígena têm sido espaços para a expressão de ideias e consolidação de propostas. Em 1993, meses antes da 2ª Conferência Nacional de Saúde para os Povos Indígenas (CNSPI), ocorreu o chamado I Fórum de Saúde Indígena. Com uma abordagem metodológica de caráter histórico, este trabalho buscou compreender o papel desse Fórum na construção das políticas de saúde indígena na década de 1990. Analisou-se um conjunto inédito de documentos depositados pelo sanitarista István Varga na biblioteca da USP em forma de Dossiê. A análise nos levou a entender que há um arco histórico iniciado na 1ª Conferência Nacional de Proteção à Saúde do Índio (1986), mas com forte ancoragem no I Fórum, que desemboca na 2ª CNSPI, cujas estruturas argumentativas de suas propostas foram sendo sustentadas pelo reforço que diversas pré-conferências deram às teses do I Fórum. Entre outros pontos, tais teses tratam da implementação dos Núcleos Interinstitucionais de Saúde Indígena, a posição hierárquica da Coordenação de Saúde do Índio no MS e de relações entre Funai e Funasa.Resumo em Espanhol: Resumen Las conferencias nacionales de salud indígena han sido espacios de expresión de ideas y consolidación de propuestas. En 1993, meses antes de la 2ª Conferencia Nacional de Salud de los Pueblos Indígenas (CNSPI), tuvo lugar el llamado I Foro de Salud Indígena. A través de un enfoque metodológico de carácter histórico, este estudio buscó comprender el papel de ese Foro en la construcción de las políticas de salud indígena en la década de 1990. Se analizó un conjunto inédito de documentos depositados por el sanitarista István Varga en la biblioteca de la USP en formato de Dossier. El análisis nos llevó a comprender que existe un arco histórico que se inició en la 1ª Conferencia Nacional de Protección de la Salud Indígena (1986), pero con un fuerte anclaje en el 1º Foro, que desembocó en la 2ª CNSPI, cuyas estructuras argumentativas de sus propuestas se sustentaron en el refuerzo que diversas preconferencias dieron a las tesis del 1º Foro. Entre otros puntos, esas tesis tratan de la implementación de los Núcleos Interinstitucionales de Salud Indígena, de la posición jerárquica de la Coordinación de Salud Indígena en el Ministerio de Salud y de las relaciones entre FUNAI y FUNASA.Resumo em Inglês: Abstract The Indigenous Health Conferences (IHC) have been the political spaces for expressing and consolidating ideas and proposals. However, in 1993, the “First Indigenous Health Forum” was held a few months before the second IHC. With a historical approach, this paper aimed to understand the organization and impacts of this Forum in the construction of Brazilian Indigenous Health policies during the 1990s. We analyzed an unpublished set of documents organized as a Dossier by Dr. István Varga and deposited in the University of São Paulo’s library. We discuss that a strong connection with the First Indigenous Health Forum was established between the first and second IHC. The argumentative structures and proposals formulated in the First Indigenous Health Forum were reinforced during the subsequent events culminating in the Second IHC. |
ARTIGO TEMÁTICO Encontro de Saberes: Interculturalidade Crítica e Saúde Coletiva Miranda, Victor André Martins de Belizario, Ana Boross Queiroga Pereira, Marcio Florentino Resumo em Português: Resumo A Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (PNASPI) enfrenta um enorme desafio na operacionalização referente à formação de profissionais da saúde para a atuação em contexto intercultural. Neste artigo, dialogamos com a proposta do Encontro de Saberes (ES) como uma estratégia de ensino-aprendizagem capaz de promover uma formação intercultural crítica. Buscamos refletir os impactos que a presença do ES no campo da saúde pode ter para a transformação do ambiente universitário e das práticas de atenção à saúde indígena rumo a uma perspectiva enraizada, democrática, plural, pluriepistêmica e transdisciplinar.Resumo em Espanhol: Resumen La Política Nacional de Atención a la Salud de los Pueblos Indígenas (PNASPI) enfrenta un gran desafío en términos de operacionalizar la formación de profesionales de salud para actuar en un contexto intercultural. En este artículo, dialogamos con la propuesta del Encuentro de Saberes (ES) como estrategia de enseñanza-aprendizaje capaz de promover una formación intercultural crítica. Buscamos reflexionar sobre los impactos que la presencia del ES en el campo de la salud puede tener en la transformación del ambiente universitario y de las prácticas de atención a la salud indígena hacia una perspectiva arraigada, democrática, plural, multiepistémica y transdisciplinaria.Resumo em Inglês: Abstract The National Policy for the Care of Indigenous Peoples (NPCIP) faces an enormous challenge in operationalization regarding the training and qualification of health professionals to work in an intercultural context. In this article, we open a dialogue with the proposal of a Meeting of Knowledges (MK) as a teaching and learning strategy capable of promoting a critical intercultural education. We seek to reflect on the possible impact of MK in the health field for transforming the university environment, as well as healthcare for Indigenous communities, towards an entrenched, democratic, pluriepistemic, and transdisciplinary perspective. |
ARTIGO TEMÁTICO “Estranhos” na Escola Médica: experiências indígenas em cursos de medicina de universidades federais brasileiras Luna, Willian Fernandes Paladino, Mariana Cyrino, Eliana Goldfarb Resumo em Português: Resumo Nas últimas décadas, ações afirmativas possibilitaram o acesso de indígenas na graduação de medicina, historicamente ocupada por pessoas brancas e de renda familiar elevada. Esta pesquisa analisou experiências de alteridade experienciadas por indígenas em escolas médicas federais. Trata-se de estudo exploratório, com abordagem qualitativa, com uso de entrevistas e rodas de conversa, com participação de 40 estudantes de 15 cursos. Foram quatro categorias de análise: encontro dos “estranhos” com a escola médica; diferenças e desigualdades; relações com estudantes e professores; conflitos e transformações. Percebeu-se que as escolas médicas são pouco acolhedoras aos indígenas, com práticas de racismo, intolerância e tutela, quando suas diferenças se tornam desigualdades, consequências de processos estruturais dessas instituições e da sociedade brasileira. A presença indígena nos cursos de medicina revela desigualdades sociais, provoca conflitos e transformações iniciais, apontando caminhos para pluralidade e justiça social, bem como possibilidades para uma educação médica com visibilidade e ações para a saúde dos povos indígenas.Resumo em Espanhol: Resumen Las políticas públicas de salud y educación dirigidas a los pueblos indígenas han sido esporádicas y con cobertura irregular. En las últimas décadas, las acciones afirmativas han permitido a los indígenas acceder a la carrera de medicina, históricamente ocupada por personas blancas con altos ingresos familiares. Esta investigación analizó las experiencias de alteridad vividas por los indígenas en las facultades de medicina de universidades nacionales. Se trata de un estudio exploratorio con abordaje cualitativo, que realizó entrevistas y grupos focales, con la participación de 40 estudiantes de 14 instituciones diferentes. Fueron definidas tres categorías de análisis: encuentro entre “extraños” y la facultad de medicina; diferencias y desigualdades; relaciones con alumnos y profesores; conflictos y transformaciones. Se observó que las facultades de medicina analizadas son poco acogedoras para los indígenas, con prácticas de racismo, intolerancia y tutela, resultando en que las diferencias se convierten en desigualdades, como consecuencias de procesos estructurales en estas instituciones y en la sociedad brasileña. La presencia indígena en las carreras de medicina revela desigualdades sociales, provoca conflictos y transformaciones iniciales, pero también abre caminos hacia la pluralidad y la justicia social, así como una educación médica que permita la visibilidad y acciones para la salud de los pueblos indígenas.Resumo em Inglês: Abstract In recent decades, affirmative actions have enabled Indigenous people to access medical school, historically occupied by white people with high family incomes. This research analyzed experiences of otherness by Indigenous people in federal medical schools. This qualitative, exploratory study adopted interviews and conversation circles, with the participation of 40 students from 15 courses. We established four categories of analysis: encounter between “strangers” and the medical school; differences and inequalities; relationships with students and teachers; and conflicts and transformations. We noticed that medical schools are unwelcoming to Indigenous people, with racism, intolerance, and tutelage, when their differences become inequalities, resulting from structural processes in these Brazilian institutions. The Indigenous presence in medical courses reveals social inequalities, causes conflicts, and initial transformations, pointing out paths for plurality and social justice, and possibilities for medical education with visibility and actions for the health of Indigenous peoples. |
ARTIGO TEMÁTICO O “Bolsa Família” nativo: monetarização, redistribuição de renda e a vida social dos Rikbaktsa, Amazônia brasileira Athila, Adriana Romano Resumo em Português: Resumo Especialmente a partir dos anos 2000, povos indígenas no Brasil se tornam beneficiários de políticas previdenciárias e de transferência de renda, como o programa nacionalmente conhecido por Bolsa Família. Poucos estudos de campo avaliaram a grandeza e o significado da monetarização sobre a vida social e economias indígenas. Com este objetivo, entre 2019 e 2020, realizei um estudo etnográfico e um survey em duas aldeias dos Rikbaktsa, na Amazônia brasileira. Os resultados quantitativos acusavam a disseminação do dinheiro de Programas governamentais e outras atividades, formando diferentes classes de renda. Importantes transações não eram capturadas, tidas como “ajudas “que não podiam ser negadas por aqueles com algum dinheiro. Ao modo de um “Bolsa Família” nativo, recursos híbridos eram redistribuídos através de um aquecido mercado aldeão, contrariando diferenças socioeconômicas e condições desiguais. A discussão encontra um contexto sociopolítico globalmente desfavorável e que agrava iniquidades históricas nas condições de vida e saúde de povos indígenas. A pesquisa contribui à produção de dados e à proposição de metodologias culturalmente sensíveis para estimar e permitir a governança de políticas públicas para e por indígenas, recomendáveis à reversão daquelas iniquidades.Resumo em Espanhol: Resumen Especialmente desde la década de 2000, los pueblos indígenas de Brasil se han convertido en beneficiarios de políticas de seguridad social y transferencia de renta, como el programa conocido a nivel nacional como “Bolsa Familia”. Pocos estudios de campo han evaluado la magnitud y el significado de la monetización en la vida social y las economías indígenas. Con este objetivo, entre 2019 y 2020, realicé un estudio etnográfico y una survey en dos aldeas de los Rikbaktsa de la Amazonia brasileña. Los resultados cuantitativos mostraron la diseminación del dinero de los Programas gubernamentales y otras actividades, formando diferentes clases de renta. No se captaban transacciones importantes, consideradas como “ayudas” que quienes tenían algo de dinero no podían negar. A la manera de un “Bolsa Familia” nativo, los recursos híbridos se redistribuían a través de un mercado aldeano activo, contrarrestando las diferencias socioeconómicas y las condiciones desiguales. La discusión tiene lugar en un contexto sociopolítico global desfavorable que agrava las iniquidades históricas en las condiciones de vida y salud de los pueblos indígenas. La investigación contribuye a la producción de datos y a la propuesta de metodologías culturalmente sensibles para estimar y posibilitar la gobernanza de políticas públicas para y por los pueblos indígenas, recomendables para revertir esas iniquidades.Resumo em Inglês: Abstract Primarily since the early 2000s, Indigenous peoples in Brazil have become beneficiaries of social security and income transfer policies, such as the program known as Bolsa Família (Family Allowance). Few field studies have evaluated the magnitude and significance of monetarization in Indigenous social lives and economies. To this end, between 2019 and 2020, the present work conducted an ethnographic study and survey in two villages of the Rikbaktsa people in the Brazilian Amazon. The quantitative results showed the social dissemination of money from governmental Programs and other activities, producing marked income classes. Important transactions were not captured, considered as “helps” that could not be denied by those with a given amount of money. Like an Indigenous “Bolsa Família”, hybrid resources were redistributed in a heated-up village market, counteracting socioeconomic differences and unequal conditions. The discussion takes place in a globally unfavorable sociopolitical context that exacerbates historical inequalities expressed in the living and health conditions of Indigenous peoples. This research contributes to the production of data and the proposal of culturally sensitive methodologies to estimate and enable the governance of public policies for/by Indigenous people, which are recommended to reverse these inequities. |
ARTIGO TEMÁTICO Efeito da composição étnico-racial da população na mortalidade por COVID-19: uma abordagem ecológica espacial das iniquidades em saúde no Brasil Cajazeiro, Júnia Maria Drumond Cardoso, Andrey Moreira Nobre, Aline Araújo Resumo em Português: Resumo A pandemia de COVID-19 afetou de forma desigual regiões, países e distintos segmentos étnico-raciais. Fatores socioambientais foram associados à pior evolução da doença, com uma maior chance de mortalidade em pessoas em situação de vulnerabilidade. Este estudo teve por objetivo investigar no Brasil a associação entre proporção de população vulnerabilizada (pretos, pardos e indígenas) e a mortalidade por COVID-19, no período de março de 2020 a fevereiro de 2021. Estimaram-se razões de taxas de mortalidade e respectivos Intervalos de Confiança de 95% (IC95%), através de modelos de regressão binomial negativa. Verificaram-se associações estatisticamente significativas entre proporção dessas populações e taxas de mortalidade, com destaque para raça/cor preta no primeiro quadrimestre, parda, no segundo e, indígena, no terceiro quadrimestre, em que a cada incremento de 10% na proporção dessas populações foi observado um aumento de 54%, 16% e 27% nas taxas de mortalidade, respectivamente; evidenciando a existência de iniquidades étnico-raciais na mortalidade por COVID-19 no Brasil e que esforços devem ser empreendidos para mitigar desigualdades em saúde, expressão da perpetuação do racismo estrutural e da exclusão social de grupos historicamente vulnerabilizados.Resumo em Espanhol: Resumen La pandemia de COVID-19 ha afectado de forma desigual a regiones, países y diferentes grupos raciales/étnicos. Los factores socioambientales han sido asociados a una peor evolución de la enfermedad, con mayor probabilidad de mortalidad entre las personas en situación de vulnerabilidad. El objetivo de este estudio fue investigar la asociación entre la proporción de población vulnerable (negra, parda e indígena) y la mortalidad por COVID-19 en Brasil entre el periodo marzo de 2020 y febrero de 2021. Las razones de tasas de mortalidad y sus respectivos intervalos de confianza del 95% (IC95%) se estimaron mediante modelos de regresión binomial negativa. Se encontraron asociaciones estadísticamente significativas entre la proporción de estas poblaciones y las tasas de mortalidad, destacando la raza/color: personas de color negro en el primer cuatrimestre, parda en el segundo y la indígena en el tercero, donde cada aumento del 10% en la proporción de estas poblaciones se observó un aumento del 54%, 16% y 27% en las tasas de mortalidad, respectivamente; mostrando la existencia de inequidades étnico-raciales en la mortalidad por COVID-19 en Brasil y que se deben hacer esfuerzos para mitigar las inequidades en salud, expresión de la perpetuación del racismo estructural y de la exclusión social de grupos históricamente vulnerables.Resumo em Inglês: Abstract The COVID-19 pandemic has unevenly affected regions, countries, and ethnic-racial segments. Socioenvironmental factors were associated with worse disease evolution, with a greater likelihood of mortality in vulnerable people. This study aimed to investigate the association between the proportion of vulnerable populations (Black, brown, and Indigenous people) and mortality from COVID-19 in Brazil from March 2020 to February 2021. Mortality rate ratios and respective 95% Confidence Intervals (95%CI) were estimated using negative binomial regression models. Statistically significant associations were found between the proportion of these populations and mortality rates, emphasizing Blacks in the first four-month period, mixed race in the second four-month period, and Indigenous people in the third four-month period, in which an increase of 54%, 16% and 27% in mortality rates was observed, respectively, for every 10% increase in the proportion of these populations. We highlight the existence of ethnic-racial inequalities in COVID-19 mortality in Brazil and that efforts must be made to mitigate health inequalities, an expression of the perpetuated structural racism and social exclusion of historically vulnerable groups. |
ARTÍCULO TEMÁTICO Desigualdades sociais na letalidade por COVID-19 entre os povos indígenas do México Medina-Gómez, Oswaldo Medina-Villegas, Jordi Josué Resumo em Português: Resumo O objetivo do estudo foi estimar a letalidade de casos de COVID-19 na população indígena do México durante os anos de 2020 a 2022, considerando as características clínicas e as condições sociais. Os dados vieram do Sistema de Vigilância Epidemiológica de Doenças Respiratórias (Sistema de Vigilancia Epidemiológica de Enfermedades Respiratorias), identificando casos positivos de COVID-19 entre a população indígena, e a letalidade foi avaliada de acordo com as condições clínicas e as condições de vulnerabilidade devido à privação social. O número de casos positivos de COVID-19 na população indígena representou 0,7% do número total de casos, e a taxa de letalidade na população indígena foi de 9,8%, em contraste com 4,6% na população não indígena. A letalidade foi maior em homens, mas, em contraste com a população não indígena, a associação com diabetes, hipertensão, insuficiência renal crônica, obesidade e tabagismo foi menor entre os indígenas. Observou-se maior vulnerabilidade às condições sociais entre a população indígena em comparação com a população não indígena, principalmente em termos de renda, educação e acesso aos serviços de saúde.Resumo em Espanhol: Resumen El propósito del estudio fue estimar la letalidad por COVID-19 en la población indígena en México durante los años 2020 al 2022 considerando las características clínicas y sus condiciones sociales. Los datos procedían del Sistema de Vigilancia Epidemiológica de Enfermedades Respiratorias identificando a los casos positivos por COVID-19 entre la población indígena, se evaluó la letalidad de acuerdo con las condiciones clínicas y condiciones de vulnerabilidad por carencias sociales. El número de casos positivos de COVID-19 en población indígena representó el 0,7% del total de casos, la letalidad en población indígena fue de 9,8% en contraste del 4,6% en población no indígena. La letalidad fue mayor en los hombres, sin embargo, en contraste con la población no indígena, la asociación con diabetes, hipertensión, insuficiencia renal crónica, obesidad y tabaquismo fue menor en los indígenas. Una mayor vulnerabilidad de las condiciones sociales se presentó entre la población indígena en contraste con la no indígena, principalmente en el rezago por ingreso económico, educación y el acceso a servicios de salud.Resumo em Inglês: Abstract This study aimed to estimate the COVID-19 lethality in the Mexican Indigenous population from 2020 to 2022, considering clinical characteristics and social conditions. Data were retrieved from the Epidemiological Surveillance System of Respiratory Diseases, identifying the COVID-19-positive cases among the Indigenous population. Lethality was evaluated per clinical conditions and vulnerability due to social deprivation. The number of COVID-19-positive cases in the Indigenous population represented 0.7% of the total number of cases. The case fatality rate in the Indigenous population was 9.8% against 4.6% in the non-Indigenous population. Lethality was higher in men. However, the association with diabetes, hypertension, chronic kidney disease, obesity, and smoking was lower in the Indigenous population than in the non-Indigenous population. A greater vulnerability to social conditions was identified among the Indigenous population than the non-Indigenous population, mainly regarding income, education, and access to health services. |
ARTIGO TEMÁTICO Fatores associados ao óbito em gestantes e puérperas indígenas e não indígenas hospitalizadas por COVID-19, no Brasil Moura, Adryelle Katheline D’Elia de Freitas, Glênio Alves de Pícoli, Renata Palópoli Resumo em Português: Resumo O objetivo deste manuscrito é analisar a associação entre as características sociodemográficas e de hospitalização com o desfecho de gestantes e puérperas indígenas e não indígenas e fatores associados aos óbitos entre as indígenas hospitalizadas por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) pela COVID-19, no Brasil. Trata-se de estudo transversal e analítico, com dados secundários de gestantes e puérperas em idade reprodutiva, classificadas em raça/cor da pele (indígena e não indígena), extraídos do Observatório Obstétrico, que usa dados do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe. Foram analisadas as variáveis com o desfecho, por meio do teste do qui-quadrado ou Exato de Fisher e realizada regressão logística para os fatores associados ao óbito de indígenas. A maior proporção de óbito ocorreu entre as mulheres não indígenas que estavam no 2º trimestre de gestação (99,7%), residiam em zona urbana/periurbana (99,8%) e nas regiões Sul/Sudeste (99,8%) e Nordeste (99,5%). As indígenas que residiam em zona rural e nas regiões Norte e Centro-Oeste, possuem maiores chances de óbito, quando comparada às indígenas da zona urbana e das regiões Sul/Sudeste.Resumo em Espanhol: Resumen El objetivo de este manuscrito es analizar la asociación entre las características sociodemográficas y de hospitalización con el resultado de gestantes y puérperas indígenas y no indígenas y los factores asociados a las muertes entre las mujeres indígenas hospitalizadas por Síndrome Respiratorio Agudo Severo (SRAS) debido a COVID-19 en Brasil. Se trata de un estudio transversal, analítico, con datos secundarios de gestantes y puérperas en edad reproductiva, clasificadas por raza/color de piel (indígenas y no indígenas), extraídos del Observatorio Obstétrico, que utiliza datos del Sistema de Información de Vigilancia Epidemiológica de la Gripe. Las variables se analizaron con el resultado mediante la prueba de chi-cuadrado o la prueba exacta de Fisher y se realizó una regresión logística para los factores asociados a la muerte entre los indígenas. La mayor proporción de muertes ocurrió entre las mujeres no indígenas que estaban en el segundo trimestre del embarazo (99,7%), vivían en áreas urbanas/periurbanas (99,8%) y en las regiones Sur/Sureste (99,8%) y Noreste (99,5%). Las mujeres indígenas que vivían en zonas rurales y en las regiones Norte y Centro-Oeste tenían más probabilidades de morir que las mujeres indígenas de zonas urbanas y de las regiones Sur/Sureste. La pandemia ha exacerbado y profundizado las desigualdades sociales y étnico-raciales en Brasil.Resumo em Inglês: Abstract The present article aimed to analyze the association between sociodemographic and hospitalization characteristics with the outcome of indigenous and non-indigenous pregnant and postpartum women, as well as factors associated with deaths among indigenous women hospitalized for Severe Acute Respiratory Syndrome (SARS) due to COVID-19 in Brazil. This is a cross-sectional and analytical study, with secondary data of pregnant and postpartum women of reproductive age, classified into race/skin color (indigenous and non-indigenous), extracted from the Obstetric Observatory, which uses data from the Influenza Epidemiological Surveillance Information System. The outcome variables were analyzed using the chi-square test or Fisher’s exact test, and logistic regression was performed for the factors associated with the death of indigenous people. The highest proportion of deaths occurred among non-indigenous women who were in the 2nd trimester of pregnancy (99.7%), who lived in urban/peri-urban areas (99.8%), as well as in the South/Southeast (99.8%) and Northeast (99.5%) regions. Indigenous people who lived in rural areas and in the North and Midwest regions have a greater chance of death when compared to indigenous people who lived in urban areas and in the South/Southeast regions. |
ARTIGO TEMÁTICO Análise dos casos de violência por parceiro íntimo contra mulheres indígenas notificados na macrorregião de Dourados-MS, Brasil Freitas, Glênio Alves de Marcon, Gláucia Elisete Barbosa Welch, James Robert Silva, Cosme Marcelo Furtado Passos da Resumo em Português: Resumo O objetivo do estudo é analisar as notificações de violência por parceiro íntimo (VPI) contra as mulheres indígenas da macrorregião de Dourados-MS, entre os anos de 2009 a 2020. Trata-se de um estudo transversal com dados secundários das notificações registradas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) de mulheres indígenas que sofreram violência. Foi realizada a estatística descritiva das variáveis e a regressão de Poisson para determinar a razão de prevalência (RP). A VPI representou 56,6% das notificações. Os tipos de violência mais notificados foram violência física (93,3%) e violência psicológica (27%). Na análise ajustada, a VPI esteve associada às mulheres com companheiros (RP 1,32, IC95% 1,19; 1,46), às mulheres em situação de violência de repetição (RP 1,15, IC95% 1,05; 1,25) e ao domicílio como local de ocorrência (RP 1,13, IC95% 1,01; 1,29). A maioria das notificações de violência contra as mulheres indígenas registradas na macrorregião de saúde de Dourados foi perpetrada por parceiro íntimo. O conhecimento do perfil das violências que chegam nos serviços de saúde aliado aos fatores associados, deverão possibilitar a implementação de estratégias voltadas para a redução do número de casos.Resumo em Espanhol: Resumen El objetivo del estudio es analizar las notificaciones de violencia de pareja íntima (VPI) contra mujeres indígenas en la macrorregión Dourados-MS, entre 2009 y 2020. Se trata de un estudio transversal con datos secundarios de notificaciones registradas en el Sistema de Información de Enfermedades/Daños a la salud de Notificación (SINAN) de mujeres indígenas que han sufrido violencia. Se realizó estadística descriptiva de las variables y regresión de Poisson para determinar la razón de prevalencia (RP). La VPI representó el 56,6% de las notificaciones. Los tipos de violencia más notificados fueron la violencia física (93,3%) y la violencia psicológica (27%). En el análisis ajustado, la VPI se asoció a mujeres con pareja (RP 1,32; IC95%: 1,19; 1,46), a mujeres en situación de violencia reiterada (RP 1,15; IC95%: 1,05; 1,25) y al hogar como lugar de ocurrencia (RP 1,13; IC95%: 1,01; 1,29). La mayoría de las denuncias de violencia contra mujeres indígenas en la macrorregión de salud de Dourados fue perpetrada por la pareja íntima. El conocimiento del perfil de violencia que llega a los servicios de salud, junto con los factores asociados, debe permitir implementar estrategias dirigidas a reducir el número de casos.Resumo em Inglês: Abstract The present study aimed to analyze notifications of intimate partner violence (IPV) against indigenous women in the macro-region of Dourados-MS, Brazil, from 2009 to 2020. This is a cross-sectional study with secondary data from registered reports in the Notifiable Diseases Information System (SINAN) of indigenous women who suffered violence. Descriptive statistics of the variables and Poisson regression were performed to determine the prevalence ratio (PR). IPV represented 56.6% of reports. The most reported types of violence were physical violence (93.3%) and psychological violence (27%). In the adjusted analysis, IPV was associated with women with partners (PR 1.32, 95%CI 1.19; 1.46), and women in situations of repeated violence (PR 1.15, 95%CI 1.05; 1.25) and at home as the place of occurrence (PR 1.13, 95%CI 1.01; 1.29). The majority of reports of violence against indigenous women registered in the Dourados health macro-region were perpetrated by an intimate partner. Knowledge of the profile of violence that arrives at health services, combined with associated factors, should enable the implementation of strategies aimed at reducing the number of cases. |
ARTIGO TEMÁTICO Adequação da assistência pré-natal ofertada à mulher indígena: características maternas e dos serviços de saúde Abreu, Gislaine Recaldes de Picoli, Renata Pálopi Welch, James Robert Coimbra Junior, Carlos E. A. Resumo em Português: Resumo Este estudo teve como objetivo analisar a adequação do pré-natal ofertada à mulher indígena e sua associação com características maternas e do serviço de saúde. Trata-se de estudo transversal, de abrangência estadual, realizado com 461 mulheres indígenas que tiveram parto e/ou receberam atendimento pós-parto imediato, em municípios de Mato Grosso do Sul, entre 2021 e 2022. Elaborou-se um indicador de adequação mínima do pré-natal, sendo classificado como adequado quando a mulher iniciou o pré-natal no 1º trimestre gestacional, realizou ≥7 consultas e teve registrados dos exames de rotina. Para estimar as razões de chance ajustadas e os fatores associados à adequação do pré-natal, utilizou-se modelos de regressão logística. Verificou-se que 67,2% iniciaram o pré-natal no 1° trimestre, 51,8% realizaram ≥7 consultas, e 40,6% tiveram registro dos resultados de exames. Cerca de 1 (uma) a cada 4 (quatro) indígena conseguiu atingir a adequação proposta, as características maternas associadas foram etnia, região de moradia e local de residência. A assistência pré-natal evidenciou iniquidades em saúde, com baixos índices de adequação no pré-natal e piores índices entre as mulheres que moravam em aldeias e acampamentos da região sul do estado.Resumo em Espanhol: Resumen Este estudio tuvo como objetivo analizar la adecuación de la atención prenatal ofrecida a las mujeres indígenas y su asociación con las características de los servicios de salud. Se trata de un estudio transversal, con cobertura estatal, realizado con 461 mujeres indígenas que dieron a luz y/o recibieron atención posparto inmediata en municipios de Mato Grosso do Sul entre 2021 y 2022. Se desarrolló un indicador de adecuación mínima de la atención prenatal, clasificándose como adecuada cuando la mujer inició el control prenatal en el primer trimestre del embarazo, tuvo ≥7 consultas y contó con registros de exámenes de rutina. La información relativa a la prescripción de medicamentos durante el embarazo fue excluida de este indicador por mala cumplimentación. Se utilizaron modelos de regresión logística para estimar los odds ratios ajustados y los factores asociados con la adecuación de la atención prenatal. Se encontró que el 67,2% inició el control prenatal en el primer trimestre, el 51,8% tuvo ≥7 consultas y el 40,6% contaba con registro de resultados de exámenes. Alrededor de una de cada cuatro mujeres indígenas lograron alcanzar la adecuación propuesta. Las características maternas asociadas fueron etnia, región de residencia y domicilio. La atención prenatal reveló inequidades en salud, con bajas tasas de adecuación de la atención prenatal y peores tasas entre las mujeres que vivían en aldeas y campamentos en la región sur del estado.Resumo em Inglês: Abstract This study aimed to analyze the adaptation of prenatal care offered to Indigenous women and its association with maternal characteristics and health services. This is a cross-sectional study, conducted with 461 Indigenous women who gave birth and/or received immediate postpartum care in the municipalities of Mato Grosso do Sul, between 2021 and 2022. An indicator of minimum prenatal adequacy was developed, which was classified as adequate when the woman started prenatal care in the 1st trimester of pregnancy, had ≥7 consultations, and had routine exams recorded. Logistic regression models were used to estimate the adjusted odds ratios and factors associated with prenatal adequacy. It was found that 67.2% began prenatal care in the 1st trimester, 51.8% had ≥7 consultations, and 40.6% had exam results recorded. About 1 in 4 Indigenous women achieved the proposed adequacy; the associated maternal characteristics were ethnicity, region of residence, and place of residence. Prenatal care revealed health inequities, with low adequacy rates in prenatal care and worse rates among women living in villages and settlements in the southern region of the state. |
ARTÍCULO TEMÁTICO Desafios para a implementação de serviços obstétricos culturalmente competentes em um contexto indígena no México Juárez-Ramírez, Clara Resumo em Português: Resumo A atenção à saúde obstétrica das mulheres indígenas continua sendo um grave problema em países de baixa renda, com grande diversidade cultural e passado colonial. O trabalho dos profissionais de saúde na prevenção de complicações que levam à morte materna é fundamental, mas nesses contextos eles enfrentam grandes desafios na implementação de serviços culturalmente competentes. O objetivo deste artigo é apresentar os resultados de um estudo etnográfico que buscou documentar a experiência de profissionais de saúde que atendem em serviços obstétricos, com a intenção de mostrar a complexidade dos contextos socioculturais em que realizam seu trabalho, a fim de refletir sobre as políticas públicas de saúde voltadas para os povos indígenas.Resumo em Espanhol: Resumen La atención a la salud obstétrica de mujeres indígenas continúa siendo un grave problema en los países de ingresos bajos con gran diversidad cultural y pasado colonial. El trabajo de los profesionales de la salud para prevenir complicaciones que deriven en muertes maternas es primordial, sin embargo, en estos contextos se enfrentan a grandes desafíos para implementar servicios culturalmente competentes. El objetivo de este artículo es presentar hallazgos de un estudio etnográfico que buscó documentar la experiencia de profesionales de la salud atendiendo servicios obstétricos, con la intención de mostrar la complejidad de los contextos socioculturales donde desempeñan su labor.Resumo em Inglês: Abstract Obstetric healthcare for Indigenous women remains a severe problem in low-income countries with great cultural diversity and a colonial past. The work of health professionals to prevent complications leading to maternal deaths is paramount, yet in these contexts, they face significant challenges in implementing culturally competent services. This paper aims to present findings from an ethnographic study that attempted to document the experience of health professionals providing obstetric services in order to show the complex sociocultural contexts in which they perform their work. |
ARTIGO TEMÁTICO Pressão arterial em mulheres no I Inquérito Nacional de Saúde e Nutrição dos Povos Indígenas no Brasil Tavares, Felipe Guimarães Nobre, Aline Araújo Horta, Bernardo Lessa Marinho, Gerson Luiz Cardoso, Andrey Moreira Resumo em Português: Resumo Estimar os níveis tensionais médios e as prevalências de hipertensão arterial (HA) e fatores associados é fundamental para o monitoramento da saúde e o planejamento de ações para o enfrentamento das doenças e agravos não transmissíveis em povos indígenas no Brasil. Estudo transversal que investigou níveis tensionais médios e prevalência de hipertensão arterial em 4.680 mulheres indígenas (18-49 anos) usando dados do I Inquérito Nacional de Saúde e Nutrição dos Povos Indígenas (2008-2009) e fatores associados, por meio de regressão gama e logística multinível. A prevalência de hipertensão foi 10,7%, variando nas macrorregiões: Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sul/Sudeste. Mulheres que residiam em aldeias sem coleta doméstica de lixo e em domicílios desprovidos de renda estável apresentaram maiores chances de terem HA. O aumento do IMC e da idade associou-se positivamente às chances de desenvolver hipertensão arterial. No modelo para a pressão arterial diastólica, ao contrário da escolaridade, as variáveis renda estável domiciliar, IMC e idade associaram-se positivamente. No modelo para a pressão arterial sistólica, houve associação negativa com a escolaridade, nos estratos médio e alto do índice de bens domésticos e em domicílios sem renda estável, e associação positiva com indicador de habitação, IMC e idade.Resumo em Espanhol: Resumen La estimación de los niveles medios de presión arterial y la prevalencia de hipertensión y los factores asociados es esencial para el monitoreo de la salud y la planificación de acciones para combatir las ENT en los pueblos indígenas de Brasil. Estudio transversal que investigó los niveles medios de presión arterial y la prevalencia de hipertensión arterial en 4680 mujeres indígenas (18-49 años) utilizando datos de la I Encuesta Nacional de Salud y Nutrición de los Pueblos Indígenas (2008-2009) y factores asociados, utilizando regresión gamma y logística multinivel. La prevalencia de hipertensión arterial fue de 10,7%, variando en las macrorregiones: Norte, Nordeste, Centro-Oeste y Sur/Sudeste. Las mujeres que vivían en aldeas sin recolección de basura doméstica y en hogares sin ingresos estables tenían más probabilidades de tener HA. El aumento del IMC y de la edad se asoció positivamente con las posibilidades de desarrollar hipertensión. En el modelo para la PAD, a diferencia de la escolaridad, las variables renta estable del hogar, IMC y edad se asociaron positivamente. En el modelo para la PAS hubo una asociación negativa con la escolaridad, en los estratos medios y alto del índice de bienes domésticos y en los hogares sin renta estable, y una asociación positiva con el indicador de vivienda, IMC y edad.Resumo em Inglês: Abstract Estimating average blood pressure levels and prevalence of arterial hypertension (AH) and associated factors is essential to monitoring health and planning actions to combat noncommunicable diseases (NCDs) in Indigenous peoples in Brazil. This is a cross-sectional study that investigated average blood pressure levels and prevalence of arterial hypertension in 4,680 Indigenous women (aged 18-49 years), using data from the 1st National Survey of Health and Nutrition of Indigenous Peoples (2008-2009) and associated factors, such as through gamma regression and multilevel logistics. The prevalence of hypertension was 10.7%, varying across macro-regions: North, Northeast, Midwest, and South/Southeast. Women who lived in villages without domestic waste collection and in households without stable income were more likely to have AH. Increasing BMI and age were positively associated with the chances of developing high blood pressure. In the model for DBP, unlike education, the variables stable household income, BMI, and age were positively associated. In the model for SBP, there was a negative association with education, in the medium and high strata of the household goods index and in households with no stable income, and a positive association with the housing indicator, BMI and age. |
ARTIGO TEMÁTICO Condições de vida, nutrição e saúde materno infantil no povo indígena Baniwa, noroeste amazônico, Brasil Santos Junior, Hernane Guimarães dos Ferreira, Aline Alves Souza, Mirian Carvalho de Garnelo, Luiza Resumo em Português: Resumo Inquéritos epidemiológicos por grupos étnicos são escassos no Brasil. As condições de saúde e nutrição dos povos indígenas, que enfrentam situações de iniquidades e desigualdades sociais, influenciam negativamente seus indicadores de saúde. Esta é a mais ampla investigação sobre o tema já realizada sobre a etnia Baniwa, uma das mais numerosas do país. O inquérito teve como objetivo analisar condições de vida e perfil nutricional de crianças menores 60 meses e de mulheres entre 14 e 49 anos da referida etnia, residentes no noroeste do estado do Amazonas, na Terra Indígena Alto Rio Negro, área fronteiriça entre Brasil, Colômbia e Venezuela. Os resultados apresentam elevadas prevalências de desnutrição crônica em 52,5% (IC95% 48,9-56,1) e anemia em 68,3% (IC95% 64-5-71,8) das crianças menores de 60 meses, além de sobrepeso em 26,3% (IC95% 18,4-27,0) e anemia em 52,3% (IC95% 43,6-53,6) das mulheres. As situações de insegurança alimentar observadas estão ligadas às más condições de renda e saneamento. A magnitude desses agravos expressa a baixa efetividade das ações de atenção primária ofertada pelo sistema de saúde, com expressivo percentual de internações decorrentes de agravos sensíveis aos cuidados básicos em nível de atenção primária.Resumo em Espanhol: Resumen Las encuestas epidemiológicas por grupos étnicos son escasas en Brasil. Las condiciones de salud y nutrición de los pueblos indígenas que enfrentan situaciones de inequidades y desigualdades sociales influyen negativamente en sus indicadores de salud. Este estudio es la investigación más extensa sobre el tema jamás realizada sobre la etnia Baniwa, una de las más numerosas del país. La encuesta tuvo como objetivo analizar las condiciones de vida y el perfil nutricional de niños menores de 60 meses y mujeres entre 14 y 49 años de la etnia Baniwa, residentes en el noroeste del estado de Amazonas, en la Tierra Indígena Alto Río Negro, frontera zona entre Brasil, Colombia y Venezuela. Los resultados muestran alta prevalencia de desnutrición crónica en un 52,5% (IC95% 48,9-56,1) y anemia en un 68,3% (IC95% 64-5-71,8) de los niños menores de 60 meses, además de sobrepeso en un 26,3% (IC95% 18,4-27,0) y anemia en el 52,3% (IC95% 43,6-53,6) de las mujeres. Las situaciones de inseguridad alimentaria observadas están vinculadas a malas condiciones de ingresos y saneamiento. La magnitud de estas condiciones expresa la baja efectividad de las acciones de atención primaria ofrecidas por el sistema de salud, con un porcentaje importante de hospitalizaciones resultantes de condiciones sensibles a la atención básica en el nivel de atención primaria.Resumo em Inglês: Abstract Epidemiological surveys by ethnic groups are scarce in Brazil. The health and nutrition conditions of indigenous peoples who face situations of social inequities and inequalities, negatively influence their health indicators. This study is the widest investigation on the subject ever carried out on the Baniwa ethnic group, one of the most numerous in the country. The survey aimed to analyze the living conditions and nutritional profile of children aged under 60 months and women aged 14 to 49 years of the Baniwa ethnic group, residing in the northwest region of the state of Amazonas, in the Indigenous Land of Alto Rio Negro, an area that serves as a border connecting Brazil, Colombia, and Venezuela. The results show a high prevalence of chronic malnutrition in 52.5% (95%CI 48.9-56.1) and anemia in 68.3% (95%CI 64-5-71.8) of children under 60 months, in addition to overweight in 26.3% (95%CI 18.4-27.0) and anemia in 52.3% (95%CI 43.6-53.6) of the women. The situations of food insecurity observed in this study are linked to poor income and sanitation conditions. The magnitude of these injuries expresses the low effectiveness of primary care actions offered by the health system, with a significant percentage of hospitalizations resulting from injuries sensitive to basic care at the primary care level. |
ARTIGO TEMÁTICO Acesso aos serviços de saúde bucal na Terra Indígena Xukuru do Ororubá (2017-2018): análise de indicadores de desempenho Santos, Lucas Fernando Rodrigues dos Oliveira, André Luiz Sá de Andrade, Fabíola Bof de Mauricio, Herika de Arruda Fávaro, Thatiana Regina Moreira, Rafael da Silveira Resumo em Português: Resumo Analisou-se o acesso aos serviços de saúde bucal oferecidos aos indígenas Xukuru do Ororubá (Pesqueira-PE) aldeados, entre 2017 e 2018. Estudo ecológico com dados secundários extraídos do Sistema de Informação da Atenção à Saúde Indígena (SIASI). As unidades de análise foram as aldeias. Foram analisados os procedimentos realizados pelas equipes de saúde bucal que atuam no contexto, verificando indicadores de acesso e desempenho dos serviços e seus parâmetros. Foram caracterizadas as condições socioeconômicas e demográficas, a provisão de serviços e os componentes espaciais do território. Foram estimados coeficientes de correlação entre indicadores. Os resultados revelaram crescimento da cobertura de primeira consulta odontológica, da média de procedimentos per capita, da proporção de exodontias e da cobertura da escovação dental supervisionada e queda da taxa de tratamentos concluídos. Verificaram-se melhores oportunidades de acesso para os indígenas Xukuru do Ororubá no período analisado, com a necessidade persistente de fortalecimento da continuidade das ações, de maneira a possibilitar a conclusão dos tratamentos. Aponta-se para a necessidade de indicadores adequados ao contexto da saúde indígena e às potencialidades do SIASI para vigilância em saúde bucal.Resumo em Espanhol: Resumen Se analizó el acceso a los servicios de salud bucal ofrecidos a los pueblos indígenas Xukuru do Ororubá (Pesqueira-PE) entre 2017 y 2018. Estudio ecológico con datos secundarios extraídos del Sistema de Información de Atención a la Salud Indígena (SIASI). Las unidades de análisis fueron las aldeas. Se analizaron los procedimientos realizados por los equipos de salud bucal que trabajan en el contexto, comprobando indicadores de acceso y desempeño de los servicios y sus parámetros. Se caracterizaron las condiciones socioeconómicas y demográficas, la prestación de servicios y los componentes espaciales del territorio. Se estimaron coeficientes de correlación entre indicadores. Los resultados revelaron crecimiento en la cobertura de la primera consulta odontológica, el promedio de procedimientos per cápita, la proporción de extracciones y la cobertura del cepillado dental supervisado; y una caída en la tasa de tratamientos completados. Hubo mejores oportunidades de acceso para el pueblo indígena Xukuru do Ororubá en el período analizado, persistiendo la necesidad de fortalecer la continuidad de las acciones, para posibilitar la culminación de los tratamientos. Se destaca la necesidad de indicadores apropiados al contexto de la salud indígena y el potencial del SIASI para la vigilancia de la salud bucal.Resumo em Inglês: Abstract This ecological study conducted with secondary data extracted from the Indigenous Health Care Information System (SIASI) analyzed the access to oral health services provided to Xukuru do Ororubá Indigenous peoples from 2017 to 2018. The units of analysis were the Indigenous villages. The services delivered by the oral health teams working in the context were analyzed, verifying access and performance indicators and their parameters. The socioeconomic and demographic conditions, the provision of services, and the spatial components of the territory were characterized. The correlation coefficients between indicators were estimated. The results showed a growing coverage of first dental appointments, the mean number of procedures per capita, the percentage of tooth extractions, the coverage of supervised tooth brushing, and a decrease in the rate of completed treatments. There were better access opportunities for the Xukuru do Ororubá Indigenous people in the period analyzed. However, there is a persistent need to strengthen the continuity of services to complete treatments. The study points to the need for indicators suitable for the context of Indigenous health and the potential of the SIASI for oral health surveillance. |
ARTIGO TEMÁTICO Desigualdade em saúde bucal: caracterização do povo indígena Xukuru do Ororubá, Pernambuco, Brasil Mauricio, Herika de Arruda Fávaro, Thatiana Regina Moreira, Rafael da Silveira Resumo em Português: Resumo O objetivo deste artigo é caracterizar indígenas de 18 a 23 anos de idade da etnia Xukuru do Ororubá, Pernambuco, Brasil, quanto à utilização de serviços odontológicos, autopercepção da saúde bucal, práticas de higiene bucal e experiência de cárie, aspectos socioeconômicos e demográficos. Estudo de corte transversal de base populacional, aninhado a um estudo de coorte iniciado em 2010, desenvolvido na referida terra indígena em 2018. Exames bucais e questionários foram conduzidos com 131 indígenas. Os dados foram coletados por meio do software Epi-Info e o programa estatístico SPSS 20.0 foi aplicado na estatística descritiva. Para comparar os resultados de experiência de cárie obtidos com a Pesquisa Nacional de Saúde Bucal (SB Brasil 2010), utilizou-se o software R. A experiência de cárie verificada pelo Índice CPO-D obteve média 7,4, com a média dos componentes do índice correspondentes a 22,8 para elementos dentários hígidos, 2,4 para cariados, 0,2 para obturados/cariados, 3,5 para obturados e 1,4 para perdidos. A condição de saúde bucal dos indígenas se caracteriza por expressiva desigualdade quando comparada aos resultados de levantamento epidemiológico realizado no país envolvendo outros grupos populacionais.Resumo em Espanhol: Resumen El objetivo de este artículo es caracterizar a los indígenas de 18 a 23 años de la etnia Xukuru do Ororubá, Pernambuco, Brasil, en términos de uso de servicios odontológicos, autopercepción de salud bucal, prácticas de higiene bucal y experiencia de caries, aspectos socioeconómicos y demográficos. Estudio transversal de base poblacional, anidado dentro de un estudio de cohortes que se inició en 2010 y se llevó a cabo en el territorio indígena en 2018. Se realizó examen bucal y se aplicó cuestionarios a los 131 indígenas. Los datos se recogieron utilizando el software Epi-Info y se utilizó el programa estadístico SPSS 20.0 para la estadística descriptiva. Se utilizó el software R para comparar los resultados de experiencia de caries obtenidos con la Investigación Nacional de Salud Bucal (SB Brasil 2010). La experiencia de caries verificada por el Índice CPO-D tuvo una media de 7,4, correspondiendo la media de los componentes del Índice a 22,8 para dientes sanos, 2,4 para dientes cariados, 0,2 para dientes obturados/cariosos, 3,5 para dientes obturados y 1,4 para dientes perdidos. El estado de salud bucal de los indígenas se caracteriza por una desigualdad significativa cuando se compara con los resultados de levantamientos epidemiológicos realizadas en el país con otros grupos de población.Resumo em Inglês: Abstract This article aims to characterize Indigenous people aged 18-23 of the Xukuru do Ororubá ethnic group, Pernambuco state, Brazil, regarding the use of dental services, self-perceived oral health, oral hygiene practices and caries experience, and socioeconomic and demographic aspects. This population-based cross-sectional study is nested in a cohort study that started in 2010 and was conducted in the Indigenous territory in 2018. Oral examinations and questionnaires were conducted with 131 Indigenous people. Data were collected using Epi Info software and the SPSS 20.0 statistical program was used for descriptive statistics. R software was adopted to compare the caries experience results obtained with the National Oral Health Survey (SB Brasil 2010). The caries experience verified by the DMFT Index had a mean of 7.4, with the mean Index components corresponding to 22.8 for healthy teeth, 2.4 for decayed teeth, 0.2 for filled/carious teeth, 3.5 for filled teeth, and 1.4 for missing teeth. The oral health condition of Indigenous people is characterized by significant inequality when compared to the results of epidemiological surveys conducted in the country involving other population groups. |
ARTIGO TEMÁTICO Perfis sociodemográficos de domicílios indígenas nos censos 1991, 2000 e 2010 Silva, Leandro Okamoto da Carmo, Cleber Nascimento do Santos, Ricardo Ventura Resumo em Português: Resumo O artigo analisa a composição sociodemográfica dos indígenas nos censos demográficos de 1991, 2000 e 2010, além de investigar desigualdades no acesso a saneamento básico e energia elétrica com base no Censo de 2010. É proposta uma metodologia que classifica domicílios com indígenas em homogêneos, mistos com responsável indígena e mistos com responsável não indígena. Verificou-se desigualdade significativa no acesso a infraestruturas e serviços, com piores condições em domicílios homogêneos e com responsável indígena. As diferenças regionais e por situação se sobrepuseram às diferenças por tipo de domicílio e localização, com melhores condições em áreas urbanas do que em rurais, e nas regiões Sudeste e Sul, sendo o Norte a região com menor acesso em geral. Diferenças regionais e entre áreas urbana/rural foram observadas, destacando-se melhores condições urbanas e nas regiões Sudeste e Sul. Essas desigualdades refletem políticas públicas fragmentadas, pressões econômicas e processos de desterritorialização, entre outros fatores. O desenvolvimento de novas técnicas e o debate crítico são essenciais para compreender e abordar as desigualdades raciais no país e promover políticas públicas adequadas aos povos indígenas.Resumo em Espanhol: Resumen En este artículo se analiza la composición sociodemográfica de los indígenas en los censos demográficos de 1991, 2000 y 2010, y se investigan las desigualdades en el acceso al saneamiento básico y a la electricidad a partir del Censo de 2010. Se propone una metodología que clasifica las viviendas con indígenas en homogéneos, mixtos con un responsable de la vivienda indígena y mixtos con un responsable de la vivienda no indígena. Se observó una desigualdad significativa en el acceso a infraestructuras y servicios, con peores condiciones en las viviendas homogéneos y en las viviendas con responsable indígena. Las diferencias regionales y por situación se superpusieron con las diferencias por tipo de vivienda y ubicación, con mejores condiciones en las zonas urbanas que en las rurales, y en las regiones Sureste y Sur, siendo el Norte la región con menor acceso en general. Se observaron diferencias regionales y entre zonas urbanas y rurales, con mejores condiciones en las zonas urbanas y en el sureste y el sur. Estas desigualdades reflejan la fragmentación de las políticas públicas, las presiones económicas y los procesos de desterritorialización, entre otros factores. El desarrollo de nuevas técnicas y el debate crítico son esenciales para comprender y abordar las desigualdades raciales en el país y promover políticas públicas adecuadas para los pueblos indígenas.Resumo em Inglês: Abstract This article analyzes the sociodemographic composition of the Indigenous population in Brazil in the 1991, 2000, and 2010 demographic censuses, in addition to investigating inequalities in access to basic sanitation and electricity based on the 2010 Census. A methodology is proposed that classifies households with Indigenous residents as “homogeneous”, “mixed” with an Indigenous in the category “household head”, and mixed with a non-Indigenous in the category “household head”. Regional and situational differences overlapped with differences by type of household and location, with better conditions in urban than rural areas and in the Southeast and South. The North was the region with the least access in general. Regional differences and differences between urban/rural areas were observed, highlighting better urban conditions in the Southeast and South. These inequalities reflect fragmented public policies, economic pressures, and deterritorialization, among other factors. The development of new techniques and critical debate is essential to understanding and addressing racial inequalities in the country and promoting public policies appropriate to Indigenous peoples. |
ARTIGO TEMÁTICO Território Indígena do Xingu: perfil nutricional e metabólico de indígenas avaliados entre os anos de 2017 e 2019 Rodrigues, Douglas A. Haquim, Vanessa Moreira Mazzucchetti, Lalucha Lemos, Pablo Natanael Mendonça, Sofia Beatriz Machado de Resumo em Português: Resumo O estudo avaliou o perfil nutricional e metabólico da população adulta do Território Indígena do Xingu, de acordo com o sexo e o polo-base. Foi desenvolvido em 18 aldeias no período entre 2017 e 2019. A antropometria, os exames clínicos e físicos foram realizados in loco nos indivíduos maiores de 18 anos. Foram avaliados 1.598 indígenas, com média de 36,7 anos. Desses, 50,6% eram homens, 53,2% residiam no Polo Leonardo, 22,7% no Diauarum, 12,3% no Pavuru e 11,8% no Wawi. As mulheres apresentaram maior prevalência (p < 0,05) do que os homens, respectivamente, de baixo peso (2,0% vs 0,1%), eutrofia (46,1% vs 37,4%), obesidade central (63,4% vs 21,8%), baixo HDL colesterol (77,7% vs 72,9%) e síndrome metabólica (29,0% vs 23,5%). Em contrapartida, os homens apresentaram maior prevalência (p < 0,05) do que as mulheres, respectivamente, de sobrepeso (46,3% vs 37,5%), triglicerídeos elevados (34,5% vs 28,2%) e níveis pressóricos elevados (13,2% vs 8,6%). Os polos-base Leonardo e Wawi apresentaram os piores resultados nutricionais e cardiometabólicos. No geral, os indivíduos avaliados apresentaram elevada frequência de doenças não transmissíveis e risco cardiometabólico. Medidas urgentes precisam ser tomadas para controlar essa situação.Resumo em Espanhol: Resumen El estudio evaluó el perfil nutricional y metabólico de la población adulta del Territorio Indígena Xingu, según género y polo de base. Se llevó a cabo en 18 aldeas entre 2017 y 2019. Se realizaron exámenes antropométricos, clínicos y físicos in situ a individuos mayores de 18 años. Se evaluaron a un total de 1.598 indígenas, con una media de edad de 36,7 años. De ellos, el 50,6% eran hombres, el 53,2% vivían en Polo Leonardo, el 22,7% en Diauarum, el 12,3% en Pavuru y el 11,8% en Wawi. Las mujeres presentaban una mayor prevalencia (p < 0,05) que los hombres de bajo peso (2,0% vs 0,1%), eutrofia (46,1% vs 37,4%), obesidad central (63,4% vs 21,8%), colesterol HDL bajo (77,7% vs 72,9%) y síndrome metabólico (29,0% vs 23,5%). Por otro lado, los hombres tuvieron una mayor prevalencia (p < 0,05) que las mujeres, respectivamente, de sobrepeso (46,3% vs 37,5%), triglicéridos elevados (34,5% vs 28,2%) y niveles elevados de presión arterial (13,2% vs 8,6%). Los polos base Leonardo y Wawi mostraron los peores resultados nutricionales y cardiometabólicos. En general, los individuos evaluados presentaban una elevada frecuencia de enfermedades no transmisibles y de riesgo cardiometabólico. Es necesario adoptar medidas urgentes para controlar esta situación.Resumo em Inglês: Abstract The study evaluates the nutritional and metabolic profile of the adult population of the Xingu Indigenous Territory by gender and base hub. It was developed in 18 villages from 2017 to 2019. Anthropometry and clinical, physical examinations were conducted in loco in individuals over 18. A total of 1,598 Indigenous people were evaluated, with a mean age of 36.7 years. Of these, 50.6% were male, 53.2% lived in the Leonardo Base hub, 22.7% in Diauarum, 12.3% in Pavuru and 11.8% in Wawi. Women had a higher prevalence (p < 0.05) than men, respectively, of underweight (2.0% vs. 0.1%), normal weight (46.1% vs. 37.4%), central obesity (63.4% vs. 21 .8%), low HDL cholesterol (77.7% vs. 72.9%) and Metabolic Syndrome (29.0% vs. 23.5%). In comparison, men had a higher prevalence (p < 0.05) than women, respectively, of overweight (46.3% vs. 37.5%), high triglycerides (34.5% vs. 28.2%) and high blood pressure levels (13.1% vs. 8.6%). The Leonardo and Wawi base hubs had the worst nutritional and cardiometabolic results. Overall, subjects had a high frequency of noncommunicable diseases and cardiometabolic risk. Urgent measures need to be taken to control this situation. |
ARTIGO TEMÁTICO Excesso de peso e fatores associados entre adultos indígenas Xavante, Brasil Central Tavares, Felipe Guimarães Lucena, José Rodolfo Mendonça de Cardoso, Andrey Moreira Resumo em Português: Resumo Considerada um importante problema de saúde pública entre os povos indígenas no Brasil, a obesidade constitui um fator de risco para doenças e agravos não transmissíveis. Objetivou-se descrever a ocorrência de excesso de peso e obesidade e fatores associados em adultos indígenas Xavante, por meio de um inquérito nutricional realizado na população ≥ 15 anos residente nas terras indígenas Pimentel Barbosa e Wedezé, Mato Grosso, Brasil Central, no período de junho a agosto de 2011. Foram investigadas oito das dez aldeias existentes no território. Coletaram-se dados antropométricos, de bioimpedância e socioeconômicos. Participaram do estudo 495 indivíduos, correspondendo a 94,1% da população-alvo. As prevalências de excesso de peso e obesidade foram de 65,9% (masc: 63,2%; fem: 68,6%) e 19,8% (masc: 21,3%; fem: 18,2%), respectivamente. No modelo de regressão múltipla, as prevalências de excesso de peso foram maiores nas mulheres, nas faixas etárias e nível de escolaridade superiores, nos indivíduos residentes no segundo grupo de aldeias e nos domicílios com baixo de consumo de alimentos de cultivo e criação. Houve aumento na faixa etária de 20 a 49 anos e nos indivíduos residentes em domicílios com baixo consumo de alimentos oriundos da caça, pesca e coleta apresentaram as maiores prevalências de obesidade.Resumo em Espanhol: Resumen Considerada un importante problema de salud pública entre los pueblos indígenas de Brasil, la obesidad es un factor de riesgo para enfermedades no transmisibles. El objetivo de este estudio fue describir la ocurrencia de exceso de peso y obesidad y los factores asociados en adultos indígenas Xavante, por medio de una encuesta nutricional realizada entre la población ≥ 15 años de edad residente en las Tierras Indígenas Pimentel Barbosa y Wedezé, Mato Grosso, Brasil Central, entre junio y agosto de 2011. Se investigaron 8 de las 10 aldeas del territorio. Se recoletctaron datos antropométricos, de bioimpedancia y socioeconómicos. Un total de 495 individuos participaron en el estudio, lo que corresponde al 94,1% de la población objetivo. La prevalencia de exceso de peso y obesidad fue del 65,9% (hombres: 63,2%; mujeres: 68,6%) y del 19,8% (hombres: 21,3%; mujeres: 18,2%), respectivamente. En el modelo de regresión múltiple, la prevalencia del exceso de peso era mayor en las mujeres, en los grupos de mayor edad y mayor nivel de escolarización, en los individuos que vivían en el 2º grupo de aldeas y en los hogares con bajo consumo de alimentos de granja. La mayor prevalencia de obesidad se observó en el grupo de edad de 20 a 49 años y en los individuos que vivían en hogares con bajo consumo de alimentos procedentes de la caza, la pesca y la recolección.Resumo em Inglês: Abstract Considered an important public health problem among Indigenous peoples in Brazil, obesity is a risk factor for Noncommunicable Diseases (NCDs) and conditions. The present study aimed to describe the occurrence of excess weight, obesity, and associated factors in Xavante Indigenous adults, through a nutritional survey carried out in the population ≥ 15 years of age living in the Pimentel Barbosa and Wedezé Indigenous Lands, Mato Grosso, Central Brazil, during the period of June to August 2011. Eight of the 10 villages in the territory were investigated. Anthropometric, bioimpedance and socioeconomic data were collected. This study counted on 495 participants, corresponding to 94.1% of the target population. The prevalence of overweight and obesity was 65.9% (male: 63.2%; female: 68.6%) and 19.8% (male: 21.3%; female: 18.2%), respectively. In the multiple regression model, the prevalence of excess weight was higher among women, in higher age groups and education levels, in individuals living in group 2 of the villages, and in households with low consumption of farmed foods. An increase in the age group aged 20 to 49 years and in individuals living in households with a low consumption of food from hunting, fishing, and gathering presented the highest prevalence of obesity. |
ARTIGO TEMÁTICO Crescimento físico no primeiro ano de vida de crianças Terena residentes em área urbana: um estudo longitudinal Bresan, Deise Leite, Maurício Soares Ferreira, Aline Alves Cury, Elenir Rose Jardim Resumo em Português: Resumo O objetivo do estudo foi avaliar o estado nutricional antropométrico e o crescimento físico de crianças Terena residentes na área urbana de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, no primeiro ano de vida. Participaram da pesquisa crianças nascidas de junho de 2017 a julho de 2018 (n = 42). As curvas de crescimento foram construídas por modelos aditivos generalizados mistos. Aos 12 meses, 4,8% das crianças apresentaram baixa E/I. Segundo o índice de massa corporal para a idade, o sobrepeso atingiu 15,0% das meninas aos 12 meses e a obesidade 4,8% dos meninos e meninas nessa idade. A curva de comprimento das crianças Terena não alcançou a mediana da população de referência. A curva de peso e índice da massa corporal para a idade, especialmente entre as meninas, seguiram, em geral, uma trajetória superior à mediana de referência. As curvas de crescimento Terena registram um crescimento linear médio inferior ao esperado e um ganho de peso superior ao da mediana de referência. Esse perfil é compatível com a persistência de condições desfavoráveis ao crescimento e à nutrição infantis e com um acelerado processo de transição alimentar e nutricional, em que a dimensão racial das iniquidades em saúde não pode ser desconsiderada.Resumo em Espanhol: Resumen Este estudio tuvo como objetivo evaluar el estado nutricional antropométrico y el crecimiento físico de los niños Terena residentes en el área urbana de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil, en el primer año de vida. Participaron del estudio niños nacidos entre junio de 2017 y julio de 2018 (n = 42). Los datos se recopilaron durante visitas domiciliarias en el 1º, 6º y 12º mes de vida del niño. Las curvas de crecimiento se construyeron utilizando modelos mixtos aditivos generalizados. A los 12 meses, el 4,8% de los niños tenían T/E baja. Según el índice de masa corporal por edad, el sobrepeso afectaba al 15,0% de las niñas a los 12 meses y la obesidad afectaba al 4,8% de los niños y niñas de esta edad. La curva de talla de los niños Terena no alcanzó la mediana de la población de referencia. La curva de peso y del índice de masa corporal por edad, especialmente entre las niñas, siguió en general una trayectoria superior a la mediana de referencia. Las curvas de crecimiento de Terena registran un crecimiento lineal medio inferior al esperado y una ganancia de peso superior a la mediana de referencia. Este perfil es compatible con la persistencia de condiciones desfavorables para el crecimiento y la nutrición infantil y con un proceso acelerado de transición alimentaria y nutricional, donde no se puede desconocer la dimensión racial de las inequidades en salud.Resumo em Inglês: Abstract The present study aimed to assess the anthropometric nutrition status and physical growth of Terena Indigenous children living in an urban zone of the city of Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brazil, in their first year of life. Children who were born between June 2017 and July 2018 (n = 42) participated in the study. In total, 4.8% of the children presented a low height for age (H/A) in the 12th month of life. According to body mass index (BMI) for age, overweight affected 15.0% of the individuals belonging to the female sex at the age of 12 months, and obesity was observed in 4.8% of the children belonging to both sexes at this same age. Terena Indigenous children’s length curve failed to reach the median value recorded for the reference population. Weight and body mass index curves for age, mainly among individuals belonging to the female sex, were often above the reference median value. The Terena growth curves recorded an average linear growth of lower than expected and a weight gain of higher than the reference median. This profile is compatible with the persistence of unfavorable conditions for children’s growth and nutrition, as well as with an accelerated process of food and nutritional transition, where the racial dimension of health inequities cannot be disregarded. |
ARTIGO TEMÁTICO Composição corporal versus resultados antropométricos dos indígenas Khisêdjê do Xingu - MT/Brasil Mazzucchetti, Lalucha Galvão, Patrícia Paiva de Oliveira Tsutsui, Mário Luiz da Silva Santos, Kennedy Maia dos Rodrigues, Douglas Antônio Rabelo, Vânia Fernandes Gimeno, Suely Godoy Agostinho Resumo em Português: Resumo O estudo objetivou avaliar a composição corporal dos indígenas Khisêdjê residentes no Território Indígena do Xingu e compará-la com os resultados obtidos pela antropometria. Foram incluídos 179 indivíduos com idade ≥ 20 anos. O estado nutricional foi classificado segundo os pontos de corte propostos pela Organização Mundial da Saúde (1995). A composição corporal foi identificada por meio das medidas derivadas diretamente do aparelho de impedância bioelétrica tetrapolar (resistência - R, reactância - Xc e ângulo de fase -AF). Os dados foram analisados por meio do teste t de Student, teste qui-quadrado, coeficiente de Pearson e análise de variância. Dos avaliados, 57,0% foram homens e a idade média foi de 37,5 anos. Foi apresentado 48,0% de excesso de peso (índice de massa corpórea - IMC ≥ 25,0 kg/m2). Identificou-se correlação positiva entre o IMC com as medidas do perímetro da cintura e do braço e AF, e correlação inversa com as medidas de R e Xc. As médias das medidas de R e Xc reduziram com o aumento do IMC; em contrapartida, as médias do AF cresceram com o aumento do peso. Os resultados sugerem que a presença de excesso de peso entre os indígenas Khisêdjê se associou a maior quantidade de massa muscular.Resumo em Espanhol: Resumen Este estudio tuvo como objetivo evaluar la composición corporal de los indígenas Khisêdjê que viven en el Territorio Indígena Xingu y compararla con los resultados obtenidos por antropometría. Se incluyeron 179 individuos con edad ≥ 20 años. El estado nutricional se clasificado según los puntos de corte propuestos por la Organización Mundial de la Salud (1995). La composición corporal se identificó mediante mediciones derivadas directamente del aparato de impedancia bioeléctrica tetrapolar (resistencia - R, reactancia - Xc y ángulo de fase - AF). Los datos se analizaron mediante la prueba t de Student, la prueba chi-cuadrado, el coeficiente de Pearson y el análisis de la varianza. El 57,0% de los evaluados eran hombres y la edad media era de 37,5 años. El 48,0% tenía sobrepeso (índice de masa corporal - IMC ≥ 25,0 kg/m2).Se identificó una correlación positiva entre el IMC y las mediciones del perímetro de la cintura y el brazo y la AF, y una correlación inversa con las mediciones de R y Xc. Las mediciones medias de R y Xc disminuyeron con el aumento del IMC; por otro lado, las medias de AF aumentaron con el aumento del peso. Los resultados sugieren que el sobrepeso entre los indígenas Khisêdjê estaba asociado a una mayor masa muscular.Resumo em Inglês: Abstract This study aimed to evaluate the body composition of the Khisêdjê, an Indigenous people residing in the Xingu Indigenous Territory, and compare it to the results obtained by anthropometry. One hundred seventy-nine individuals aged above 20 of both genders were included. The nutritional status was classified per the cutoff proposed by the WHO (1995). The body composition was identified using measures derived directly from a bioelectrical impedance device (resistance - R, reactance - Xc, and phase angle - PA). Data were analyzed using the Student t-test, chi-square, Pearson correlation, and analysis of variance, and 57% of the sample was male. The mean age of the population was 37.5 years, and 48% of subjects had some overweight level (BMI ≥ 25,0 kg/m2). We identified a positive correlation between BMI with waist (WC) and arm (AC) circumference, and PA measurements, and an inverse correlation between BMI and R and Xc measurements. R and Xc mean values decreased with increasing BMI. In contrast, mean PA increased with greater weight. The results suggest that being overweight among the Khisêdjê Indigenous people was associated with higher muscle mass amounts. |
ARTIGO TEMÁTICO Agrotóxicos e violações nos direitos à saúde e à soberania alimentar em comunidades Guarani Kaiowá de MS, Brasil Pinho, Alexandra De Calheiros, Débora F. Almeida, Fernanda S. Zerlotti, Patrícia Cereali, Mariana Feiden, Alberto Machado, Franciele F. Zanella, Renato Resumo em Português: Resumo O Brasil, um dos maiores produtores agrícolas e consumidores de agrotóxicos do mundo, expandiu sua área agrícola no sul do Mato Grosso do Sul, intensificando a contaminação ambiental e a vulnerabilidade das populações indígenas. Esta pesquisa avaliou a presença de agrotóxicos nas águas de duas comunidades indígenas de MS, Retomada Guyraroká e Aldeia Jaguapiru. Entre 2021 e 2022 foram realizadas três campanhas de amostragem de água superficial, de abastecimento e da chuva, considerando o calendário agrícola. O estudo seguiu o protocolo do Laboratório de Análises de Resíduos de Pesticidas, da Universidade Federal de Santa Maria. Ao todo foram encontrados 22 ingredientes ativos (IAs), destes, 41% causam efeitos graves à saúde e 68% são proibidos na União Europeia. O Fipronil, 2,4-D e Atrazina, alguns dos mais frequentes. Os resultados revelam que essas comunidades estão expostas aos agrotóxicos, violando seus direitos à saúde e à soberania alimentar.Resumo em Espanhol: Resumen Brasil, uno de los mayores productores agrícolas y consumidores de plaguicidas del mundo, ha expandido su área agrícola en el sur de Mato Grosso do Sul, intensificando la contaminación ambiental y la vulnerabilidad de las poblaciones indígenas. Esta investigación evaluó la presencia de plaguicidas en las aguas de dos comunidades indígenas de MS, Retomada Guyraroká y Aldeia Jaguapiru. Entre 2021 y 2022, se realizaron tres campañas de muestreo de aguas superficiales, de abastecimiento y de lluvia, considerando el calendario agrícola. El estudio siguió el protocolo de LARP/UFSM. En total, se encontraron 22 ingredientes activos (IAs), en que, el 41% causa graves efectos en la salud y el 68% está prohibido en la Unión Europea. Fipronil, 2,4-D, y Atrazina los más frecuentes. Del total de IAs, Los resultados revelan que estas comunidades están expuestas a plaguicidas, violando sus derechos a la salud y a la soberanía alimentaria.Resumo em Inglês: Abstract Brazil, one of the world’s largest agricultural producers and consumers of pesticides, has expanded its agricultural area in the southern region of Mato Grosso do Sul, intensifying environmental contamination and increasing the vulnerability of indigenous populations. This research assessed the presence of pesticides in the waters of two indigenous communities in MS, Retomada Guyraroká and Aldeia Jaguapiru. Between 2021 and 2022, three sampling campaigns of surface, supply, and rainwater were conducted, considering the agricultural calendar. The study followed the LARP/UFSM protocol. In total of 22 active ingredients (AIs) were found, among these, 41% cause serious health effects, and 68% are banned in the European Union. Fipronil, 2,4-D, Atrazine are the among the most frequent IA found. Results show that these communities are exposed to pesticides, violating their rights to health and food sovereignty. |
ARTIGO DE REVISÃO Vigilância em saúde entre povos indígenas no enfrentamento COVID-19: uma revisão de escopo Casanova, Angela Oliveira Marchon-Silva, Verônica Suárez-Mutis, Martha Cunha, Maria Luiza Silva Souza, Michele Souza e Peiter, Paulo César Gomes, Marcelly de Freitas Cruz, Marly Marques da Resumo em Português: Resumo O estudo teve como objetivo identificar estratégias de proteção usadas por povos indígenas durante a pandemia da COVID-19. Analisando 56 artigos de 2020 a maio de 2021 em quatro áreas - organização comunitária, governança, comunicação e abordagens territoriais - descobriu-se que vulnerabilidades estruturais moldaram suas respostas. A disseminação do vírus foi influenciada por fatores ambientais, sociais e culturais. Grupos indígenas empregaram estratégias diversas, como tomada de decisão coletiva e conhecimento tradicional. Os desafios incluíram supressão de dados e barreiras à identificação étnica. O estudo enfatiza a necessidade de maior autonomia indígena no gerenciamento de dados e coordenação eficaz entre governo, sociedade civil e organizações indígenas.Resumo em Espanhol: Resumen El estudio tuvo como objetivo identificar las estrategias de protección utilizadas por los pueblos indígenas durante la pandemia de COVID-19. Al analizar 56 artículos de 2020 a mayo de 2021 en cuatro áreas (organización comunitaria, gobernanza, comunicación y enfoques territoriales), se encontró que las vulnerabilidades estructurales dieron forma a sus respuestas. La propagación del virus estuvo influenciada por factores ambientales, sociales y culturales. Los grupos indígenas emplearon diversas estrategias, como la toma de decisiones colectiva y el conocimiento tradicional. Los desafíos incluyeron la supresión de datos y las barreras a la identificación étnica. El estudio enfatiza la necesidad de una mayor autonomía indígena en la gestión de datos y una coordinación efectiva entre el gobierno, la sociedad civil y las organizaciones indígenas.Resumo em Inglês: Abstract The study aimed to identify protection strategies used by Indigenous peoples during the COVID-19 pandemic. Analyzing 56 articles from 2020 to May 2021 across four areas -community organization, governance, communication, and territorial approaches - it found that structural vulnerabilities shaped their responses. The spread of the virus was influenced by environmental, social, and cultural factors. Indigenous groups employed diverse strategies like collective decision-making and traditional knowledge. Challenges included data suppression and barriers to ethnic identification. The study emphasizes the need for greater Indigenous autonomy in data management and effective coordination among government, civil society, and Indigenous organizations. |
ARTIGO DE OPINIÃO Rios de conhecimentos: demarcando a ciência com as vozes indígenas Almeida, Diádiney Helena de Resumo em Português: Resumo Parte deste texto desaguou numa palestra apresentada na abertura da 20ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia da Fundação Oswaldo Cruz em outubro de 2023. Trata-se da reflexão de uma historiadora indígena sobre sua trajetória profissional, considerando o racismo vigente na comunidade científica e os caminhos que os rios de conhecimentos indígenas têm percorrido na busca pela demarcação da escrita como um campo pela garantia dos direitos garantidos na Constituição Federal de 1988, constituindo um espaço de resistência pela continuidade das existências plurais dos povos indígenas do Brasil.Resumo em Espanhol: Resumen Parte de este texto resultó de una conferencia presentada en la apertura de la XX Semana Nacional de Ciencia y Tecnología de la Fundación Oswaldo Cruz, en octubre de 2023. Se trata de una reflexión de una historiadora indígena sobre su trayectoria profesional, considerando el racismo imperante en la comunidad científica, así como los caminos que los ríos de conocimiento indígena han recorrido en la búsqueda de la demarcación de la escritura como campo de garantía de los derechos garantizados en la Constitución Federal de 1988, constituyendo un espacio de resistencia para la continuidad de las existencias plurales de los pueblos indígenas de Brasil.Resumo em Inglês: Abstract Part of this text resulted in a lecture presented at the opening of the 20th National Science and Technology Week of the Oswaldo Cruz Foundation in October 2023. It is the reflection of an Indigenous historian on her professional trajectory, considering the racism in force in the scientific community and the paths that the Indigenous knowledge rivers have traveled to demarcate writing as a field for securing the rights guaranteed in the 1988 Federal Constitution, constituting a space of resistance for the continuity of the Brazilian Indigenous peoples’ plural existences. |
ARTIGO DE OPINIÃO “Do chão dos territórios”: uma entrevista com Weibe Tapeba, secretário de Saúde Indígena do Ministério da Saúde Tapeba, Ricardo Weibe Pontes, Ana Lucia de Moura Santos, Ricardo Ventura Almeida, Diádiney Helena de Garnelo, Luiza Resumo em Português: Resumo Nesta entrevista, Weibe Tapeba, secretário de Saúde Indígena do Ministério da Saúde no governo Lula, aborda o processo de reorganização da Secretaria de Saúde Indígena (SESAI) e do protagonismo indígena na nova gestão. Entre os pontos destacados pelo entrevistado estão a avaliação do cenário da saúde indígena no contexto político atual do Ministério da Saúde, os diálogos com as organizações do movimento indígena, assim como a articulação com instituições de pesquisa e ensino. A entrevista destaca a importância da elaboração de estratégias visando a reestruturação da SESAI e o aperfeiçoamento da política pública de saúde indígena envolvendo uma extensa articulação entre planejamento, gestão, financiamento e a participação social indígena com controle social. O secretário enfatiza a necessidade de cooperação política no âmbito do governo federal para promover o desenvolvimento de uma política de “cuidado integral nos territórios indígenas”, defendendo que a concepção de atenção primária à saúde precisa ser ampliada para garantir que os princípios do SUS sejam efetivamente garantidos aos povos indígenas no Brasil.Resumo em Espanhol: Resumen Weibe Tapeba, secretario de Salud Indígena del Ministerio de Salud en el Gobierno de Lula, aborda en esta entrevista el proceso de reorganización de la Secretaría de Salud Indígena (SESAI) y el protagonismo indígena en la nueva gestión. Entre los puntos destacados por el entrevistado están la evaluación del panorama de la salud indígena en el contexto político actual del Ministerio de Salud, los diálogos con las organizaciones del movimiento indígena y la articulación con instituciones de investigación y enseñanza. La entrevista subraya la importancia de la elaboración de estrategias para la reestructuración de la SESAI y el perfeccionamiento de la política pública de salud indígena, involucrando una amplia articulación entre planificación, gestión, financiamiento y la participación social indígena con Control Social. El secretario enfatiza la necesidad de cooperación política en el ámbito del gobierno federal para promover el desarrollo de una política de “atención integral en los territorios indígenas”, defendiendo que la concepción de atención primaria de salud debe ampliarse para garantizar que los principios del SUS se apliquen efectivamente a los pueblos indígenas en Brasil.Resumo em Inglês: Abstract In this interview, Weibe Tapeba, secretary of Indigenous Health at the Ministry of Health in the Lula Government, discusses the process of reorganizing the Secretariat of Indigenous Health (SESAI) and Indigenous protagonism in the new administration. Among the points highlighted by the interviewee are the assessment of the Indigenous health scenario within the current political context of the Ministry of Health, dialogues with Indigenous movement organizations, as well as collaboration with research and educational institutions. The interview highlights the importance of developing strategies aimed at restructuring SESAI and improving Indigenous health public policy in Brazil through extensive coordination, involving planning, management, funding, and Indigenous social participation with Social Control. The secretary emphasizes the need for political cooperation within the federal government to promote the development of a policy of “comprehensive care in Indigenous territories,” arguing that the concept of primary health care needs to be expanded to ensure that the principles of SUS are effectively guaranteed to Indigenous peoples in Brazil. |
RESENHA Trabalhadores, vulnerabilidades e futebol: evidências para ações políticas Santos, Juliana Trajano dos Avanci, Joviana Quintes |