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A expansão do agronegócio no entramado da Chapada Diamantina, Brasil: contribuições à análise das formas de apropriação de espaços para a acumulação

Resumo

Neste artigo proponho algumas ampliações à análise das formas de apropriação de novos espaços para a acumulação esboçadas por Jason Moore no “O capital na trama da vida”. Para isto, coloco o foco na expansão do agronegócio na Chapada Diamantina, no interior do Estado da Bahia, Brasil. Primeiramente, analiso o ativo papel jogado pelas empresas na produção da Chapada enquanto lugar diferenciado de produção agrícola do qual só elas poderiam tirar proveito, tornando assim os gerais da Chapada apropriáveis para suas atividades. Adicionalmente, em base ao tempo que trabalhei na região acompanhando às comunidades camponesas, doi conta das maneiras pelas quais o agronegócio expulsa à população do campo e subordina aos pequenos produtores que ainda permanecem. Resgato para isto também os aportes da literatura brasileira sobre a questão agrária, de maneira a posicionar o conhecimento produzido desde o Sul no diálogo com os debates globais. Finalmente, retomo a ênfase de Moore nas formas de poder territorial que acompanham as dinâmicas de apropriação capitalistas para aprofundar, com ajuda da cartografia, informação secundária e entrevistas a informantes chave, em: 1) o exercício do poder estatal através dos mecanismos de governança das águas; 2) as maneiras pelas que este poder é exercido em diversos âmbitos e escalas, gerando tensões também dentro do âmbito do próprio Estado.

Palavras-chave:
Agronegócio; conflitualidade; apropriação; cerrado; geografia agrária.

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