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Proposta de estruturação organizacional de apoio à Ciência Aberta

Proposal for an organizational structure to support open science

Resumo:

A Ciência Aberta é um movimento complexo e ainda não é possível estabelecer exatamente todos os seus limites, nem afirmar categoricamente todas as suas variações. Objetivo: orientados pelos resultados obtidos em uma pesquisa documental e pela literatura revisitada, objetivou-se com este estudo apresentar uma proposta, que pode ser considerada como inédita, de uma unidade organizacional de assessoramento às instituições de pesquisa quanto à aplicação de recursos, políticas, diretrizes e estratégias de Ciência Aberta, em colaboração com a área de comunicação científica da instituição. Metodologia: Para elaboração da proposta foram observadas as políticas institucionais de informação de sete universidades federais, as páginas de serviços e práticas de Ciência Aberta em execução em suas jurisdições, aos seus sites oficiais e de iniciativas consideradas inovadoras. Resultados: elaborou-se um organograma com possível estrutura organizacional de uma Agência de Ciência Aberta, com uma listagem de finalidades, competências e responsabilidades, bem como dos seus possíveis setores. Conclusões: dentificou-se a importância de uma unidade organizacional com essa finalidade, em função da pulverização da Ciência Aberta nos diversos setores das universidades analisadas, indicando a necessidade de unicidade de ações institucionais voltadas para abertura da Ciência.

Palavras-chave:
ciência aberta; comunicação científica; universidades - pesquisa científica

Abstract:

Open Science is a complex movement and it is not yet possible to establish exactly all its limits, nor to categorically state all its variations. Objective: Thus, guided by the results obtained in a desk research and by the literature reviewed, this study aimed to present a proposal, which can be considered as unprecedented, of an organizational unit to advise research institutions on the application of resources, policies, guidelines and strategies of Open Science, in collaboration with the area of scientific communication of the institution. Methodology: To elaborate the proposal, the institutional information policies of seven universities were studied, as well as the pages of Open Science services and practices in execution, their official sites and those of considered innovative initiatives. Results: elaborating an organizational chart with a possible organizational structure of an Open Science agency, listing its purposes, competences and responsibilities, as well as its possible sectors. Conclusions: The importance of an organizational unit with this purpose was identified, due to the pulverization of Open Science in universities, indicating the need for unity of institutional actions towards Open Science.

Keywords:
open science; scientific communication; universities - scientific research

1 Introdução

Nos últimos anos, a moderna civilização tem enfrentado um grave problema, a emergência sanitária global provocada pelo novo coronavírus e suas cepas variantes (covid-19). Essa dramática situação mundial lançou os holofotes sobre a necessidade do desenvolvimento de pesquisas mais eficazes e eficientes, de forma transparente e íntegra para solucionar essa questão, favorecendo a criação de vacinas e outros insumos em tempo recorde, o que pode ser considerado um marco para a visibilidade da pesquisa, a abertura da ciência e seus movimentos. A ciência, suas metodologias e suas práticas estão em constante transformação, na busca por avanços sociais nas mais diversas áreas e tipos de abordagens, em um empenho para não retroceder ou estagnar sua evolução.

Nas palavras de Silva e Silveira (2019SILVA, F. C. C.; SILVEIRA, L. O ecossistema da Ciência Aberta. Transinformação, Campinas, v. 31, p. 1-13, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.1590/2318-0889201931e190001 . Acesso em: 15 jun. 2023.
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), observando os aspectos relacionados à ciência, a massificação e a capacidade de expandir o acesso aos resultados de pesquisas científicas possibilitaram o contato e a troca de experiências entre os pesquisadores e seus institutos de pesquisa. Além disso, o acesso a dados abertos impulsionou o movimento de livre acesso à informação, originando um novo ecossistema, incorporando vários movimentos em um só, conhecido como Ciência Aberta. Notoriamente, esse movimento está relacionado às transformações pela qual a ciência está passando, devido, em grande parte, à globalização e às tecnologias digitais da informação e comunicação, em direção a uma estrutura comum aos atores que atuam de alguma forma com a ciência. Assim, a expectativa é de que, ao avançar no tempo, não haverá a necessidade de empregar o termo “aberto” (Pringle, 2019PRINGLE, D. Why open science is the future(and how to make it happen). Brussels: Science Business, 2019. Disponível em: https://sciencebusiness.net/system/files/reports/Cloud%20report%204%20w%20margins.pdf . Acesso em: 15 jun. 2023.
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; Fuente, 2019FUENTE, G. B. Whatis Open Science?: introduction. Foster Portal, European Union, [2019]. Disponível em: What is Open Science? Introduction | FOSTER (fosteropenscience.eu). Acesso em: 15 jun. 2023.), pois qualquer impedimento de acesso já estaria alijado estruturalmente.

Um dos pressupostos da Ciência Aberta é que, devidamente apoiada por uma ciberinfraestrutura tecnológica e metodológica, pode-se possibilitar que o conhecimento científico seja livre para ser usado, reutilizado e distribuído, reduzindo ao máximo as restrições legais, tecnológicas ou sociais (Albagli; Clinio; Raychtock, 2014ALBAGLI, S.; CLINIO, A.; RAYCHTOCK, S. Ciência Aberta: correntes interpretativas e tipos de ação. Liinc em Revista, Rio de Janeiro, v. 10, n. 2, p. 434-450, 2014. Disponível em: https://doi.org/10.18617/liinc.v10i2.749 . Acesso em: 15 jun. 2023.
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).

No recorte deste estudo, entende-se que é fundamental publicizar as atividades científicas das universidades públicas ou demais instituições de pesquisa, demonstrando todo o processo científico daquelas desenvolvidas em suas jurisdições, quando possível, sem restrições, de forma transparente e acessível.

Ao analisar o cenário, em que pese a necessidade de esclarecimentos das universidades para a sociedade sobre os investimentos em pesquisa, percebe-se que as atuais iniciativas voltadas para a Ciência Aberta precisam ser conduzidas por políticas ou por diretrizes mais assertivas que apoiem a sua institucionalização (Oliveira; Silva, 2016OLIVEIRA, A. C. S.; SILVA, E. M. Ciência Aberta: dimensões para um novo fazer científico. Informação & Informação, Londrina, v. 21, n. 2, p. 5-39, 2016. Disponível em: https://doi.org/10.5433/1981-8920.2016v21n2p5 . Acesso em: 15 jun. 2023.
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). Presume-se assim, a produção do conhecimento de maneira colaborativa e compartilhada de forma mais eficiente, evitando retrabalho de pesquisadores ao utilizar dados compartilhados, por meio do acesso irrestrito a publicações científicas, pelo uso de métricas científicas responsáveis, por posturas científicas éticas e, até mesmo, pela publicizaçãode pesquisas irreprodutíveis.

Diante do exposto, este estudo tem como objetivo apresentar uma proposta, que pode ser considerada como inédita, de uma unidade organizacional de assessoramento às instituições de pesquisa quanto à aplicação de recursos, políticas, diretrizes e estratégias de Ciência Aberta, em colaboração com a área de comunicação científica da instituição. Defende-se que as universidades públicas federais brasileiras devem promover ações de fomento à Ciência Aberta, como forma de caracterizar e possibilitar a prestação de contas sobre os investimentos em recursos públicos na pesquisa científica e torná-las mais eficientes.

Entende-se que a Ciência Aberta se apresenta como excelente oportunidade para a sociedade e o modus operandi de fazer ciência em si, levantando a bandeira da transparência e da democracia científica, evidente nos discursos dos seus evangelistas e seus defensores (Ribeiro et al., 2022RIBEIRO, N. C. et al. Aqueles que anunciam a boa nova: afinal, o que é ser evangelista da Ciência Aberta? Ciência da Informação Express, Lavras, v. 3, n. 3, p. 1-8, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.60144/v3i.2022.39 . Acesso em: 13 jul. 2023.
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). Entretanto, por meio da pesquisa de Ribeiro (2022RIBEIRO, N. C. Ciência Aberta em universidades públicas federais brasileiras: políticas, ações e iniciativas. 2022. Tese (Doutorado em Gestão e Organização do Conhecimento) - Escola de Ciência da Informação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2022. Disponível em: http://repositorio.ufla.br/handle/1/56078 . Acesso em: 13 jul. 2023.
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), pode-se constatar que, na prática, o ambiente científico, apesar dos avanços dessa ordem, está envolto de entraves e que há muito a se desenvolver quando se pensa na abertura da ciência. Em sua obra Delfanti e Pitrelli (2015DELFANTI, A.; PITRELLI, N. Ciência aberta: revolução ou continuidade? In: ALBAGLI, S.; MACIEL, M. L.; ABDO, A. H. (ed.). Ciência Aberta, questões abertas. Brasília: Ibict ; Rio de Janeiro: Unirio , 2015. p. 59-70. Disponível em:Disponível em: https://livroaberto.ibict.br/bitstream/1/1060/1/Ciencia%20aberta_questoes%20abertas_PORTUGUES_DIGITAL%20(5).pdf . Acesso em: 15 jun. 2023.
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), expuseram que alguns ativistas pareciam incomodados com a leniência do ritmo de mudança, uma vez que davam como certo que “a ciência quer ser aberta”, situação que reverbera no contexto atual.

2 Ciência Aberta: uma nova forma de fazer ciência ou um novo nicho de mercado?

A Ciência Aberta abrange uma série de princípios que visam promover o desenvolvimento científico e o acesso ao conhecimento como bem público, um direito comum. De acordo com Nucci (2019NUCCI, G. S. Instituições de direito público e privado. Rio de Janeiro: Forense, 2019.), o direito público ou comum pode ser entendido como o conjunto de normas regentes das relações estabelecidas em sociedade, com a finalidade de garantir os mais relevantes interesses do ser humano, como liberdade, segurança, bem-estar, desenvolvimento individual e social, igualdade e patrimônio.

Ao tratar da ciência, Albagli (2015ALBAGLI, S. Ciência Aberta em questão. In: ALBAGLI, S.; MACIEL, M. L.; ABDO, A. H. (ed.). Ciência Aberta, questões abertas. Brasília: Ibict; Rio de Janeiro: Unirio, 2015. p. 9-26. Disponível em: https://livroaberto.ibict.br/bitstream/1/1060/1/Ciencia%20aberta_questoes%20abertas_PORTUGUES_DIGITAL%20(5).pdf . Acesso em: 15 jun. 2023.
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) apresenta um quadro de conflitos e contradições que gira em torno do conhecimento proprietário e aberto, envolvendo o que se chama sociedade em rede ou informacional (Castells, 1999CASTELLS, M. Sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999. ), o capitalismo digital (Schiller, 2011SCHILLER, D. Capitalismo digital em crise. In: MACEIL, M, L.; ALBAGLI, S. (Orgs). Informação, conhecimento e poder: mudança tecnológica e inovação social. Rio de Janeiro: Garamond , 2011. Disponível em: https://livroaberto.ibict.br/bitstream/123456789/1062/2/informacao_conhecimento_e_poder.pdf . Acesso em: 15 jun. 2023.
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) ou, ainda, capitalismo cognitivo (Moulier-Boutang, 2007MOULIER-BOUTANG, Y. A bioprodução. O capitalismo cognitivo produz conhecimento por meio de conhecimento e vida por meio de vida. Revista do Instituto Humanitas Unisinos, São Leopoldo, n. 216, 23 abr. 2007. Disponível em: http://www.ihuonline.unisinos.br/artigo/858-yann-moulier-boutang-1 . Acesso em: 15 jun. 2023.
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). Entende-se que as práticas de produção e comunicação científicas, em determinadas circunstâncias, podem ser conduzidas com pautas bem distintas do que se espera. Recorrentemente, com delineamento contraditório ao pensamento da Ciência Aberta.

Essa situação apresenta grande potencial de geração de nicho de mercado, com o segmento científico, bem definido, reposicionando negócios e a atuação de empresas, condicionando a sociedade a certa exclusão de seus direitos de acesso. Houve um tempo em que editoras comerciais cooperavam com o acesso ao conhecimento, apoiando a produção científica, ampliando o raio de ação das revistas, garantindo sua ampla distribuição. Porém, parte-se da compreensão de que passaram a explorar o conhecimento científico de forma abusiva, ainda no meio impresso, ampliando a captação de renda no ambiente digital.

Nesse complexo sistema, observam-se as tensões e o paradoxo entre a existência de novos meios técnicos, o compartilhamento e a difusão da informação, do conhecimento e da cultura, de um lado, e do outro a ampliação de barreiras jurídico-institucionais à socialização, orientada para temas como garantia de direitos fundamentais, justiça cognitiva e social e as práticas da cultura digital (Albagli; Maciel, 2011ALBAGLI, S.; MACIEL, M. L. Informação, poder e política: a partir do sul, para além do sul. In: MACIEL, M. L.; ALBAGLI, S. Informação, conhecimento e poder: mudança tecnológica e inovação social. Rio de Janeiro: Garamond, 2011. p. 9-41. Disponível em: https://livroaberto.ibict.br/bitstream/123456789/1062/2/informacao_conhecimento_e_poder.pdf . Acesso em: 4 fev. 2022.
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; Albagli, 2015ALBAGLI, S. Ciência Aberta em questão. In: ALBAGLI, S.; MACIEL, M. L.; ABDO, A. H. (ed.). Ciência Aberta, questões abertas. Brasília: Ibict; Rio de Janeiro: Unirio, 2015. p. 9-26. Disponível em: https://livroaberto.ibict.br/bitstream/1/1060/1/Ciencia%20aberta_questoes%20abertas_PORTUGUES_DIGITAL%20(5).pdf . Acesso em: 15 jun. 2023.
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; Clinio, 2019CLINIO, A. Ciência Aberta na América Latina: duas perspectivas em disputa. Transinformação, Campinas, v. 31, p. 1-12, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.1590/238180889201931e190028 . Acesso em: 13 fev. 2022.
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). Por isso, no ambiente científico, vê-se ganhar força movimentos que defendem a Ciência Aberta como um instrumento de socialização do conhecimento, da informação e da cultura em contraposição à comercialização científica.

O processo de socialização refere-se à assimilação de valores e regras que delimitam o comportamento e ações em uma determinada sociedade. Trata-se de situações culturais, nos termos de Bourdieu (2003BOURDIEU, P. O campo científico. In: ORTIZ, R. (org.). A sociologia de Pierre Bourdieu. São Paulo: Olho D’Água, 2003. cap. 4.), quando define habituscomo um sistema de disposições duráveis incorporadas ao indivíduo, que fazem parte do processo de socialização e que pode ser entendido como o resultado das condições sociais, das práticas e das representações anteriores que foram incorporadas por determinado grupo social.

Com relação à socialização da informação, baseia-se em tecnologias de informação e comunicação que envolvem a aquisição, o armazenamento, o processamento e a distribuição da informação por meios eletrônicos (Takahashi, 2000TAKAHASHI, T. (org.). Sociedade da informação no Brasil: livro verde. Brasília: Ministério da Ciência e Tecnologia, 2000. Disponível em: https://www.livrosgratis.com.br/ler-livro-online-69536/sociedade-da-informacao-no-brasil---livro-verde . Acesso em: 15 jun. 2023.
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). Destarte, o momento atual pressupõe a socialização da informação via tecnologias digitais, configuração de linguagem ou dado em números, zero e um, interpretados por aparatos tecnológicos diversos: computadores, tablet, celulares e outros. Esse fenômeno desenvolve-se distintamente em cada localidade em função de condições adversas. Pode ser entendido como os processos que possibilitam a apropriação e (re)construção, por parte da comunidade, de significados relevantes para a formação da cidadania, a partir de informações geradas nas comunidades científicas, na perspectiva de que essas informações se transformem em conhecimento pessoal dos indivíduos sociais, compreendidos como sujeitos do conhecimento (Burnham, 2002BURNHAM, T. F. Análise contrastiva: memória da construção de uma metodologia para investigar a tradução de conhecimento científico em conhecimento público. DataGramaZero - Revista de Ciência da Informação, Salvador, v. 3, n. 3, p. 1-16, 2002. Disponível em: https://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/2985. Acesso em: 15 jun. 2023.
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; Michinel; Burnham, 2007MICHINEL, J. L.; BURNHAM, T. F. A socialização do conhecimento científico: um estudo numa perspectiva discursiva. Revista Investigações em Ensino de Ciências, Porto Alegre, v. 12, n. 3, p. 369-38, 2007. Disponível em: https://www.if.ufrgs.br/cref/ojs/index.php/ienci/article/view/466 . Acesso em: 15 jun. 2023.
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).

Nesse viés, a Ciência Aberta tende a representar a socialização dos processos de pesquisa científica, tornando disponível e transparente todos os seus resultados e a maneira como foram alcançados, publicamente, na web; promovendo um espaço aberto e colaborativo para o processo de comunicação científica em cada uma de suas etapas, tanto em relação aos processos e ferramentas de trabalho quanto aos resultados intermediários e finais do processo de pesquisa (Kraker et al., 2011KRAKER, P. et al. The case for an open science in technology enhanced learning. International Journal of Technology Enhanced Learning, Atlanta, v. 3, n. 6, p. 643-654, 2011. Disponível em: https://doi.org/10.1504/IJTEL.2011.045454 .Acesso em: 15 jun. 2023.
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).

Os autores Ramachandran, Bugbee e Murphy (2021RAMACHANDRAN, R.; BUGBEE, K.; MURPHY, K. From open data to open science. Earth and Space Science, New York, v. 8, n. 5, p. 1-17, 2021. Disponível em:Disponível em: https://doi.org/10.1029/2020EA001562 . Acesso em: 15 jun. 2023.
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) interpretam a Ciência Aberta como uma cultura colaborativa habilitada pela tecnologia que possibilita o compartilhamento aberto de dados, informações e conhecimento na comunidade científica e entre o público, em geral, para acelerar a pesquisa científica e o seu entendimento. Para Fecher (2022FECHER, B. As cinco escolas ou correntes de pensamento da Ciência Aberta: entrevista com Benedikt Fecher. [Entrevista cedida a] Nivaldo Calixto Ribeiro. Ciência da Informação Express, Lavras, v. 3, n. 1, 6 jan. 2022. , p. 1), isso “[...] nada mais é do que ciência feita da maneira certa - acessível, verificável e orientada para o bem comum”. Entretanto ainda é um tema controverso e levanta dúvidas, divide opiniões e requer esclarecimentos (Amaral, 2018AMARAL, J. C. Ciência Aberta e revisão por pares: aspectos e desafios para a participação da comunidade em geral. Cadernos BAD, Lisboa, n. 1, p. 320-325, 2018. Disponível em:Disponível em: https://www.bad.pt/publicacoes/index.php/cadernos/article/view/1919/59-69 . Acesso em: 15 jun. 2023.
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). No Quadro 1, é apresentado um paralelo exemplificando diferenças entre a Ciência Aberta e uma ciência mais restrita.

Quadro 1 -
Diferenças entre a Ciência Aberta e uma ciência mais restrita

Em outro estudo, Silveira et al. (2021SILVEIRA, L. et al. Ciência aberta na perspectiva de especialistas brasileiros: proposta de taxonomia. Encontros Bibli: Revista eletrônica de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Florianópolis, v. 26, n. 1, p. 1-27, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.5007/1518-2924.2021.e79646 . Acesso em: 15 jun. 2023.
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) contextualizou que a Ciência Aberta é similar a um ecossistema que envolve diferentes perspectivas inter-relacionadas, cada qual com suas particularidades. São elas:

  1. filosóficas - ética, integridade, transparência;

  2. científicas - inovação, uso, reúso, reprodutibilidade, replicabilidade;

  3. sociais - rede de colaboração, ciência cidadã, compartilhamento e democratização da informação;

  4. tecnológicas - padronização, rastreabilidade, interoperabilidade;

  5. políticas - relativas ao desenvolvimento de legislações e políticas públicas para a promoção da Ciência Aberta;

  6. econômicas - alusivas ao investimento econômico, a infraestruturas de comunicação científica e a negociações de acesso à informação de maneira estratégica entre outros países.

As perspectivas e as particularidades da Ciência Aberta abrangem os mais diversos aspectos do campo do fazer científico, ultrapassando as paredes dos laboratórios das instituições de pesquisa. No estudo de Vicente-Saez e Martinez-Fuentes (2018VICENTE-SAEZ, R.; MARTINEZ-FUENTES, C. Open Science now: a systematic literature review for an integrated definition. Journal of Business Research, Athens, v. 88, p. 428-436, 2018. Disponívelem: Disponívelem: https://doi.org/10.1016/j.jbusres.2017.12.043 . Acesso em: 15 jun. 2023.
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), os autores propuseram-se a construir uma definição rigorosa e integrada da Ciência Aberta, por meio de uma revisão sistemática da literatura. Chegaram à conclusão de que a Ciência Aberta é o conhecimento transparente, acessível, compartilhado e desenvolvido por meio de redes colaborativas.

Para Aventurier (2018AVENTURIER, P. Fazer da Ciência Aberta uma realidade: relatório da OECD. A publicação científica - Blog do Pascal Aventurier sobre as publicações científicas e os dados de pesquisa. Avignon, 9 nov. 2018. Disponível em: https://publicient.hypotheses.org/1091?gathStatIcon=true . Acesso em: 15 jun. 2023.
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), a Ciência Aberta pode ser vista como um conceito mais amplo do que é o acesso aberto para publicações e os dados de pesquisas, duas de suas importantes facetas, pois pode estar presente em todas as etapas da pesquisa. Inclui também a interoperabilidade das infraestruturas científicas, metodologias compartilhadas e ferramentas para mineração de dados. Assim, alinhados a essa abordagem, pode-se afirmar que diferentes atores têm distintos e importantes papéis nesse movimento. Com isso, é incentivada a cooperação com outras partes interessadas que geram conhecimento, além do escopo acadêmico, como cidadania e governança. Embora haja muito debate sobre o tema, é salutar retomar algumas questões que permeiam a Ciência Aberta:

  1. que ciência (aberta)? É entendida como um processo, algo em construção, que mobiliza interesses e pontos de vista distintos e, em alguns aspectos, antagônicos; e que também permite múltiplas e por vezes conflituosas interpretações (Albagli, 2015ALBAGLI, S. Ciência Aberta em questão. In: ALBAGLI, S.; MACIEL, M. L.; ABDO, A. H. (ed.). Ciência Aberta, questões abertas. Brasília: Ibict; Rio de Janeiro: Unirio, 2015. p. 9-26. Disponível em: https://livroaberto.ibict.br/bitstream/1/1060/1/Ciencia%20aberta_questoes%20abertas_PORTUGUES_DIGITAL%20(5).pdf . Acesso em: 15 jun. 2023.
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    );

  2. em que direção? Hoje, essa questão amplia, ou melhor, transcende o chamado campo científico (Bourdieu, 2003BOURDIEU, P. O campo científico. In: ORTIZ, R. (org.). A sociologia de Pierre Bourdieu. São Paulo: Olho D’Água, 2003. cap. 4.), envolvendo maior porosidade e interlocução da ciência com outros segmentos sociais e outros tipos de saberes, no amplo espectro de possibilidades e espaços de produção do conhecimento (Albagli, 2015ALBAGLI, S. Ciência Aberta em questão. In: ALBAGLI, S.; MACIEL, M. L.; ABDO, A. H. (ed.). Ciência Aberta, questões abertas. Brasília: Ibict; Rio de Janeiro: Unirio, 2015. p. 9-26. Disponível em: https://livroaberto.ibict.br/bitstream/1/1060/1/Ciencia%20aberta_questoes%20abertas_PORTUGUES_DIGITAL%20(5).pdf . Acesso em: 15 jun. 2023.
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    ). Para a autora as abordagens da Ciência Aberta implicam a superação da perspectiva de pensar a ciência a partir da sua produtividade intrínseca, o abalo de hierarquias, de fontes estabelecidas de autoridade e reputação, colocando em foco as relações entre ciência e poder e, amplamente, entre saber e poder;

  3. para quem? Trata-se de um debate e de um embate no plano das significações, que se investe de um caráter diretamente político, sendo um dos cernes na construção da democracia (Albagli, 2015ALBAGLI, S. Ciência Aberta em questão. In: ALBAGLI, S.; MACIEL, M. L.; ABDO, A. H. (ed.). Ciência Aberta, questões abertas. Brasília: Ibict; Rio de Janeiro: Unirio, 2015. p. 9-26. Disponível em: https://livroaberto.ibict.br/bitstream/1/1060/1/Ciencia%20aberta_questoes%20abertas_PORTUGUES_DIGITAL%20(5).pdf . Acesso em: 15 jun. 2023.
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    ). No entendimento de Dominik et al. (2022DOMINIK, M. et al. Open Science - for whom? Data Science Journal, London, v. 21, n. 1, p. 1, 2022. Disponível em: http://doi.org/10.5334/dsj-2022-001 . Acesso em: 15 jun. 2023.
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    ), a Ciência Aberta não deve significar liberdade de exploração pelos atores mais fortes, mas sim transparência de todos os processos, responsabilidade pelo bem comum, desenvolvimento nutritivo e repartição equitativa dos benefícios oriundos dela.

Essas e outras importantes questões, levantadas por Albagli (2015ALBAGLI, S. Ciência Aberta em questão. In: ALBAGLI, S.; MACIEL, M. L.; ABDO, A. H. (ed.). Ciência Aberta, questões abertas. Brasília: Ibict; Rio de Janeiro: Unirio, 2015. p. 9-26. Disponível em: https://livroaberto.ibict.br/bitstream/1/1060/1/Ciencia%20aberta_questoes%20abertas_PORTUGUES_DIGITAL%20(5).pdf . Acesso em: 15 jun. 2023.
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), ainda reverberam reflexões sobre o avanço do conhecimento científico, suas repercussões e usos sociais. Para Demari (2008DEMARI, C. L. Sociedade do conhecimento: ideologia acerca da ressignificação do conhecimento. Rio de Janeiro: Anped, 2008. Disponível em: https://anped.org.br/sites/default/files/gt17-4151-int.pdf . Acesso em: 15 jun. 2023.
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), as tecnologias contribuíram significativamente para a dinamização dos processos produtivos e, com isso, facilitaram o movimento do capital, na sua forma financeira, mais rápido do que em épocas de tecnologias menos avançadas, possibilitando, assim, que o conhecimento e a ciência passassem a ser considerados fatores centrais de inovação e produção tecnológica. Em uma linha de pensamento crítica, Tyfield (2013TYFIELD, D. Transition to Science 2.0: “Remoralizing” the Economy of Science. Spontaneous Generations, Toronto, v. 7, n. 1, p. 29-48, 2013. Disponível em: http://dx.doi.org/10.4245/sponge.v7i1.19664. Acesso em: 18 maio 2022.
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) expõe que o legado da Ciência Aberta pode ser definido por seus 'efeitos na construção de uma nova economia moral da produção do conhecimento', favorecendo a mercantilização da ciência em benefício dos oligopólios da informação. Diante desse cenário, é importante retomar o quadro de conflitos e contradições em torno do conhecimento proprietário e aberto, discutido por Albagli (2015ALBAGLI, S. Ciência Aberta em questão. In: ALBAGLI, S.; MACIEL, M. L.; ABDO, A. H. (ed.). Ciência Aberta, questões abertas. Brasília: Ibict; Rio de Janeiro: Unirio, 2015. p. 9-26. Disponível em: https://livroaberto.ibict.br/bitstream/1/1060/1/Ciencia%20aberta_questoes%20abertas_PORTUGUES_DIGITAL%20(5).pdf . Acesso em: 15 jun. 2023.
https://livroaberto.ibict.br/bitstream/1...
), conforme o Quadro 2.

Quadro 2-
Embate entre distintas formas de apropriação do conhecimento

Na prática, a troca ou aproximação do paradigma das patentes para o da Ciência Aberta parece distante, uma vez que os interesses pelo conhecimento científico parecem não atender aos mesmos objetivos que anseiam as organizações privadas. A Ciência Aberta busca ampliar os mecanismos de colaboração e proporcionar acesso aos resultados e processos do desenvolvimento da pesquisa. Já os direitos de Propriedade Intelectual, por meio do sistema de patentes como se apresentam as regulamentações, parecem convergir para o desequilíbrio de interesses, o monopólio, a competição, o lucro e o produtivismo.

Para Albagli (2015ALBAGLI, S. Ciência Aberta em questão. In: ALBAGLI, S.; MACIEL, M. L.; ABDO, A. H. (ed.). Ciência Aberta, questões abertas. Brasília: Ibict; Rio de Janeiro: Unirio, 2015. p. 9-26. Disponível em: https://livroaberto.ibict.br/bitstream/1/1060/1/Ciencia%20aberta_questoes%20abertas_PORTUGUES_DIGITAL%20(5).pdf . Acesso em: 15 jun. 2023.
https://livroaberto.ibict.br/bitstream/1...
), os instrumentos de propriedade intelectual, em seu atual formato, já não cabem no novo paradigma. Diversos são os ganhos para que os pesquisadores compartilhem e abram seus dados, ao invés de mantê-los em sigilo, como é prática da proteção por patentes. Nessa ótica, é importante relembrar a lógica do conhecimento, pois quanto mais se divide mais ele se multiplica, com isso, há potencial para obter mais parcerias e para impulsionar o seu desenvolvimento, evitando-se, dessa forma, repetições de experimentos, perda de tempo, de recursos e redundância de esforços.

Com essa, entre outras abordagens alusivas a alguns conflitos de interesses, pode-se dizer que não há um consenso e um amplo entendimento quanto à extensão, à completude dos seus significados ou ao modus operandi do que venha a ser a Ciência Aberta, nem sobre todas as suas implicações, pois abrange uma ampla lista de práticas, políticas e tecnologias digitais em sua esfera (Delfanti; Pitrelli, 2015DELFANTI, A.; PITRELLI, N. Ciência aberta: revolução ou continuidade? In: ALBAGLI, S.; MACIEL, M. L.; ABDO, A. H. (ed.). Ciência Aberta, questões abertas. Brasília: Ibict ; Rio de Janeiro: Unirio , 2015. p. 59-70. Disponível em:Disponível em: https://livroaberto.ibict.br/bitstream/1/1060/1/Ciencia%20aberta_questoes%20abertas_PORTUGUES_DIGITAL%20(5).pdf . Acesso em: 15 jun. 2023.
https://livroaberto.ibict.br/bitstream/...
). Com esforço de pesquisadores especialistas em Ciência Aberta, ou em algum aspecto dela, Silveira et al. (2023SILVEIRA, L. et al. Taxonomia da Ciência Aberta: revisada e ampliada. Encontros Bibli: revista eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação, Florianópolis, v. 28, n. 1, p. 1-22, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.5007/1518-2924.2023.e91712 . Acesso em: 4 jul. 2023.
https://doi.org/10.5007/1518-2924.2023.e...
), sob a perspectiva das recomendações da Unesco, propuseram uma taxonomia, podendo visualizar o quão ampla pode ser a Ciência Aberta, Figura 1.

Figura 1 -
Taxonomia da Ciência Aberta: revisada e ampliada *Para visualização ampliada da imagem clique aqui.

Determinar os limites da Ciência Aberta não parece uma ação simples, por isso diversos autores adotaram esquemas e nomenclaturas distintas para explicar essa nova atitude e postura para o fazer da ciência, tais como: Pilares ou Práticas da Ciência Aberta (Rollo, 2016ROLLO, M. F. Ciência Aberta, conhecimento para o desenvolvimento. Anais do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, Lisboa, v. 15, sup. 2, p. 73-74, out. 2016. Disponível em:Disponível em:https://doi.org/10.25761/anaisihmt.129 . Acesso em: 23 fev. 2022.
https://doi.org/10.25761/anaisihmt.129...
; Silva, 2017SILVA, P. F. P. As políticas de open data em Portugal: análise da sua implementação e impacto. 2017. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) - Universidade de Coimbra, Coimbra, 2017. Disponível em: https://estudogeral.sib.uc.pt/handle/10316/47025 . Acesso em: 23 fev. 2022.
https://estudogeral.sib.uc.pt/handle/103...
; Unesco, 2021ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO, A CIÊNCIA E A CULTURA (UNESCO). Draft text of the UNESCO Recommendation on Open Science. In: Intergovernmental Meeting of Experts (Category II). Paris, 2021. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000376893 . Acesso em: 23 fev. 2022.
https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf...
), Ecossistema da Ciência Aberta (Silva; Silveira, 2019SILVA, F. C. C.; SILVEIRA, L. O ecossistema da Ciência Aberta. Transinformação, Campinas, v. 31, p. 1-13, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.1590/2318-0889201931e190001 . Acesso em: 15 jun. 2023.
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), Desdobramentos da Ciência Aberta (Ribeiro; Oliveira, 2019RIBEIRO, N. C.; OLIVEIRA, D. A. Universidades públicas federais brasileiras: ações e estratégias para a abertura da ciência. Revista Múltiplos Olhares em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 9, n. 2, p. 1-12, 2019. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/moci/article/view/19184 . Acesso em: 23 fev. 2022.
https://periodicos.ufmg.br/index.php/moc...
), Hélice Quíntupla (Oliveira; Sobreira, 2020OLIVEIRA, T.; SOBREIRA, R. Transformações, disputas e circuitos de inovação nas publicações científicas frente à ciência aberta. In: MIRANDA, A. C. D.; DAMÁSIO, E.; FIRME, S. M. (org.). Ciência Aberta: visão e contribuição a partir dos periódicos científicos. Rio Grande: Ed. da FURG, 2020. p. 12-31. Disponível em: http://www.repositorio.furg.br/bitstream/handle/1/8792/CIENCIA%20ABERTA.pdf?sequence=3 . Acesso em: 21 fev. 2022.
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), entre outros. Entretanto, nesta pesquisa, as lentes teóricas são voltadas para a taxonomia da Ciência Aberta (Pontika et al., 2015PONTIKA N. et al. Fostering open science to research using a taxonomy and an elearning portal. In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON KNOWLEDGE TECHNOLOGIES AND DATA-DRIVEN BUSINESS, 15., 2015. Proceedings [...]. Graz, Áustria: Association for Computing Machinery, 2015. Disponível em:Disponível em: http://oro.open.ac.uk/44719/ . Acesso em: 22 fev. 2022.
http://oro.open.ac.uk/44719/...
) e as cinco escolas de pensamento recomendadas por Fecher e Friesike (2013FECHER, B; FRIESIKE, S. Open science: one term, five schools of thought. In: HUSCHKA, D.; SOLGA, H.; WAGNER, G. G. German Council for Social and Economic Data (RatSWD) Working Paper Series. Berlim: RatSWD, 2013. Disponível em: http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.2272036. Acesso em: 16 fev. 2022.
http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.2272036....
; 2014FECHER, B.; FRIESIKE, S. Open Science: one term, five schools of thought. In: BARTLING, S.; FRIESIKE, S. Opening Science: the evolving guide on how the internet is changing research, collaboration and scholarly publishing. New York: Springer, 2014. Disponível em: https://link.springer.com/chapter/10.1007/978-3-319-00026-8_2#Tab1 . Acesso em: 16 fev. 2022.
https://link.springer.com/chapter/10.100...
).

3 Metodologia

Como técnica principal de levantamento de dados deste estudo foi adotada a pesquisa documental, que pode ser considerada como decisiva para algumas áreas, como humanas e sociais (Cechinel et al., 2016CECHINEL, A. et al. Estudo/análise documental: uma revisão teórica e metodológica. Criar Educação, Criciúma, v. 5, n. 1, p. 1-7, 2016. Disponível em: http://dx.doi.org/10.18616/ce.v5i1.2446 .Acesso em: 15 jun. 2023.
http://dx.doi.org/10.18616/ce.v5i1.2446...
). Os autores expõem que, em uma diversidade de pesquisas, os documentos podem ser a única fonte de informação e têm o potencial de trazer para o estudo riqueza informacional.

Foram selecionadas para o estudo, documentos de sete universidades públicas federais, 10% do total existente no país. A escolha dessas universidades deve-se ao fato de apresentarem características semelhantes, ter a mesma vinculação organizacional, o Governo Federal, e pertencerem à mesma fonte de financiamento, o que pressupõe que seguem algum tipo de direcionamento administrativo e organizacional.

Utilizou-se como critério de seleção as sete melhores posicionadas no Webometrics Ranking of World Universities1 1 O Webometrics Ranking of World Universities tem como propósito promover a publicação na web, apoiar iniciativas de acesso aberto, acesso eletrônico a publicações científicas e outros materiais acadêmicos (Aguillo, 2022). , no The World University Ranking2 2 O Times HigherEducation World University Rankings é reconhecido desde 1994 como uma das fontes mais confiáveis na divulgação de rankings das universidades (Universidade do Algarve, 2022). , Ranking Folha3 3 O ranking de universidades classifica as 196 instituições brasileiras a partir de indicadores de pesquisa, ensino, mercado, internacionalização e inovação (Folha de S. Paulo, 2018). , critério “Pesquisa” e o CWTS Leinder4 4 O CWTS Leiden Rankingé um ranking anual global de universidades baseado exclusivamente em indicadores bibliométricos (Leiden University, 2020). , critério “Acesso aberto”a saber: Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em consulta realizada no primeiro semestre de 2021. Os rankings adotados como referências para seleção das universidades foram escolhidos por entender que entre os seus critérios constam indicadores relacionados ao desempenho da produção científica e em acesso aberto. Com base em Bruyne, Herman e Schoutheete (1974BRUYNE, P.; HERMAN, J.; SCHOUTHEETE, M. Dinâmica da pesquisa em ciências sociais: os pólos da prática metodológica. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1974.), no Quadro 3, é descrito, de forma sucinta, a análise documental, apresentando os principais usos e algumas características de seu emprego neste estudo.

Quadro 3 -
Análise documental - Principais usos, características e emprego

Em síntese a pesquisa documental neste estudo se deu a partir de três etapas:

  1. pré-análise - identificação das fontes de coleta de dados - Políticas institucionais de informação dos repositórios institucionais das sete universidades, páginas de serviços e de práticas de Ciência Aberta em execução, sites oficiais e de iniciativas consideradas inovadoras

  2. organização do Material - nesta etapa foram definidos os setores, as divisões e as atividades, selecionados a partir dos dados levantados: Setor de Comunicação Científica: Repositório Institucional, Portal de Periódicos, Dados Abertos, Métricas Científicas;Setor de Serviços de Informação e Ciberinfraestrutura: Capacitação do pesquisador, Marketing Científico e, Tecnologia informacional

  3. tratamento dos dados - realizou-se interpretações, elencando e delineando as possíveis finalidades, competências e responsabilidades da Agência de Ciência Aberta, da Comissão Inovação e Projetos, da Secretaria executiva, dos setores, divisões/seções.

A pesquisa documental mostrou-se fundamental para o desenvolvimento do estudo, atuando como técnica principal de coleta de dados. Contudo, foi necessária a apropriação de outros recursos metodológicos complementares, como uma entrevista realizada por e-mail, em função da multilateralidade e amplitude apresentada pela Ciência Aberta.

4 Resultados

A elaboração da proposta da Agência de Ciência Aberta teve como referência, políticas institucionais de informação e outros documentos relacionados à Ciência Aberta das sete universidades observadas neste estudo, nas iniciativas inovadoras do Centro de Tecnologia Acadêmica (CTA) da UFRGS (UFRGS, [c2023]UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS). Instituto de Física. Centro de Tecnologia Acadêmica (CTA) . Porto Alegre, [c2023]. Disponível em: https://www.if.ufrgs.br/~pezzi/CA2015/ . Acesso em: 6 jun. 2022.
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), da Prateleira da inovação5 5 Proposta apresentada o Plano de Desenvolvimento Institucional da Unifesp (PDI/Unifesp). da Unifesp, do Laboratório do Futuro da UFRJ (UFRJ, c2016UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO (UFRJ). Laboratório do Futuro. Rio de Janeiro, c2016-2021. Disponível em: https://labfuturo.cos.ufrj.br/pesquisa/temas/futuro-da-ciencia/ . Acesso em: 15 jun. 2023.
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-2020), dos movimentos da Ciência Aberta, a literatura da área e o Grupo de Trabalho de Ciência Aberta na Fiocruz (GTCA), criado em fevereiro de 2017. Até 2020, o GTCA era composto por 16 membros, representantes de diversos setores.

Conforme o relato de Jorge (2020JORGE, V. A. RE: Grupo de trabalho de Ciência Aberta da Fiocruz. Destinatário: Nivaldo Calixto Ribeiro. Rio de Janeiro, 5 ago. 2020. 1 mensagem eletrônica.), o GTCA teve sua origem no início do debate institucional para reflexão, pesquisa e resposta a demandas sobre o compartilhamento e abertura dos dados da Fiocruz. O entendimento era de que esse debate necessitava de uma participação mais ampla. O perfil dos seus integrantes é de pesquisadores e técnicos que têm afinidades de pesquisa ou de trabalho com a temática em suas práticas laborais cotidianas, porém sem dedicação exclusiva ao GTCA. Não existe um documento formal de composição e responsabilidades do grupo. A partir das demandas decididas, há uma divisão de tarefas internas.

A sua história demonstra uma situação muito comum em iniciativas como essa, quando se trata de Ciência Aberta, na qual indivíduos engajados com suas crenças, posicionamentos e ideais envolvem-se com as suas práticas, muitas vezes, dedicando muito de seus esforços no intuito de concretizar aquilo que se entende materializar como a forma mais eficiente de desenvolver a ciência. É coordenado pela Vice-presidência em Educação, Informação e Comunicação (VPEIC/Fiocruz) e conta com financiamento do Ministério da Saúde, por meio da Plataforma Zika, do Centro de Integração de Dados e Conhecimento para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia). Também está vinculado ao Observatório em Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde da Fiocruz, que tem como objetivo principal contribuir para a gestão e formulação de políticas institucionais em ciência, tecnologia e inovação (Jorge, 2020JORGE, V. A. RE: Grupo de trabalho de Ciência Aberta da Fiocruz. Destinatário: Nivaldo Calixto Ribeiro. Rio de Janeiro, 5 ago. 2020. 1 mensagem eletrônica.).

As práticas da Ciência Aberta foram pautadas em diversas instâncias da Fiocruz, órgãos colegiados, presidência e outros, antes de serem tratadas por um órgão. As primeiras discussões sobre o tema, na instituição, tiveram sua origem em 2010, quando o acesso aberto às publicações científicas se tornou uma tese de um congresso interno (Jorge, 2020JORGE, V. A. RE: Grupo de trabalho de Ciência Aberta da Fiocruz. Destinatário: Nivaldo Calixto Ribeiro. Rio de Janeiro, 5 ago. 2020. 1 mensagem eletrônica.). De acordo com a pesquisadora, desde então, o acesso aberto foi amplamente debatido e, em seguida, institucionalizado pela Política de Acesso Aberto ao Conhecimento da Fiocruz (Fiocruz, 2014FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ (FIOCRUZ). Portaria 329, retificada pela 382. Instituir a Política de Acesso Aberto ao Conhecimento, […]. Rio de janeiro, 2014. Disponível em: http://pesquisa.ensp.fiocruz.br/documentos_pesquisa/portaria__politica_de_acesso_aberto_ao_conhecimento_na_fiocruz.pdf . Acesso em: 15 jun. 2023.
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). Conforme o relato de Jorge (2020JORGE, V. A. RE: Grupo de trabalho de Ciência Aberta da Fiocruz. Destinatário: Nivaldo Calixto Ribeiro. Rio de Janeiro, 5 ago. 2020. 1 mensagem eletrônica.), mais recentemente, foi iniciado, no GTCA, o debate sobre outro movimento da Ciência Aberta, o de dados abertos. Por meio da Coordenação de Informação e Comunicação (Cinco), o órgão da VPEIC é o responsável por coordenar as estratégias para implementação de uma política de dados abertos de pesquisa na Fiocruz. O GTCA foi criado como uma instância na qual estratégias como essas foram pensadas e submetidas à apreciação e suporte à tomada de decisão.

Observando-se a necessidade de amplo debate sobre políticas e diretrizes como acesso aberto, dados abertos, entre outras, em instituições de pesquisa, como universidades públicas, justifica-se a criação de uma Agência de Ciência Aberta, por entender que serão adotadas estratégias e ações que podem fortalecer a pesquisa científica, aumentando o acesso à informação e, possivelmente, atuar para a aproximação da universidade à comunidade em geral. Ampliando assim, o seu engajamento com princípios voltados para a abertura da ciência.

Verifica-se que há serviços nas universidades que estão dispersos, setorizados e que podem ser centralizados, otimizando os esforços, tornando a agência um ponto de referência. Compreende-se que a proposta apresenta um caráter inovador, visto que não há registros de um órgão ou unidade organizacional com essas características em universidades públicas. Assim, parte-se do entendimento de que a iniciativa poderá ser replicada ou adaptada em instituições de pesquisa no país. Sugere-se que a Agência de Ciência Aberta tenha uma estrutura que dê o devido suporte organizacional, conforme disposto na Figura 16, com uma proposta de organograma.

Figura 2 -
Organograma da Agência de Ciência Aberta

Como pode ser observada, no organograma, a agência está subdividida em dois setores estratégicos, um de Comunicação científica aberta para atuar com repositórios institucionais, portal de periódicos científicos, dados abertos de pesquisa e administrativos e com métricas científicas e o outro para atuar com serviços de informação, envolvendo a divulgação e o marketing científico, a capacitação de pesquisadores quanto às práticas de Ciência Aberta e assuntos relacionados a suporte tecnológico.

Promover a abertura da ciência envolve diferentes aspectos e atores. Assim, para desenvolver, inicialmente, as atividades técnicas e administrativas da Agência de Ciência Aberta, sugere-se, no que diz respeito aos recursos humanos, uma equipe interdisciplinar formada por bibliotecários, assistentes, administradores, comunicadores, educadores, técnicos em tecnologia da informação, web designers entre outros. Além disso, o apoio dos setores de tecnologia da informação e de gestão da instituição configura-se como fundamental para garantir o amplo funcionamento para consolidação da proposta.

Com relação à infraestrutura, para o desenvolvimento das atividades da Agência de Ciência Aberta, recomenda-se um local que permita o atendimento personalizado aos pesquisadores, entre outras demandas de prestação dos serviços a serem ofertados. Sugere-se que seja localizada em um ambiente amplo, subdividido em salas com terminais de trabalho, espaço para reuniões, teleconferências e um espaço para atividades coletivas, preferencialmente, próximo à Biblioteca Universitária, laboratórios de pesquisa, setores de inovação ou parque tecnológico, centro de convenções e praças de recreação. Entende-se que essa estratégia contribui para que a comunidade acadêmica circule pelo local e dê visibilidade à agência e seus serviços. Algumas propostas de finalidades, competências e responsabilidade da Agência de Ciência Aberta, bem como dos seus setores, estão dispostas no Quadro 4.

Quadro 4-
Responsabilidades, finalidades e competências

É importante mencionar que as competências, finalidades, objetivos ou mesmo as nomenclaturas dos setores ou da própria agência propostos poderão ser influenciados por especificidades das instituições que se propuserem a implantar uma iniciativa nesse formato, pois podem ser alteradas, ampliadas, complementadas ou reduzidas em responsabilidades administrativas. Tratam-se de proposições principiantes, atuando como o passo inicial e norteador para a criação de uma unidade organizacional própria para gerir a Ciência Aberta em universidades públicas ou instituições de pesquisas.

Outro ponto a ser destacado é que todas as políticas necessárias para a implementação da Ciência Aberta na universidade, tais como: política de Acesso Aberto à publicações e dados, políticas de upload, download, de uso, preservação digital, de planos de preservação de dados, do repositório de publicações e de dados, entre outras devem ser elaboradas por uma comissão interdisciplinar envolvendo as áreas de interesse da instituição assessoradas por membro efetivo da Agência de Ciência Aberta.

5 Considerações finais

Retomando ao objetivo deste trabalho, entende-se que a Agência de Ciência Aberta, proposta neste estudo, poderá ser implantada em universidades públicas ou instituições de pesquisa, adequando às suas realidades, com o objetivo de assessorar a instituição quanto à aplicação de recursos, diretrizes, políticas e estratégias de Ciência Aberta. Essa ação tem potencial para viabilizar meios para que as pesquisas sejam desenvolvidas de formas mais transparentes, com o processo de sua construção mais aberto.

Na proposta foi apresentado um possível organograma, estruturado em setores, divisões e uma comissão de projetos de inovação, formada por profissionais de múltiplas áreas, com responsabilidades, finalidades e competências. Contudo, trata-se de proposições principiantes, atuando como o passo inicial e norteador para a criação de uma unidade organizacional própria para gerir a Ciência Aberta em universidades públicas ou instituições de pesquisas.

Observa-se que a implantação da ciência aberta tem sido realizada de forma gradativa e nem sempre no tempo esperado, provocando certa leniência na sua concretização. Apesar de suas premissas serem amplamente apoiadas, existem vários obstáculos a serem superados. Entre eles, destaca-se a infraestrutura exigida, que requer investimentos significativos por parte das instituições e financiadores da pesquisa, pois compartilhar dados de pesquisa demanda sistemas eficientes de armazenamento, acesso e análise, com políticas bem definidas entre outras variáveis.

Pode-se entender que a proposta apresentada discorre sobre um modelo potencial para a implementação da Ciência Aberta em universidades e outras instituições de pesquisa, podendo ser adaptado e aplicado em diferentes contextos institucionais, de maneira a influenciar como estas abordam a ciência aberta, dispondo de alternativas para transformar práticas e políticas existentes para melhor alinhar-se com os princípios de transparência e colaboração que definem este movimento. O artigo pode ser adotado como um guia para instituições que buscam adaptar-se a era da pesquisa aberta e colaborativa.

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  • 1
    O Webometrics Ranking of World Universities tem como propósito promover a publicação na web, apoiar iniciativas de acesso aberto, acesso eletrônico a publicações científicas e outros materiais acadêmicos (Aguillo, 2022AGUILLO, I. F. Ranking of web of university. Spain, 2022. Disponível em: http://www.webometrics.info/en/Methodology . Acesso em: 2 fev. 2022.
    http://www.webometrics.info/en/Methodolo...
    ).
  • 2
    O Times HigherEducation World University Rankings é reconhecido desde 1994 como uma das fontes mais confiáveis na divulgação de rankings das universidades (Universidade do Algarve, 2022UNIVERSIDADE DO ALGARVE. Times Higher Education World University Rankings. Algarve, 2022. Disponível em: https://www.ualg.pt/times-higher-education-world-university-rankings-0. Acesso em: 10 jun. 2022.
    https://www.ualg.pt/times-higher-educati...
    ).
  • 3
    O ranking de universidades classifica as 196 instituições brasileiras a partir de indicadores de pesquisa, ensino, mercado, internacionalização e inovação (Folha de S. Paulo, 2018FOLHA DE S. PAULO. Ranking Universitário Folha. São Paulo, 2018. Disponível em: https://ruf.folha.uol.com.br/2018/. Acesso em: 4 fev. 2022.
    https://ruf.folha.uol.com.br/2018/....
    ).
  • 4
    O CWTS Leiden Rankingé um ranking anual global de universidades baseado exclusivamente em indicadores bibliométricos (Leiden University, 2020LEIDEN UNIVERSITY. CWTS Leiden Ranking 2020. Leiden: Centre for Science and Technology Studies, 2020. Disponível em: https://www.leidenranking.com/ . Acesso em: 18 fev. 2022.
    https://www.leidenranking.com/...
    ).
  • 5
    Proposta apresentada o Plano de Desenvolvimento Institucional da Unifesp (PDI/Unifesp).

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    15 Jul 2024
  • Data do Fascículo
    2024

Histórico

  • Recebido
    21 Dez 2023
  • Aceito
    26 Fev 2024
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